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ANALISE 1:

As charges citadas no artigo oferecem uma visão crítica e irônica sobre o


imperialismo, particularmente sobre o conceito do "Fardo do Homem Branco" e
as ações das potências colonizadoras, como a Grã-Bretanha e os Estados
Unidos, no final do século XIX.

1. Charge do John Bull e Tio Sam: Essa charge, com John Bull e Tio Sam
carregando nações "não-brancas" em direção à "Civilização", é uma
representação clara do conceito do "Fardo do Homem Branco". As
pedras com palavras como ignorância, vício e canibalismo representam
os estereótipos negativos que eram frequentemente atribuídos às
culturas não ocidentais. Essa charge denuncia a justificação do
imperialismo com base na ideia de "civilizar" os povos colonizados, ao
mesmo tempo em que questiona se essa civilização era realmente tão
benevolente quanto afirmada.
2. Charge do Tio Sam e o Dragão Chinês: Esta charge faz referência direta
à Revolta dos Boxers na China e à reação das potências estrangeiras,
incluindo os Estados Unidos, que alegavam a necessidade de usar a força
para levar os benefícios da civilização à população chinesa. Ela ilustra
como o imperialismo frequentemente mascarava sua exploração
econômica e territorial como uma missão civilizatória, ao mesmo tempo
em que retrata os chineses como ameaças bárbaras e retrógradas.
3. Charge da Civilização e a China: Nesta charge, a imagem da China
como uma figura escura e envelhecida, protegendo-se da "Civilização", é
uma crítica à imposição de valores ocidentais sobre culturas tradicionais
chinesas. O simbolismo de cortar o penteado tradicional da dinastia Qing
reflete a tentativa de "modernizar" ou "civilizar" a China de acordo com
os padrões ocidentais.
4. Charge da Aula sobre "Civilização": Esta charge retrata os territórios
recém-adquiridos pelos EUA, como Cuba, Porto Rico, Hawaii e Filipinas,
como alunos em uma sala de aula, com Tio Sam como professor. A
metáfora escolar representa a ideia de que os EUA tinham o direito de
governar esses territórios sem o consentimento deles, seguindo o
exemplo da Grã-Bretanha. A presença de diferentes grupos étnicos e
raciais nos fundos da sala sugere uma visão crítica sobre o tratamento
desigual e racialmente discriminatório nas políticas imperiais dos EUA.

Essas charges oferecem uma crítica contundente ao imperialismo e ao discurso


do "Fardo do Homem Branco", destacando como os poderes colonizadores
frequentemente usavam essa retórica para justificar a exploração e a dominação
de outras nações. Elas também se relacionam com debates em aula sobre o
imperialismo, o impacto do colonialismo nas sociedades colonizadas e a
manipulação de narrativas para legitimar a expansão imperialista. Além disso,
mostram como a mídia satírica da época era usada para questionar e criticar as
políticas imperialistas e a suposta superioridade cultural ocidental.

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