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CURSOS PREPARATÓRIOS

Língua Portuguesa
Questões de Reforço ‐ 001
Interpretação de texto

Lista de Questões Complementares para Concursos Públicos


Versão 2020
LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

01. Considere o seguinte trecho do primeiro parágrafo:


(1) O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. (2) É pessoal e grandioso, popular e intelectual,
tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma ousadia dos movimentos
cinematográficos das décadas de 1950 e 1960.
Um vocábulo que pode ser usado para qualificar a palavra caminhos, no sentido de explicitar a relação de sentido
que se estabelece entre os períodos (1) e (2), é
A) contrários
B) idênticos
C) inviáveis
D) irreais
E) exagerados

TEXTO PARA AS QUESTÕES 02 e 03 ‐ Roma


O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelectual,
tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma ousadia dos movimentos
cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a Colonia Roma, bairro da Cidade do México,
também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada, de origem
indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus anos de formação, mas todas
as particularidades do passado do país. O México no início dos anos 1970 fervilhava entre revoluções sociais e a
influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se mantinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio,
buscar as crianças na escola, lavar a roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que não se
conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão dos adultos. Enquanto
isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte. Duas mulheres de diferentes origens
compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a resiliência que segura o mundo frente às paixões
autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam Gough),
retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse o olhar da infância, cujo
fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a complexidade do
seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações, referências e técnicas, sua
assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os seus personagens, encontrando beleza e
verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme simples e complicado, como a própria vida. (Natália Bridi.
Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

02. Uma característica do filme Roma destacada no texto diz respeito à


A) utilização da narrativa de cunho jornalístico.
B) fusão da história pessoal com a coletiva.
C) impessoalidade com que é realizado o relato.
D) caracterização da mulher indígena como insubordinada.
E) denúncia do relacionamento abusivo entre patroa e empregada.

03. De acordo com a autora, a singularidade da linguagem que Alfonso Cuarón adota em Roma está
A) na comicidade da caracterização de personagens pouco realistas e até caricaturais.
B) na indignação com que o cineasta denuncia a desigualdade entre as classes sociais.
C) no orgulho nacionalista com que se apresentam momentos cruciais da história do México.
D) na sinceridade do relato, valorizando o que para muitos costuma passar despercebido.
E) no modo irrealista com que os dramas das personagens femininas são resolvidos.

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04. Leia o texto para responder a questão.


A arte mostra-se presente na história da humanidade desde os tempos mais remotos. Sem dúvida, ela pode ser
considerada como sendo uma necessidade de expressão do ser humano, surgindo como fruto da relação
homem/mundo. Por meio da arte a humanidade expressa suas necessidades, crenças, desejos, sonhos. Todos têm
uma história, que pode ser individual ou coletiva. As representações artísticas nos oferecem elementos que
facilitam a compreensão da história dos povos em cada período.
De acordo com o texto, a arte caracteriza-se como
A) a maneira de o homem fugir à realidade refugiando-se em um passado glorioso.
B) um documento de produção coletiva com o fim de registrar objetivamente a história.
C) um meio de expressão que revela como o homem vive ao longo da história.
D) uma linguagem universal, que anula as diferenças entre os povos de cada período.
E) o principal modo de uma geração acessar registros históricos da geração que a antecede.

05. Leia o texto para responder à questão.


O Marajá
A família toda ria de dona Morgadinha e dizia que ela estava sempre esperando a visita de alguém ilustre. Dona
Morgadinha não podia ver uma coisa fora do lugar, uma ponta de poeira em seus móveis ou uma mancha em seus
vidros e cristais. Gemia baixinho quando alguém esquecia um sapato no corredor, uma toalha no quarto ou – ai, ai,
ai – uma almofada fora do sofá da sala. Baixinha, resoluta, percorria a casa com uma flanela na mão, o olho vivo
contra qualquer incursão do pó, da cinza, do inimigo nos seus domínios.
Dona Morgadinha era uma alma simples. Não lia jornal, não lia nada. Achava que jornal sujava os dedos e livro
juntava mofo e bichos. O marido de dona Morgadinha, que ela amava com devoção apesar do seu hábito de limpar
a orelha com uma tampa de caneta Bic, estabelecera um limite para sua compulsão por limpeza. Ela não podia
entrar em sua biblioteca. Sua jurisdição acabava na porta. Ali dentro só ele podia limpar, e nunca limpava. E, nas
raras vezes em que dona Morgadinha chegava à porta do escritório proibido para falar com o marido, esse fazia
questão de desafiá-la. Botava os pés em cima dos móveis. Atirava os sapatos longe. Uma vez chegara a tirar uma
meia e jogar em cima da lâmpada só para ver a cara da mulher. Sacudia a ponta do charuto sobre um cinzeiro cheio
e errava deliberadamente o alvo. Dona Morgadinha então fechava os olhos e, incapaz de se controlar, lustrava com
a sua flanela o trinco da porta.
(Luis Fernando Veríssimo. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. Adaptado)
A expressão presente no texto que melhor sintetiza a principal característica da personagem dona Morgadinha é:
A) ... sempre esperando a visita...
B) Gemia baixinho...
C) Não lia jornal, não lia nada.
D) ... compulsão por limpeza.
E) ... incapaz de se controlar...

06. Leia o texto para responder à questão.


O futuro do trabalho
Foi lançado nesse mês, em meio às celebrações do centenário da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o
relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de integrar. O que o texto revela é uma
visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que o século trouxe para a humanidade.
Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climática, a resposta
aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e melhorar a preparação das gerações
futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.
É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profissões e de tarefas
dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas. Outras serão criadas, demandando,
porém, competências distintas das que estavam em alta até pouco tempo. O cenário exige grande investimento nas

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pessoas. Por isso, o relatório clama por uma agenda econômica centrada em seres humanos, especialmente uma
ampliação em suas capacidades.
Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira infância, a fim
de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia para que todos possam aprender a
aprender.
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos reinventar
continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de resolução criativa e
colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
Teremos também que contar com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de cursos para
capacitação, recapacitação e requalificação. A certificação de conhecimentos previamente adquiridos ganha força
e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas técnicas e profissionais que fomentem a
aquisição das competências necessárias não só para exercer uma profissão específica, mas também para obter
outra rapidamente, se necessário. (Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 25.01.2019. Adaptado)

Considere a seguinte passagem do 4º parágrafo, para responder à questão.


Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira infância, a fim
de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia para que todos possam aprender a
aprender.
Conforme a passagem, no que diz respeito à autonomia para aptidão à aprendizagem,
A) o aprendizado desde a primeira infância pouco acrescenta.
B) o conceito de aprendizagem ao longo da vida não pode ser implicado.
C) o desenvolvimento de competências básicas é imprescindível.
D) a exigência de aprendizagem ao longo da vida pode ser preterida.
E) a imposição do desenvolvimento de competências desde cedo é controversa.

TEXTO PARA QUESTÕES 07 e 08 ‐ O futuro do trabalho


Foi lançado nesse mês, em meio às celebrações do centenário da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o
relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de integrar. O que o texto revela é uma
visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que o século trouxe para a humanidade.
Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climática, a resposta
aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e melhorar a preparação das gerações
futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.
É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profissões e de tarefas
dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas. Outras serão criadas, demandando,
porém, competências distintas das que estavam em alta até pouco tempo. O cenário exige grande investimento nas
pessoas. Por isso, o relatório clama por uma agenda econômica centrada em seres humanos, especialmente uma
ampliação em suas capacidades.
Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira infância, a fim
de desenvolver competências basilares, necessárias para promover autonomia para que todos possam aprender a
aprender.
Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos reinventar
continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam capacidade de resolução criativa e
colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.
Teremos também que contar com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de cursos para
capacitação, recapacitação e requalificação. A certificação de conhecimentos previamente adquiridos ganha força
e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas técnicas e profissionais que fomentem a
aquisição das competências necessárias não só para exercer uma profissão específica, mas também para obter
outra rapidamente, se necessário. (Claudia Costin. Folha de S.Paulo, 25.01.2019. Adaptado)

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07. Segundo a autora, uma preparação eficiente para o contexto de trabalho em que antigas profissões serão
extintas enquanto outras serão criadas envolve
A) o trabalho constante de pesquisa voltada para a identificação das profissões com potencial para serem extintas
e daquelas que permanecerão em alta.
B) o desenvolvimento da consciência política sobre a necessidade da adoção de medidas para fazer frente aos
novos desafios impostos à humanidade.
C) o reconhecimento do nível de capacitação pessoal, o que impõe aceitar desempenhar desde atividades mais
básicas até aquelas que dependem de reflexão crítica.
D) a capacidade de reinventar-se continuamente, fundamental para o desempenho de atividades que requerem
reflexão crítica e aptidão para resolução de problemas.
E) um sistema educacional que despreze os conhecimentos prévios dos estudantes e direcione o ensino à
capacitação deles para desempenhar uma única profissão.

08. Segundo o texto, a reivindicação por uma agenda econômica centrada na ampliação das capacidades humanas
deve-se à
A) recente adoção de políticas públicas educacionais direcionadas ao enfrentamento dos desafios impostos pelas
transformações nos modos de produção.
B) necessidade de encontrar soluções que possam minimizar o impacto dos problemas sociais para a população
mais idosa que têm origem no desemprego.
C) emergência de se adotarem medidas para conter o processo acelerado de automação e de robotização,
responsável pelo avanço das mudanças climáticas.
D) demanda pelo desenvolvimento de novas competências, diante da previsão do fim de ocupações em decorrência
da intensa automação e robotização.
E) necessidade de aceleração da automação da indústria nacional, indispensável para atender a demanda de um
mercado consumidor em crescimento constante.

09. Leia o texto para responder à questão.

“Tire suas próprias conclusões”


Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. Passada a euforia de uma notícia qualificada como “bomba”,
logo os atores de uma das partes corriam a público para disponibilizar a íntegra daquilo que antes foi veiculado
em partes.

É preciso saber de tudo e entender de tudo. É preciso tirar as próprias conclusões para não depender de ninguém,
e é esse o grande e contraditório imperativo dos nossos tempos. É uma ordem a uma experimentação libertária, e
uma quase contradição do termo. O imperativo que liberta também aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer,
se tiver uma conclusão. Sobre qualquer coisa.

Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças nos arranjos produtivos e sociais de cada
período histórico para compreender e nomear as formas de sofrimento decorrentes delas. A revolução industrial,
a divisão social do trabalho, a urbanização desenfreada e as guerras, por exemplo, fizeram explodir o número de
sujeitos impacientes, irritadiços e perturbados com a velocidade das transformações e suas consequentes perdas
de referências simbólicas.
Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”, começo a desconfiar de que
estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um mal-estar ainda não nomeado.
Afinal, que tipo de sujeito está surgindo de nossa nova organização social? O que a vida em rede diz sobre as formas
como nos relacionamos com o mundo? Que tipos de valores surgem dali? E, finalmente, que tipo de sofrimento
essa vida em rede tem causado?

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Vou arriscar e sair correndo, já sob o risco de percorrer um campo que não é meu: estamos vendo surgir o sujeito
preso à ideia da obrigação de ter algo a dizer. Ao longo dos séculos essa angústia era comum aos chamados
formadores de opinião e artistas, responsáveis por reinterpretar o mundo. Hoje basta ter um celular com conexão
3G para ser chamado a opinar sobre qualquer coisa. Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas
terceirizando convicções ao compartilhar aquilo que não escrevemos.
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência da linguagem. Algo
como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a ser o que digo”. Se vivesse nas redes que
atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o “pensar” teriam a interlocução de um outro verbo:
“compartilhar”.
(Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)
Da menção ao conflito descrito por Clarice Lispector, no último parágrafo, deduz-se o seguinte:
A) para o autor, Clarice Lispector estava equivocada ao ignorar a importância do “compartilhar” como
intermediário entre o “dizer” e o “pensar”.
B) ao se exprimir com exatidão o pensamento, a insuficiência da linguagem é superada, ainda que provisoriamente.
C) quando o pensamento é traduzido em palavras, e essas palavras são partilhadas, exaltam-se os valores morais
da sociedade.
D) não é possível expressar com exatidão o que pensamos, e nos iludimos ao crer que o que dizemos equivale ao
que pensamos.
E) o “pensar” adquire valor a partir do momento em que encontra um equivalente no “dizer” e assume forma ao
ser compartilhado.

10. Leia o texto para responder à questão.


“Tire suas próprias conclusões”
Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. Passada a euforia de uma notícia qualificada como “bomba”,
logo os atores de uma das partes corriam a público para disponibilizar a íntegra daquilo que antes foi veiculado
em partes.
É preciso saber de tudo e entender de tudo. É preciso tirar as próprias conclusões para não depender de ninguém,
e é esse o grande e contraditório imperativo dos nossos tempos. É uma ordem a uma experimentação libertária, e
uma quase contradição do termo. O imperativo que liberta também aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer,
se tiver uma conclusão. Sobre qualquer coisa.
Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças nos arranjos produtivos e sociais de cada
período histórico para compreender e nomear as formas de sofrimento decorrentes delas. A revolução industrial,
a divisão social do trabalho, a urbanização desenfreada e as guerras, por exemplo, fizeram explodir o número de
sujeitos impacientes, irritadiços e perturbados com a velocidade das transformações e suas consequentes perdas
de referências simbólicas.
Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”, começo a desconfiar de que
estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um mal-estar ainda não nomeado.
Afinal, que tipo de sujeito está surgindo de nossa nova organização social? O que a vida em rede diz sobre as formas
como nos relacionamos com o mundo? Que tipos de valores surgem dali? E, finalmente, que tipo de sofrimento
essa vida em rede tem causado?
Vou arriscar e sair correndo, já sob o risco de percorrer um campo que não é meu: estamos vendo surgir o sujeito
preso à ideia da obrigação de ter algo a dizer. Ao longo dos séculos essa angústia era comum aos chamados
formadores de opinião e artistas, responsáveis por reinterpretar o mundo. Hoje basta ter um celular com conexão
3G para ser chamado a opinar sobre qualquer coisa. Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas
terceirizando convicções ao compartilhar aquilo que não escrevemos.
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência da linguagem. Algo
como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a ser o que digo”. Se vivesse nas redes que
atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o “pensar” teriam a interlocução de um outro verbo:
“compartilhar”.
(Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)

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No sexto parágrafo, o verbo pensar em “Pensamos estar pensando...” veicula, em cada ocorrência respectivamente,
sentidos que equivalem a
A) rememorar e corroborar uma opinião.
B) refutar uma ideia e elucubrar.
C) induzir a erro e suscitar uma impressão.
D) fantasiar e agir com intransigência.
E) supor e conceber uma ideia.

11. Leia o texto para responder à questão.


“Tire suas próprias conclusões”
Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. Passada a euforia de uma notícia qualificada como “bomba”,
logo os atores de uma das partes corriam a público para disponibilizar a íntegra daquilo que antes foi veiculado
em partes.
É preciso saber de tudo e entender de tudo. É preciso tirar as próprias conclusões para não depender de ninguém,
e é esse o grande e contraditório imperativo dos nossos tempos. É uma ordem a uma experimentação libertária, e
uma quase contradição do termo. O imperativo que liberta também aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer,
se tiver uma conclusão. Sobre qualquer coisa.
Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças nos arranjos produtivos e sociais de cada
período histórico para compreender e nomear as formas de sofrimento decorrentes delas. A revolução industrial,
a divisão social do trabalho, a urbanização desenfreada e as guerras, por exemplo, fizeram explodir o número de
sujeitos impacientes, irritadiços e perturbados com a velocidade das transformações e suas consequentes perdas
de referências simbólicas.
Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”, começo a desconfiar de que
estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um mal-estar ainda não nomeado.
Afinal, que tipo de sujeito está surgindo de nossa nova organização social? O que a vida em rede diz sobre as formas
como nos relacionamos com o mundo? Que tipos de valores surgem dali? E, finalmente, que tipo de sofrimento
essa vida em rede tem causado?
Vou arriscar e sair correndo, já sob o risco de percorrer um campo que não é meu: estamos vendo surgir o sujeito
preso à ideia da obrigação de ter algo a dizer. Ao longo dos séculos essa angústia era comum aos chamados
formadores de opinião e artistas, responsáveis por reinterpretar o mundo. Hoje basta ter um celular com conexão
3G para ser chamado a opinar sobre qualquer coisa. Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas
terceirizando convicções ao compartilhar aquilo que não escrevemos.
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência da linguagem. Algo
como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a ser o que digo”. Se vivesse nas redes que
atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o “pensar” teriam a interlocução de um outro verbo:
“compartilhar”.
(Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)
No contexto do segundo parágrafo, a “experimentação libertária” refere-se
A) a uma pretensa liberdade de interpretação sem intermediários.
B) ao acesso aos canais de comunicação mais atualizados.
C) a uma característica peculiar às notícias impactantes.
D) à experiência de criar publicações que gerem controvérsia.
E) à liberdade que a imprensa tem de defender sua ideologia.

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12. Na opinião do autor, o mal-estar provado pelos indivíduos atualmente está relacionado com
A) a obrigação de produzir conteúdos que sejam instigantes e inéditos.
B) o imperativo de consultar fontes de informação dignas de credibilidade.
C) a exigência de ter de emitir uma opinião sobre qualquer assunto.
D) a perda de referências simbólicas que impulsionou a revolução industrial.
E) o fato de não haver valores éticos sólidos balizando os formadores de opinião.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 13 e 14


Karl Marx romancista e dramaturgo?
É preciso levar a sério a filha de Marx, Eleanor, quando disse que seu pai “era o mais alegre e divertido de todos
os homens”. Em outubro de 1837, com apenas dezenove anos, o jovem Karl compôs uma peça de teatro e um breve
romance satírico, inacabados, nos quais ridiculariza e condena as convenções burguesas, o moralismo filisteu, a
aristocracia e o pedantismo intelectual.
Naquele ano, por indicação médica – pois adoecera por excesso de trabalho –, Marx deixou Berlim e estabeleceu-
se, para repousar, em Stralow, uma vila de pescadores. Mas, em vez do descanso, optou por trabalhar
intensamente. Foi nesse momento que escreveu as duas operetas contidas no livrinho que a Boitempo oferece
agora aos leitores brasileiros: Escorpião e Félix e Oulanem.
Essas pequenas obras remetem à atmosfera cultural da Alemanha no período posterior ao Congresso de Viena,
com a rejeição romântica do classicismo e a grande difusão da obra de Laurence Sterne, principalmente do seu
Tristram Shandy. Esse romance, publicado entre 1759 e 1767, cobre de ridículo os estereótipos literários então
dominantes. É dessa fonte literária, além de pitadas de E. T. A. Hoffmann, que o jovem Karl bebe em seu romance
Escorpião e Félix, dissolvendo os lugares comuns narrativos num divertido desprezo pela lisura formal do
romance clássico. Já Oulanem é um drama fantástico em versos, um suspense gótico. Na criação desse poema-
tragédia, ambientado numa aldeia na Itália, o jovem filósofo estava sob a influência dominante de Goethe e, sob
essa luz, delineava sua visão da história e sua ideia de que o mundo precisava ser completamente revolucionado.
Esse Karl ainda não é o Marx que conhecemos melhor, mas são claros os indícios do futuro filósofo materialista
que despontam.
(Carlos Eduardo Ornelas Berriel. https://blogdaboitempo.com.br. Adaptado)

13. A respeito da distribuição do conteúdo abordado no texto, pode-se afirmar corretamente que,
A) no parágrafo 1º , são listadas as principais preferências literárias do filósofo Karl Marx.
B) no parágrafo 2º , expõem-se as intenções de Karl Marx ao desenvolver suas obras literárias.
C) no parágrafo 3º , apresentam-se algumas influências sobre Karl Marx romancista e dramaturgo.
D) no parágrafo 4º , defende-se que a obra literária de Karl Marx deve sobrepor-se à obra filosófica.
E) nos parágrafos 2º e 3º , justifica-se a crítica que Karl Marx dirige à classe burguesa alemã.

14. De acordo com o texto, as obras Escorpião e Félix e Oulanem, de Karl Marx, têm em comum o fato de serem
A) burlescas e tratarem de temas metafísicos.
B) empoladas e desenvolverem teses filosóficas.
C) classicistas e reproduzirem estereótipos burgueses.
D) incompletas e atacarem a tradição acadêmica.
E) regionalistas e terem a Itália como cenário.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

LIVROS

Tropeçavas nos astros desastrada

Quase não tínhamos livros em casa

E a cidade não tinha livraria

Mas os livros que em nossa vida entraram

São como a radiação de um corpo negro

Apontando pra expansão do Universo

Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso

(E, sem dúvida, sobretudo o verso)

É o que pode lançar mundos no mundo.

(https://www.letras.mus.br/caetano-veloso, acessado em 09.11.2018)

15. Assinale a alternativa correta quanto ao sentido da canção.


A) A falta de livros na casa e na cidade contribuiu para que a família do eu lírico não tivesse uma cultura aprimorada
B) Frases, enredos e conceitos, próprios do universo livresco, são mais eficazes que o verso para aperfeiçoar os
limites do leitor.
C) O eu lírico afirma que a família não adquiriu conhecimento livresco porque não tinha experiência com o
universo da leitura.
D) Uma espécie de escuridão sem fim tomou conta da vida do eu lírico porque faltavam livros na família e na cidade.
E) Os poucos livros de que o eu lírico dispunha em casa foram suficientes para expandir sua visão de mundo.

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 16 A 21


Página infeliz
O mercado editorial no Brasil nunca pareceu tão próximo de uma catástrofe - com as duas principais redes
de livrarias do país, Saraiva e Cultura, em uma crise profunda, reduzindo o número de lojas e com dívidas que
parecem sem fim.
Líder do mercado, a Saraiva, que já acumula atrasos de pagamentos a editores nos últimos anos, anunciou
nesta semana o fechamento de 20 lojas. Em nota, a rede afirma que a medida tem a ver com “desafios econômicos
e operacionais”, além de uma mudança na “dinâmica do varejo”.
Na semana anterior, a Livraria Cultura entrou em recuperação judicial. No pedido à Justiça, a rede afirma
acumular prejuízos nos últimos quatro anos, ter custos que só crescem e vendas menores. Mesmo assim, diz a
petição enviada ao juiz, não teria aumentado seus preços.
O enrosco da Cultura está explicado aí. Diante da crise, a empresa passou a pegar dinheiro emprestado com
os bancos - o tamanho da dívida é de R$ 63 milhões.
Com os atrasos nos pagamentos das duas redes, editoras já promoveram uma série de demissões ao longo dos
últimos dois anos.
O cenário de derrocada, contudo, parece estar em descompasso com os números de vendas. Desde o começo
do ano, os dados compilados pela Nielsen, empresa de pesquisa de mercado, levantados a pedido do Sindicato
Nacional dos Editores de Livros, mostravam que o meio livreiro vinha dando sinais de melhoras pela primeira vez,
desde o início da recessão econômica que abala o país.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

Simone Paulino, da Nós, editora independente de São Paulo, enxerga um descompasso entre as vendas em
alta e a crise. Nas palavras dela, “um paradoxo assustador.” A editora nunca vendeu tanto na Cultura quanto nesses
últimos seis meses”, diz. E é justamente nesse período que eles não têm sido pagos.
“O modelo de produção do livro é muito complicado. Você investe desde a compra do direito autoral ou
tradução e vai investindo ao longo de todo o processo. Na hora que você deveria receber, esse dinheiro não volta”,
diz Paulino.
“Os grandes grupos têm uma estrutura de advogados que vão ter estratégia para tentar receber. E para os
pequenos? O que vai acontecer?”
Mas há uma esperança para os editores do país: o preço fixo do livro. Diante do cenário de crise, a maior
parte dos editores aposta em uma carta tirada da manga no apagar das luzes do atual governo - a criação, no país,
do preço fixo do livro - norma a ser implantada por medida provisória - nos moldes de boa parte de países
europeus, como França e Alemanha.
Os editores se inspiram no pujante mercado europeu. Por lá, o preço fixo existe desde 1837, quando a
Dinamarca criou a sua lei limitando descontos, abolida só em 2001. A crença é a de que a crise atual é em parte
causada pela guerra de preço. Unificar o valor de capa permitiria um florescimento das livrarias independentes,
uma vez que elas competiriam de forma mais justa com as grandes redes. (Folha de S. Paulo, 03.11.2018. Adaptado)

16. Segundo o texto, é correto afirmar que as redes de livrarias Cultura e Saraiva
A) apostam em uma recuperação do mercado livreiro, por causa da entrada de editoras menores no mercado e dos
efeitos dos empréstimos bancários.
B) pretendem intensificar a venda de livros, porque a lei do preço fixo, criada na Dinamarca em 1 837, foi aprovada
pelo governo brasileiro.
C) se sentem prejudicadas por causa da competição das editoras independentes, que conseguem melhores
resultados na dinâmica das políticas editoriais.
D) acreditam que poderão sair do prejuízo, mediante medidas de contenção de despesas, como a redução do
número de lojas e o pagamento das dívidas.
E) encontram-se afetadas pela crise econômica, pelas mudanças no mercado varejista e empréstimos contraídos
junto a instituições financeiras.

17. O descompasso apontado pela empresa Nielsen e por Simone Paulino decorre
A) do desestímulo entre os grupos editoriais provocado pela crise econômica e pela ausência de uma política de
leitura no país.
B) das poucas vendas e grandes pagamentos recebidos das editoras independentes, por parte dos grupos
editoriais.
C) da incompatibilidade entre o aquecimento nas vendas e a má fase da economia brasileira.
D) do modelo de produção do livro no país e das práticas empregadas pelas pequenas editoras, incapacitadas de
competir.
E) dos desafios econômicos por que passa o país e da adoção de estratégias equivocadas do mercado livreiro.

18. A expressão “paradoxo assustador”, apontado no texto, associa-se


A) a contingências alheias às intenções das livrarias de pagar suas dívidas, em função de créditos reduzidos.
B) ao equilíbrio de estratégias, postas em prática, não apenas pelo mercado editorial, como também por outros
setores.
C) ao acerto de contas entre os bancos e as líderes do mercado, Saraiva e Cultura, em função das dívidas que
contraíram.
D) à projeção bem sucedida da venda de livros no país, feita com ajuda de estudos desenvolvidos por advogados.
E) ao acúmulo de dívidas das livrarias com as editoras, apesar do incremento nas vendas, expondo uma
desproporção.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

19. Se a norma do preço fixo fosse aprovada no país,


A) as livrarias independentes seriam mais competitivas diante dos maiores grupos.
B) as grandes redes desnivelariam o mercado e poderiam lucrar ainda mais.
C) o Brasil se tornaria um país leitor, como França, Dinamarca e Alemanha.
D) as livrarias evitariam os prejuízos que vêm enfrentando por causa da crise.
E) a leitura teria mais dinamismo no país e a guerra de preço seria eliminada.

20. Considere as palavras em destaque no texto - catástrofe, enrosco, derrocada, esperança e florescimento - e
assinale a alternativa correta.
A) Todas as palavras em destaque apresentam compatibilidade de sentido com a ideia contida no título - Página
infeliz.
B) As palavras - esperança e florescimento - sinalizam um cenário promissor para os grupos editoriais saírem da
crise.
C) As palavras - enrosco, florescimento e esperança - atestam a problemática vivida pelos grandes grupos
editoriais do país.
D) Todas as palavras em destaque expressam a ideia de que o mercado editorial do país está em alta, apesar da
recessão econômica.
E) As palavras - catástrofe, enrosco e derrocada - evidenciam que os grupos editoriais poderão sair da crise, com
a ajuda dos bancos.

21. O segmento frasal - carta tirada da manga no apagar das luzes do atual governo - indica, no contexto:
A) uma indiferença do governo que termina em ajudar a resolver o problema dos grupos editoriais.
B) uma solução de última hora para as redes livreiras, se o atual governo aprovar a norma do preço fixo do livro.
C) uma possibilidade de as redes livreiras entrarem em acordo com os bancos para resolver a situação.
D) um voto de confiança no governo disposto a estancar a crise financeira das redes livreiras.
E) a falta de perspectiva na busca de solução para as redes livreiras, por causa da atual crise econômica do país.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 22 A 25


Tudo o que não puder contar, não faça: integridade é não agir errado mesmo sozinho
Immanuel Kant, famoso filósofo alemão do século 18, dizia: “Tudo o que não puder contar como faz, não faça!”.
Ao jogarmos um simples papelzinho pela janela não temos consciência alguma de que não se trata apenas de um
simples papelzinho. O que está por trás disso é absolutamente sério. O que estamos fazendo conosco, com o meio
em que vivemos e com o mundo? Há que se dizer que culpar terceiros sempre nos traz alívio.
Mas não é um simples papelzinho... Se jogarmos três ao dia, serão quatorze por semana, e se milhões de
pessoas de todo o mundo jogarem três míseros papéis por dia? Um dos maiores responsáveis por alagamentos nas
cidades é o lixo, acarreta entupimento de bueiros e canalizações, levando a dispersar doenças e incômodo à
população em geral.
O âmago desta questão é a consciência. Nos dias de hoje coletamos informações prontas e não levamos
questões reflexivas ao cotidiano agitado e quase atropelado pelo que não nos afeta tanto por enquanto.
O que seremos no futuro? Seremos seres abastecidos virtualmente, mas submergidos no lixo? A grande
preocupação é que a realidade virtual se sobreponha à realidade real!
A vida no planeta como a conhecemos acabará de forma dramática, e somente através desse processo de
conscientização poderemos garantir a sustentabilidade ambiental. Sustentabilidade: “Pensar globalmente, agir
localmente”. Não é um simples papelzinho. É questão de educação, caráter, reflexão!
(Mario Sergio Cortella. http://mariosergiocortella.com. Adaptado)

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

22. O vocábulo Mas, no início do segundo parágrafo, sinaliza que a atitude de culpar terceiros por nossas faltas é
A) decente.
B) louvável.
C) inevitável.
D) irrelevante.
E) reprovável.

23. A opinião do autor está expressa nesta frase:


A) As intenções são mais importantes do que as ações.
B) O homem deve refletir melhor sobre suas atitudes cotidianas.
C) As informações obtidas no meio virtual devem ser ignoradas.
D) O fim da realidade virtual garantirá a sustentabilidade ambiental.
E) O principal papel de cada indivíduo é saber escolher seus governantes.

24. Ao dizer que “não é um simples papelzinho”, o autor quer reforçar a ideia defendida no texto de que
A) a atitude de um único indivíduo resulta do aprendizado de todo um grupo.
B) um pequeno papel é fruto do trabalho conjunto de muitas pessoas.
C) um ato isolado pode ter consequências que afetam a coletividade.
D) os recursos naturais estão fadados a se extinguir em um futuro próximo.
E) a reciclagem do lixo deve ser o tema prioritário dos debates filosóficos.

25. A frase do filósofo Immanuel Kant, logo no título, chama a atenção para o fato de que o autor, Mario Sergio
Cortella,
A) condena as regras limitadoras da liberdade individual.
B) faz o relato de algumas de suas experiências.
C) satiriza a falta de aplicação prática da filosofia.
D) oferece um conselho ao leitor do texto.
E) desdenha do discurso em prol da sustentabilidade.

TEXTO PARA A QUESTÃO 26


CIDADE DO MÉXICO, 13 MAR.
O abacate está se convertendo no novo “ouro” do México, ultrapassando o petróleo como produto de exportação
que mais gera lucros para o país, de acordo com os números mais recentes divulgados pelo Ministério da Economia
do Estado. No entanto, ecologistas se queixam de que o crescimento na demanda do fruto, abundante em vitamina
E, está causando um grande estrago ao meio-ambiente mexicano. A polpa do fruto costuma ser usada como
acompanhamento dos principais “snacks” dos norte-americanos em competições esportivas, como o Super Bowl.
Durante os intervalos da partida, aliás, grandes companhias e produtoras da fruta difundem anúncios publicitários.
No dia 5 de fevereiro, por exemplo, o custo de uma propaganda de apenas 30 segundos no estádio, que foi vista
por 130 milhões de espectadores, chegou a US$ 5 milhões. A Associação de Produtores e Empacotadores de
Abacate do México (Apeam) é a encarregada de financiar essa mensagem, transmitida pela emissora de televisão
Fox, na qual são exaltados os benefícios do abacate mexicano. Estima-se que cerca de 100 mil toneladas do popular
molho “guacamole”, que é feito com a fruta, são consumidas apenas durante esse jogo de futebol americano. A
maioria do abacate que se consome nos Estados Unidos é produzido nos campos do estado de Michoacán, o que é
criticado por ecologistas, que acreditam que o “boom” da produção do fruto no país está causando danos ao meio
ambiente, já que muitas terras florestais estão sendo dizimadas para ampliar os campos de abacate, mais rentáveis.
(https://istoe.com.br. Adaptado)

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

26. As informações textuais permitem concluir que, como produto de exportação, o abacate está
A) além do petróleo, por isso ecologistas têm criticado a baixa ingestão de vitamina E.
B) tal como o petróleo, por isso ecologistas reclamam da sua importância comercial.
C) além do petróleo, ainda que ecologistas reclamem do crescimento da sua demanda.
D) abaixo do petróleo, mas ecologistas defendem a ampliação de campos produtivos.
E) aquém do petróleo, por isso ecologistas têm reclamado do comércio com os Estados Unidos.

TEXTO PARA AS QUESTÕE DE 27 A 31


Febre mundial, abacate ficou mais valioso que petróleo e gerou até tráfico
Você pode até não suspeitar, mas o abacate que amadurece na sua fruteira está valendo mais do que
petróleo. Na verdade, vive-se uma verdadeira obsessão mundial por ele. Há mais de uma variação da fruta fazendo
sucesso em cima da torrada dos hipsters¹, na sobremesa das famílias tradicionais, sendo usado como condimento
e indo parar em pratos requintados nos restaurantes.
Segundo a avaliação de quem é da área, uma mudança em hábitos alimentares e em maneiras de preparo
ajudou a popularizar o abacate. Os preços dispararam, gerando lucros para além de crises econômicas e sociais em
todo o mundo.
Na Nova Zelândia e na Austrália, onde crimes beiram a zero, surgiram verdadeiras redes de tráfico da fruta.
No ano passado, as autoridades neozelandesas interferiram até mesmo em um mercado paralelo.
Já no México, líder mundial na produção, a exportação da fruta já é mais lucrativa do que o petróleo, com
mais de 1 milhão de toneladas saindo do país, de acordo com o próprio governo mexicano.
Mas, por quê? “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engordava. Hoje acontece uma
desmistificação, que é uma fruta saudável”, analisa Jonas Octávio, presidente da Associação Brasileira dos
Produtores de Abacate (ABPA). Segundo ele, além da pegada fitness² que a fruta assumiu, o público passou a testar
também versões salgadas do abacate, como o guacamole.
(https://noticias.bol.uol.com.br. Adaptado)

27. No título do texto – Febre mundial, abacate ficou mais valioso que petróleo e gerou até tráfico – as orações
“mais valioso que petróleo” e “e gerou até tráfico” expressam, correta e respectivamente, sentido de
A) condição e oposição, sendo esta última marcada também pela ideia de comparação.
B) comparação e adição, sendo esta última marcada também pela ideia de consequência.
C) conformidade e conclusão, sendo esta última marcada também pela ideia de adição.
D) comparação e explicação, sendo esta última marcada também pela ideia de causa.
E) consequência e conclusão, sendo esta última marcada também pela ideia de causa.

28. Assinale a alternativa em que as passagens – … as autoridades neozelandesas interferiram até mesmo em um
mercado paralelo. (3º parágrafo) – e – Hoje acontece uma desmistificação… (5º parágrafo) – estão reescritas em
conformidade com a norma-padrão e com o sentido do texto.
A) … as autoridades neozelandesas intervieram até mesmo em um mercado paralelo. / Hoje se vê uma
desmistificação…
B) … as autoridades neozelandesas interferiram inclusive em um mercado paralelo. / Hoje se assiste à uma
desmistificação…
C) … as autoridades neozelandesas interviram até mesmo em um mercado paralelo. / Se assiste hoje uma
desmistificação…
D) … as autoridades neozelandesas interferiram ainda em um mercado paralelo. / Hoje vê-se uma
desmistificação…
E) … as autoridades neozelandesas intervieram sobretudo em um mercado paralelo. / Hoje assiste-se uma
desmistificação…

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

29. No trecho do último parágrafo – “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engordava.”
–, a oração destacada tem a função de
A) retomar a visão anterior que havia do abacate, justificando por que ele é tão comercializado atualmente.
B) exemplificar a visão anterior que havia do abacate, reforçando a ideia de que seu consumo sempre foi bem visto.
C) comentar a visão anterior que havia do abacate, a qual se mantém atualmente, já que ele engorda as pessoas.
D) explicar a visão anterior que havia do abacate, que era negativa para a comercialização do produto.
E) enfatizar a visão anterior que havia do abacate, ironizando a ideia de que ele possa ser saudável às pessoas.

30. De acordo com o texto, um aspecto negativo da febre mundial pelo abacate está relacionado
A) à obsessão decorrente de uma valorização do produto sem que ele seja tão saudável para as pessoas.
B) à predileção desse produto, deixando o petróleo em um segundo plano na maior parte dos países.
C) ao comércio paralelo da fruta, o que torna esse produto mais acessível a toda população em vários países.
D) ao surgimento de redes de tráfico, que ratificam a ideia de que a fruta é um produto de grande rentabilidade.
E) ao acirramento do comércio ilegal, corroborando os efeitos nefastos das crises sociais e econômicas.

31. As informações do texto deixam claro que


A) o incentivo dos governos à produção do abacate fez com que ele se popularizasse, mas sua rentabilidade é ainda
pouco expressiva.
B) a imposição de novos hábitos alimentares fez com que as pessoas passassem a consumir o abacate com mais
receio, já que é gorduroso.
C) a popularização do abacate decorre de uma busca em nível mundial pelo produto, que passou a ser consumido
de forma bastante diversificada.
D) a produção de abacate está relacionada a grandes redes de tráfico ao redor do mundo, o que encarece o produto
e o coloca na mira do contrabando.
E) o grande sucesso do abacate no mercado internacional é ameaçado pelas crises sociais e econômicas
vivenciadas em vários países do mundo.

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 32 E 33


Vacina na marra
Uma das piores coisas que pais podem fazer a seus filhos é privá-los de vacinas. Ainda assim, devo dizer que
fiquei chocado com o artigo de uma promotora do Ministério Público, no qual ela defende não só multa para
genitores que deixem de imunizar seus rebentos, mas também a busca e apreensão das crianças para vaciná-las.
Imagino até que a adoção de medidas extremas como propõe a promotora possa fazer sentido em determinados
contextos, como o de uma epidemia fatal que avança rapidamente e pais que, induzidos por vilões internacionais,
se recusam a imunizar seus filhos.
Há motivos para acreditar que as sucessivas quedas na cobertura vacinal registradas por aqui se devam mais a
uma combinação de desleixo paterno com inadequações da rede do que a uma maciça militância antivacinal. Há
até quem afirme que a queda é menor do que a anunciada pelo Ministério da Saúde, que, por problemas técnicos,
não estaria recebendo informações atualizadas de alguns municípios.
Seja como for, tenho a convicção de que, se a fórmula mais draconiana propugnada por ela fosse adotada,
acabaríamos produzindo mais mal do que bem.
O ponto central é que o sistema de saúde precisa ser visto pelo cidadão como um aliado e não como um
adversário. Se a percepção que as pessoas têm do posto de saúde for a de que ele é uma entidade que pode colocar
a polícia atrás de famílias para subtrair-lhes os filhos, elas terão bons motivos para nunca mais pôr os pés numa
unidade.
A ideia de que o sistema de saúde precisa ser protegido de ações que possam minar a confiança que o público
lhe deposita não é estranha ao mundo do direito. Não é por outra razão que a legislação penal e códigos de ética
proíbem o profissional de saúde de divulgar segredos de pacientes e até de denunciar crimes que tenham
cometido.
(Hélio Schwartsman. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ helioschwartsman/2018/08/
vacina-na-marra.shtml. Acesso em 11.11.2018. Adaptado)

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32. Segundo a opinião do autor do texto,


A) os postos de saúde precisam denunciar as famílias que negligenciam a imunização de seus filhos.
B) a queda na cobertura vacinal é recorrência da falta de divulgação midiática acerca das epidemias que avançam
no Brasil.
C) a decisão pela vacinação dos filhos cabe aos pais, considerando pesquisas internacionais contrárias à
imunização de crianças.
D) a militância antivacinal influencia a maior parte das famílias brasileiras a não frequentar postos de saúde para
a imunização de doenças fatais.
E) a imposição do governo e as medidas judiciais que obrigam os pais a vacinarem seus filhos podem causar mais
transtornos que benefícios às famílias.

33. Diante de sucessivas quedas registradas na cobertura vacinal de crianças brasileiras, uma promotora do
Ministério Público defende
A) a necessidade da apresentação do comprovante de vacinação de crianças em idade escolar.
B) o acionamento da legislação penal para deter os responsáveis pela criança que não foram vacinadas no período
certo.
C) a violação do código de ética que interdita a criança da convivência social para o bem da saúde coletiva de outras
crianças.
D) a aplicação de multa e a possível perda da guarda dos filhos por determinação judicial.
E) a notificação dos postos de saúde que não cumprirem as medidas legais como a apreensão de crianças não
vacinadas.

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 34 E 35


Agravamento da poluição por plástico nos oceanos ao lavar roupa
Lavar a roupa pode agravar a poluição por plástico no meio ambiente – a depender do tipo de tecido, a tarefa
doméstica contribuiria para a contaminação dos oceanos, apontam estudos.
A questão foi levantada no início deste mês em reunião do Comitê de Auditoria Ambiental do Reino Unido,
quando membros do Parlamento discutiram pesquisas que concluem que fibras de tecidos sintéticos que se soltam
da roupa
durante a lavagem acabam chegando aos oceanos e sendo comidas por peixes e outras criaturas aquáticas.
Os maiores vilões são poliéster, acrílico e náilon. Um casaco de lã de poliéster libera 1 milhão de fibras, enquanto
um par de meias de náilon é responsável por 136 mil fibras a cada lavagem, aponta um estudo conduzido por
pesquisadores da Universidade de Manchester. Cientistas descobriram que essas fibras estão cobrindo leitos de
rios em todo o Reino Unido.
Há sempre a opção de lavar roupa com menos frequência, o que pode ser uma boa desculpa para quem sempre
odiou essa tarefa doméstica. Isso teria um grande impacto positivo, na avaliação de Jeroen Dagevos, integrante de
um projeto de conservação dos oceanos. Ele sugere ainda que comprar menos roupas sintéticas também ajuda.
Preferir tecidos como lã, algodão, seda e caxemira também ajudam.
Uma outra opção, recomendada pelo Instituto de Engenheiros Mecânicos, em um novo relatório, seria o uso de
sacolas de roupas de malha para reter os fios. Assim, em vez de irem direto para os oceanos, as fibras podem ser
colocadas no lixo.
Jeroen Dagevos diz que a ideia de criar novas regulamentações para os fabricantes poderia ajudar, forçando as
empresas a colocar mais recursos na busca por soluções.
(Folha de S.Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2018/10/ por-que-podemos-estar-agravan do-
poluicao-por-plastico- nos-oceanos-ao-lavar-roupa.shtml. Adaptado)

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

34. De acordo com o texto, a poluição por plástico


A) gera a necessidade da criação de novas regulamentações de produção e expansão da pesquisa de novos
materiais, por parte dos fabricantes.
B) limita-se à contaminação dos rios em todo o Reino Unido, devido ao descarte de fibras na lavagem de tecidos.
C) é causada pelo consumo excessivo de roupas produzidas com lã, algodão, seda e caxemira.
D) pode ser evitada com o uso de máquinas de lavar na temperatura normal para a lavagem de roupas de diferentes
tecidos.
E) estimula o desenvolvimento de pesquisa para a produção de novos produtos com base nos materiais poliéster,
acrílico e náilon.

35. De acordo com o texto, um dos fatores que contribui para a minimização da poluição dos oceanos por plástico
se refere
A) à utilização de sacolas de roupas de malha para a lavagem de tecidos sintéticos, sendo o descarte dos fios
realizado diretamente nos rios.
B) ao descarte de roupas que precisam ser higienizadas, para que as fibras dos tecidos não sejam depositadas nos
rios.
C) à redução de tarefas domésticas, visando a interrupção da contaminação na água dos rios e oceanos.
D) à redução do consumo de malhas sintéticas, optando pelo uso de tecidos com fibras de baixo impacto na
natureza.
E) à lavagem de roupas à mão, com o intuito de reduzir o atrito das roupas na lavagem e a perda das fibras dos
tecidos.

TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 36 A 38


Por que temos filhos?
A pergunta do título comporta vários níveis de resposta. No plano biológico, a reprodução é um imperativo,
fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biologia é só parte da história. A paternidade também encerra
dimensões culturais, econômicas e emocionais.
Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arrisco algumas reflexões sobre a matéria.
Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico. Ajudavam desde cedo com o trabalho doméstico,
colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de aposentadoria para os pais.
Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar, elas demoram muito até começar a trazer contribuições
econômicas. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos deixou de ser um bem privado
para tornar-se um bem público.
Embora a paternidade possa trazer recompensas emocionais, do ponto de vista estritamente econômico, ela
favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior parte dos custos recai sobre os genitores.
E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na análise de economistas como Julian Simon, riqueza são
pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias (além de consumir produtos) e são as
novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtividade a que assistimos nos últimos 200 anos.
E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a sustentabilidade
da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até reduzir a população. Só que fazê-
lo é uma espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito difícil manter taxas positivas de crescimento, sem as
quais instituições como previdência e até democracia representativa podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

36. Conforme opinião do autor, constitui um dos mais importantes dilemas da atualidade
A) a emergência de as famílias assumirem mais despesas com os filhos, já que os custos da paternidade pesam
sobre estado, onerando-o cada vez mais.
B) a necessidade de contenção do aumento populacional, visando atenuar a exploração dos recursos naturais, e as
consequências econômicas dessa medida.
C) a percepção da paternidade a partir do viés econômico, colocando em segundo plano as dimensões cultural e
afetiva que envolvem as relações familiares.
D) a decisão entre manter ou impor controle sobre os altos índices de produtividade dos últimos anos, para ajustá-
los à tendência de queda nos níveis de consumo.
E) o aumento sistemático da produtividade fundado na crença, muito combatida por economistas, de que quanto
mais pessoas maior a geração de riqueza.

37. A frase “E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos.” refere-se à seguinte
informação:
A) a recompensa pela paternidade estaria resumida aos laços de afetividade familiar.
B) a geração de novas crianças onera igualmente as famílias, o estado e toda a sociedade.
C) a falta de consenso entre os economistas quanto aos efeitos do aumento populacional.
D) a análise segundo a qual pessoas geram riquezas, então, quanto mais pessoas, melhor.
E) a necessidade de aumentar a baixa produtividade registrada nos últimos 200 anos.

38. Segundo o texto,


A) a paternidade representa hoje, assim como nos séculos passados, a certeza de auxílio doméstico e a expectativa
de futura aposentadoria.
B) os filhos simbolizaram, ao longo dos séculos passados, um investimento caro, que poderia inclusive
comprometer a aposentadoria dos pais.
C) a percepção sobre o papel dos filhos manteve-se historicamente inalterada, já que continuam sendo vistos como
essenciais para o bem-estar da família.
D) economicamente, a geração de crianças é atualmente vista como um bem público, já que elas beneficiam a
sociedade de diferentes maneiras.
E) a mentalidade segundo a qual crianças trazem benefícios econômicos para a sociedade vem sendo questionada,
já que eles demoram a gerar riquezas.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 39 e 40


O filho de um amigo é negro. Outro dia, na escola, a professora chamou sua atenção e disse: “Você está na minha
lista negra”. Meu amigo fez uma reclamação à coordenadora da escola, por entender que a expressão é racista. Por
que a lista é “negra”?
Palavras e expressões racistas fazem parte do repertório cotidiano sem que, muitas vezes, a gente tenha
consciência do que realmente está dizendo. Eu mesmo me surpreendo dizendo coisas que não quero, por força do
hábito. Ainda se ouve “amanhã é dia de branco”, “a coisa tá preta”. Nos anúncios de emprego, pedia-se “boa
aparência”. Uma forma de dizer que negros não seriam aceitos?
Continuamos a usar termos racistas. A linguagem forma as pessoas, molda o modo de pensar. Não aceito mais
essas palavras e expressões, policio meu vocabulário. É preciso reaprender a falar.

39. É correto afirmar que o autor


(A) constata existir justa censura a comentários racistas feitos nas escolas.
(B) sugere que é a intenção de ofender que agride, não as palavras empregadas.
(C) defende posturas pessoais que evitem o emprego de expressões ofensivas.
(D) condena o racismo por entender que ele deturpa a linguagem cotidiana.
(E) reafirma preconceitos que se expressam propositadamente pela linguagem.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

40. No texto, o racismo expresso na linguagem


(A) restringe-se ao contexto de uma cor de pele.
(B) limita-se a uma situação específica da vida.
(C) concentra-se no ambiente escolar.
(D) atinge diferentes etnias no mundo.
(E) exclui pessoas de diferentes classes sociais.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 41 e 42


Entre os números que contam a grandeza do Município de Cachoeiro do Itapemirim, há este, capaz de espantar o
leitor distraído: 25379 pios de aves, anualmente. Não, a Prefeitura não espalhou pela cidade e distritos equipes de
ouvidores municipais, encarregados de tomar nota cada vez que uma avezinha pia. Trata-se de pios feitos para
caçadores de pássaros. E quem os faz é uma família de caçadores de ouvido fino – os Coelho, cujas três gerações
moram na mesma e linda ilha, onde o rio se precipita naquele encachoeirado, ou cachoeiro, que deu o nome à
cidade.
Trata‐se de um artesanato sutil; não lhe basta a perícia técnica de delicados torneiros que faz desses pios
bem acabados pequenas obras de arte; exige uma sensibilidade que há de estar sempre aguçada. Direis que é
uma arte assassina; e, na verdade, incontáveis milhares de bichos do Brasil e da América do Sul já morreram por
acreditar, em algum momento de fome ou de amor, naqueles pios imaginados entre os murmúrios do rio
Itapemirim.
Dizem que os Coelho fazem até, em segredo, pios para caçar mulher. Famosa caçada é essa, em que não raro é o
caçador a presa da caça. Não sei. Ainda que eu seja Coelho pela parte de mãe, devo ser de outro ramo, visto que
nunca me deram um pio desses. Nem quero.

41. De acordo com o texto, é correto afirmar que o narrador


(A) conta as desventuras de uma família habituada a caçar pássaros e matar bichos brasileiros.
(B) discute os problemas decorrentes da falta de ação das autoridades para cercear a ação dos caçadores de
pássaros.
(C) opina favoravelmente à prática da caça de pássaros atraídos pela habilidade da família Coelho.
(D) apoia a ação de parte de sua família, que faz segredo do fato de criar pios para atrair e caçar mulher.
(E) comenta a arte de uma família, consistente em fazer instrumentos para imitar o piado dos pássaros, para atraí-
los.

42. O dado que leva o narrador a destacar a importância do município de Cachoeiro de Itapemirim é
(A) a existência de equipes de ouvidores da prefeitura que anotam os pios de aves.
(B) a quantidade de pios fabricados por ano pela família Coelho, que chega a milhares.
(C) a ilha em que moram os Coelho, bem à beira da cachoeira que dá nome à cidade.
(D) a sensibilidade dos que transformam os pios de aves em obras de arte.
(E) o registro dos inúmeros assassinatos cometidos no município pelos imitadores de pios.

A proteção da criança e do adolescente é reflexo do clamor mundial pela proteção de um grupo considerado de
peculiar vulnerabilidade.
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) atribui a obrigação de proteção não somente aos pais, mas
também à sociedade e às autoridades públicas.
O atual cenário nacional retrata uma infeliz realidade. Quando analisamos os atos infracionais mais praticados pela
população jovem do país, um delito que desponta dos outros é o tráfico de entorpecentes, que é responsável por
abreviar o futuro de milhares de jovens no Brasil, causando uma grande preocupação nas famílias.
A sociedade passa por uma constante mudança comportamental, e é preciso trazer o jovem para perto da família,
da escola, da religião, representando uma bagagem cultural que possibilite escolhas seguras que o afastem de um
mundo muitas vezes sem volta.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

43. Segundo o texto, o ECA caracteriza a responsabilidade pela proteção da criança e do adolescente como
(A) compartilhada.
(B) consensual.
(C) relativa.
(D) espontânea.
(E) informal.

44. Entre os problemas que afetam a população jovem, o autor destaca


(A) a falta de perspectivas futuras.
(B) a carência de formação escolar.
(C) o envolvimento com tráfico de drogas.
(D) a perda de referências familiares.
(E) o abandono de princípios religiosos.

TEXTO PARA A QUESTÃO 45


Um estudo recente com o mesmo título desta coluna, lançado pela Unesco e pela Fundação Carlos Chagas, traz
novas luzes sobre a profissão de professor no país.
Há boas notícias: uma maior diversidade entre os mestres e um número maior de inscritos em cursos de formação
inicial. Mas, por trás desses fatos alvissareiros, aparece um desafio.
Na verdade, o aumento nas inscrições não reflete maior prestígio da carreira, afinal só 2,9% dos jovens brasileiros
de 15 anos dizem desejar ser docentes da educação básica.
Na publicação, ressalta-se que 46% das matrículas se deram na modalidade de ensino a distância, o que é
claramente inadequado para uma profissão que exige intensa conexão com a prática.
Ora, as competências para esse trabalho dificilmente podem ser desenvolvidas em um curso a distância. Seria o
mesmo que esperar que um médico aprendesse a operar pacientes em cursos puramente teóricos e online.
Muitos dos cursos oferecidos o são por instituições privadas que não produzem pesquisas e contam com currículos
dissociados da realidade da escola. Além disso, a oferta de licenciaturas noturnas, com carga horária diminuta,
associada a um estágio tão curto quanto ritualístico, enfraquece a possibilidade de aprendizado efetivo.
Sabemos hoje que a qualidade do professor é o fator determinante para assegurar excelência com equidade, o que
pode ter impactos não só nos próprios alunos como na melhoria da produtividade, há tanto tempo estagnada, e na
diminuição da pobreza e da desigualdade social.
Assim, investir em atratividade da carreira, com salários competitivos e acesso mais seletivo à profissão, aprimorar
a formação que professores recebem no ensino superior, vinculando-a com a prática e associando-a aos achados
das pesquisas recentes, é não apenas urgente mas também o caminho para a construção de um país mais justo e
desenvolvido.

45. De acordo com o texto, o aumento de inscrições para os cursos de formação inicial de professores
(A) decorre da atratividade da carreira, que já conta com salários mais competitivos e formas de acesso mais
seletivas à profissão.
(B) reflete o maior prestígio que a carreira docente vem obtendo nos últimos anos, sendo desejada pela maioria
dos jovens brasileiros.
(C) revela uma situação preocupante, já que houve uma quantidade expressiva de matrículas na modalidade de
ensino a distância.
(D) ocorre graças à possibilidade de se desenvolverem no ambiente virtual competências antes restritas às aulas
presenciais.
(E) sugere que as instituições de ensino a distância têm mudado seu perfil, avançando na produção de pesquisas
para conhecer a escola.

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TEXTO PARA AS QUESTÕES 46 e 47


Pouco antes de eu completar quatro anos de idade, nasceu nossa irmã mais nova, para quem eu escolhera o nome
de Maria Bethânia, por causa de uma bela valsa do compositor pernambucano Capiba. Mas ninguém se sentia com
coragem de realmente pôr esse nome “tão pesado” num bebê. Como havia várias outras sugestões, meu pai
resolveu escrever todos os nomes em pedacinhos de papel que, depois de dobrados, ele jogou na copa de meu
pequeno chapéu de explorador e me deu para tirar na sorte. Saiu o da minha escolha. Meu pai então pôs um ar
resignado que era uma ordem para que todos também se resignassem e disse: “Pronto. Agora tem que ser Maria
Bethânia”. E saiu para registrar a recém-nascida com esse nome. Recentemente, ouvi de minhas irmãs mais velhas
uma versão que diz que meu pai escrevera Maria Bethânia em todos os papéis. Não é de todo improvável. E, de
fato, na expressão resignada de meu pai era visível – ainda hoje o é, na lembrança – um intrigante toque de humor.
Mas, embora me encha de orgulho o pensamento de que meu pai possa ter trapaceado para me agradar, eu sempre
preferi crer na autenticidade do sorteio: essa intervenção do acaso parece conferir mais realidade a tudo o que
veio a se passar desde então, pois ela faz crescerem ao mesmo tempo as magias (que nos dão a impressão de se
excluírem mutuamente) do presságio e da unicidade absolutamente gratuita de cada acontecimento.

46. Uma frase condizente com a mensagem do texto está em:


(A) O caráter ilibado do pai do autor o impede de cogitar fraude no sorteio.
(B) O fato de o pai trapacear para agradá-lo deixa o autor inconformado.
(C) As reservas ao nome Maria Bethânia deviam-se ao seu aspecto grave.
(D) As irmãs mais velhas confessaram que Maria Bethânia era o nome mais bem cotado.
(E) O autor lembra-se com nitidez da predileção do pai pelo nome Maria Bethânia.

47. A partir da leitura do último período do texto, pode-se concluir que, para o autor,
(A) o acaso não existe, na medida em que o presságio rege a vida.
(B) a intencionalidade humana comprova o caráter ilusório do acaso.
(C) a unicidade gratuita de cada acontecimento anula o acaso.
(D) a existência do acaso é incompatível com a realidade dos fatos.
(E) o presságio e a gratuidade não necessariamente se excluem.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 48 e 49


A maioria dos estudos científicos são financiados porque alguém acredita que eles podem ajudar a alcançar algum
objetivo político, econômico ou religioso. Considere o seguinte dilema: dois biólogos do mesmo departamento,
tendo as mesmas habilidades profissionais, candidataram- -se a uma bolsa de 1 milhão de dólares para financiar
seus projetos de pesquisa atuais. O professor Slughorn quer estudar uma doença que infecta os úberes de vacas,
causando uma redução de 10% em sua produção de leite. A professora Sprout quer estudar se as vacas sofrem
mentalmente quando são separadas dos bezerros. Presumindo que a quantidade de dinheiro é limitada e que é
impossível financiar ambos os projetos de pesquisa, qual dos dois deve ser financiado?
Não há uma resposta científica para essa pergunta. Há apenas respostas políticas, econômicas e religiosas. No
mundo de hoje, é óbvio que Slughorn tem maior chance de obter o dinheiro. Não porque as doenças do úbere sejam
cientificamente mais interessantes do que a mentalidade bovina, mas porque a indústria leiteira, que está em
posição de se beneficiar da pesquisa, tem mais influência política e econômica do que os defensores dos direitos
dos animais.

48. O autor sustenta a tese de que


(A) o esforço científico é beneficiado ao se orientar por metas políticas, econômicas ou religiosas.
(B) a ciência não estabelece os critérios para determinar quais pesquisas devem ser priorizadas.
(C) os projetos científicos são formulados a partir dos interesses pessoais dos pesquisadores.
(D) a política, a economia e a religião constituem partes estruturantes do pensamento científico.
(E) os cientistas estabelecem uma hierarquia entre seus projetos avaliando sua contribuição social.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

49. O autor apresenta o conteúdo do texto na seguinte ordem:


(A) dedução, justificativa, recomendação.
(B) argumento, contra-argumento, síntese.
(C) definição, explicação, relativização.
(D) afirmação, hipótese, conclusão.
(E) ilustração, contestação, alerta.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 50, 51 e 52


A internet mudou o mundo – e também o meu mundo. Os textos agora podem ter o tamanho que exigirem. E
descobrir o seu tamanho é parte do desafio de escrever. Há quem defenda que a internet foi feita para textos curtos
e notícias instantâneas. Só se fôssemos doidos de perder essa chance. Na internet cabem todos os formatos, mas,
para jornalistas e para leitores, talvez a maior conquista seja a ampliação da possibilidade de escrever – e de ler –
textos de profundidade, analíticos, que respeitam a complexidade dos temas. E, assim, ficar menos dependente da
disputa por espaço e por páginas, que, se é importante quando traduz um debate movido pela relevância, é também
uma afirmação de poder e de hegemonia de uma visão de mundo sobre outras.
O leitor não gosta de textos longos? Não é o que a audiência tem mostrado. E agora há como provar. Me parece que
na internet o leitor abandona o lugar de entidade quase metafísica, para encarnar em comentários,
compartilhamentos e cliques. Tornando-se, ele mesmo, também um escritor, na medida em que o texto continua a
ser escrito a partir de suas observações, no acréscimo de nuances e argumentos. A leitura evolui para um debate
– o que antes era vertical se horizontaliza. Acredito que uma parte significativa dos leitores não avalia ou decide
sua leitura pelo tamanho do texto, mas pelo tamanho do respeito pelo seu tempo e pela sua inteligência. Por aquilo
que o texto faz ecoar nele – mesmo quando o incomoda.

50. A autora revela a opinião de que


(A) o jornalismo se transformou radicalmente com a internet, pois cada leitor é hoje um escritor em potencial, e a
concorrência entre um número crescente de escritores garante textos mais concisos.
(B) os textos publicados na internet têm se tornado progressivamente mais longos em decorrência de uma
demanda por textos mais didáticos, tendo em vista o propósito moralizante das redes sociais.
(C) a falta de censura na internet amplia as possibilidades criativas dos escritores, embora, como consequência,
redunde em debates cada vez mais acalorados, com repercussões imprevistas.
(D) a internet é uma plataforma mais democrática que a mídia impressa, na medida em que esta pode favorecer
determinados posicionamentos ideológicos em detrimento de outros.
(E) os temas discutidos pelo jornalismo digital têm maior relevância que os abordados nas páginas do jornalismo
tradicional, de papel, na medida em que o público da internet é menos conservador.

51. Ao afirmar que “o que antes era vertical se horizontaliza” (2º parágrafo), a autora está defendendo que, na
internet,
(A) o texto alcança leitores menos experientes que os da mídia impressa.
(B) o leitor já não é apenas um mero receptor, mas um coautor do texto.
(C) os autores são impossibilitados de fazer conjecturas sobre a repercussão de seus textos.
(D) a qualidade da discussão é assegurada pela informalidade do debate.
(E) o debate pode perder o foco e resultar em discussões irrelevantes.

52. Na apresentação de seu ponto de vista, no


(A) 1º parágrafo, a autora expõe uma tese que não é sua para depois refutá-la.
(B) 2º parágrafo, a autora não chega a emitir juízo de valor, restringindo-se ao relato factual.
(C) 1º parágrafo, a autora prioriza o emprego de uma linguagem impessoal.
(D) 2º parágrafo, a autora faz uma pergunta retórica, para a qual não tem resposta.
(E) 2º parágrafo, a autora faz especulações pouco realistas acerca do futuro da internet.

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TEXTO PARA AS QUESTÕES 53 e 54


Depois de Bidu e Franjinha, o leque de personagens de Mauricio de Sousa cresceu, com Horácio, Piteco, Titi e
Jeremias. Em 1960, nascia o Cebolinha, inspirado em um galotinho da infância de Mauricio, em Mogi das Cruzes,
que também trocava as letras.
O primeiro problema? Seus personagens eram todos homens – à exceção de Maria Cebolinha, que era apenas um
bebê. Pegou mal. Um de seus colegas na Folha chegou a dizer: “Você parece misógino...”. Mauricio foi procurar no
dicionário o que a palavra significava. Não gostou do que leu.
E encontrou solução dentro de casa: Mônica, uma de suas filhas. Nos quadrinhos, a menina se tornaria a nêmesis
baixinha, gorducha e dentuça do Cebolinha. E ela chegou se impondo: “A Mônica é uma menina que, já naquela
época, nasceu empoderada. Nos anos 1960, as mulheres queriam alguém que as representasse, que comandasse e
reagisse. A Mônica virou a dona da rua a pedido dos próprios leitores.” É o que diz a própria... Mônica. A de carne
e osso. Mônica Spada e Sousa é, hoje, diretora executiva da Mauricio de Sousa Produções.
Com a Mônica, as tirinhas viraram gibi para valer. A primeira revista da baixinha surgiu em 1970. Com uma tiragem
de 200 mil exemplares, era o maior número de impressões para um personagem nacional.

53. As informações do texto mostram que a criação da Mônica


(A) aconteceu devido aos reiterados pedidos dos leitores de tirinhas, que nutriam admiração pelos personagens
masculinos de Mauricio de Sousa, mas achavam que o universo feminino precisava de espaço.
(B) decorreu da necessidade de um personagem feminino, pois, além de todos os outros serem homens, um colega
de trabalho de Mauricio de Sousa chegou a sugerir que ele teria aversão a mulheres.
(C) representou o ápice da produção de tirinhas de Mauricio de Sousa, quando ele pretendeu ampliar os negócios
e passou a produzir gibis, ainda em tiragem tímida para personagens de âmbito nacional.
(D) surgiu como uma oportunidade de Mauricio de Sousa homenagear a sua filha, criando uma personagem que, à
moda das mulheres da época, já nasceu empoderada e dando as ordens a todos que a rodeavam.
(E) foi fruto de uma advertência recebida por Mauricio de Sousa por um colega da Folha, que o acusou de machista
por não ter criado, até então, nenhum personagem que representasse o universo feminino.

54. Quando se diz que a personagem Mônica representava as mulheres dos anos 1960, é correto afirmar que elas
(A) estavam tomando consciência dos seus direitos de participação social.
(B) observavam o mundo de uma perspectiva restrita e pouco transformadora.
(C) passaram a viver de modo democrático, libertadas do jugo masculino.
(D) mostravam pouco interesse em sair em defesa de sua própria liberdade.
(E) queriam ganhar espaço social subjugando e eliminando direitos sociais.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 55 e 56


A força do movimento feminista é uma característica da década atual. As passeatas e manifestações em defesa das
mulheres e contra a violência sexual, o coro unido do “Não é não”, a dissonância política são demonstrações
inequívocas disso. De certa maneira, ecoam movimentos contestadores que surgiram desde 2008, como os
protestos do acampamento “Occupy Wall Street” nos Estados Unidos, as grandes manifestações na Índia contra o
estupro e as passeatas gigantescas na Argentina em defesa do direito ao aborto.
No campo intelectual, pesquisadoras mundo afora se debruçaram na busca por respostas a questões complexas:
que resultados as antigas feministas conseguiram e quão adequados eles foram para as necessidades das
mulheres? Que mudanças foram trazidas globalmente para alterar relações injustas de gênero? O poder masculino
na esfera pública ruiu na mesma velocidade que na esfera particular ou se transferiu de um polo para outro?
Não são poucos os estudos a apontar que os avanços na igualdade de gênero têm andado de mãos dadas com o
crescimento da desigualdade socioeconômica pelo mundo.
A britânica Susan Watkins, editora da revista New Left Review, publicou um longo ensaio em que analisa as
principais conquistas do feminismo global nos últimos 25 anos. Disse que, sem dúvida, o maior ganho foi um
notável avanço de conhecimento, com a expansão da coleta de dados, estudos de campo e análise comparativa.

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“A mudança social concreta atribuível à agenda feminista global, entretanto, tem sido menor e está em grande
parte concentrada no topo da pirâmide social. O mais significativo tem sido o aumento de mulheres jovens no
ensino superior, em parte devido à expansão dos sistemas universitários na China, no Oriente Médio e na América
Latina. No plano político, a proporção total de mulheres nos parlamentos nacionais aumentou de 12% em 1997
para 24% em 2017, com alguns dos maiores aumentos na América Latina (53% na Bolívia); a eficiência com que
essas gestões femininas representam os interesses das mulheres, uma vez eleitas, é outra questão”, analisou.

55. As informações do texto permitem afirmar que o movimento feminista


(A) ressignificou as relações de poder na década atual, considerando-se que a desigualdade socioeconômica pelo
mundo, contestada nas manifestações desde 2008, arrefeceu.
(B) marca a década atual, como se pode comprovar com as passeatas e as manifestações que repercutem pautas
de movimentos contestadores surgidos desde 2008.
(C) transformou a mulher na grande conquista da década atual, uma vez que a igualdade de gênero, exigência
desde manifestações de 2008, já é uma realidade.
(D) é típico do momento atual, em que se mostra pouco expressivo, pois se tornou independente em relação a
pautas conservadores surgidas desde 2008.
(E) revolucionou a década atual, considerando-se que as pautas feministas têm sido amplamente atendidas, fruto
das constantes manifestações desde 2008.

56. De acordo com o texto, um aspecto negativo em relação ao atendimento das pautas feministas é o fato de que
(A) as antigas feministas tratavam de temas obscuros, o que levava ao enfraquecimento dos protestos.
(B) as relações injustas de gênero mantiveram-se inalteradas ao longo dos tempos, apesar das manifestações.
(C) o poder feminino decorre do conhecimento, mas os resultados de sua aplicação geram incertezas.
(D) a mudança social está concentrada no topo da pirâmide social, portanto um escopo mais restrito.
(E) o poder masculino se desfez na esfera pública, mas sua força na esfera particular ainda é preocupante.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 57 e 58


A capacidade de apagar a própria conta do Facebook e a audácia de gabar-se disso não se devem a uma suposta
superioridade intelectual, mas a condições privilegiadas. Para milhões de pessoas fora da América do Norte e
Europa Ocidental, a realidade é outra: o Facebook é a internet. Quando se apaga a conta, é como se o indivíduo se
retirasse para as profundezas escuras da selva.
A maioria dos usuários ocidentais de redes sociais provavelmente não tem consciência da extensão com que o
Facebook permeia o cotidiano de outros países. Escrevo em Kiev, capital da Ucrânia, onde meu plano local de
telefonia celular inclui acesso gratuito ao Facebook, ao Facebook Messenger e às suas subsidiárias, WhatsApp e
Instagram, entre outros serviços.
Na Ucrânia, cada vez mais, a plataforma se torna a rede social para todos os fins. Enquanto americanos usam o e-
mail para sua correspondência profissional e o LinkedIn para contatos profissionais, os ucranianos se valem do
Facebook também para essas finalidades, incluindo todas as suas credenciais e filiações profissionais em seu perfil.
A situação na Ucrânia é algo que provavelmente é familiar aos brasileiros, onde as operadoras de celular também
oferecem acesso gratuito às plataformas de rede social. Informa-me por e-mail minha colega Anna Prusa, do Brazil
Institute do Wilson Center, que, assim como ocorre na Ucrânia, “Facebook e WhatsApp são fundamentais no que
se refere à comunicação entre os brasileiros, desde grupos de família até comunicações profissionais.”
Com o acesso ao celular tornando-se onipresente, mais pessoas hoje fazem uso quase exclusivamente de serviços
baseados na internet. Mais de 83% dos brasileiros fizeram uma chamada de vídeo ou voz no ano passado por meio
de algum aplicativo da internet.

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57. Segundo o texto, é correto afirmar que


(A) Ucrânia e Brasil têm em comum o fato de que a maioria de seus cidadãos já utilizou o recurso de chamada de
vídeo pela internet.
(B) há uma preocupação das operadoras de telefonia, gerada pelo aumento das chamadas de vídeo ou voz, o que
afeta o lucro das operadoras com chamadas convencionais.
(C) a autora do texto ironicamente se comunica por e-mail com uma colega, o que prova que a comunicação na
Ucrânia também pode ser feita fora das redes sociais.
(D) americanos não concentram tanto sua forma de se comunicar no Facebook, devido a uma situação mais
favorecida no que diz respeito ao acesso à internet.
(E) apagar o Facebook é um ato que não necessariamente prejudica as relações interpessoais de quem vive fora
da América do Norte, mas isso, de fato, é um problema em outros lugares.

58. Por meio da leitura do texto, pode-se afirmar corretamente que há uma relação estabelecida entre
(A) o celular e a maneira como lidamos com outras culturas que não são parecidas com a nossa.
(B) a dependência do Facebook e o oferecimento de acesso gratuito a essa rede social.
(C) uma maior aceitação dos americanos ao Facebook e o acesso gratuito a essa rede social.
(D) o uso do celular e o aumento da adoção do e-mail como um meio de comunicação.
(E) o baixo uso da rede social LinkedIn e o alto uso do WhatsApp para comunicação profissional.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 59 e 60


Para além do hábito, as redes sociais se transformaram em paixão. Toda paixão nos torna cegos, incapazes de ver
o que nos cerca com bom senso, para não dizer lógica e racionalidade. Nesse momento de nossa experiência com
as redes sociais, convém prestar atenção no seu caráter antissocial e psicopatológico. Ele é cada vez mais evidente.
O que estava escondido, aquilo que ficava oculto nas microrrelações, no âmbito das casas e das famílias, digamos
que a neurose particular de cada um, tornou-se público. O termo neurose tem um caráter genérico e serve para
apontar algum sofrimento psíquico. Há níveis de sofrimento e suportabilidade por parte das pessoas. Buscar apoio
psicológico para amenizar neuroses faz parte do histórico de todas as linhagens da medicina ao longo do tempo.
Ela encontra nas redes sociais o seu lugar, pois toda neurose é um distúrbio que envolve algum aspecto relacional.
As nossas neuroses têm, inevitavelmente, relação com o que somos em relação a outros. Assim como é o outro que
nos perturba na neurose, é também ele que pode nos curar. Contudo, há muita neurose não tratada e ela também
procura seu lugar.
A rede social poderia ter se tornado um lugar terapêutico para acolher as neuroses? Nesse sentido, poderia ser um
lugar de apoio, um lugar que trouxesse alento e desenvolvimento emocional? Nas redes sociais, trata-se de
convívios em grupo. Poderíamos pensar nelas no sentido potencial de terapias de grupo que fizessem bem a quem
delas participa; no entanto, as redes sociais parecem mais favorecer uma espécie de “enlouquecimento coletivo”.
Nesse sentido, o caráter antissocial das redes precisa ser analisado.

59. De acordo com o texto, a experiência vivida com as redes sociais permite que
(A) as muitas linhagens da medicina encontrem nelas uma forma de amenizar os conflitos humanos familiares.
(B) as pessoas as usem com cautela, uma vez que é de conhecimento geral o mal que elas podem causar.
(C) as contradições de personalidade humana se evidenciem, já que não existe forma de tratar as neuroses.
(D) as neuroses sejam tratadas cada vez mais de forma eficiente no meio digital, graças ao aspecto relacional.
(E) as neuroses nelas se instalem, manifestando o que ficava escondido no âmbito das relações em geral.

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60. No contexto em que estão empregados nas passagens “Toda paixão nos torna cegos...” (1º parágrafo), “A busca
por apoio psicológico para amenizar neuroses...” (2º parágrafo), “... que envolve algum aspecto relacional.” (2º
parágrafo) e “... que trouxesse alento e desenvolvimento emocional?” (3º parágrafo), os termos destacados
significam, respectivamente:
(A) sem consciência; extinguir; de oposição; esperança.
(B) sem visão; mitigar; de aproximação; mudança.
(C) sem clareza; potencializar; de ligação; conforto.
(D) sem discernimento; abrandar; de interação; ânimo.
(E) sem controle; acirrar; de sobreposição; prostração.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 61 a 63


Durante quase dois milhões de anos, os seres humanos evoluíram em sincronia com o meio ambiente. Mas há 250
anos chegou a Revolução Industrial e mudou tudo. Embora a inovação e a tecnologia trazidas pelo fenômeno
tenham gerado muitos benefícios para a humanidade, nossos corpos tiveram de pagar um alto custo físico nesse
processo. Os trabalhos que fazíamos, que antes envolviam tarefas manuais, realizadas ao ar livre, passaram a ser
feitos a portas fechadas e a exigir que passássemos a maior parte do dia sentados e parados, fosse em uma fábrica,
em um escritório ou dirigindo um veículo, por exemplo. Isso teve um impacto enorme sobre nossos corpos, e um
dos primeiros afetados foram nossos pés.
Hoje, nossos pés são mais fracos, maiores e mais planos do que os de nossos antepassados. E isso é uma má notícia
para a saúde do corpo inteiro. A perda de eficiência dos nossos pés se reflete em um fato surpreendente: quase
80% das pessoas que praticam corridas sofrem algum tipo de lesão todos os anos. Hannah Rice, da Universidade
de Exeter, deu como exemplo o corredor “clássico”, que pratica o esporte três ou quatro vezes por semana e passa
o restante do tempo sentado no escritório ou no sofá da casa, para explicar que o que realmente nos machuca não
é correr, mas o que fazemos quando não estamos correndo.
Foi a partir dos anos 70, quando correr virou moda, que a dimensão real do estado de nossos pés começou a se
revelar. A loucura por corridas acrescentou um novo problema: a moda de usar tênis no dia a dia. Talvez você ache
que isso deveria ser uma boa notícia, já que muitos desses calçados são anunciados pelos supostos benefícios que
oferecem aos pés. No entanto, desde que começamos nosso caso de amor com os tênis, a incidência de pés chatos
tem aumentado em muitas partes do mundo, especialmente no Ocidente.
Uma das coisas mais simples (e baratas) que podemos fazer para melhorar a saúde dos nossos pés é caminhar.
Idealmente, descalços. Vybarr Cregan-Reid, da Universidade de Kent, acredita que devemos “redescobrir nossos
pés para aprender a usá-los novamente”. Pequenos hábitos como tirar os sapatos dentro de casa e tentar se mover
mais podem ajudar.

61. O texto aborda o seguinte assunto:


(A) a relação da saúde dos pés com o combate a diversas doenças.
(B) o impacto da Revolução Industrial sobre a evolução dos nossos pés.
(C) os riscos do uso de tênis para pessoas que nascem com pés chatos.
(D) a otimização do tempo de corredores a partir do cuidado com os pés.
(E) as consequências da incidência de pés chatos especialmente no Ocidente.

62. No texto, expõem-se os seguintes causadores de problemas para nossos pés:


(A) os pés chatos e as lesões em corridas.
(B) os ambientes fechados e as corridas.
(C) as tarefas ao ar livre e os veículos.
(D) o sedentarismo e os tênis.
(E) a tecnologia e o atletismo.

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63. Assinale a alternativa em que a primeira expressão é retomada pela segunda na sequência do 1º parágrafo.
(A) seres humanos … meio ambiente
(B) benefícios … alto custo
(C) Revolução Industrial … fenômeno
(D) fábrica … escritório
(E) corpos … pés

TEXTO PARA AS QUESTÕES 64 e 65


Houve um tempo em que o jornalismo investigativo vivia de entrevistas confidenciais que pessoas bem informadas
sobre algum assunto de interesse davam a repórteres em que confiavam, em troca de não terem sua identidade
revelada.
Eram tempos em que uma caneta, um bloquinho e uma agenda de telefones privilegiada constituíam todo o básico
de investigação de qualquer jornalista. Um profissional sério desprezava até os gravadores de fita cassete, que, em
geral, intimidavam os entrevistados. A palavra gravada precisava ser cuidadosamente medida e calculada. Em off,
a conversa corria mais solta. Assim nasciam os grandes furos.
Por óbvio, naquele tempo já havia pequenos aparelhos desenvolvidos pelas agências de espionagem internacionais
que permitiam instalar dispositivos de gravação e filmagem disfarçados de abajures, canetas, óculos e até botões
de roupa. Nada disso, porém, era de fácil acesso às pessoas comuns – o que só mudaria com o advento dos
smartphones, a partir do final da década de 1990.
A cumplicidade entre internet e dispositivos móveis de captação de som, imagem e informação, com a
possibilidade de retransmissão instantânea do material captado, alterou de vez a relação entre o homem moderno
e seu ambiente social. Começava, nesse momento, a grande derrocada da privacidade como a conhecemos um dia.
A primeira rede social via internet nos moldes atuais, a Classmates, surgiu em 1995, nos Estados Unidos e Canadá.
Era voltada para a troca de informações entre estudantes universitários. Desde então, as redes se multiplicaram e
acabaram por se transformar nos principais polos de disseminação de informação do planeta. A maior rede
disponível hoje, o Facebook, foi criada em 2004 por estudantes de Harvard e reúne mais de 2,2 bilhões de usuários,
entre pessoas reais, perfis falsos e robôs.
Por meio das redes, a indústria e o comércio sabem o que mais consumimos, presidentes são eleitos e derrubados,
e os pecados que gostaríamos de ver escondidos são tornados públicos.
O onipresente olho nos acompanha a cada passo que damos, reconhecendo-nos quando circulamos,
pretensamente anônimos, em meio às multidões dos blocos carnavalescos.

64. Segundo o texto, é correto afirmar que


(A) a combinação de diferentes tecnologias possibilitou que o jornalismo investigativo mudasse a sua dinâmica de
atuação e a forma como os “furos” são conseguidos.
(B) pequenos dispositivos disfarçados, como itens de casa ou de vestimenta, e agendas eletrônicas possibilitavam
a poucas pessoas uma investigação discreta e eficaz.
(C) há um monitoramento constante dos cidadãos quando estes estão em festas nacionais, visando a uma maior
segurança dos que participam dessas comemorações.
(D) entrevistas gravadas são mais difíceis de serem feitas, não só por exigirem um aparato eletrônico, mas também
porque a linguagem empregada pode ser mais coloquial.
(E) o problema dos perfis falsos e robôs nas redes sociais é grave, por interferirem no poder de decisão das pessoas
e por roubarem informações de ordem privada.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

65. A autora do texto afirma que


(A) estudantes universitários são responsáveis pelos grandes escândalos que estampam as páginas dos jornais, já
que são os criadores das redes sociais.
(B) o fim do século XIX e o começo do século XX representam o momento de maior efervescência na discussão dos
limites da privacidade.
(C) as redes sociais concebidas na América do Norte tornaram possível a qualquer cidadão invadir a privacidade
alheia e manipular dados inverídicos, fazendo-os parecer verdadeiros.
(D) o material que se encontra escrito nas redes sociais tem menor poder do que a palavra gravada, devido à maior
credibilidade do que é registrado em áudio e/ou vídeo.
(E) os smartphones são os responsáveis pelo declínio da privacidade, já que podem enviar para a internet
conteúdos que foram capturados pelo próprio aparelho.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 66 e 67


1902 – Subitamente – nenhuma doença antes, nenhuma febre, nenhum golpe na cabeça, nenhum desgosto – o
menino Jorge Henrique Kuntz, de treze anos, residente no bairro da Floresta, em Porto Alegre, entra em coma. Ao
menos este é o diagnóstico que formula o Doutor Schultz, médico da família, perplexo diante do estranho caso
desse rapazinho que, nunca tendo tido uma doença grave, deitou-se e não mais acordou, apesar dos gritos, das
súplicas, das cautelosas picadas de alfinete. É coma, diz o médico, e a família recusa-se a acreditar: o rosto
rubicundo, o leve sorriso, a respiração tranquila – isto é coma? Isto é coma, doutor? – pergunta indignado Ignacio
José Kuntz, marceneiro e faz-tudo, pai do menino. A mãe, Augusta Joaquina Kuntz, não pergunta nada, não diz nada;
chora, abraçada aos outros filhos: as gêmeas, Suzana e Marlene, dois anos mais velhas que Jorge Henrique; e
Ernesto Carlos, o caçula. O médico, confuso, apanha a maleta e se retira.
1938 – Morre o Doutor Schultz. Encontram entre seus papéis um caderno contendo uma descrição detalhada do
caso de Jorge Henrique. As inúmeras interrogações dão prova da angústia do velho médico: até o fim, pesquisou,
sem êxito, um diagnóstico.
1944 – Augusta Joaquina completa setenta e cinco anos. As vizinhas querem homenageá-la com uma festa, que ela
recusa: não vê motivos para celebrações. Prefere ficar só, com seu filho. É que vê a morte se aproximar.
Vê a morte se aproximar e nada pode fazer. Mas não se preocupa: há meses vê, junto à cama de Jorge Henrique,
um vulto de contornos indistintos, envolto numa aura de suave esplendor. É a este ser, ao anjo da guarda, que
confiará o seu filho quando enfim partir.
Uma madrugada acorda sufocada, estertorando; é, reconhece, o velho coração que fraqueja. Soergue-se no catre,
volta os olhos arregalados para o filho.
– Filho!
Não consegue levantar-se. Pega os cabelos dele com as mãos, trêmulas, leva-os ao rosto. Filho, murmura, vou para
o céu, vou pedir por ti...
Morre.
Não fosse isto – a morte – teria visto Jorge Henrique abrir os olhos, sorrir, espreguiçar-se, dizer numa vozinha fraca
de nenê: ai, gente, dormi um bocado.

66. O fato gerador da narrativa inicial evidencia que


(A) Jorge Henrique gozava de plena saúde quando caiu, de uma hora para outra, em um coma que foi
exaustivamente investigado pelo Doutor Schultz durante a vida do profissional.
(B) a família Kuntz chamou o Doutor Schultz porque havia fortes indícios de que Jorge Henrique entraria em coma,
e a mãe estava profundamente preocupada com a saúde dos demais filhos.
(C) o diagnóstico do Doutor Schultz foi dado com muita tranquilidade, uma vez que o profissional pudera avaliar
o menino para além dos sinais mais evidentes, buscando as causas ocultas.
(D) a família contestou o diagnóstico do Doutor Schultz, que saiu da casa do paciente bastante confuso com o que
acontecera, sem, porém, estar disposto a iniciar uma análise melhor do caso.
(E) o diagnóstico do médico foi um expediente para acalmar a situação da família que, exasperada, gritava e
suplicava ao profissional uma forma de prontamente restabelecer Jorge Henrique.

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67. O desfecho da narrativa apresenta-se com um viés


(A) romântico, a partir das visões de um vulto descritas por Augusta Joaquina.
(B) cômico, com Augusta Joaquina lançando-se ao filho no último instante de vida.
(C) alegre, resultante da festa que as vizinhas fizeram para homenagear Augusta Joaquina.
(D) melancólico, pois o filho acorda sem dar a mínima atenção a Augusta Joaquina.
(E) tragicômico, com a morte de Augusta Joaquina e a forma como Jorge Henrique saiu do coma.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 68 e 69


Os bons resultados que estão sendo obtidos por programa de parceria entre hospitais privados de ponta e
hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) para reduzir a infecção hospitalar nestes últimos, como mostra
reportagem do Estado, são um exemplo de que é possível melhorar o atendimento na rede pública com medidas
simples e de custo relativamente baixo.
Em um ano, o treinamento que profissionais de 119 unidades da rede pública de 25 Estados recebem em cinco
hospitais privados de ponta já levou a uma redução de 23% das ocorrências de infecção hospitalar em Unidades
de Terapia Intensiva (UTIs) de três tipos principais: na corrente sanguínea, no trato urinário e na pneumonia
associada à ventilação mecânica. Participam do treinamento não apenas médicos e enfermeiros, mas também – e
este é um ponto importante – integrantes das diretorias dos hospitais para facilitar a adoção dos procedimentos
como rotina.
Os bons resultados do programa, observados em todas as regiões, levaram o Ministério da Saúde a fixar a meta
ambiciosa de redução de 50% da infecção hospitalar na rede do SUS até 2020. Isso significará salvar 8500 vidas
de pacientes de UTI. O programa também permitirá, segundo estimativa do Ministério, reduzir R$ 1,2 bilhão nos
gastos com internação.
Tudo isso sem fazer reformas e obras na rede pública, apenas redesenhando “o processo assistencial com os
recursos disponíveis”, como diz a coordenadora-geral da iniciativa, Cláudia Garcia, do Hospital Albert Einstein.
Além de fazer muito com poucos recursos, o alvo do programa foi bem escolhido, porque as infecções hospitalares
estão entre as principais causas de mortes em serviços de saúde do mundo inteiro, segundo a Organização Mundial
da Saúde.
É preciso ter em mente, porém, que não se pode esperar demais de iniciativas desse tipo. Elas são importantes em
qualquer circunstância – porque o bom emprego do dinheiro público, para dele sempre tirar o máximo, deve ser
uma regra –, mas têm alcance limitado. Constituem um avanço, não mais do que isso.

68. As informações do texto reforçam a ideia de que


(A) a aplicação de recursos em reformas e obras na rede pública potencializa ações como o programa de parceria
entre hospitais privados de ponta e hospitais do Sistema Único de Saúde.
(B) a falta de recursos por que passa o Sistema Único de Saúde dispensa ações mais ousadas na área, como a
transferência para os hospitais privados de algumas atribuições médicas.
(C) a ideia corrente de que tudo na área da saúde é dispendioso pode ser contestada com o programa de parceria
entre hospitais privados de ponta e hospitais do Sistema Único de Saúde.
(D) o programa de parceria entre hospitais privados de ponta e hospitais do Sistema Único de Saúde é relevante
no contexto da saúde no Brasil, mas o governo não deve deixar de tomar providências na área.
(E) o Sistema Único de Saúde, devido à crise econômica, vem, paulatinamente, transferindo para as instituições
privadas a gestão do atendimento à população geral.

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69. Analisando-se os numerais empregados no texto, conclui-se que eles


(A) constituem dados relevantes e fundamentam a argumentação favorável à iniciativa de parceria entre os
sistemas de saúde.
(B) são pouco expressivos na argumentação apresentada, considerando-se que não sinalizam para resultados
auspiciosos.
(C) orientam a argumentação para a ideia de se gastar menos com a saúde, devendo-se usar o dinheiro de forma
menos criteriosa.
(D) contrariam a ideia de que o país passa para uma crise econômica, já que se gasta muito em uma parceria entre
os sistemas de saúde.
(E) sinalizam informações da iniciativa sem, contudo, agregar elementos que mostrem se haverá uma redução de
custo que a justifique.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 70 a 72


Dieta salvadora
O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não
consegue dar um destino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas com
seus próprios dejetos. Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás e até carcaças de
automóveis. Tudo que perde o uso é atirado num curso d’água, subterrâneo ou a céu aberto, que se encaminha
inevitavelmente para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se formam, da Guanabara ao Pacífico.
De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itália, China e dos Emirados Árabes descobriram em duas
ilhas gregas um micróbio marinho que se alimenta do carbono contido no plástico jogado ao mar. Parece que,
depois de algum tempo ao sol e atacado pelo sal, o plástico, seja mole, como o das sacolas, ou duro, como o das
embalagens, fica quebradiço – no ponto para que os micróbios, de guardanapo ao pescoço, o decomponham e
façam a festa. Os cientistas estão agora criando réplicas desses micróbios, para que eles ajudem os micróbios
nativos a devorar o lixo. Haja estômago.
Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco Karel Čapek, um explorador descobre na costa de
Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em colher pérolas e construir diques submarinos. Em troca das
pérolas que as salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para se defenderem dos tubarões. O resto, você
adivinhou: as salamandras se reproduzem, tornam-se milhões, ocupam os litorais, aprendem a falar e inundam os
continentes. Passam a ser bilhões e tomam o mundo.
Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem se tornar as salamandras de Čapek. É que, no livro, as
salamandras aprendem a gerir o mundo melhor do que nós.
Com os micróbios no comando, nossos mares, pelo menos, estarão a salvo.

70. A frase do final do segundo parágrafo – Haja estômago. – indica que


(A) os micróbios marinhos descobertos têm uma aparência desagradável.
(B) o processo de decomposição dos plásticos produz um cheiro insuportável.
(C) os micróbios marinhos têm uma grande capacidade de devorar plásticos.
(D) é grande a quantidade de lixo descartado inadequadamente nas águas.
(E) é insignificante a quantidade de plástico que cada micróbio decompõe.

71. De acordo com o texto, um grupo de cientistas de diferentes países


(A) descobriu que uma espécie de micróbios marinhos está sendo dizimada pelo carbono dos plásticos lançados
ao mar.
(B) vê com muita preocupação o rápido aumento da população dos micróbios recentemente descobertos em ilhas
gregas.
(C) está criando espécies similares à dos micróbios descobertos para aumentar a capacidade de decomposição do
plástico nas águas.
(D) está investigando se os micróbios recém-descobertos representam algum perigo para a saúde da população
das ilhas gregas.
(E) vem tentando reproduzir, em outros locais, as condições encontradas apenas nas ilhas gregas, ideais para
reprodução dos micróbios.

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72. Conforme o texto,


(A) uma possível solução para o problema do descarte inadequado do lixo seria a proibição do uso de garrafas
plásticas.
(B) a poluição de rios e mares teria como principal causa a baixa durabilidade de objetos como computadores e
automóveis.
(C) países como a China e os Emirados Árabes estão conseguindo reverter o quadro de poluição de suas águas com
relativo sucesso.
(D) uma espécie desconhecida de micróbio marinho encontrada em ilhas gregas surge como resultado da
decomposição de objetos plásticos.
(E) cientistas acreditam ter encontrado em uma espécie de micróbio marinho uma possível solução para o lixo
acumulado nas águas.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 73 a 75


Os millennials – pessoas que têm, hoje, entre 18 e 35 anos –, também conhecidos por Geração Y, têm impactado a
forma de a sociedade consumir. Esse grupo, cuja maioria trabalha ou estuda, além de ser engajada em causas
sociais e ambientais, segundo levantamento da startup de pesquisas MindMiners, deve atingir seu auge em 2020.
Os objetos de desejo desses indivíduos variam de acordo com a classe social. Segundo a socióloga e pesquisadora
da Antenna Consultoria e Pesquisa, Marilene Pottes, enquanto as mais baixas priorizam bens duráveis e conforto,
as mais altas – que contam com maior suporte financeiro dos pais – valorizam vivências.
Embora os especialistas concordem que esse público é exigente e autêntico, há divergências sobre o recorte exato
das idades. Uma pesquisa do Statista, portal alemão líder de estatísticas internacionais na internet, por exemplo,
considera consumidores que eram adolescentes na virada do milênio. Já a empresa de pesquisas Kantar
Worldpanel abrange pessoas nascidas de 1979 a 1996. Outro contorno engloba nascidos no início dos anos 80 até
meados de 90: nesse caso, teriam recebido a denominação de millennials por atingirem idade de discernimento a
partir dos anos 2000, ou se tornarem consumidores na época. Esses jovens se reconhecem como trabalhadores e
ambiciosos. Apesar disso, uma grande parte ainda mora com os pais ou outros parentes, dependendo
financeiramente da família.
– É uma geração que pôde estudar mais e ingressar no mercado de trabalho mais tarde. Alguns os consideram
mimados, mas, na verdade, eles apenas não querem aceitar qualquer tipo de trabalho – explica a gerente de
marketing da MindMiners, Danielle Almeida.
A Bridge Research também fez um estudo sobre os hábitos desses jovens adultos:
– Essas pessoas são multitarefas, conseguem trabalhar olhando para o celular, por exemplo. Também são menos
leais a marcas do que pessoas de outras idades – destaca Renato Trindade, diretor da empresa de pesquisa. Para
o professor da FGV, Roberto Kanter, a principal razão de agradar à geração Y é seu inédito poder de influência:
– Devido às mídias sociais, os consumidores, e não mais os meios de comunicação, têm sido a principal fonte de
informação sobre produtos e serviços.

73. É correto afirmar que o texto faz referência aos millennials, enfocando características dessa geração, tais como:
(A) aspirações, hábitos de consumo e dispersão no desempenho de atividades profissionais.
(B) condição socioeconômica privilegiada, discernimento precoce e independência financeira.
(C) poder de influenciar o consumo, adesão a causas sociais e capacidade de se dedicar a múltiplas atividades.
(D) experiência de vida, padronização da faixa etária do grupo e adiamento dos estudos.
(E) desapego a marcas, predileção por acúmulo de bens e ingresso precoce no mercado de trabalho.

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74. Entre os recursos que dão sustentação às informações fornecidas ao leitor está
(A) o depoimento de indivíduos do grupo denominado millennials, respondentes de pesquisas realizadas ao longo
dos últimos anos por institutos de pesquisa.
(B) a menção a fontes fidedignas, representadas por depoimentos de especialistas e corporações dedicadas a
levantamento e análise de dados.
(C) o levantamento atualizado e criterioso do jornal acerca das condições que garantem às famílias dos millennials
mantê-los enquanto estudam e trabalham.
(D) a preocupação do jornal em fornecer dados que interessam ao público jovem brasileiro, servindo como
referência para que este direcione suas escolhas futuras.
(E) o tom afirmativo das informações, com o emprego de expressões categóricas que permitam ao leitor constatar
a confiabilidade do meio de comunicação.

75. Segundo o comentário da gerente de marketing da MindMiners, no 4o parágrafo, a geração dos millennials
(A) retardou seu ingresso no mercado, justificando o juízo depreciativo em relação ao tratamento protetivo que
recebe.
(B) não aceita trabalho nenhum, porque sua dedicação aos estudos não justifica desempenhar qualquer tarefa.
(C) acaba por ser afastada do trabalho em razão dos sucessivos adiamentos impostos por familiares.
(D) entende que o mercado de trabalho não tem condições de reconhecer o tempo que ela despendeu com os
estudos.
(E) dedicou mais tempo à própria formação, sendo, assim, seletiva quanto ao tipo de trabalho que aceita
desempenhar.

O time de futebol paraense Paysandu anunciou a criação do projeto Alegria do Povo, o qual, em parceria com o
curso de serviço social da Universidade da Amazônia (Unama), selecionou torcedores para um programa de
concessão de entradas gratuitas em jogos do clube.
Do outro lado, o também paraense Remo não ficou atrás. Em dezembro de 2018, a agremiação azulina reformulou
seu plano de sócio-torcedor e incluiu a categoria Ouro Social, destinada a beneficiários de programas sociais como
o Bolsa- -Família. Em apenas um mês, as 600 vagas da modalidade foram esgotadas. Nela, os torcedores pagam
mensalidade de 30 reais e têm acesso garantido a todos os jogos. “Fizemos questão de não colocar nenhuma
distinção na carteirinha de sócio”, conta o presidente Fábio Bentes. “Para cumprir nosso papel social é
fundamental mostrar que todo torcedor tem importância.”
Na contramão dos clubes do eixo Sul-Sudeste, o preço do ingresso praticado pela dupla “Repa”, como é conhecido
o clássico paraense, ainda se encaixa no orçamento de boa parcela de seus torcedores. Enquanto o Corinthians,
terceira bilheteria mais cara do país, cobra em média 50 reais na Arena, Remo e Paysandu se mantêm estáveis na
casa dos 20 reais.
“Quando jogamos contra times de outros estados, nosso trunfo é o apoio maciço do torcedor”, afirma Bentes.
“Vamos provar que aproximá-lo do clube, não importa de onde venha, vale a pena.”

76. Segundo informações do texto,


(A) dois clubes de futebol paraenses iniciaram uma campanha para tornar os ingressos gratuitos para todas as
partidas de futebol no estado.
(B) os times de futebol do Pará se espelharam na redução de preços verificada em outras partes do país.
(C) os times Paysandu e Remo, do Pará, estão em declarada competição de preços dos ingressos com times de
outros estados.
(D) a redução de preços dos ingressos praticada por dois clubes paraenses visa a tornar os times mais competitivos
com a presença do torcedor nos jogos.
(E) as iniciativas de redução do valor do ingresso estão relacionadas a políticas de inclusão social, como o
programa governamental Bolsa-Família.

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Um estudo publicado em junho de 2018 analisa as transformações ocorridas em Hong Kong ao longo de duas
décadas, dos anos 1980 aos 2000, com foco em como a mudança de status das mulheres na sociedade e de atitude
delas em relação ao casamento impactou o mercado imobiliário da cidade.
Descobriu-se que as mulheres solteiras tiveram um papel “surpreendente e pouco estudado” na gentrificação de
Hong Kong.
O termo vem do inglês “gentrification”, cunhado nos anos 1960 pela socióloga Ruth Glass para descrever mudanças
no perfil de bairros da Zona Norte de Londres e se refere a um processo no qual investimentos que promovem a
renovação de um bairro ou região atraem frequentadores e moradores de classes mais altas e provocam a saída
de seus habitantes originais, de uma faixa de renda mais baixa.
Ainda que as mulheres tenham tido papel de agente nesse processo, o estudo ressalta que elas são as principais
vítimas da gentrificação, “em decorrência da feminização da pobreza, fenômeno global e onipresente”.
O conceito de feminização da pobreza corresponde ao aumento absoluto ou relativo da pobreza entre mulheres
ou entre famílias chefiadas por mulheres.
77. De acordo com o texto,
(A) as mulheres são responsáveis por mudanças importantes em Hong Kong ao garantirem maior igualdade de
gênero entre os habitantes de certos bairros da cidade.
(B) um estudo comparou a população feminina em Hong Kong em dois períodos distintos de vinte anos cada: de
1980 a 2000 e de 2001 a 2018.
(C) houve em Hong Kong um processo de alteração socioeconômica importante protagonizado por mulheres e que
afetou o setor imobiliário.
(D) considerou-se que em um dado estudo como o enriquecimento ou o empobrecimento das mulheres foi
determinado pelo fato de serem mães solteiras.
(E) alguns bairros da Zona Norte de Londres serviram de referência para se determinar a densidade populacional
incomum de mulheres em bairros de Hong Kong.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 78 e 79


Humanoide perde a vez entre robôs
Discretamente, o Google está reformulando seu ambicioso programa de robótica. Lançado em 2013, o projeto
incluía duas equipes especializadas em máquinas que pareciam e se moviam como seres humanos. No entanto,
pouco sobrou desse projeto. A proposta agora é de usar robôs mais simples, que possam aprender por si mesmos
certas habilidades.
“O New York Times” foi o primeiro jornal a conhecer parte da tecnologia na qual a companhia vem trabalhando.
Embora as máquinas não sejam tão atraentes visualmente quanto os robôs humanoides, os pesquisadores
acreditam que a tecnologia sutilmente mais avançada no interior delas tem mais potencial no mundo real. Os robôs
aprendem sozinhos habilidades como organizar um conjunto de objetos não familiares ou locomover-se no meio
de obstáculos inesperados.
Muitos acreditam que o aprendizado de máquinas – e não a criação de novos equipamentos extravagantes – será
a chave para o desenvolvimento da robótica voltada para manufatura, automação de depósitos de materiais,
transporte e outras atividades.
Numa tarde no novo laboratório, um braço robótico pairava sobre uma lata cheia de bolas de pingue-pongue, cubos
de madeira, bananas de plástico e outros objetos escolhidos ao acaso. Em meio a essa confusão, o braço robótico
pegou com dois dedos uma banana de plástico e, com um suave movimento de punho, jogou-a numa lata menor
que estava a vários centímetros de distância. Foi um feito admirável. Na primeira vez que viu os objetos, o braço
não sabia como pegar uma única peça. Porém, equipado com uma câmera que “olhava” dentro da lata, o sistema
aprendeu depois de 14 horas de tentativa e erro.
O braço mais tarde aprendeu a jogar itens nas latas certas, com 85% de acerto. Quando os pesquisadores tentaram
executar a mesma tarefa, a média foi de 80%. Parece uma tarefa muito simples, todavia criar um código de
computador para dizer a uma máquina como fazer isso é algo extremamente difícil.
O braço que joga objetos numa lata não é uma máquina desenhada pelos pesquisadores. Fabricado pela Universal
Robots, ele é comumente usado em manufatura e outras atividades. O que o Google está fazendo é treiná-lo para
que faça coisas que, de outro modo, ele não faria. “O aprendizado está nos ajudando a superar o desafio de construir
robôs de baixo custo”, diz Vikash Kumar, supervisor do projeto.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

78. De acordo com o texto, o programa de robótica citado


(A) pretende criar robôs humanoides que sejam de baixo custo e visualmente chamativos a fim de atrair os
consumidores.
(B) investe maciçamente em especialistas cuja única função é desenhar novas máquinas, como o braço que pega
os objetos.
(C) está trabalhando códigos de computador para que os robôs adquiram por si mesmos certas habilidades.
(D) tem divulgado enfaticamente, por meio de diversos veículos de comunicação, os resultados obtidos nos
laboratórios.
(E) vê com sucesso o braço que aprendeu a jogar objetos em uma lata, embora ele ainda não tenha superado os
humanos nessa tarefa.

79. A respeito do texto, é correto afirmar que o autor


(A) confronta diferentes pontos de vista de especialistas que atuam na área de robótica.
(B) emprega linguagem figurada para ressaltar sua admiração pelo mundo dos robôs.
(C) descreve, com ceticismo, os experimentos com os robôs não humanoides.
(D) é objetivo e claro ao transmitir aos leitores as informações sobre o programa de robótica.
(E) expõe sua opinião crítica a respeito da validade dos projetos desenvolvidos pelo Google.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 80 a 82


Visitando a psicóloga
No fim do Ensino Médio, Fabrício vivia brigando com os colegas, desafiando os professores, respondendo
desaforado aos pais. Óbvio que foi forçado a visitar a psicóloga da escola. Prometeu a si mesmo que lacraria a boca,
ficaria calado durante a consulta inteira, faria terrorismo com a quietude. Não achava justo ser obrigado a se
analisar e ainda mais numa época em que a terapia estava vinculada preconceituosamente à loucura.
Fabrício se ajeitou na poltrona com o estojo e caderno debaixo do braço e a indisposição absoluta de colaborar
com a psicóloga. Mas ela não questionou nada, e o silêncio inesperado dela foi enervando Fabrício. Ela o observava
com interesse, e ele querendo cada vez mais se esconder. Quando alguém permanece quieto muito tempo em nossa
frente é como encarar um espelho e o tamanho das dúvidas. Ela o provocava não o provocando, ela o emparedava
abrindo todas as portas. Aquela liberdade assustadora de não ser cobrado a participar o aprisionava.
Fabrício mexeu no estojo para se distrair. Ela perguntou se ele poderia emprestar-lhe uma caneta. Ele pegou uma
Bic azul. A psicóloga viu que a tampa estava mordida. Olhou com carinho e comentou:
─ Enquanto não morder o tubo, está tudo bem.
Ele riu de nervoso e demonstrou curiosidade.
─ Morder a tampa signi ica alguma coisa?
─ Signi ica que não fecha as conversas, que foge das discussões com medo de dizer a verdade, que reprime o desejo
e vira as costas remoendo sozinho as suas frustrações e decepções, jamais repartindo a sua verdadeira opinião.
Fabrício não revelou coisa alguma durante uma hora do encontro, mas ela o decifrou inteiramente apenas
analisando a tampa mordida da caneta. Uma mera, idiota e banal tampinha iluminou o seu comportamento.
A partir daquele dia, Fabrício nunca mais subestimou a psicologia e cuidou para morder somente a insossa
borracha nos momentos de maior ansiedade. Aprendeu que o que se sente ou se deixa de sentir está impresso nos
mínimos gestos.

80. De acordo com o 1º parágrafo, é correto afirmar que Fabrício


(A) brigava com os colegas, mas respeitava os pais.
(B) conseguia viver em harmonia com os professores.
(C) desrespeitava os colegas, os professores e os pais.
(D) costumava se dar bem com os pais e os professores.
(E) respeitava os professores, porém brigava com os pais.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

81. Conforme o 2º parágrafo, é correto afirmar que


(A) Fabrício foi à consulta com a psicóloga disposto a não ajudar em nada.
(B) a psicóloga fez várias perguntas que deixaram Fabrício sem jeito.
(C) Fabrício queria contar algumas histórias à psicóloga, mas desistiu.
(D) a psicóloga fez recomendações que Fabrício não entendeu.
(E) Fabrício foi questionado sobre assuntos que o animaram muito.

82. Lendo o texto, pode-se constatar que a observação da psicóloga surtiu efeito sobre Fabrício, porque a terapeuta
(A) iniciou a sessão deixando claro que o comportamento dele era ruim.
(B) deixou Fabrício constrangido ao pedir uma caneta emprestada a ele.
(C) aconselhou Fabrício quanto ao respeito devido aos pais e professores.
(D) conseguiu fazer com que Fabrício refletisse sobre o próprio comportamento.
(E) não teve muito cuidado ao dizer a Fabrício o que ele precisava ouvir.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 83 e 84


Ao filósofo americano Daniel Dennett, os editores da revista Edge perguntaram: “Em 2013, o que deve nos
preocupar?”. Ele contou que em 1980 se temia que a revolução do computador aumentasse a distância entre os
países ricos “do Ocidente” e os países pobres, que não teriam acesso à nova tecnologia e a seus aparelhos. A
verdade é que a informática criou fortunas enormes, mas permitiu também a mais profunda disseminação
niveladora da tecnologia que já se viu na história. “Celulares e laptops e, agora, smartphones e tablets puseram a
conectividade nas mãos de bilhões”, afirmou Dennett.
O planeta, segundo o filósofo, ficou mais transparente na informação como ninguém imaginaria há 40 anos. Isso é
maravilhoso, disse Dennett, mas não é o paraíso. E citou a lista daquilo com que devemos nos preocupar: ficamos
dependentes e vulneráveis neste novo mundo, com ameaças à segurança e à privacidade. E sobre as desigualdades,
ele disse que Golias ainda não caiu; milhares de Davis*, porém, estão rapidamente aprendendo o que precisam. Os
“de baixo” têm agora meios para confrontar os “de cima”. O conselho do filósofo é que os ricos devem começar a
pensar em como reduzir as distâncias criadas pelo poder e pela riqueza de poucos.

83. De acordo com o exposto, Daniel Dennett


(A) demonstra receio de que a informática venha a aumentar a distância entre os países ricos e os países pobres.
(B) refuta a ideia de que a tecnologia permitiu que um número pequeno de pessoas enriquecesse.
(C) defende que a revolução tecnológica criou oportunidades para que os mais pobres lutem pela diminuição das
desigualdades.
(D) argumenta que o acesso democrático à tecnologia inviabiliza a transparência da informação.
(E) acredita que o fim da desigualdade social está a cargo da população mais pobre, que hoje tem acesso irrestrito
à tecnologia.

84. Articulam-se na composição da temática central do texto as seguintes noções:


(A) filosofia e verdade.
(B) riqueza e sorte.
(C) planeta e paraíso.
(D) preocupação e informática.
(E) imaginação e criatividade.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

TEXTO PARA AS QUESTÕES 85 e 86


Persistência na educação dos filhos
Todo mundo já ouviu estas frases ditas por adultos que têm filhos: “Meu filho tem um problema”, “Não sei mais o
que fazer”, “Eu já fiz de tudo, não tem jeito”, “A escola tem reclamado muito do comportamento dele”, “Nós, pais,
estamos perdidos”, “O que eu faço?”, “Devo procurar ajuda profissional?” etc. Vamos tentar entender alguns pontos
dessas questões.
Primeiramente: ter filhos, hoje, para muitos adultos, não deveria trazer problemas, dificuldades, dúvidas e
renúncias, e sim delícias, prazer, satisfação e desfrute. Ocorre que, quem tem filhos irá enfrentar percalços, consigo
mesmo e com os filhos, terá de fazer escolhas e se defrontar com dilemas e perguntas que não têm respostas certas
e que se transformam à medida que os filhos crescem.
Ora é o sono, a birra, a agressividade descontrolada e a recusa às regras familiares; ora é o estudo, a difícil
aprendizagem das letras e dos números, a alimentação e a vida social; ora é a balada, o sono sempre desregrado, a
bebida alcoólica e outras drogas, e assim por diante.
Então, senhores pais, é preciso aceitar o fato de que sim, eles dão e darão trabalho por motivos simples: recusam
o mundo adulto ao qual são sujeitados, precisam experimentar e testar suas possibilidades e, portanto,
desobedecer. E, acima de tudo, porque cada um deles é singular, muito diferente do filho ideal que aprendemos a
querer ter.
E é exatamente por esse motivo que receitas não costumam funcionar. Ou até funcionam temporariamente, mas
as questões que eles nos trazem sempre retornam, de um jeito ou de outro. Mais do que buscar respostas indicadas
para esta ou aquela questão, é preciso olhar de perto e de olhos bem abertos cada um dos filhos para que,
conhecendo-os, seja possível buscar soluções às questões que eles apresentam. E, mesmo assim, saber que as
soluções que encontrarmos nunca serão mágicas.
Educar é um processo contínuo e isso significa que os resultados das estratégias que usamos com os mais novos
podem não ser imediatos ou rápidos. Mas persistir por um tempo é o que irá mostrar se podem funcionar ou não.
Caso se constate que a estratégia escolhida não funcionou, é preciso criar outra maneira de abordar a questão.
Manter-se potente e resiliente na função de mãe e de pai não combina com as frases “Não sei mais o que fazer” ou
“Não tem jeito”. Sempre há outras saídas possíveis. Sempre.
Ser uma boa mãe ou um bom pai tem a ver com o vínculo estabelecido com o filho, a dedicação a ele, a
disponibilidade para enfrentar, sem esmorecer, sem desistir, as questões que ele cotidianamente apresenta.

85. De acordo com a autora do texto,


(A) os pais devem entender que os filhos dificilmente corresponderão à imagem do filho ideal que projetaram.
(B) os adolescentes, apesar de não ser um processo natural, posicionam-se contra o mundo dos adultos.
(C) os percalços e enfrentamentos com os filhos reduzem-se consideravelmente quando os pais são permissivos.
(D) a agressividade desmedida nas relações sociais é própria da adolescência e não deve ser uma preocupação
para os pais.
(E) os pais devem procurar receitas mágicas para lidar com filhos rebeldes, pois elas propiciam satisfação na
educação dos filhos.

86. Ao afirmar que “… é preciso olhar de perto e de olhos bem abertos cada um dos filhos…” (5º parágrafo), a autora
sugere que os pais devem
(A) suspeitar de toda e qualquer atitude tomada pelos filhos no ambiente familiar.
(B) invadir a intimidade dos filhos, mesmo que isso signifique ofendê-los.
(C) tolher a liberdade dos filhos até que cheguem à idade adulta.
(D) estar atentos aos filhos para perceber o que os aflige.
(E) tratar os filhos com as mesmas estratégias que outros pais utilizam.

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TEXTO PARA AS QUESTÕES 87 e 88


Imposturas intelectuais: algumas reflexões
A história é conhecida, mas convém relembrá-la. Em 1996, um professor de Física da Universidade de Nova York,
Alan Sokal, publicou, na revista de estudos culturais Social Text, um artigo com o suspeito título “Transgredindo
as fronteiras: em direção a uma hermenêutica transformativa da gravitação quântica”. Social Text é uma revista
simpática ao ideário pós-moderno, o que significa dizer que, para ela, alguns dos pressupostos mais basilares das
ciências naturais, como a existência de uma realidade independente e a possibilidade de se obterem verdades
objetivas a seu respeito, não passam de instrumentos ideológicos a serviço de interesses mais ou menos escusos.
O artigo de Sokal acenava na direção de uma nascente ciência pós-moderna livre dos conceitos de verdade e
realidade objetivas e a serviço de fins e interesses progressistas. Na busca afoita desses objetivos, o autor desse
artigo supostamente sério massacra a ciência e o bom senso todas as vezes que pode, colocando em pé de igualdade
teorias científicas e pseudocientíficas. Sokal temperou esse caldo indigesto de modo a torná-lo apetecível ao gosto
pós-moderno com uma quantidade enorme de citações e referências bibliográficas – sempre verídicas –, cuja
função precípua era substituir o argumento e a lógica pela força da autoridade, além do uso frequente de termos
“pós-modernos”, como complexidade, não-linearidade, não-localidade, descontinuidade e tais.
Social Text aceitou o artigo e publicou-o. Ato contínuo, Sokal escreveu outro artigo revelando que tudo não passara
de uma paródia escrita com a finalidade de desmascarar absurdos pós-modernistas que passam por reflexão séria.
Pega com as calças nas mãos, a Social Text decidiu não publicar esse segundo artigo. Mas a confissão da farsa foi
publicada, ainda em 1996, em outras revistas. No ano seguinte, em associação com o professor de Física Teórica
da Universidade de Louvain, Jean Bricmont, Sokal publica na França o livro Impostures Intellectuelles (Imposturas
Intelectuais), em que a paródia de “Transgredindo as fronteiras” adquire os contornos de uma crítica articulada às
claras. E, principalmente, dão-se nomes aos bois, todos gordos bois franceses.
A reação dos criticados e seus seguidores (inclusive no Brasil) foi irada. Sokal e Bricmont foram acusados de tudo
o que há de mau e pior. Mas quem quer que leia com atenção e sem partido o seu livro há de reconhecer que os
autores são extremamente cautelosos com suas críticas, sempre muito bem focadas e substanciadas, evitando
generalizações indevidas e extrapolações indesejadas.

87. Assinale a alternativa que apresenta uma interpretação adequada para o texto.
(A) Com sua paródia, Sokal defende que citações de especialistas e emprego de vocabulário técnico são
insuficientes para fazer com que um artigo acadêmico ofereça uma contribuição relevante para a ciência.
(B) O artigo de Sokal foi aceito para publicação na revista Social Text porque argumentava que é possível combinar
diferentes teorias científicas para descrever objetivamente um fenômeno verdadeiro.
(C) Sokal foi movido por interesses progressistas ao escrever seu artigo, o que permite concluir que ele estava
alinhado, ao menos parcialmente, com os princípios básicos dos pós-modernistas que ele mesmo criticava.
(D) Ao escrever seu artigo, Sokal pretendia demonstrar, por meio de dados empíricos, que as teorias científicas da
atualidade não são mais do que pseudociência, já que o ideário pós-moderno vigora no meio acadêmico.
(E) O primeiro artigo de Sokal teve um impacto negativo sobre os leitores da Social Text, que logo perceberam se
tratar de uma tentativa de ridicularizar suas linhas teóricas, o que ficou evidente ao ignorarem seu segundo artigo.

88. É correto afirmar que o texto de Jairo José da Silva apresenta


(A) uma descrição imparcial da maneira como Sokal e Bricmont escreveram seu livro.
(B) uma repreensão ao modo acintoso como Sokal e Bricmont parodiam a ciência pós-moderna.
(C) potencialidades e falhas na crítica que Sokal e Bricmont conduzem em seu livro.
(D) argumentos que depõem a favor daqueles que se sentiram ofendidos por Sokal e Bricmont.
(E) um convite para que se aprecie o livro de Sokal e Bricmont com imparcialidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

TEXTO PARA AS QUESTÕES 89 a 92


No front da alfabetização, a rede municipal de educação da cidade de São Paulo obteve conquista apreciável: 92%
dos alunos sabiam ler e escrever ao término do segundo ano, ante não mais de 77% em 2017. Com isso, a prefeitura
estipulou a meta de 85% de alfabetização no primeiro ano, quando as crianças em geral têm seis anos.
Uma ousadia, quando se tem em vista que, até recentemente, a diretriz nacional se limitava a preconizar leitura e
escrita até o final do terceiro ano. Só em 2018, com a Base Nacional Comum Curricular, esse objetivo foi antecipado
para o segundo ano, algo que a rede paulistana já havia adotado com um ano de antecedência.
Fica assim comprovado, na experiência de São Paulo, que metas ambiciosas nada têm de incompatível com
progresso de aprendizado – ao contrário. Em particular no campo da alfabetização, base de tudo que virá a seguir,
um nível alto de exigência dará motivação extra para educadores e estudantes se aplicarem mais.
Conforme se avança no ensino fundamental, contudo, os descaminhos e a leniência do passado se fazem manifestar
nos parcos resultados obtidos por estudantes em provas padronizadas.
A deficiência manifesta-se em todas as grandes áreas de conhecimento. Quando concluem o quinto ano, final da
fase 1 do fundamental, só 39% das meninas e dos meninos alcançam desempenho satisfatório em língua
portuguesa. Pior, são apenas 27% em matemática e 20% em ciências.
A perda agrava-se na fase seguinte. Quando saem do fundamental 2, no nono ano, apenas 25% dos estudantes
estão no nível adequado de língua. E há inaceitáveis 10% e 9% nessa faixa de desempenho, respectivamente, nas
áreas de matemática e ciências naturais, o que torna fácil de entender o desastre que hoje se observa no ensino
médio.
Não deixa de ser animador constatar que ao menos nos fundamentos do aprendizado – a alfabetização – houve
avanço em São Paulo. Mas a cidade mais populosa e rica do país ainda precisa fazer mais e melhor por suas crianças
e jovens.

89. Ao analisar os resultados e as metas de alfabetização para as crianças paulistanas, o editorial enfatiza que
(A) estipular metas para o aprendizado pode ser salutar para o progresso dos alunos, ainda que a maioria deles
não consiga atingir o mínimo satisfatório.
(B) exigir dos alunos pode ter um reflexo positivo em seu aprendizado, uma vez que se cria motivação para todos
os envolvidos no processo educacional.
(C) trabalhar com metas ambiciosas na educação pode trazer problemas irreversíveis para o aprendizado da
maioria dos alunos, que ficam desmotivados.
(D) desafiar os alunos constantemente no início de sua escolarização tem criado condições para que estudem
motivados por todo o ensino fundamental.
(E) estabelecer metas incompatíveis com o progresso de aprendizado dos alunos é uma estratégia de estatística
que não representa a realidade da escola.

90. A expressão “Uma ousadia”, que inicia o segundo parágrafo do texto, refere-se
(A) à meta de alfabetização da Base Nacional ser atingida por São Paulo já em 2018.
(B) ao fato de 92% dos alunos paulistanos saberem ler e escrever ao final do segundo ano.
(C) à meta de alfabetizar as crianças até o segundo ano, estipulada pela Base Nacional.
(D) ao fato de o governo paulistano conseguir alfabetizar seus alunos até o terceiro ano.
(E) à meta de 85% de alfabetização no primeiro ano, estipulada pela prefeitura paulistana.

91. Os dados estatísticos apresentados no editorial revelam que há


(A) um mesmo padrão de aprendizado nas duas etapas do ensino fundamental.
(B) correção, na fase 2 do ensino fundamental, de distorções deixadas na primeira fase.
(C) um declínio no aprendizado, conforme os alunos avançam no ensino fundamental.
(D) avanço significativo dos alunos, em matemática, ao final do ensino fundamental.
(E) uma estabilização do aprendizado como um todo, ao final do ensino fundamental.

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92. É correto afirmar que a conclusão do texto


(A) engrandece a educação paulistana e acredita que, à vista dos resultados por ela obtidos, por enquanto, nada
mais precisa ser feito.
(B) lamenta a condição da educação paulistana, sugerindo que nem o tamanho de sua população nem a sua riqueza
podem, de fato, melhorá-la.
(C) mostra as contradições da maior capital do país, às voltas com uma educação cujos resultados ano a ano
mostram-se pífios.
(D) reconhece a melhoria aferida na educação paulistana, sugerindo, porém, que esta deve avançar, sobretudo pela
sua população e pela sua riqueza.
(E) constata que é desanimadora a situação da educação paulistana, apontando que, por ser a mais populosa e rica
capital, esse quadro pode ser revertido.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 93 a 96


Benefícios de um cafezinho para a saúde
Depois de muitos estudos sobre benefícios ou não do seu consumo, pesquisas revelam que o café deixou o banco
dos réus para se tornar um aliado do bem-estar. Xícara poderosa, além de delicioso, o café nosso de cada dia faz
muito bem para a saúde, quando consumido com equilíbrio.
O hábito de tomar café, desde que em doses moderadas, ou seja, de 4 a 5 xícaras de 50 mL por dia, não oferece
riscos ao organismo, muito pelo contrário, proporciona diversos benefícios. Entre esses benefícios está sua riqueza
nutricional. Segundo recentes descobertas científicas, o café tem diversas propriedades que contribuem para a
prevenção de doenças e promoção do bem-estar. Confira algumas dessas qualidades a seguir.
Beber café deixa você mais inteligente – Uma das principais substâncias contidas no café, a cafeína, é um potente
estimulante para o cérebro. Quando você bebe o café, uma parte dessa substância vai para o seu cérebro e faz com
que ele trabalhe mais rapidamente, melhorando seu humor, sua energia, memória e seu funcionamento cognitivo
em geral.
Melhora o funcionamento do seu fígado e o deixa mais saudável – Pesquisas mostram que pessoas que bebem pelo
menos quatro xícaras de café por dia diminuem as chances de sofrer de cirrose no fígado. A pesquisa mostra
também que quem bebe essa mesma quantidade de café diariamente, tem 40% menos risco de desenvolver câncer
no fígado.
Estimula o metabolismo – Esta vai para aqueles que querem perder uns quilinhos. A cafeína é um componente
encontrado em quase todos os suplementos destinados à perda de peso. Talvez isso explique muita coisa, pois
beber café estimula o funcionamento do metabolismo em cerca de 11%. Porém, isso não significa que para
emagrecer você deve beber café em vez de se exercitar. Faça as duas coisas: se exercite e beba café. Além de levar
uma vida saudável, você provavelmente estará mais feliz tomando uma boa xícara de café.
Como se pode ver, razões não faltam para tomar uma xícara de café sem culpa. Mas lembre-se: apesar de trazer
muitos benefícios, como tudo na vida, o café deve ser consumido com moderação.

93. De acordo com o texto, considerando cada xícara com 50 mL, consumir café moderadamente equivale a tomar
(A) menos de 4 xícaras ao dia.
(B) no máximo 5 xícaras ao dia.
(C) de 300 a 400 mL ao dia.
(D) 1 xícara pela manhã, outra à tarde e a última à noite.
(E) duas xícaras pela manhã e uma xícara à tarde.

94. O texto informa que o consumo regular de café


(A) estabelece estímulos cardíacos.
(B) aguça o paladar.
(C) favorece o aprendizado.
(D) rejuvenesce as células.
(E) substitui o consumo de vitaminas e minerais.

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95. Conforme as pesquisas descritas no texto, o consumo diário da quantidade ideal de café
(A) protege o funcionamento do fígado.
(B) chega a curar problemas de cirrose.
(C) ajuda no tratamento de câncer no fígado.
(D) evita qualquer tipo de problema hepático.
(E) deixa o funcionamento do fígado mais lento.

96. Segundo as informações do texto, a cafeína é responsável


(A) pela deficiência de vitaminas no organismo.
(B) pelo aumento do açúcar no sangue.
(C) pela queima de neurônios no cérebro.
(D) pelo aceleramento do metabolismo.
(E) pela absorção de nutrientes no fígado.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 97 a 99


Café e bons amigos
Além dos benefícios da bebida em si, o ritual de tomar café com nossos amigos ajuda a nos libertar do estresse e
acumular experiências positivas. Poucos momentos são tão agradáveis e confortáveis quanto o momento em que
nos reunimos com os amigos e tomamos um café. Qualquer problema torna-se insignificante em pouco tempo.
O café é uma bebida com séculos de antiguidade, no entanto é bem possível que muitas pessoas nunca tenham
descoberto o curioso “componente social” dessa bebida.
Tomemos um exemplo: depois de um dia de trabalho e estresse, tomamos um café com um amigo. Lentamente
começamos uma conversa. A bebida quente exerce um efeito calmante sobre nosso organismo, nossa respiração e
nossos nervos relaxam. Além disso, o café é um estimulante suave. Seus efeitos ativadores nos permitirão uma
melhor comunicação com aquele amigo. Por isso, assim que aparecem os primeiros risos compartilhados com
nossos amigos, começamos a nos sentir melhor e os problemas começam a desaparecer.
O ritual do café é um exercício terapêutico que nos permite “estar presente”, ou seja, desfrutar a bebida, da
conversa, da companhia e dos risos.
As chamadas “âncoras emocionais” são momentos específicos que nosso cérebro registra como positivos e
enriquecedores na nossa memória, desfrutados com um bom café, para que possam nos ajudar nos momentos de
dificuldade.
Todo esse acúmulo de emoções são traços que ficam em nosso cérebro criando âncoras, ou seja, momentos que
podemos recuperar em um outro momento, quando as coisas porventura não correrem bem.
Tudo isso fica no nosso baú de experiências positivas de onde tiramos incentivo, força e energia quando as coisas
não correm tão bem.
Então, avalie... você já encontrou hoje os seus amigos para tomar um café?

97. O texto relata que um momento para tomar café e conversar com amigos
(A) nem sempre é fácil de se realizar.
(B) é um ritual simples de conciliar.
(C) precisa ser planejado com antecedência.
(D) deve fazer parte da rotina de trabalho.
(E) proporciona alívio na correria da vida.

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98. De acordo com o texto, o componente social atribuído ao café é


(A) a facilidade de consumir a bebida em qualquer lugar, a qualquer hora.
(B) encontrar sempre um amigo disposto a uma longa conversa.
(C) a quantidade de estabelecimentos que oferecem um bom café.
(D) a ampliação da comunicação entre as pessoas ao consumir a bebida.
(E) o valor relativamente acessível de um cafezinho.

99. Conforme o texto informa, as chamadas “âncoras emocionais” que o ritual do café com amigos proporciona
(A) dependem do grau de amizade entre as pessoas.
(B) têm relação com a frequência com que nos encontramos com os amigos.
(C) são os momentos positivos que vivenciamos nos encontros acompanhados pelo café.
(D) aparecem quando amigos de várias épocas de nossa vida participam desse momento.
(E) ajudam a esquecer mágoas e desentendimentos entre as pessoas que pouco se encontram.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 100 a 103


Víamos os nossos pés
Não sou uma pessoa tropical. Minha terra preferida é o outono em qualquer lugar. No outono as coisas se
abrandam e absorvem a luz em vez de refleti-la. É como se a Natureza etc., etc. (O verão não é uma boa estação
para literatura descritiva. Me peça o resto da frase no outono.)
Sempre digo que a praia seria um lugar ótimo se não fossem a areia, o sol e a água fria. É só uma frase. Gosto do
mar. O diabo é que a gente sempre tem na cabeça um banho de mar perfeito que nunca se repete. O meu aconteceu
em Torres, Rio Grande do Sul, em algum ano da década de 50. Sim, crianças, em 50 já existiam Torres, o oceano
Atlântico e este cronista, todos bem mais jovens. O mar de Torres estava verde como nunca mais esteve. Via-se o
fundo?
Via-se o fundo.
Víamos os nossos pés, embora a água estivesse pelo nosso pescoço, e como eram jovens os nossos pés. Havia algas
no mar? Iodo, mães-d’água, siris, dejetos, náufragos, sereias? Não, a água estava límpida como nunca mais esteve.
Os únicos objetos estranhos no mar eram os nossos pés, e como isso faz tempo. Até que horas ficamos na água?
Alguns anoiteceram dentro d’água e estariam lá até agora se não tivessem que voltar para a cidade, se formar, fazer
carreira, casar, envelhecer, essas coisas.
Como o cronista explica sua aversão ao verão depois de tais lembranças? É que eu não gostava do verão. Gostava
de ser mais moço.

100. No texto, o cronista


(A) confessa que passou a preferir o outono depois de ter chegado à velhice, já que não pode mais mergulhar.
(B) conta de como passou a rejeitar o verão depois de ter se frustrado com um banho de mar nos anos 50.
(C) recorda-se com nostalgia do tempo em que o verão era uma estação mais semelhante ao que hoje é o outono.
(D) descreve uma praia paradisíaca que, com muita dificuldade, se manteve intacta após muitas décadas.
(E) fala de um banho de mar inesquecível e demonstra ter saudades do tempo em que era mais jovem.

101. O comentário entre parênteses no primeiro parágrafo permite concluir que


(A) o outono é a estação mais fácil de se descrever.
(B) o autor só escreve durante o outono.
(C) a estação do verão é indescritível.
(D) o texto foi escrito durante um verão.
(E) a literatura descritiva não trata do verão.

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102. O cronista estabelece algumas comparações ao longo do texto, como se constata em:
(A) Não sou uma pessoa tropical. (1º parágrafo)
(B) O mar de Torres estava verde como nunca mais esteve. (2º parágrafo)
(C) Via-se o fundo. (3º parágrafo)
(D) Víamos os nossos pés, embora a água estivesse pelo nosso pescoço... (4º parágrafo)
(E) ... eu não gostava do verão. (5º parágrafo)

103. As frases interrogativas usadas no texto servem ao propósito de


(A) favorecer o diálogo com o leitor, intensificando o tom de conversa do texto.
(B) indicar dúvida, explicitando a incerteza do autor quanto a detalhes de sua narrativa.
(C) evidenciar que o relato não é confiável, pois o autor não se recorda bem dos fatos.
(D) mostrar que os eventos são fruto da imaginação, o que reforça o caráter fictício do texto.
(E) sugerir que o autor questiona a precisão das informações, que recebeu de outras pessoas.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 104 e 105


Mais um desastre
Ainda demorará um tanto até que o impacto humano e ambiental do rompimento da barragem em Brumadinho
(MG) possa ser propriamente avaliado. Algumas lições preliminares, entretanto, já podem ser extraídas desse
lamentável desastre.
A primeira deriva do fato acabrunhante de que não se trata de tragédia inédita no gênero. Há apenas três anos o
país consternou-se diante das 19 mortes e da incrível devastação desencadeadas pelo colapso de uma barragem
da Samarco, que varreu do mapa a localidade de Bento Rodrigues (MG).
Pouco ou quase nada se fez desde então. A não ser, por óbvio, as suspeitas medidas usuais: instalaram-se comissões
para tratar do assunto. Resultado? Nenhum.
Segundo relatório da Agência Nacional de Águas, ao menos 45 barragens estão vulneráveis no país. Rachaduras,
infiltrações e ausência de documentos que comprovem a segurança são algumas das irregularidades identificadas.
Torna-se claro que há uma falha coletiva, institucional. Autoridades estaduais e federais não atuaram como
deveriam, e o mesmo se diga da Vale, sobretudo pela reincidência – a mineradora foi corresponsável pela tragédia
da Samarco.
Diante da nova catástrofe consumada, o Ibama multou a Vale – a conferir se a penalidade será paga –, enquanto a
Justiça determinou o bloqueio de bilhões de reais para garantir reparação de danos. Ao mesmo tempo, Polícia
Federal e Ministério Público mostram-se empenhados em investigar as causas e identificar os culpados.
Tais iniciativas, porém, serão inúteis se perderem ímpeto com o tempo. Elas precisam ser efetivas e exemplares,
pois só assim ajudarão a impedir um terceiro desastre.

104. É coerente com as informações do texto a ideia de que


(A) a tragédia em Bento Rodrigues foi um acontecimento único no país, uma vez que os documentos mostram que
as barragens brasileiras são seguras.
(B) a instalação de comissões para tratar dos desastres ambientais permite que os auxílios às vítimas sejam
garantidos com maior rapidez e menos burocracia.
(C) a punição severa aos reais culpados pelos estragos causados com as catástrofes ambientais decorre da revolta
que normalmente acomete a população.
(D) a efetividade das ações para punir os responsáveis pelos desastres ambientais depende da rapidez nas
investigações e da identificação dos culpados.
(E) Brumadinho entrou nos noticiários do Brasil como a localidade onde ocorreu uma tragédia inédita com o
rompimento de uma barragem vista como segura.

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105. No trecho – o Ibama multou a Vale – a conferir se a penalidade será paga... (6º parágrafo) –, a informação
em destaque sugere que
(A) o Ibama isentará a Vale da multa.
(B) a multa poderá deixar de ser paga.
(C) o pagamento da multa será rápido.
(D) a Vale deverá concordar com a multa.
(E) o pagamento da multa é optativo.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 106 a 110


Roma
O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelectual, tecnológico
– rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma ousadia dos movimentos
cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a Colonia Roma, bairro da Cidade do México,
também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.
Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada, de origem
indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus anos de formação, mas todas
as particularidades do passado do país. O México no início dos anos 1970 fervilhava entre revoluções sociais e a
influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se mantinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio,
buscar as crianças na escola, lavar a roupa, colocar os pequenos para dormir.
Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que não se conforma
com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão dos adultos. Enquanto isso, Cleo
se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte. Duas mulheres de diferentes origens compartilham
a dor do abandono. Juntas, reencontram a resiliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.
O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam Gough), retrata
sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse o olhar da infância, cujo fascínio
por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.
O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a complexidade do seu
imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações, referências e técnicas, sua
assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os seus personagens, encontrando beleza e
verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme simples e complicado, como a própria vida.

106. De acordo com a autora, a singularidade da linguagem que Alfonso Cuarón adota em Roma está
(A) na comicidade da caracterização de personagens pouco realistas e até caricaturais.
(B) na indignação com que o cineasta denuncia a desigualdade entre as classes sociais.
(C) no orgulho nacionalista com que se apresentam momentos cruciais da história do México.
(D) na sinceridade do relato, valorizando o que para muitos costuma passar despercebido.
(E) no modo irrealista com que os dramas das personagens femininas são resolvidos.

107. Uma característica do filme Roma destacada no texto diz respeito à


(A) utilização da narrativa de cunho jornalístico.
(B) fusão da história pessoal com a coletiva.
(C) impessoalidade com que é realizado o relato.
(D) caracterização da mulher indígena como insubordinada.
(E) denúncia do relacionamento abusivo entre patroa e empregada.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

108. Considere o seguinte trecho do primeiro parágrafo:


(1) O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. (2) É pessoal e grandioso, popular e intelectual,
tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma ousadia dos movimentos
cinematográficos das décadas de 1950 e 1960.
Um vocábulo que pode ser usado para qualificar a palavra caminhos, no sentido de explicitar a relação de sentido
que se estabelece entre os períodos (1) e (2), é
(A) contrários.
(B) idênticos.
(C) inviáveis.
(D) irreais.
(E) exagerados.

109. As informações “rodado em 65 mm digital” e “feito em preto e branco com a mesma ousadia dos movimentos
cinematográficos das décadas de 1950 e 1960”, destacadas com travessões no primeiro parágrafo, ligam-se,
respectivamente, aos vocábulos tecnológico e clássico com o propósito de
(A) mostrar que são sinônimos.
(B) ilustrar a que se referem.
(C) contestar seus sentidos.
(D) apresentá-los como hipotéticos.
(E) distorcer seus significados.

110. O vocábulo resiliência, destacado no terceiro parágrafo, abarca o sentido de


(A) amor incondicional que as mães têm por seus filhos.
(B) cumplicidade partilhada por pessoas de uma mesma origem.
(C) ressentimento que permanece após uma desilusão amorosa.
(D) falta de amor-próprio que inibe o desenvolvimento das mulheres.
(E) capacidade de se recompor após uma situação difícil.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 111 e 112


Piscina
Era uma esplêndida residência, na Lagoa Rodrigo de Freitas, cercada de jardins e tendo ao lado uma bela piscina.
Pena que a favela, com seus barracos grotescos se alastrando pela encosta do morro, comprometesse tanto a
paisagem.
Diariamente desfilavam diante do portão aquelas mulheres silenciosas e magras, lata d’água na cabeça. De vez em
quando surgia sobre a grade a carinha de uma criança, olhos grandes e atentos, espiando o jardim. Outras vezes
eram as próprias mulheres que se detinham e ficavam olhando.
Naquela manhã de sábado ele tomava seu gim-tônica no terraço, e a mulher um banho de sol, estirada de maiô à
beira da piscina, quando perceberam que alguém os observava pelo portão entreaberto.
Era um ser encardido, cujos molambos em forma de saia não bastavam para defini-la como mulher. Segurava uma
lata na mão, e estava parada, à espreita, silenciosa como um bicho. Por um instante as duas mulheres se olharam,
separadas pela piscina.
De súbito pareceu à dona da casa que a estranha criatura se esgueirava, portão adentro, sem tirar dela os olhos.
Ergueu-se um pouco, apoiando-se no cotovelo, e viu com terror que ela se aproximava lentamente: já transpusera
o gramado, atingia a piscina, agachava-se junto à borda de azulejos, sempre a olhá-la, em desafio, e agora colhia
água com a lata. Depois, sem uma palavra, iniciou uma cautelosa retirada, meio de lado, equilibrando a lata na
cabeça – e em pouco sumia-se pelo portão.
Lá no terraço o marido, fascinado, viu toda a cena. Não durou mais de um ou dois minutos, mas lhe pareceu sinistra
como os instantes tensos de silêncio e de paz que antecedem um combate.
Não teve dúvida: na semana seguinte vendeu a casa.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

111. Considerando-se a decisão do proprietário de vender a casa após o acontecimento narrado, é correto afirmar
que a frase do primeiro parágrafo – Pena que a favela, com seus barracos grotescos se alastrando pela encosta do
morro, comprometesse tanto a paisagem. – expressa, implicitamente,
(A) o ponto de vista do narrador, que não compraria uma casa naquele lugar.
(B) a confirmação de que se trata de um lugar inadequado para viver.
(C) um pensamento preconceituoso que se pode atribuir aos donos da casa.
(D) a conclusão acertada do narrador de que há muitos bairros cercados de favelas.
(E) um julgamento improcedente, haja vista a invasão sofrida.

112. É correto afirmar que, na composição da cena, o narrador


(A) destaca contrastes sociais, contrapondo signos de pobreza e de riqueza.
(B) mostra simpatia pelo modo de vida confortável dos abastados.
(C) condena a atitude discriminatória da dona da piscina.
(D) emprega termos depreciativos para expressar seu desagrado com a invasora.
(E) ironiza a miséria dos favelados, ao compará-los a bichos à espreita.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 113 e 114


Paisagem com figuras
Em meados dos anos 60, o poeta João Cabral de Mello Neto jantava na cantina Fiorentina, no Leme, com seus
colegas Fernando Pessoa Ferreira e Felix de Athayde, pernambucanos como ele. Em certo momento, ouviu-se um
rumor na varanda e João Cabral perguntou o que estava acontecendo. “É o Chacrinha, que acabou de chegar”,
informou Fernando.
“Chacrinha? Quem é Chacrinha?”, quis saber João Cabral. “É um apresentador de tevê, muito famoso”, disseram.
Cônsul do Brasil em Barcelona, com raras vindas ao Rio e famoso por não se interessar por música e tomar dez
aspirinas por dia para a dor de cabeça, o poeta estava por fora do que acontecia por aqui.
E, mesmo que estivesse a par, não podia haver ninguém menos Chacrinha do que João Cabral. Na sua poesia grave
e desidratada, altamente cerebral, as palavras eram de pedra; os cães, sem plumas; e as facas, só lâminas. Já
Chacrinha, o divino palhaço, era o barroco em Technicolor, embora a tevê ainda fosse em preto e branco. Em seu
programa, apresentava os piores cantores do Brasil, atirava bacalhau para a plateia e promovia concursos de
comer barata. Os comunicólogos ainda não o tinham descoberto como símbolo do “mau gosto genial”.
Chacrinha entrou ventando pela Fiorentina, cercado de dez ou quinze aspones. Ao passar pela mesa de João Cabral,
estacou e olhou-o fixamente. Então, abriu os braços e exclamou: “Cabral!!!”. O poeta levou um susto, mas não deixou
a bola cair: “Abelardo!!!”, respondeu. Levantou-se no ato e os dois se jogaram nos braços um do outro, aos soluços.
O poeta João Cabral de Mello Neto e o apresentador Abelardo “Chacrinha” Barbosa, colegas de curso primário no
Colégio Marista, do Recife, e que não se viam havia mais de 30 anos, tinham acabado de se reencontrar, reconhecer
e abraçar. É o Brasil.

113. Ao narrar o reencontro entre o poeta João Cabral de Mello Neto e o apresentador Abelardo Barbosa, o autor
traz uma reflexão bem-humorada sobre
(A) o fato de duas pessoas tão distintas serem igualmente famosas na mídia brasileira.
(B) a aleatoriedade com que o destino premia ou castiga pessoas da mesma origem social.
(C) as coincidências da vida e também sobre a diversidade da cultura brasileira.
(D) o modo como a cultura erudita e a cultura de massa são nutridas pela mesma ideologia.
(E) a importância de se cultivarem as amizades da infância mesmo nas adversidades.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

114. Na construção de sentido do texto, estabelecem entre si relação de oposição as seguintes expressões do
terceiro parágrafo:
(A) desidratada; cerebral.
(B) poesia; pedra.
(C) palhaço; genial.
(D) grave; barroco.
(E) preto e branco; mau gosto.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 115 a 117


Não sei a sua, mas a minha memória, quando precisa trabalhar em minha própria causa, é preguiçosa, lenta, finge
que não é com ela. Minha força de vontade, então, coitada, é uma comédia de mau gosto, boa em me deixar
envergonhada, dá uma novela o que eu já passei com ela. Por outro lado, nunca me esqueci dos horários dos
remédios dos meus filhos. Nunca atrasei para cumprir um prazo da minha agenda profissional, e, menos ainda,
deixei sem fazer qualquer uma das tarefas no trabalho ou em casa. Para as responsabilidades do ganha-pão e dos
compromissos com a família, não me permito errar. Sou pontual. Com todos menos comigo. É assim, comigo eu
falho mesmo.
São exemplos bobos, mas refletem a fragilidade de nossos impulsos, sentimentos, decisões. Mas, principalmente,
mostram a falta de amor, carinho e afeto com nós próprios. E a vida vai passando e você vai se esquecendo disso,
abandonando, pouco a pouco, a si mesma. Tudo e todos são importantes e merecem o seu tempo, a sua disposição,
o seu sorriso. Tem dias, sinceramente, que não dou nem um sorriso para mim. À noite, desmonto morta na cama.
Meus pés pedem um carinho, um toque, massagem. Estou cansada demais para atendê-los. Bem na hora que seria
deles, os heróis que me carregaram o dia todo, eu não tenho mais forças. Vou dormir sem esse deleite, não me
mexo em busca de algo tão simples. Tão fácil.
Mas é preciso lembrar que temos direito a esses rituais de agrado, aconchego, bem-estar e acolhida. Não é uma
crônica para narcisos. É uma crônica para quem não se ama da forma como deveria se amar, se respeitar, se bem
querer. Para quem se esqueceu...
Portanto, hoje, ainda, sente-se no sofá e esfregue seus pezinhos com um creme bem cheiroso. E não ligue para o
que vão dizer. Apenas se ame.

115. É correto afirmar que o texto trata, de maneira


(A) sarcástica e com inconformismo, da realidade enfrentada pela mulher nas tarefas do cotidiano.
(B) impessoal e objetiva, do enfrentamento das carências afetivas das mulheres em busca da realização.
(C) coloquial e debochada, das incertezas que cercam o ser humano diante dos desafios que a vida lhe impõe.
(D) confessional e emotiva, da necessidade de dedicar- -se a alimentar o sentimento de autoestima.
(E) jocosa e com pedantismo, das exigências que a sociedade impõe à mulher que quer cultivar seu bem-estar.

116. De acordo com o texto, é correto concluir que a autora,


(A) quando recebe justo reconhecimento de suas ações, leva a sério compromissos profissionais e maternos.
(B) mesmo entediada com seus afazeres diários, não abre mão de um tempo para cuidar de seu corpo.
(C) embora negligente consigo mesma, é empenhada no cumprimento de suas responsabilidades para com outrem.
(D) por mais que persiga o bem-estar, não entende essa atitude como algo de real importância.
(E) deixando de lado cuidados consigo mesma, omite-se de dedicar aos familiares a devida atenção.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

117. Ao afirmar – Não é uma crônica para narcisos. – a autora, indiretamente,


(A) direciona o texto a quem precisa cultivar o amor- -próprio.
(B) enaltece a vaidade humana desmedida.
(C) nega o valor dos que não se amam como deveriam.
(D) recusa-se a dialogar com leitores altruístas.
(E) confessa estar em busca de interlocutores bem- -apessoados.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 118 e 119


Assombro na porta da Colombo
Youtubers, influencers e humoristas, com milhões de adeptos nas redes sociais, sequer imaginam a popularidade
de que desfrutou Olavo Bilac. Em plena Belle Époque carioca, uma multidinha se formava em frente à confeitaria
Colombo só para ver o Príncipe dos Poetas que, no auge dos 30 anos, era uma espécie de monumento da nação,
cujos poemas eram devorados e decorados pelos leitores.
Como todo príncipe e todo monumento, caprichava na pose. Seu nome completo era um alexandrino1: Olavo Braz
Martins dos Guimarães Bilac. De elegante perfil parnasiano, postava-se de óculos para disfarçar o estrabismo.
Também era prognata2 e torcedor do Botafogo, mas moçoilas, madames e marmanjos não ligavam. Afinal, ele era
capaz de ouvir e entender as estrelas.
Com o tempo e o estigma (atribuído pelos modernistas) de poeta jocoso, tornou-se sinônimo de formalismo e
alienação. Uma injustiça que se reflete hoje: até agora nada se fez para lembrar o centenário de sua morte, que se
completa em fevereiro de 2018.
Acusaram-no de indiferença ao cotidiano dos brasileiros. Besteira. Substituindo Machado de Assis, foi cronista
semanal da “Gazeta de Notícias”, entre 1897 e 1908. Escreveu sobre Canudos e detalhou o processo de
modernização do Rio. Não se pode entender aquele período sem ler Bilac, que como jornalista envelheceu melhor
do que como poeta.
Numa crônica de 1901, em que tratou do uso das imagens na imprensa, antecipou a televisão e, incrível, as redes
sociais: “Qual de vós, irmãos, não escreve todos os dias quatro ou cinco tolices que desejaria ver apagadas ou
extintas? Mas, ai! De todos nós! Não há morte para as nossas tolices!”. De pince-nez3, Bilac iria arrasar como
youtuber.

118. De acordo com o último parágrafo, é correto concluir que “Bilac iria arrasar como youtuber”, pois
(A) já era famoso, ao completar trinta anos, por ser um grande poeta de estilo parnasiano.
(B) foi um dos primeiros cronistas do jornal carioca “Gazeta de Notícias”.
(C) comentava a respeito de futebol porque era torcedor do Botafogo.
(D) estava ciente de que, quando explícitos, juízos e ideias, às vezes infundados, não se dissipam.
(E) se sentia muito honrado por ter sido eleito pelos brasileiros e pela imprensa “O Príncipe dos Poetas”.

119. Lendo o segundo e o quarto parágrafos do texto, é correto afirmar que o autor, respectivamente:
(A) cita características físicas do poeta; e opõe-se ao senso comum que considera Bilac um escritor alienado.
(B) descreve o comportamento vaidoso do poeta; e menciona a rivalidade existente entre Bilac e Machado de Assis.
(C) ironiza o nome pomposo do poeta; e refere-se às críticas de Bilac à modernização do Rio de Janeiro.
(D) evidencia o apreço de diferentes gerações pela obra do poeta; e informa que Bilac foi partidário dos revoltosos
de Canudos.
(E) retrata idealizadamente o poeta; e assegura que Bilac se revelou melhor cronista que autor de poesias.

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TEXTO PARA AS QUESTÕES 120 a 122


Felicidade
Felicidade é pássaro irrequieto concebido para a liberdade. Mal pousa em nosso espírito, já bate as asas. Contra
todas as evidências, no entanto, vivemos na ilusão de um dia aprisioná-lo.
Na infância, a felicidade faz visitas mais demoradas. É a única fase em que conseguimos acordar, passar o dia inteiro
e ir para a cama felizes, por dias consecutivos. A primeira da qual tenho lembrança aconteceu aos 7 anos. Nasci
num bairro cinzento em que o apito das fábricas marcava a rotina das famílias. Para avistar uma árvore, era preciso
andar até o largo na frente da Igreja de Santo Antônio, a vários quarteirões de distância. Naquelas férias de janeiro,
meus tios me levaram com meu irmão para uma fazenda a muitas horas de São Paulo, na companhia de seis primos
com idades próximas às nossas. Pela primeira vez montei num cavalo, nadei em riacho, senti nos ombros o impacto
de uma cachoeira, chupei manga trepado na árvore e joguei bola num gramado.
Como as memórias carregadas de emoção ficam impregnadas nas profundezas da consciência, tendemos a
esquecer experiências que trouxeram prazer, para dar prioridade às que nos fizeram sofrer. Lembro de detalhes
do dia da morte de minha mãe, com mais nitidez do que da viagem a trabalho que fiz ao Acre, três semanas atrás.
Na vida adulta, a felicidade costuma nos visitar em situações que veem ao encontro de expectativas íntimas. A
duração da visita dependerá da intensidade do desejo, do esforço para atingir aquele objetivo, do valor dado a ele
e da ansiedade com que aguardávamos o desfecho. Nos adultos, a felicidade chega em ondas de cristas à meia
altura, contidas pelo entulho das contradições mesquinhas do cotidiano. Explosões que levam às fronteiras com a
loucura, só conhecem os que vivem uma paixão amorosa ou situações excepcionais como a do nascimento de um
filho, de uma neta ou a do jogador que faz o gol da vitória na final do campeonato.
A maturidade, no entanto, não me fez desistir de correr atrás da felicidade suprema, embora saiba que ela será
episódica e fugaz, fatalmente turvada por pensamentos invasores e pela maldita insatisfação humana, até acabar
confinada ao quarto de despejo do subconsciente.

120. Um dos assuntos explorados no texto diz respeito


(A) ao fato de que a felicidade consiste em esquecer eventos tristes.
(B) à maneira como apenas as crianças são felizes.
(C) ao modo como felicidade e liberdade são incompatíveis.
(D) à imaturidade própria das pessoas que se consideram felizes.
(E) à relação entre experiências afetivas e memória.

121. Duas expressões que se referem a ideias análogas no texto são:


(A) ilusão (1o parágrafo); infância (2º parágrafo).
(B) bairro cinzento (2o parágrafo); quarto de despejo do subconsciente (5º parágrafo).
(C) pássaro irrequieto (1o parágrafo); felicidade suprema (5º parágrafo).
(D) contradições mesquinhas do cotidiano (4o parágrafo); final do campeonato (4º parágrafo).
(E) fronteiras com a loucura (4o parágrafo); insatisfação humana (5º parágrafo).

122. Ao afirmar que “a felicidade chega em ondas de cristas à meia altura” (4º parágrafo), o autor defende que
(A) a felicidade suprema é prerrogativa da maturidade.
(B) os adultos devem esperar por momentos felizes.
(C) ser feliz é o principal objetivo dos adultos mais sábios.
(D) é raro vivenciar a felicidade plena na vida adulta.
(E) atingir a felicidade torna-se mais viável entre os adultos.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

TEXTO PARA AS QUESTÕES 123 e 124


Está bem difícil a vida de quem mora no Rio de Janeiro e precisa andar na rua. Termômetros digitais mostram uma
temperatura que o corpo da gente não registra: a sensação térmica é muito mais alta. Dia desses, vinha
caminhando, tentando respirar e, ao mesmo tempo, poupar um pouco as energias para chegar ao meu destino,
quando encontrei uma moça, numa sombra de árvore, tentando estimular seu buldogue francês, esparramado no
chão, a se levantar e andar. Olhei o relógio, o qual marcava pouco mais de 11h. Ao lado do bichinho, já com meio
palmo de língua para fora, havia uma cumbuca cheia de água, que a moça tentava oferecer ao animal e que, naquele
momento, estava sendo inútil.
Parei um pouco, sugeri que ela jogasse a água sobre a cabeça do cão, pegasse-o no colo e corresse com ele para
casa. O risco de intermação é grande, sobretudo para raças de focinho achatado.
Quando nos despedimos, chamei sua atenção para o perigo que o cão correra e fiz ela me prometer que nunca mais
sairia com ele àquela hora no verão. “Eu sei, ele fica plantado em casa, sem sair, por causa deste calor. Não consigo
acordar cedo para sair com ele”, confessou-me ela.

123. Segundo depreende-se do texto, pode-se afirmar que


(A) seres humanos e outros animais estão sujeitos aos mesmos riscos quando expostos às altas temperaturas do
verão.
(B) não é recomendável que, ao passearem com seus animais, os donos levem água, pois os bichinhos não vão
bebê-la.
(C) o calor pode representar um risco maior para determinadas raças de cachorro, com características físicas
típicas, do que para outras raças.
(D) cães possuem maior sensibilidade ao calor, já que a sensação térmica para eles é sempre maior do que para
seres humanos.
(E) a dona do animal parou sob uma árvore para descansar, assim como a autora do texto, que tentava poupar suas
energias para chegar ao seu destino.

124. A fala da dona do animal no último parágrafo demonstra que ela


(A) entendia ser melhor não sair de casa com o animal no calor, mas saiu mesmo assim porque não queria deixar
o cachorro sozinho em casa.
(B) saía de casa com seu animal, de uma forma ou outra, ainda que isso se desse em horários não adequados para
o cachorro.
(C) tinha consciência dos riscos a que estava exposta, mas preferia aquele horário por entender que era o melhor
para o cachorro.
(D) preferia não levar o animal para passear em dias quentes, já que, para ela, era mais importante preservar a
saúde do cachorro.
(E) não conseguia acordar mais cedo e, por essa razão, estava sempre atrasada para seus compromissos, o que
fazia com que ela dedicasse pouco tempo ao cachorro.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 125 e 126


Informação é um elemento essencial para nossa sobrevivência e tomada de decisões. É por isso que ninguém se
joga, para ganhar tempo, de um edifício de dez andares em vez de descer as escadas; o mesmo acontece com
tomadas de decisão. Se uma pessoa deseja viajar de avião para Nova York, ela se informa da hora da partida antes
de ir ao aeroporto. Caso contrário, corre o risco de perder o voo.
O bom senso comum, que nessas áreas é aceito por todos, não existe, contudo, no tocante a outro problema de
grande importância, que é o aquecimento do nosso planeta, que está em curso. A temperatura média já subiu mais
de um grau Celsius desde 1800 e provavelmente vai subir mais dois graus até o fim do século 21.
A probabilidade de que a principal causa desse aquecimento seja a emissão dos gases resultantes da queima dos
combustíveis fósseis, do desmatamento e de atividades agrícolas é muito grande, e essa avaliação decorre de
inúmeros estudos científicos. As consequências do aquecimento da Terra são muito sérias e já se manifestam, por
exemplo, nos desastres climáticos que estão se tornando cada vez mais frequentes.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

Para enfrentar o problema, a cooperação internacional é essencial, porque as emissões que causam o aquecimento
não respeitam fronteiras. A temperatura na China (o maior país emissor mundial) está subindo por causa de suas
próprias emissões, mas também das emissões dos Estados Unidos (o segundo emissor mundial) e vice-versa, bem
como das emissões de todos os outros países. O Brasil é responsável por cerca de 3% das emissões mundiais.
Existem outras causas para o aquecimento (e até o resfriamento) da Terra – além das emissões de carbono –, como
já aconteceu no passado, como a variação da atividade solar, a inclinação do eixo da Terra, erupções vulcânicas,
etc. Mas elas foram todas analisadas pelos cientistas: a ação do homem soma-se a esses eventos naturais e está
ocorrendo numa velocidade sem precedentes na história geológica da Terra. Questionar a realidade do problema
é uma posição obscurantista, como foi a da Igreja Católica no fim da Idade Média ao negar que a Terra gira em
torno do Sol.

125. De acordo com o artigo de opinião, o aquecimento global deve-se a


(A) falta de bom senso comum, que tem levado pessoas a usarem meios altamente poluidores como os aviões.
(B) uma competição econômica cada vez mais acirrada entre China e Estados Unidos, que tem levado esses países
a poluírem mais.
(C) desastres climáticos que têm alterado a constituição geológica de certas regiões, levando a um aumento da
temperatura.
(D) fatores promovidos por ação humana, como o desmatamento, mas também a outros causadores geológicos.
(E) negação de muitas pessoas sobre a própria existência do aquecimento global, analogamente ao que fez

126. Segundo o que se afirma no texto, entre 1800 e o fim do século 21, espera-se que
(A) um resfriamento da Terra se verifique, causado pela emissão de carbono na atmosfera.
(B) o planeta passe por um aumento populacional que causará escassez de recursos.
(C) um aumento de mais de 3 graus aconteça na temperatura média do planeta.
(D) o clima mude de maneira desenfreada e imprevisível.
(E) cooperações internacionais se fortaleçam de modo a salvar o planeta.

TEXTO PARA AS QUESTÕES 127 a 130


Sedentários bem alimentados
Pela primeira vez na história de nossa espécie, foi-nos oferecida a possibilidade de comer à larga em todas as
refeições e de ganhar a vida sentados o dia inteiro. Obesidade e sedentarismo se tornaram as principais epidemias
nos países de renda média e alta, nos quais a praga mortífera do tabagismo começa a ser a duras penas controlada.
Na esteira dessas duas pandemias, caminham a passos apressados hipertensão arterial, diversos tipos de câncer,
diabetes, doenças cardiovasculares, problemas ortopédicos, articulares, renais e outras complicações que
sobrecarregam o sistema de saúde, encarecem o atendimento e fazem sofrer milhões de pessoas. Nas capitais, 19%
dos brasileiros adultos estão obesos e outros 35% têm sobrepeso, ou seja, menos da metade da população cai na
faixa do peso considerado saudável.
Na contramão de outros ramos da economia, a incorporação de tecnologia na área médica aumenta o custo do
produto final. A assistência a uma população que envelhece mal como a brasileira exigirá recursos de que não
dispomos no SUS nem na saúde suplementar.
Esperar as pessoas adoecerem para tratá-las em hospitais e unidades de pronto atendimento é política suicida.
Não há saída: ou investimos na prevenção ou, cada vez mais, só os privilegiados terão acesso à medicina moderna.
Nos anos 1960, cerca de 60% dos nossos adultos fumavam, hoje não passam de 10%. Se conseguimos resultado
tão impressionante com a dependência química mais feroz que a medicina conhece, não é impossível convencer
mulheres, crianças e homens a comer um pouco menos e a andar míseros 40 minutos num dia de 24 horas.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

127. Uma frase condizente com o expresso no texto é:


(A) A distribuição desigual de alimentos nos países de renda média e alta ocasionou o aumento de casos de
obesidade e sedentarismo.
(B) É preciso investir na prevenção da obesidade e do sedentarismo, uma vez que não se vislumbra a igualdade de
acesso à assistência médica no futuro.
(C) A sociedade brasileira envelhece mal porque come de maneira irrestrita e porque a maior parte do trabalho
disponível leva ao sedentarismo.
(D) Mais da metade da população brasileira tem sido poupada de doenças típicas da obesidade na medida em que
evita o sedentarismo.
(E) O uso da tecnologia tende a baratear os serviços médicos, universalizando o tratamento de doenças derivadas
da obesidade e do sedentarismo.

128. Quanto ao conteúdo que expressam, o primeiro e o segundo parágrafos associam-se em uma relação de
(A) constatação e retificação.
(B) causa e consequência.
(C) hipótese e comprovação.
(D) condição e negação.
(E) comparação e exemplo.

129. A referência ao tabagismo no texto serve ao intuito de


(A) demonstrar que o aumento da obesidade e do sedentarismo na população é tão sério que resultará
incontornável.
(B) explicar que a obesidade e o sedentarismo se tornam mais letais quando associados a um quadro de tabagismo.
(C) afirmar que a obesidade e o sedentarismo provocam sensações físicas equivalentes às provocadas por uma
dependência química.
(D) defender que é possível realizar uma campanha eficaz para combater a obesidade e o sedentarismo.
(E) alertar quanto à necessidade de priorizar o tratamento de pessoas com doenças relacionadas à obesidade e ao
sedentarismo.

130. Uma palavra que, no contexto, explicita uma opinião pessoal do autor está destacada em:
(A) ... outras complicações que sobrecarregam o sistema de saúde... (2º parágrafo)
(B) ... outras complicações que [...] encarecem o atendimento... (2º parágrafo)
(C) ... outros 35% têm sobrepeso... (2º parágrafo)
(D) ... recursos de que não dispomos [...] na saúde suplementar. (3º parágrafo)
(E) ... andar míseros 40 minutos num dia de 24 horas. (5º parágrafo)

TEXTO PARA AS QUESTÕES 131 e 132


Muito antes de haver história, já havia seres humanos.
Animais bastante similares aos humanos modernos surgiram por volta de 2,5 milhões de anos atrás. Mas, por
incontáveis gerações, eles não se destacaram da miríade de outros organismos com os quais partilhavam seu
habitat.
Em um passeio pela África Oriental de 2 milhões de anos atrás, você poderia muito bem observar certas
características humanas familiares: mães ansiosas acariciando seus bebês e bandos de crianças despreocupadas
brincando na lama; jovens temperamentais rebelando-se contra as regras da sociedade e idosos cansados que só
queriam ficar em paz; machos orgulhosos tentando impressionar as beldades locais e velhas matriarcas sábias que
já tinham visto de tudo.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

Esses humanos arcaicos amavam, brincavam, formavam laços fortes de amizade e competiam por status e poder
– mas os chimpanzés, os babuínos e os elefantes também.
Não havia nada de especial nos humanos. Ninguém, muito menos eles próprios, tinha qualquer suspeita de que
seus descendentes um dia viajariam à Lua, dividiriam o átomo, mapeariam o código genético e escreveriam livros
de história.
A coisa mais importante a saber acerca dos humanos pré-históricos é que eles eram animais insignificantes, cujo
impacto sobre o ambiente não era maior que o de gorilas, vaga-lumes ou águas-vivas.

131. A ideia central do texto é:


(A) os humanos vêm evoluindo tão lentamente quanto os demais animais com que conviveram no passado.
(B) os humanos pré-históricos conviviam pacificamente entre si, e isso lhes permitia dominar os outros animais.
(C) os seres humanos distinguiam-se dos demais animais na pré-história no modo como interagiam entre si.
(D) os humanos arcaicos não possuíam habilidades que permitissem prever as conquistas futuras de nossa espécie.
(E) os humanos modernos diferenciaram-se de seus ancestrais assim que começaram a lutar por poder

132. Um termo que expressa sentido de “posse” está destacado em:


(A) Mas, por incontáveis gerações, eles não se destacaram... (1º parágrafo)
(B) ... da miríade de outros organismos com os quais partilhavam... (1º parágrafo)
(C) ... você poderia muito bem observar certas características... (2º parágrafo)
(D) ... idosos cansados que só queriam ficar em paz... (2º parágrafo)
(E) ... eles eram animais insignificantes, cujo impacto sobre o ambiente... (2º parágrafo)

TEXTO PARA AS QUESTÕES 133 a 135


A velhice, de acordo com o pensamento de alguns, é uma fase de recolhimento, anulação e privações. Pode ser uma
longa espera para o inevitável, um tempo de sossego e meditação forçada. Felizmente, nem todos pensam assim.
Desde a antiguidade, sábios e espirituosos pensam até o contrário.
Se observarmos a vida dos idosos atualmente, podemos facilmente perceber que o que pensam os sábios está mais
próximo da realidade dos fatos de hoje. Com o aumento da qualidade e da expectativa de vida das populações e
com as mudanças de mentalidade em relação ao modo de viver, a velhice agora pode ser sinônimo de vida ativa,
saudável e feliz, em toda a sua plenitude. O idoso pode então ser visto como alguém que, depois de uma parcela do
tempo de vida empregada ao trabalho e à dedicação à família, desfruta uma etapa de lazer, interação social,
aprendizagem despreocupada, busca de conhecimento interior e felicidade desprendida.
É claro e evidente que todos esses benefícios só poderão ser conquistados se a velhice for acompanhada,
necessariamente, de boa saúde e lucidez. E o segredo de uma velhice saudável, todos nós sabemos, é baseado em
uma regra simples, de três recomendações: alimentação equilibrada, prática de atividades físicas compatíveis e
períodos de repouso restauradores.
Prolongar essa etapa importante da vida tem uma receita mais simples ainda: atividade e felicidade. E, para manter
a lucidez, devemos ocupar a mente com atividades nobres.
A vida moderna e o apoio institucional e social ao idoso transformaram a velhice em um período possível de vida
ativa, em que podemos manter o nosso corpo fortalecido e saudável e continuar desfrutando os melhores prazeres
da vida. Esses benefícios juntos nos permitem manter afastada a trágica ideia da morte próxima.

133. De acordo com informações do primeiro e segundo parágrafos, a autora


(A) defende a velhice como um momento de clausura e de introspecção.
(B) acredita que a velhice é um período que deve ser dedicado à espera da morte.
(C) apoia a ideia de que a velhice pode ser uma fase de vida ativa.
(D) explica por que os sábios enxergam a velhice como um tempo de apatia.
(E) conclui que a velhice é tempo de dedicação ao trabalho e à família.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

134. Segundo informações do texto,


(A) apesar de toda modernidade e desenvolvimento, viver bem é incompatível com a velhice.
(B) a expectativa de vida aumentou, mas isso não interferiu no modo de viver das pessoas idosas.
(C) o prolongamento da vida depende do trabalho exercido pela pessoa enquanto jovem.
(D) saúde e lucidez são condições essenciais para que a velhice seja um período prazeroso.
(E) nada é capaz de distanciar o idoso da preocupação com a morte próxima.

135. Assinale a alternativa em que o termo destacado explicita o posicionamento da autora.


(A) ... nos permitem manter afastada a trágica ideia da morte próxima. (5º parágrafo)
(B) ... alimentação equilibrada, prática de atividades físicas compatíveis... (3º parágrafo)
(C) O idoso pode então ser visto como alguém... (2º parágrafo)
(D) Pode ser uma longa espera para o inevitável... (1º parágrafo)
(E) Felizmente, nem todos pensam assim. (1º parágrafo)

TEXTO PARA AS QUESTÕES 136 a 138


Fiz um regime árduo durante um ano e perdi 23 quilos.
Sem operação. Descobri o sabor de salmão ao vapor. Peixe grelhado sem aquela deliciosa crosta de farinha.
Feijoada, eliminei. Acarajé, nem pensar. Enfim, boa parte das delícias da culinária nacional saiu de meu cardápio.
Francesa também.
Americana? Nem por decreto, embora tenha delírios pensando num cheeseburger. Coxinhas, empadinhas e
pastéis, só em momentos especiais.
Pois é. Fiz o regime com dedicação absoluta. Pulei do número 58/60 para o 52 e, glorioso, refiz meu guarda-roupa.
Meu rosto emagrece fácil. Alguns homens emagrecem e ficam com cara de buldogue. Eu não. Fico mais próximo de
uma imagem tradicional do Drácula, magro, de rosto comprido e olhos ávidos. Não por sangue, mas por qualquer
pacotinho de batatas fritas. Existe algo melhor que batatas fritas?
Se emagreço primeiro o rosto, engordo a barriga. A barriga masculina é teimosa. Todos sofrem disso. Barriguinha
de tanque, só para jovens. Ou para os que comparecem à academia como beatas na igreja. A barriga não só teima,
mas é perigosa. A partir de 100 centímetros, induz à chamada síndrome metabólica. Ou seja, à diabetes, problemas
cardíacos, gordura no fígado. Um rol de doenças. Em todo o meu processo de emagrecimento, a barriga
permaneceu, ai de mim!
Não semelhante à de um Buda, como antes. Mas ficou.
Quando o regime foi considerado vitorioso, aos poucos voltei aos carboidratos. A uma delícia aqui, outra ali.
Adivinhem o que cresceu primeiro? Ela, a barriga. Para todo homem é assim.
Barriga das boas aproveita a primeira oportunidade para se expandir. Fui comprar um paletó, adivinhem? O 54
serve apertadinho. O 56 cai melhor, mas folga nos ombros. O cinto que comprei, em comemoração, não fecha mais.
Voltei aos antigos.
Não há parte do corpo mais teimosa para o homem que a barriga. Posso fazer esteira duas horas. Basta comer um
cheeseburger, e a barriga vence! É insistente. Tanto que muita gente já diz que a barriguinha em um homem é
charmosa.
Criou-se um padrão estético a favor de barrigudo! É uma luta inglória. Um homem depois dos 30 passa a vida
lutando contra a barriga. Mais dia, menos dia, a vitória sempre será dela. (Walcyr Carrasco. Barriga teimosa.
Disponível em: http://epoca.globo.com. Adaptado)

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136. De acordo com o primeiro parágrafo do texto, é correto afirmar que o autor
(A) optou pela culinária francesa em vez da americana, já que esta é mais gordurosa, enquanto aquela é mais leve.
(B) preferiu se alimentar apenas de cheeseburger, coxinhas, empadinhas e pastéis, deixando as comidas mais leves
para os momentos especiais.
(C) deixou de comer feijoada, acarajé e outras comidas típicas brasileiras e internacionais para conseguir
emagrecer sem precisar se submeter a uma cirurgia.
(D) deixou de consumir comidas típicas americanas sem dificuldades, pois, além de não serem saudáveis, não
agradam seu paladar.
(E) preferiu o sabor de peixe grelhado sem crosta de farinha ao de salmão ao vapor, durante sua dieta.

137. No trecho do terceiro parágrafo do texto – Todos sofrem disso. –, o termo destacado refere-se ao fato de os
homens
(A) não resistirem a um pacotinho de batatas fritas.
(B) ficarem com cara de buldogue ao emagrecerem.
(C) terem dificuldade para perder a barriga.
(D) frequentarem a academia em busca da barriga de tanquinho.
(E) ao emagrecerem, ficarem com rostos compridos.

138. É correto afirmar que o autor defende a ideia de que


(A) após os 30, é praticamente impossível conseguir perder peso sem cirurgia ou sem frequentar a academia
assiduamente.
(B) apesar de já ser considerada atraente por muita gente, a chamada “barriguinha” pode ser considerada um risco
à saúde.
(C) homens com mais de 30 anos dificilmente eliminam a barriga, a não ser que passem a fazer uma dieta
balanceada.
(D) não basta submeter-se a uma cirurgia, é preciso aderir a uma dieta balanceada para conseguir eliminar a
barriga.
(E) para eliminar as calorias de um cheeseburger e ter um corpo charmoso, basta fazer esteira por duas horas
diárias.

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LÍNGUA PORTUGUESA - Questões de Reforço 001 – Interpretação de texto

GABARITO
01. A 02. B 03. D 04. C 05. D
06. C 07. D 08. D 09. D 10. E
11. A 12. C 13. C 14. D 15. E
16. E 17. C 18. E 19. A 20. B
21. B 22. E 23. B 24. C 25. D
26. C 27. B 28. A 29. D 30. D
31. C 32. E 33. D 34. A 35. D
36. B 37. D 38. D 39. C 40. A
46. C 47. E 48. B 49. D 50. D
51. B 52. A 53. B 54. A 55. B
56. D 57. D 58. B 59. E 60. D
61. B 62. D 63. C 64. A 65. E
66. A 67. E 68. D 69. A 70. D
71. C 72. E 73. C 74. B 75. E
76. D 77. C 78. C 79. D 80. C
81. A 82. D 83. C 84. D 85. A
86. D 87. A 88. E 89. B 90. E
91. C 92. D 93. B 94. C 95. A
96. D 97. E 98. D 99. C 100. E
101. D 102. B 103. A 104. D 105. B
106. D 107. B 108. A 109. B 110. E
111. C 112. A 113. C 114. D 115. D
116. C 117. A 118. D 119. A 120. E
121. C 122. D 123. C 124. B 125. D
126. C 127. B 128. B 129. D 130. E
131. D 132. E 133. C 134. D 135. E
136. C 137. C 138. B

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