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COMPILADO DE ESTUDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA, NOÇÕES DE DIREITO E NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONCURSO PÚBLICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – CARGO 201 MPMG SERVIÇOS DIVERSOS.

ESTUDOS DIRECIONADOS
CONCURSO MINISTÉRIO PÚBLICO / OFICIAL DO MP (201)

LÍNGUA PORTUGUESA

1 LÍNGUA PORTUGUESA

1.1 Compreensão e interpretação de texto

Dê uma olhada nos últimos editais dos concursos que vem prestando. Olhou? Na
disciplina de Língua Portuguesa, qual conteúdo está presente em todos eles e está lá,
bem no comecinho dos itens cobrados? Interpretação textual, acertamos? Pois bem,
esse tópico, muitas vezes, menosprezados por alguns candidatos pode lhe render
pontos valiosos!
A verdade é que a interpretação textual não se limita, apenas, às questões de Língua
Portuguesa. Saber identificar o que está sendo pedido nas demais disciplinas é
fundamental para encontrar a resposta correta. Por isso, o treino é válido para todos
os conteúdos de seu edital.
Pensando nisso, trouxemos dicas valiosas e técnicas imbatíveis para você usar na
sua prova e sair na frente de todos os candidatos!
Leia muito!

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


AGOSTO de 2022 a JANEIRO de 2023
COMPILADO DE ESTUDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA, NOÇÕES DE DIREITO E NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CONCURSO PÚBLICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – CARGO 201 MPMG SERVIÇOS DIVERSOS.

Leia bastante durante a sua preparação para aumentar seu repertório e sua
capacidade de interpretar textos. Leia, também, na hora da prova, analisando a
questão para identificar todos os seus elementos.
Foco na leitura do texto
Concentre-se na hora de ler o texto, identifique os pontos mais importantes e, se
possível, vá destacando o que considerar essencial. Assim, você não perde aquela
resposta que pode estar escondida no meio do texto ou questão.
Esqueça sua própria visão
Não deixe que suas próprias ideias prevaleçam sobre as do autor. Tente entender o
que ele quis dizer ao escrever o texto.
Use e abuse do dicionário
Enriquecer seu vocabulário é importante na hora de estudar para, na hora da prova,
não se atrapalhar com alguma palavra desconhecida.

Entenda bem o que texto de apoio quer passar


Leia bem o texto de apoio. O ideal é ter uma primeira leitura para a ideia geral e a
segunda para aprofundar-se sobre o tema.
Divida o texto
Se for necessário, divida o texto em partes, especialmente, se for muito extenso. Isso
facilita a leitura e a interpretação.
Identifique as palavras-chave
Elas são importantes no texto dissertativo para que o candidato entenda e analise
cada parágrafo e os enxergue de maneira mais simples.
Cuidado com a extrapolação textual
Na hora de marcar a resposta, não vá na assertiva que indica uma extrapolação
textual, ou seja, compreender aquilo que o texto não disse.
Não se desespere
Manter a calma é essencial para fazer uma interpretação correta e aprofundada, tanto
do texto quanto das próprias questões.
Preste atenção ao que é pedido
Verifique se a questão pede algo relacionado a um trecho específico do texto ou em
sua ideia geral.
Duas alternativas similares

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


AGOSTO de 2022 a JANEIRO de 2023
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Se duas respostas parecerem com a resposta correta, aposte na mais completa ou


mais exata.
Conheça o perfil da banca organizadora
É importantíssimo saber o tipo de texto que a banca aplica, como cobra a interpretação
nas questões e o grau de dificuldade.
Como cai na prova
CONCURSO AL-RR 2018
Banca: Funrio
Prova: Administrador

TEXTO
Parece haver um abismo de mútua incompreensão entre os médicos e seus
pacientes. Essa distância parece aumentar. Apesar da grande maioria dos
diagnósticos (70-90%) ser feita com base na história do paciente, a escuta médica é
sem dúvida o ponto de maior fragilidade na medicina atual. Os médicos geralmente
querem saber apenas dos fatos, interrompendo os pacientes antes da história
completa.
O registro técnico, resumido, com linguagem técnica e supostamente neutra, é
insuficiente para uma interrelação que possa auxiliar a criação de narrativas que
facilitem a realização de hipóteses diagnósticas e a escolha de intervenções
terapêuticas que levem em conta a perspectiva do próprio paciente. No processo de
criação de anamneses médicas objetivas, acabamos, muitas vezes, por desumanizar
e suprimir delas aspectos que podem ser decisivos para a abordagem diagnóstica e
terapêutica, além de dificultarmos a criação de uma narrativa por parte do paciente
que dê sentido ao seu processo de adoecimento.
O declínio das doenças infecciosas, o envelhecimento da população e o
concomitante aumento da prevalência das doenças crônicas determinam a
necessidade de um novo papel do profissional de saúde, em especial do médico, na
condução dos conflitos inerentes ao acompanhamento de pessoas com doenças que
não têm cura, mas que muitas vezes levam a incapacidades permanentes e de longa
duração.
Em relação à incompreensão médico-paciente, uma das dificuldades é, sem
dúvida, a barreira de linguagem criada pela terminologia técnica entre os profissionais

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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e os pacientes. A condição clínica do paciente é interpretada e referida a ele em uma


linguagem que muitas vezes ele não entende. Na alta hospitalar, menos de 1/3
entendem de que doença eles foram tratados e menos de 1/4 que tipo de terapia
receberam.
Ana Luisa Rocha Mallet. Literatura e medicina: uma experiência de ensino. Rio de
Janeiro: Livros Ilimitados, 2014, pp. 18-19 (Adaptado)
No texto, a autora discorre sobre a incompreensão entre médicos e seus pacientes.

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2 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Você com certeza já deve ter escutado alguém falar “véio”, “muié”, frases do tipo “nóis
vai?”, ou ainda, ao viajar para outras regiões, se deparou com as pessoas chamando
o famoso pão francês de “cacetinho” ou “pão de sal”, certo? Se sim, saiba que esse
tipo de linguagem é conhecido como variações linguísticas, e é muito comum no país.

Mas é importante entender que não existe formato certo ou errado. Na verdade, no
Brasil existem variedades linguísticas dentro de um mesmo idioma, que no nosso
caso, é a Língua Portuguesa – língua oficial.

Mas por que esse assunto é tão necessário? Por ser tratar de mudanças, isso é, a
cada produção de fala do indivíduo, reflete na característica de formação de uma
sociedade. Deste modo, é importante compreender as variações linguísticas para
evitar qualquer tipo de preconceito, pré-julgamento, e além disso, para se dar bem
nas provas de vestibulares.

Para que você entenda melhor, preparamos um conteúdo sobre este assunto. Ao final
dessa leitura você saberá: o que são as variações linguísticas e quais são os seus
tipos.

1.1 O que são variações linguísticas?

Como mencionamos, a variação linguística é o termo que se refere às mais diversas


formas de se expressar em um mesmo idioma. Esse fato varia de acordo com o
falante, região e até mesmo do contexto. Sobre as variações linguísticas é correto
afirmar, então, que elas representam o reflexo das diferenças socioculturais e
contextuais.

Mas vale ressaltar que as variações linguísticas fogem da Norma Culta da Língua
Portuguesa que aprendemos na escola, dessa forma, é comum pensar que qualquer
outra variação de fala, como por exemplo, “oxente”, é incorreta, porém, não é.

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Linguistas e especialistas no assunto afirmam que a língua é heterogênea e complexa,


desse modo, ela se adapta às necessidades do indivíduo.

Antes de apresentarmos os três tipos de variações linguísticas mais comuns, é preciso


ter em mente que não existe conceito certo ou errado.

De fato, na Norma Culta, as regras gramaticais são importantes para uniformizar a


língua e adequar a produção de uma escrita mais formal. Mas, as variações
linguísticas se referem à comunicação de um mesmo grupo, e isso não os caracteriza
como incorretos, mas sim, que eles fazem o uso de palavras diferentes.

1.2 Quais são os tipos de variações linguísticas?

Se você chegou até aqui, deve estar se perguntando: quais são os tipos de variações
linguísticas?

Antes de conhecê-las, é importante lembrar que o Brasil é um país multilíngue, ou


seja, diversos idiomas, como o indígena, convivem em território brasileiro. Por isso
que, nosso léxico possui diferenciações e vocábulos do Português de Portugal, por
exemplo.

Essa é apenas uma maneira de exemplificar a modificação linguística de acordo com


as influências e referências socioculturais. No entanto, a tal influência pode ser
consciente, ou seja, quando o falante decide utilizar “mano” e outras gírias para se
comunicar com os amigos, ou escolher utilizar a norma padrão ao escrever a redação
do Enem.

Mas o seu uso também pode ser inconsciente, quando não é uma decisão do falante
usar as variações linguísticas impostas durante a sua construção. Todos esses
grupos, sejam suas variantes fruto da história, região ou social, possuem uma
motivação, e a seguir, falaremos um pouco sobre cada uma delas.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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1.3 Variação regional (diatópica)

Como o próprio nome já diz, trata-se de uma variação linguística relacionada à


localização regional do indivíduo: cidades, estados, áreas urbanas e rurais, que vão
desde o sotaque, léxico, dialetos, pronúncia até a construção de diferentes palavras
para um mesmo conceito. Um exemplo clássico é a famosa discussão sobre o uso de
biscoito x bolacha em diferentes estados brasileiros.

1.4 Variação social (diastrática)

Essa variação linguística se refere aos hábitos e culturas de diferentes grupos sociais,
e isso inclui gírias próprias, como por exemplo, um grupo de skatistas, que utiliza
jargões e gírias como irado, maneiro, insano, a fim de representar algo legal.

1.5 Variação estilística (diafásica)

A variação estilística ou situacional diz respeito ao contexto de comunicação, isto é,


as mudanças linguísticas de acordo com a situação em que o falante se encontra. Ela
ocorre porque, em certos momentos, é necessário usar de registros mais formais para
se comunicar, enquanto em outras ocasiões, a informalidade pode ser usada, como
gírias em um grupo de amigos, por exemplo.

1.5.1 Variações linguísticas que existem no Brasil

Por se tratar de um país com grande proporção territorial, o Brasil é bastante diverso,
com muitas expressões e variações linguísticas, que vão desde o sotaque até a
construção de jargões. No entanto, nem mesmo os próprios brasileiros conhecem
todas elas. Pensando nisso, separamos as expressões mais populares em todas as
regiões do país, confira a seguir!

1.5.2 Variações linguísticas no Norte

As variações linguísticas mais usadas na região Norte são:

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a) Moleque doido, que significa pessoa maluca;


b) Moscô, quer dizer que a pessoa foi pega em flagrante;
c) Égua, usado para indicar espanto ou admiração;
d) Borogodó, quando uma pessoa entende ou é especialista em determinado
assunto.

1.5.3 Variações linguísticas no Nordeste

O sotaque nordestino é a variante mais utilizada nos estados do Nordeste brasileiro,


entretanto, quando o assunto são expressões e gírias, cada região tem a sua própria.
a) Canhenga, usado para caracterizar uma pessoa que não gosta de gastar
dinheiro;
b) Ligeiro, significa rápido;
c) Encabulado, quer dizer algo vergonhoso;
d) Rangar, significa comer;
e) Oxê ou Oxente são expressões de surpresa, espanto;
f) Mainha/Painho, são mãe e pai.

1.5.4 Variações linguísticas no Sudeste

As variações linguísticas da região sudeste predominam o jeito caipira no sotaque do


interior de São Paulo, mas o Sudeste não se resume apenas a isso, mas também com
as mais diversas gírias em outros estados, como o Rio de Janeiro.
a) Bolado, quer dizer estar preocupado com algo;
b) Da hora, significa legal;
c) É fria, quer dizer perigoso;
d) Larica, expressão usada para dizer que está com fome;
e) Quebrado, significa estar sem dinheiro.

1.5.5 Variações linguísticas no Sul

Já as variações linguísticas na região Sul são caracterizadas pela harmonia e redução


na voz. Em alguns locais, por exemplo, é comum que os falantes pronunciam a letra

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“e” em palavras cujo a sílaba final possui a vogal, enquanto em outras regiões do país
pronuncia-se como “i”. Conheça algumas expressões da região Sul.
a) Alçar a perna, quer dizer monta a cavalo;
b) Cacetinho, o pão francês que mencionamos no início desse artigo;
c) Embretar-se, entrar ou se meter em apuros;
d) Guri, significa menino;
e) Lindeiro, quer dizer vizinho;
f) Solito, uma pessoa sozinha, isolada.
1.5.6 Variações linguísticas no Centro-Oeste

As variações linguísticas e o sotaque da região Centro-Oeste são bastante marcados


pelo contato do português colonizado com as línguas indígenas da região. Por
exemplo, no estado do Mato Grosso, os falantes não falam chuva com o som de chu,
mas sim tchuva, mesma coisa com a palavra peixe, a pronúncia é petche. Vale
ressaltar que esse dialeto é típico dessa região, não só ele, como os jargões a seguir.
a) Arruinou, quer dizer que está ruim de saúde;
b) Carreta, significa carro;
c) Dormir no macio, quer dizer viver folgado;
d) Empatar, quer dizer atrapalhar.

Mas se tratando de vestibular, qual a importância de conhecer e entender sobre a


variação linguística?
Em primeiro lugar, boa parte dos exames caem questões de vestibular sobre
variações linguísticas. No Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), por exemplo,
essa temática costuma cair na prova objetiva de Linguagem, Códigos e Tecnologia,
como também pode ser uma proposta de redação. Porém lembre-se de que, para a
redação, é cobrado o domínio da norma padrão, ok?

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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2 TIPOLOGIA E GÊNERO DE TEXTO

Uma das grandes preocupações de quem está se preparando para fazer a prova do
ENEM ou, então, prestar vestibular ou se candidatar a algum concurso público é, sem
dúvida, a produção de texto e as questões de Língua Portuguesa. Conhecer as
definições de tipos e gêneros textuais é interessante até mesmo para que você
entenda que esse aspecto da prova pode ser muito mais tranquilo do que se imagina.

2.1 O que são tipos textuais?

Quando falamos em tipos textuais, nos referimos às classificações de texto conforme


suas estruturas e características linguísticas, como tempos verbais, escolha de
vocabulário, relações de lógica, construções das orações etc.

Os tipos textuais são fixos, mas abrangentes, e podem ser considerados a base dos
gêneros textuais, cujos conceitos veremos a seguir. Os tipos textuais são, portanto:

a) Texto narrativo;
b) Texto descritivo;
c) Texto dissertativo expositivo;
d) Texto dissertativo argumentativo;
e) Texto explicativo injuntivo;
f) Texto explicativo prescritivo.

As principais características de cada tipo de texto têm a ver com os diferentes tipos
de discurso comunicativo dos gêneros textuais que, por sua vez, têm características
bem definidas e intuitos sociais específicos de transmissão de mensagens. Entenda
melhor essa diferença com a tabela a seguir:

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Tipos textuais Gêneros textuais

● romances;

● contos;

● fábulas;

Narrativo ● lendas;

● mitos;

● novelas;

● crônicas.

● diários;

● relatos de viagens;

Descritivo ● folhetos turísticos;

● cardápios de restaurantes;

● anúncios de classificados.

● notícias;

● artigos;

Dissertativo Expositivo ● reportagens;

● resumos escolares;

● verbetes de dicionário.

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Tipos textuais Gêneros textuais

● artigos de opinião;

● abaixo-assinados;

Dissertativo Argumentativo ● manifestos;

● sermões;

● teses.

● receitas culinárias;

● manuais de instruções;

Injuntivo ● bulas de medicamentos;

● tutoriais de beleza;

● guias rodoviários.

● decretos e leis;

● cláusulas de contratos;

Prescritivo ● editais de concursos públicos;

● regras de trânsito;

● regulamentos internos.

Pode-se dizer, então, que o tipo textual é a forma como um texto é escrito, e suas
características dependem do uso de determinados traços linguísticos prevalecentes.
Tipagem e gênero textual são conceitos interligados, por isso é necessário entender
também como são divididos os gêneros textuais.

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2.2 O que são gêneros textuais

Existem diversos gêneros textuais possíveis, e eles são categorizados conforme suas
características e peculiaridades em relação à abordagem do assunto, à finalidade, a
quem escreve, ao veículo onde são publicados, ao papel dos interlocutores e, claro,
às suas funções sociais específicas.

Na tabela acima, pode-se perceber que os gêneros textuais são uma espécie de
ramificação de cada tipo textual.

2.3 Diferença entre tipo e gênero textual

É comum que exista uma confusão entre o conceito de tipo textual com o de gênero
textual, mas cada uma dessas categorias tem suas características próprias. Conhecê-
las e compreender suas diferenças é fundamental para que não haja equívoco.

A classificação dos textos considera fatores como estrutura, linguagem, forma e tipo
de conteúdo. A saga do bruxo Harry Potter, por exemplo, está dentro do tipo textual
chamado de narrativa; o gênero textual dessa história, por outro lado, é o romance,
nome dado a uma narrativa longa escrita em prosa.

De forma mais resumida, podemos dizer que os tipos textuais levam em conta a forma
do texto e que os gêneros textuais são estipulados levando em consideração o
conteúdo desse mesmo texto. Por isso é correto dizer que os gêneros textuais são
“filhos” dos modelos preestabelecidos de tipos textuais.

Os gêneros textuais são flexíveis e podem ser mudados de acordo com as


características particulares de cada texto. Além disso, não há um número exato de
gêneros textuais, mas alguns exemplos são: romance, conto, fábula, notícia, carta,
bula de remédio, lista de compras, cardápios de restaurantes, agendas telefônicas,
bilhetes etc.

As classificações dos tipos textuais, no entanto, são fixas e não mudam. São tipos
textuais: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.

2.4 Quais são os tipos textuais?

Considerando que os tipos textuais são fixos e imutáveis, é importante aprender a


diferenciar cada um deles e conhecer suas características próprias.

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2.4.1 Narrativo

O texto narrativo é simples de ser identificado, uma vez que se trata do texto que narra
algum acontecimento a partir da percepção de um narrador (que pode ou não fazer
parte da história). A narração pode ser ficcional ou também pode falar a respeito de
um fato histórico, por exemplo. O tempo verbal mais comum na narrativa, que costuma
contar sobre algo que já aconteceu, é o passado.

2.4.2 Descritivo

Formado a partir de detalhes aprofundados a respeito de situações, lugares, pessoas


ou eventos, o texto descritivo pode ser produzido para descrever absolutamente
qualquer coisa: cenas, falas, ações, sentimentos, objetos, animais, pessoas.

2.4.3 Dissertativo Expositivo

Esse tipo de texto é aquele cuja função é justamente expor alguma coisa, o que pode
ser ideias, conceitos, pesquisas, hipóteses e até mesmo situações. O texto expositivo
é feito para mostrar amplamente alguma situação, como é o caso de uma notícia
jornalística que explique uma descoberta científica recente ou mostre ao leitor, por
exemplo, como funciona a vacina no corpo humano e como ela ajuda a criar imunidade
contra diversas doenças.

2.4.4 Dissertativo Argumentativo

Como o próprio nome sugere, o texto argumentativo, chamado nas provas de Enem
e vestibulares como dissertativo-argumentativo ou simplesmente de dissertação, é o
texto cuja função é a de convencer o leitor sobre alguma ideia ou conceito.

Esse convencimento é possível somente por meio da argumentação, que é a


linguagem que mostra o conhecimento do autor sobre o assunto abordado. A estrutura
desse estilo de texto expõe os dados necessários para fundamentar uma ideia, que
será escrita de forma impessoal e geralmente em terceira pessoa.

2.4.5 Injuntivo

O intuito do texto injuntivo é fazer com que o leitor consiga realizar alguma tarefa
específica, como montar um móvel ou colocar em prática alguma receita culinária
através do passo a passo ensinado na parte do “modo de preparo”. É o texto, portanto,
que dá algum tipo de explicação ou instrução.

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2.5 Quais são os elementos dos gêneros textuais?

Os gêneros textuais são subcategorias dos tipos textuais, mas, ao contrário desses,
os gêneros textuais são variados e podem mudar de classificação de acordo com a
linguagem utilizada, a finalidade do texto e a própria estrutura textual.

Existem muitos gêneros textuais, por isso é impossível listar gênero a gênero, já que,
além de muitos, eles podem variar de acordo com o contexto. O gênero conto, por
exemplo, é muito popular e sua função é contar uma história de forma mais curta do
que um romance.

Com a popularidade das mídias sociais, no entanto, e especificamente graças ao


estilo de publicação do Twitter, que tem número limitado de caracteres, outro gênero
textual surgiu dentro do mesmo contexto do conto: o microconto, que cabe em apenas
um tuíte.

Ao falar especificamente sobre os elementos dos gêneros textuais, pode-se dizer que
há três elementos principais: tema, forma composicional e estilo:

a) Tema: o tema não é apenas o assunto, mas também a forma como o autor exprime
suas opiniões, seus argumentos e a própria intenção ao escrever o texto. O tema é,
portanto, a apresentação do conteúdo com base nos valores ou nas ideologias de
quem escreve.

b) Forma composicional: esse elemento diz respeito às escolhas do autor em


relação ao vocabulário que será utilizado para a composição do texto, bem como a
sua estrutura e forma de registro.

c) Estilo: é a forma como cada tipo de gênero textual é escrito, o que também
depende do vocabulário, do autor e da estrutura do texto, de modo que ele cumpra
seu papel de interação social.

2.6 Diferença entre gêneros textuais e gêneros literários

Os gêneros textuais são categorias de qualquer tipo de texto, desde um romance até
uma bula de remédio ou uma lista de compras de supermercado. Os gêneros literários,

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por outro lado, correspondem às categorias das quais fazem parte somente os textos
literários, como contos, poemas, romances, peças de teatro e crônicas.

A divisão dos gêneros literários leva em conta os fundamentos formais e comuns às


obras literárias. Essa divisão é feita seguindo critérios de estrutura, contexto,
semântica entre outros. São exemplos de gêneros literários, portanto:

a) Gênero lírico: Escrito em verso na primeira pessoa, esse gênero expressa


emoções e sentimentos, tem caráter subjetivo, usa figuras de linguagem e palavras
com sentido conotativo.

b) Gênero épico ou narrativo: Escrito quase sempre em prosa, o gênero épico conta
com um narrador que fala sobre um evento e narra acontecimentos reais ou fictícios.
Esse texto tem estrutura básica (introdução, desenvolvimento e conclusão) e é feito
com base em um tempo e espaço.

c) Gênero dramático: É escrito para ser encenado de forma que se divida em atos e
cenas; a história é contada por meio da fala das personagens e encenação é
favorecida com o uso de subterfúgios cênicos. O gênero dramático pode ser
subcategorizado em: auto, comédia, tragédia, tragicomédia, farsa.

2.7 Dicas para escrever bons textos

Escrever bem é sempre um diferencial na hora da pontuação total de provas e


concursos. Para conseguir produzir uma boa redação é preciso, além do
conhecimento teórico, como o assunto abordado neste artigo, prestar atenção a
algumas práticas que melhoram a forma como você organiza seus pensamentos e os
transforma em palavras escritas. Confira as dicas a seguir:

a) Comece a ler mais

Desenvolver o hábito da leitura é fundamental para ter uma boa escrita. É por meio
da leitura que conseguimos perceber como as ideias são mais bem construídas, como
a pontuação funciona na prática e, claro, é pela leitura que melhoramos nosso léxico
e a capacidade de compreender e interpretar textos.

Leia livros literários, artigos de opinião, crônicas, poesias, publicações de estudiosos


e escritores nas redes sociais, matérias de jornal e revista. Leia sempre que puder e,
aos poucos, transforme esse exercício em hábito diário.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Sugerimos um teste. Escolha um tema de redação agora, qualquer um, e escreva seu
texto. Depois, comprometa-se a ler pelo menos uma hora por dia e, passados 30 dias,
volte para o tema escolhido e produza uma redação novamente. Peça para que
alguém de sua confiança leia os dois textos e diga qual deles está mais bem escrito.

b) Evite palavras difíceis

Ao escrever, o que importa mais é que você tenha clareza ao expressar suas ideias e
produza um conteúdo coeso e coerente. Usar palavras difíceis e pouco conhecidas
não é o que deixa um texto bem escrito – às vezes, é o contrário que acontece!
Impressione pelo conteúdo e pela clareza, não pelo vocabulário pomposo.

c) Aposte nos sinônimos

Para que seu texto não fique repetitivo, o que torna a leitura maçante, utilize
sinônimos. Na dúvida, consulte dicionários de sinônimos online. Quanto mais você
usar, mais automático isso se tornará.

d) Pratique a escrita

Para escrever bem é preciso… Escrever! Você pode tentar fazer uma redação por dia
ou, quem sabe, adotar a prática de escrever um diário sobre seus estudos ou qualquer
outro momento da sua vida.

Quanto mais você pratica a escrita, mais facilidade terá em escrever e mais redações
de qualidade produzirá. Não tenha medo nem vergonha: buscar o aprimoramento em
qualquer área é motivo de orgulho!

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


AGOSTO de 2022 a JANEIRO de 2023
COMPILADO DE ESTUDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA, NOÇÕES DE DIREITO E NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CONCURSO PÚBLICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – CARGO 201 MPMG SERVIÇOS DIVERSOS.

3 COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS

A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na construção textual.

Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua mensagem é essencial que faça
sentido para o leitor.

Além disso, deve ser harmonioso, de forma a que a mensagem flua de forma segura,
natural e agradável aos ouvidos.

3.1 Coesão Textual

A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam


a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua
organização e ocorre por meio de palavras chamadas de conectivos.

3.1.1 Mecanismos de Coesão

A coesão pode ser obtida através de alguns mecanismos: anáfora e catáfora.

A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa no texto e, por esse motivo,


são qualificadas como endofóricas.

Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com


a ligação e a harmonia textual.

Confira abaixo algumas regras que garantem a coesão textual:

3.1.2 Referência

a) Pessoal: utilização de pronomes pessoais e possessivos.


Exemplo: João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto. (Referência pessoal
anafórica)

b) Demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos e advérbios. Exemplo:


Fiz todas as tarefas, com exceção desta: arquivar a correspondência. (Referência
demonstrativa catafórica)

c) Comparativa: utilização de comparações através de semelhanças. Exemplo:


Mais um dia igual aos outros… (Referência comparativa endofórica)

3.1.3 Substituição

Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar as
repetições.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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CONCURSO PÚBLICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – CARGO 201 MPMG SERVIÇOS DIVERSOS.

Exemplo: Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima semana.

Observe que a diferença entre a referência e a substituição está expressa


especialmente no fato de que a substituição acrescenta uma informação nova ao
texto.

No caso de “João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto”, o pronome pessoal
referencia as pessoas João e Maria, não acrescentando informação adicional ao texto.

3.1.4 Elipse

Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido
através da elipse.

Exemplo: Temos ingressos a mais para o concerto. Você os quer?

(A segunda oração é perceptível mediante o contexto. Assim, sabemos que o que está
sendo oferecido são ingressos para o concerto.)

3.1.5 Conjunção

A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas.

Exemplo: Nós não sabemos quem é o culpado, mas ele sabe. (adversativa)

3.1.6 Coesão Lexical

A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem sentido aproximado


ou que pertencem a um mesmo campo lexical. São elas: sinônimos, hiperônimos,
nomes genéricos, entre outros.

Exemplo: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A


instituição está literalmente caindo aos pedaços.

3.2 Coerência Textual

A Coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua


argumentação - resultado especialmente dos conhecimentos do transmissor da
mensagem.

Um texto contraditório e redundante ou cujas ideias iniciadas não são concluídas, é


um texto incoerente. A incoerência compromete a clareza do discurso, a sua fluência
e a eficácia da leitura.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Assim a incoerência não é só uma questão de conhecimento, decorre também do uso


de tempos verbais e da emissão de ideias contrárias.

Exemplos:

a) O relatório está pronto, porém o estou finalizando até agora. (processo verbal
acabado e inacabado)

b) Ele é vegetariano e gosta de um bife muito mal passado. (os vegetarianos são
assim classificados pelo fato de se alimentar apenas de vegetais)

3.2.1 Fatores de Coerência

São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um texto, tendo em vista
a sua abrangência. Vejamos alguns:

a) Conhecimento de Mundo

É o conjunto de conhecimento que adquirimos ao longo da vida e que são arquivados


na nossa memória.

São o chamados frames (rótulos), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina


alimentar: café da amanhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo,
tal como jogar um jogo), scripts (roteiros, tal como normas de etiqueta).

Exemplo: Peru, Panetone, frutas e nozes. Tudo a postos para o Carnaval!

Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração acima é incoerente. Isso porque
“peru, panetone, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem à celebração
do Natal e não à festa de carnaval.

b) Inferências

Através das inferências, as informações podem ser simplificadas se partimos do


pressuposto que os interlocutores partilham do mesmo conhecimento.

Exemplo: Quando os chamar para jantar não esqueça que eles são indianos. (ou
seja, em princípio, esses convidados não comem carne de vaca)

c) Fatores de contextualização
Há fatores que inserem o interlocutor na mensagem providenciando a sua clareza,
como os títulos de uma notícia ou a data de uma mensagem.

Exemplo:
— Está marcado para às 10h.

— O que está marcado para às 10h?

Não sei sobre o que está falando.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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d) Informatividade
Quanto maior informação não previsível um texto tiver, mais rico e interessante ele
será. Assim, dizer o que é óbvio ou insistir numa informação e não desenvolvê-la, com
certeza desvaloriza o texto.

Exemplo: O Brasil foi colonizado por Portugal.

e) Princípios Básicos
Após termos visto os fatores acima, é essencial ter em atenção os seguintes princípios
para se obter um texto coerente:

e.1) Princípio da Não Contradição - ideias contraditórias

e.2) Princípio da Não Tautologia - ideias redundantes

e.3) Princípio da Relevância - ideias que se relacionam

3.3 Diferença entre Coesão e Coerência

Coesão e coerência são coisas diferentes, de modo que um texto coeso pode ser
incoerente. Ambas têm em comum o fato de estarem relacionadas com as regras
essenciais para uma boa produção textual.
A coesão textual tem como foco a articulação interna, ou seja, as questões
gramaticais. Já a coerência textual trata da articulação externa e mais profunda da
mensagem.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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4 ARTICULAÇÃO DO TEXTO: OPERADORES SEQUENCIAIS

Para construirmos um texto, precisamos de palavras. Estas palavras para terem um


sentido precisam estar ligadas entre si. Esta ligação é feita por pronomes ou
conjunções. Temos também as expressões referenciais e operadores sequenciais que
darão uma coesão ao texto. Estas expressões e operadores ajudam a tornar o texto
mais compreensivo evitando repetições de palavras ou redundâncias (repetição de
ideias ou excesso de palavras ou expressões).

4.1 Operadores sequenciais

Os operadores sequenciais são recursos de coesão textual, especificamente a coesão


sequencial.

4.1.1 Coesão sequencial

Para a coesão sequencial, são usados conectivos, conjunções e expressões que dão
continuidade aos assuntos e ligam as orações para que possam ser articuladas e
relacionadas.

A coesão textual usa expressões que são responsáveis pela coesão sequencial nos
textos.

a) Adição/inclusão: Além disso, também, até; é certo que…

b) Oposição: Todavia, mas, porém…

c) Afirmação/igualdade: Na verdade, realmente…

d) Exclusão: Senão, apenas, exceto…

e) Enumeração: A princípio, em…

f) Explicação: Como vimos, portanto, isto é, por exemplo…

g) Conclusão: Por fim, finalmente, em última análise…

h) Continuação: No geral, por sua vez…

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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5 ORTOGRAFIA OFICIAL

A ortografia oficial da Língua Portuguesa é a parte da gramática que tem a finalidade


de estudar a forma correta de escrever as palavras. Para isso, são observados os
padrões, regras e o uso correto dos sinais de pontuação e acentuação.

A palavra grega orthos faz referência a ideia daquilo que é reto, exato e direito. Já a
palavra latina grafia significa escrever. Portanto, a prática da ortografia está ligada,
além da escrita correta, ao conhecimento das regras que enquadram a escrita nas
condições da Língua Portuguesa, observando características etimológicas e
fonológicas.

Assim sendo, quando o termo ortografia oficial é utilizado, quer dizer que estamos
fazendo referência à ortografia definida como correta no Brasil.

Em concursos públicos e processos seletivos de todas as esferas é comum a


cobrança do assunto tanto das provas de Português, quanto nas provas de redação,
que costumam ser um grande diferencial na obtenção de boas colocações.

5.1 Acentos

O uso dos acentos é um dos itens de ortografia oficial mais frequentes em concursos
públicos. Para acabar com todas as dúvidas de quando usar, ou não, os acentos, fique
atento às nossas dicas.

Em síntese, a acentuação tem como finalidade mudar o som de alguma letra, portanto,
fazendo com que palavras escritas de forma semelhante sejam lidas de um jeito
diferente e tenham significados diferentes.

Na Língua Portuguesa há quatro acentos gráficos, que podem ser definidos da


seguinte forma.

a) Acento agudo (´) – é usado em vogais para indicar que a sílaba em que ela se
encontra é tônica, ou seja, possui o som mais forte. O acento agudo faz com que as
palavras sejam pronunciadas de forma aberta: célebre, acarajé, filé.

b) Acento circunflexo (^) – pode ser usado apenas nas vogais, A, E e O, indicando
que elas devem ser pronunciadas de forma fechada: ângulo, ônus, ônibus, bônus.

c) Til (~) – é ele que dá o som anasalado às vogais A e O: propõem, constituição,


preposição, ação.

d) Acento grave (`) – é usado para indicar a ocorrência de crase, assunto que será
aprofundado em um tópico seguinte.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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5.2 Uso do X e CH

Na hora de escrever, uma das dúvidas mais recorrentes diz respeito ao uso do X e do
CH. Ainda mais porque, além de conhecer as regras, é necessário conhecer também
as exceções.

Para fixar o uso correto de cada uma das situações a seguir, o ideal é ter uma boa
rotina de leitura para assimilar a grafia correta das palavras. Vamos aos usos?

Uso do X e CH nas palavras provenientes do latim:

a) CH: quando são traduzidas do latim para o português, as sequências “pl” “fl” e “cl”
transformam-se em CH.

Exemplos:

planus – chão

flamma – chama

clamare – chamar

b) X: palavras originárias do X latino ou quando há palatização do S em grupos ssi ou


sce:

Exemplos:

examen – exame

luxu – luxo

laxare – deibar

pisce – peixe

passione – paixão

c) Casos em que o CH é utilizado:

 Em palavras de origem francesa (chofer (chauffeur), creche (crèche), debochar


(débaucher), fetiche (fétiche), guichê (guichet) e champignon (champignon))

d) Casos em que o X é utilizado:

 Depois de ditongos (peixe, ameixa e caixa)

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Algumas exceções são as palavras guache, recauchutar e caucho.

 Em palavras iniciadas pela sílaba “en”: enxada, enxerto e enxurrada;

Neste caso há duas exceções. A primeira diz respeito à palavra enchova, que é um
regionalismo da palavra anchova, que tem origem genovesa: anciua.

A segunda exceção são as palavras formadas pela sílaba inicial “en”, seguidas por
radical com “ch”. Alguns exemplos são: enchente, enchumaçar e encharcar.

 Em palavras iniciadas pela sílaba: “me” (mexilhão, México e mexer)

Aqui, a exceção é a palavra mecha (referindo-se aos cabelos) cuja origem é francesa,
da palavra mèche. Algumas vezes a confusão pode ser ocasionada por conta da
palavra mexe (do verbo mexer) que é grafada com x.

 Em palavras de origem tupi (capixaba, caxumba, xaxim, queixada, Pataxó,


abacaxi, araxá e Xingu)

Uma das exceções é a palavra que nomeia a cidade catarinense de Chapecó, que é
uma derivação do tupi Xapeco e quer dizer, da donde se avista o caminho da roça.

 Em palavras de origem africana (afoxé, axé, xingar, xangô, maxixe, orixá,


borocoxô, xodó e fuxico)

Algumas exceções são as palavras cachaça, chilique e cachimbo.

 Em palavras de origem árabe (almoxarifado, elixir, haxixe, xarope, xadrez, xeque


e enxaqueca)

As exceções são as palavras alcachofra e chafariz.

5.3 Uso do S ou Z

Na hora de escrever, outra confusão frequente está relacionada ao uso do S e do Z.


Conheça algumas regrinhas que podem auxiliar:

Casos em que o S é utilizado:

 Em palavras que derivam de uma primitiva grafada com s (casa – casinha,


casarão, análise – analisar e pesquisa – pesquisar)

Como exceção podemos citar: catequese – catequizar.

 Após ditongo quando houver o som de z (coisa e maisena)

 Nos sufixos “ês”, “esa”, “esia” e “isia”, quando indicarem nacionalidade, título ou
origem (burguesia, portuguesa, poetisa e camponês)

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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A exceção é a palavra juíza, que deriva do masculino, juiz.

 Na conjugação dos verbos pôr e querer (ele pôs, ele quis, e nós quisemos)

 Nos sufixos gregos “ase”, “ese”, “ise” e “ose” (crise, tese, frase e osmose)

As exceções são as palavras deslize e gaze.

 Em palavras terminadas em “oso” e “osa” (gostosa e populoso)

5.4 Casos em que o Z é utilizado:

 Palavras terminadas em ez e eza serão escritas com z quando se tratarem de


substantivos abstratos provenientes de adjetivos, portanto, indicando uma
qualidade (certeza, nobreza, maciez e sensatez)

 Utiliza-se o z nas palavras derivadas com os sufixos “zinho” “zito” “zada”


“zarrão”, “zorra”, “zudo”, “zeiro”, “zal” e “zona” (cafezal, homenzarrão,
papelzinho e açaizeiro)

As exceções ocorrem quando o radical da palavra de origem possui o s: casa –


casinha, asa – asinha e Teresa – Teresinha.

 Quando a derivação resulta em verbos terminados com o som de “izar”


(economizar e aterrorizar)

Da mesma forma, há exceção quando o radical da palavra de origem possui o s:


analisar e improvisar.

5.5 Uso do C, Ç, S e SS

Outra parte, ainda mais confusa, são as possibilidades de uso do c, ç, s e ss.


Entretanto, as regrinhas são muito simples e fáceis de serem entendidas.

 O C tem valor de S com as vogais E e I. Antes de A, O ou U, utiliza-se


o Ç (ocioso, acetato, açúcar e aço)

 Depois de consoante, utiliza-se S. Entre vogais, o correto é usar SS (concurso e


pessoa)

 O S é utilizado em palavras que derivam de verbos terminados em “correr”,


“pelir” e “ergir” (compelir – compulsório, discorrer – discurso e imergir – imersão)

 Os verbos terminados em “dar”, “der”, “dir,” “ter”, “tir” e “mir” recebem o S quando
perdem as letras D, T e M em suas derivações (redimir – remissão – remisso,
expandir – expansão – expansível e iludir – ilusão – ilusório)

 Verbos não terminados em “dar” “der” “dir”, “ter” “tir” e “mir” recebem Ç quando
mudam o radical (excetuar – exceção e proteger – proteção)

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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 Verbos que mantêm o radical recebem Ç em suas derivações (fundir – fundição


e reter – retenção)

 Utiliza-se C ou Ç após o ditongo quando houver som de S (traição e coice)

 Utiliza-se C ou Ç nos sufixos “aça”, “aço”, “ação”, “çar”, “ecer’, “iça”, “iço”, “nça”,
“uça”, “uço” (esperar – esperança, dente – dentuço, rico – ricaço e merece –
merecer)

 Em palavras de origem árabe (açude, alface, alvoroço, celeste, cetim, açoite,


açafrão)

Algumas exceções são arsenal, safra, salada e carmesim.

 Em palavras de origem tupi (camaçari, açaí, cacique, piaçava, paçoca, Iguaçu e


cupuaçu)

 Em palavras de origem africana (caçula, cachaça, miçanga, lambança, cangaço


e jagunço)

5.6 Uso do G e J

Em relação ao uso do G e J é seguida a mesma tendência. Além de ter várias regras,


há, ainda, diversas exceções. Confira quais são as principais e nunca mais erre a
grafia dessas palavras.

 Nas palavras originárias do latim e do grego, normalmente, o G da Língua


Portuguesa é equivalente.

Latim

gestu – gesto

gelu – gelo

agitare – agitar

Grego

gymnastics – ginástica

hégemonikós – hegemônico

Em relação ao J, ele não existe nem no latim e nem no grego clássico. Portanto, ele
ocorre quando há consonantização do I semiconsoante latino ou palatalização do S +
I, ou do grupo DI + Vogal.

Casos em que o G é utilizado:

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 Quando a palavra é derivada de outra palavra grifada com G (faringite – faringe


e selvageria – selvagem)

Algumas exceções são coragem – corajoso e viagem – viajar.

 Quando as palavras terminam nos sufixos “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio” e “úgio”
(refúgio, prestígio e sacrilégio)

 Utiliza-se G quando os substantivos são terminados em “gem” (sondagem,


viagem e passagem)

Exemplos de exceção são as palavras pajem e lambujem.

 Quando os verbos são terminados em “ger” e “gir” (eleger e rugir)

 Depois de R (divergir e submergir)

Casos em que o J é utilizado:

 Nas palavras derivadas de outras que são grafadas com J (lojista – loja, gorjeta
– gorja).

 Nos verbos terminados em “jar” (arranjar, encorajar, enferrujar)

 Palavras de origem árabe (azulejo, berinjela, jaleco, jarra, laranja)

Algumas exceções são giz, girafa e álgebra.

 Em palavras de origem tupi (jururu, maracujá, jerimum, marajó, jibóia)

Sergipe é uma exceção.

 Palavras que possuem origem africana (jabá, Iemanjá, acarajé, jiló, Jurema)

5.6 Uso do Mal e mau

É uma das dúvidas mais frequentes, que as duas palavras são muito parecidas. E aí,
na hora de escrever, o correto é mau ou mal? Vamos aos esclarecimentos?

Neste caso é uma dica que é praticamente infalível. Na hora da dúvida, basta colocá-
la em prática.

A palavra mal é o oposto de bem, enquanto a palavra mau é o oposto de bom. Basta
fazer a substituição para perceber se o uso é correto, ou não.

Vale lembrar, ainda, que quando estiver acompanhado de artigo ou


pronome, mal será um substantivo.

 Exemplo: Sofro desse mal desde os dez anos de idade.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Porém, quando modificar um verbo ou adjetivo, mal será um advérbio.

 Exemplo: Chegou em casa e mal olhou para o marido.

Na direção contrária, a palavra mau sempre será usada como um adjetivo.

 Exemplo: Os maus exemplos não devem ser seguidos.

5.7 Uso dos porquês

Essa questão tira o sono de muitos concurseiros e não é para menos. Há quatro
categorias distintas e cada uma delas com um uso. Entretanto, depois de entender
com elas funcionam, o uso dos porquês se tornará muito mais simples.

a) Porque (junto e sem acento) – é usado basicamente em respostas e explicações,


indicando a causa ou explicação de algo. Pode ser substituído por: pois, uma vez que,
dado que, visto que, etc.

 Exemplo: Não vou ao shopping porque estou me sentindo mal.

b) Por que (separado e sem acento) – é usado para fazer perguntas ou para fazer
relação com um termo anterior da oração. Confira algumas formas de substituí-lo: por
qual razão e por qual motivo.

 Exemplo: Por que você não cumpriu o acordo de venda?

c) Por quê (separado e com acento) – é usado no final de frases interrogativas,


podendo ser seguido tanto por ponto de interrogação, quanto por ponto final.

 Exemplos: Minha irmã foi embora sem que eu soubesse o por quê.

Você deixou o caderno em casa por quê?

d) Porquê (junto e com acento) – é usado para indicar o motivo, razão ou causa de
alguma coisa. Sempre aparece acompanhado de artigos definidos ou indefinidos, mas
pode aparecer, ainda, acompanhado de numeral ou pronome.

 Exemplo: Gostaria de saber os porquês de eu não ter sido convidada para a


festa do condomínio.

Resumindo:

Porque – Usado em respostas.

Por que – Usado no início de uma questão.

Por quê – Usado no fim de perguntas.

Porquê – Usado como substantivo.

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5.8 Crase

Em Língua Portuguesa poucas coisas são tão temidas e erradas, quanto a crase. Isso
porque seu uso é normatizado por uma série de regras, que facilmente podem causar
confusão nos concurseiros.

Além de tudo, é um assunto extremamente cobrado em provas. Sendo assim, é muito


importante estar com todas as normas na ponta da língua. Vamos lá?

5.8.1 Nas situações a seguir, NÃO há uso de crase:

a) Antes de substantivos masculinos: Prefiro andar a pé.

b) Antes de verbos: O engenheiro está começando a planejar meu banheiro.

c) Antes de grande parte dos pronomes: Desejamos a todos boas festas.

Entretanto, há algumas exceções, como na frase: Esta é a notícia à qual me referi.

Em expressões com palavras repetidas, ainda que elas sejam femininas: Fiquei face
a face com meu ex-marido.

d) Antes de palavras femininas no plural e antecedidas pela preposição a:

As bolsas de estudo foram dadas a alunas goianas.

Entretanto, se os substantivos femininos forem especificados por meio do uso do


artigo definido “as”, há uso de crase em função da contração do artigo com a
preposição a, portanto a + a = às: As bolsas de estudos foram concedidas às alunas
goianas.

e) Antes de numeral, com exceção das horas:

O shopping fica a três quilômetros daqui.

5.8.2 Há uso de crase nas condições a seguir:

a) Antes de palavras femininas,

b) Em construções de frases com substantivos e adjetivos que pedem a


preposição a,

c) Ainda, com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a quem
algo se refere.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Alguns exemplos são “pedir a” e “agradecer a”: Minha irmã nunca está atenta à aula.

d) Em várias expressões adverbiais, locuções conjuntivas e prepositivas:

à noite, à exceção de, à semelhança de, à deriva, às avessas, às vezes, à toa, à parte,
etc.

e) Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino se houver uma palavra


feminina subentendida na frase. Um bom exemplo são as locuções “à moda de” e
“à maneira de”.

f) Antes da indicação exata e determinada de horas:

Preciso acordar todos os dias às cinco da manhã.

OBS.: Vale lembrar que em caso de uso das preposições “para”, “entre”, “desde” e
“após”, não ocorre o uso da crase: O salão só abre após as duas da tarde.

Em várias expressões de modo ou circunstância, como fator de transmissão de


clareza na leitura: Estudei a distância – Estudei à distância.

5.8.3 Nos casos a seguir, o uso da crase é facultativo.

a) Antes de pronomes possessivos;

b) Antes de nomes próprios femininos;

c) Antes da preposição até antecedendo substantivos femininos.

Casos específicos:

 Antes de nomes de localidades;


 Antes da palavra terra;
 Antes da palavra casa;

5.9 Palavras homônimas e parônimas

Essas palavras são importantes em concursos públicos pelo fato de aparecerem muito
em questões que são “pegadinhas”. Sendo assim, fique atento a elas e evite perder
pontos em perguntas simples. Confira as definições.

5.9.1 Palavras homônimas

São aquelas palavras que possuem exatamente a mesma pronúncia mas que têm
significados e escritas diferentes.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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cerrar (fechar) – serrar (cortar)

laço (nó) – lasso (gasto, cansado)

cheque (ordem de pagamento) – xeque (jogada de xadrez)

5.9.2 Palavras parônimas

Tanto a pronúncia, quanto a escrita são parecidos. Contudo, o significado é diferente.

comprimento (extensão) – cumprimento (saudação)

emergir (vir à tona) – imergir (mergulhar)

tráfego (trânsito) – tráfico (comércio ilícito)

Sintramon (sindicato de servidores públicos) – Sitramonti (sindicato dos trabalhadores


da montagem industrial)

5.10 Novo acordo ortográfico

Apesar de datar de 1990, somente a partir de 2016 é que o tema começou a tirar o
sono dos concurseiros. O novo acordo ortográfico está em vigor desde 2009, porém,
foi em 2016 que o uso das novas regras tornou-se obrigatório. Confira quais foram as
principais alterações.

5.10.1 Mudança no alfabeto

Acréscimo das letras K, W e Y. Agora, oficialmente, o alfabeto brasileiro conta com 26


letras. Na prática, essas letras são usadas em nomes próprios e nas abreviaturas de
símbolos internacionais, tais como km (quilômetro) e kg (quilograma).

5.10.2 Trema

Uma das principais mudanças do novo acordo ortográfico foi a queda do uso do trema.
Agora, seu uso ocorre apenas em nomes próprios estrangeiros e derivados, a
exemplo de Müler.

5.10.3 Acentuação

a) Fim da acentuação dos ditongos abertos “ei” e “oi” das palavras paroxítonas,
ou seja, aquelas que possuem acento tônico na penúltima sílaba.

Exemplos: jóia – joia, idéia – ideia e assembléia – assembleia.

b) Fim da acentuação para os ditongos oo e ee nas palavras paroxítonas.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


AGOSTO de 2022 a JANEIRO de 2023
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Exemplos: veêm – veem, voô – voo e enjoô – enjoo.

c) Abolição do acento agudo nas vogais i e u quando aparecem depois de


ditongo.

Exemplo: feiúra – feiura.

d) O acento diferencial foi abolido de diversas palavras, que agora devem ser
analisadas dentro do contexto da oração.

Exemplos: pára – para, pêlo – pelo e pêra – pera.

O acento diferencial foi mantido em alguns casos, como por exemplo tem/têm e
pode/pôde.

5.10.4 Hífen

As regras de hifenização sofreram diversas alterações por conta do novo acordo


ortográfico. Conheça os principais casos.

a) Não há uso de hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento


começa com as letras r ou s, que neste caso, serão duplicadas.

Exemplo: auto-retrato – autorretrato.

Vale lembrar que o hífen será mantido na ligação dos prefixos hiper, super e inter com
elementos iniciados por r.

Exemplos: inter-regional e super-resistente.

b) O hífen é usado quando o prefixo termina com a mesma vogal que começa o
segundo elemento.

Exemplo: antiinflamatório – anti-inflamatório.

c) Ao contrário, não se usa hífen quando quando o prefixo termina em vogal


diferente da que começa o segundo elemento.

Exemplo: auto-estima – autoestima.

d) Ainda que o segundo elemento se inicie com a vogal “o”, não se usa hífen em
palavras prefixadas por “co”.

Exemplo: cooperar.

e) Não há uso de hífen em palavras composta que, através do uso, formam uma
unidade.

Exemplo: manda-chuva – mandachuva.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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6 ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Basicamente, a acentuação está relacionada com a ortografia e com a prosódia. E


para que o indivíduo pronuncie corretamente as palavras é necessário que tenhamos
noção dos seus sons, fazendo uso de maior ou menor intensidade conforme a sílaba
tônica. As regras de acentuação disciplinam o uso adequado dos sinais indicando a
posição da sílaba tônica, como o timbre e a nasalização das vogais.

Após a instalação das Novas Regras Ortográficas de Língua Portuguesa, vigente


desde janeiro de 2009 nos países que possuem o português como idioma oficial, as
regras de acentuação sofreram algumas mudanças.

6.1 Regras das Palavras Oxítonas, Paroxítonas e Proparoxítonas

Geralmente, acentuam-se as palavras oxítonas cuja última sílaba é tônica, ou seja,


com entonação mais forte:

Exemplos: Paraná, Melhor, Parabéns, Você.

Também se deve acentuar ditongos abertos no plural. Um Ditongo Aberto ocorre


quando há união entre uma vogal de som aberto com uma semivogal:

Exemplos: Chapéu, Troféu, Papéis.

No caso das palavras paroxítonas, coloca-se o acento em palavras em que a


penúltima sílaba é tônica e terminarem da seguinte forma:

 L – Amável;

 N – Pólen;

 R- Repórter;

 X – Xérox;

 I – Júri;

 I (S) – Lápis;

 U (S) – Bônus;

 PS – Tríceps;

 ÃO – Sótão;

 Um – Álbum;

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Palavras paroxítonas terminadas em ditongos orais (sílaba mais fechada) seguidas


ou não pela letra S também são acentuadas. Exemplos: Vácuo, Insônia e Subúrbio.

Já as palavras proparoxítonas apresentam a antepenúltima sílaba como tônica. Como


todas as proparoxítonas são acentuadas, a regra é bem mais fácil de ser entendida e
nem vale muito a pena perder tempo para estudar.

6.2 Regras de Acentuação em Monossílabos

A ortografia prevê a acentuação de monossílabos tônicos, mas nem sempre para


todos, apenas as palavras terminadas nas vogais A, E ou O:

Exemplos: Cá, Fé, Dó;

Essa regra também abrange os ditongos monossilábicos abertos, como as palavras


Céu e Sóis.

6.3 Regras de Acentuação em Ditongos Abertos

Com a mudança da ortografia da Língua Portuguesa, os ditongos abertos, (“éi” e “ói”)


perderam o acento quando estão em uma palavra paroxítona:

 Platéia – Plateia;

 Bóia – Boia;

 Idéia - Ideia;

Porém, outras palavras se mantiveram com o acento:

 Anéis, Troféu, Herói;

6.4 Regras de Acentuação em Hiatos

Nesse caso, acentua-se as vogais “i” e “u” tônicas, quando formam um hiato com outra
vogal anterior. Na separação de sílabas, essas vogais serão acentuadas quando
estiverem sozinhas ou no caso de estarem com o consoante S:

 Sa-í-da;

 Fa-ís-ca;

 Sa-ú-de.

6.5 Acentuação gráfica no Novo Acordo Ortográfico

O novo acordo ortográfico, que já não é mais uma novidade, é obrigatório desde 2016.
Dessa forma, livros, escolas e concursos precisam respeitá-lo como a forma correta
de escrever.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Segundo o Ministério da Educação, as mudanças afetaram 0,8% do vocabulário


utilizado no Brasil. Para quem deseja um cargo público é importante saber essas
regras ortográficas para obter uma boa nota na parte de Língua Portuguesa. Saiba
mais!

6.5.1 O que é e para que serve o novo acordo ortográfico?

Antes de mais nada, é necessário saber o que é o novo acordo ortográfico e por que
ele foi proposto. Em 1990, o Brasil e outros Estados-Membros da Comunidade de
Países de Língua Portuguesa decidiram diminuir as diferenças que havia entre os
idiomas em cada localidade.

Porém, o acordo só veio a ser ratificado aqui em 2008 e começou a ser implementado
em 2009. Os primeiros países a implementar as regras foram Portugal e Cabo Verde.
A intenção do novo acordo é facilitar o intercâmbio cultural entre os países, já que
livros e estudos podem ser publicados sem que haja diferenças na escrita.

6.5.2 Por que estudar as regras da nova ortografia?

A ortografia é um dos assuntos mais cobrados pelos concursos públicos. Afinal,


espera-se dos profissionais contratados que eles saibam escrever corretamente.

No caso das novas regras isso também é válido. Até porque, esse conhecimento
também indica que o candidato está atualizado.

Outro aspecto a se considerar é que a língua portuguesa é uma das matérias com
maior peso nos certames. Dependendo do cargo que você está almejando, é possível
que ela valha por dois na nota final.

Desse modo, estudar a ortografia não é um apenas um diferencial, mas algo valioso
para quem pretende entrar para a carreira pública. Então, não deixe esse conteúdo
de lado!

6.5.3 Quais regras do novo acordo ortográfico é preciso saber?

O novo acordo ortográfico possui várias regras, mas a maior parte delas é bastante
fácil de compreender. Quando você entender a lógica por trás, você conseguirá
escrever todas as palavras que quiser, e reconhecer as que estão escritas da forma
antiga.

a) Trema

O trema (¨) utilizado sobre a vogal U não existe mais. Ou seja, agora não é mais
“lingüiça” e sim “linguiça”. Essa acentuação gráfica só vale para nomes próprios,
afinal, nesses, as regras não se aplicam.

b) Acento diferencial

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Antes do novo acordo ortográfico, algumas palavras se diferenciavam por causa do


acento agudo. Esse era o caso de para (preposição) e pára (verbo). Agora essa
diferenciação foi eliminada, exceto em duas situações: pôr (verbo) e por (preposição),
além de pôde (verbo no passado) e pode (verbo no presente).
c) Acento circunflexo
As palavras com vogais repetidas não recebem mais acento circunflexo, de acordo
com a nova ortografia. Por exemplo: leem, creem, voo e enjoo.
d) Acento agudo
Os ditongos abertos em “ei” e “oi” de palavras paroxítonas também não possuem mais
acento agudo. Esse é o caso de colmeia, jiboia, e ideia – sendo a palavra que mais
causou polêmica quando a regra foi lançada.
e) Hífen
Assim como os diferentes tipos de acentos, o hífen sofreu algumas alterações. Caso
a segunda palavra comece com “r” ou “s”, então, escreve-se tudo junto. Por exemplo:
contra-regra virou contrarregra. Porém, se a primeira palavra terminar em “r”, o hífen
está mantido, como super-resistente.
Se a primeira palavra terminar em vogal e a segunda começar com vogal, não se usa
mais hífen. Esse é o caso de auto-estrada que virou autoestrada.

6.5.4 Como estudar a ortografia oficial?

Como visto nos exemplos acima, muitas palavras que estávamos acostumados
passaram a ser escritas de forma diferente após o novo acordo ortográfico. Para quem
lê conteúdos na internet, já é possível ver essas mudanças na prática.
No entanto, livros que foram editados e impressos antes da nova ortografia oficial
ainda estão do modo antigo.
Dessa forma, vale a pena estudar as regras e fazer exercícios de fixação. Afinal, será
necessário mudar a forma como se enxerga muitas das palavras. Nesse momento, o
ideal é optar por materiais mais atuais, até que você possa entender as diferenças
entre a forma anterior de se escrever e a atual.
Estudar com o suporte de um profissional também pode ajudar bastante. Conheça as
opções de cursos preparatórios de Português para concursos atualizados. Tenha uma
excelente preparação e seja o próximo aprovado no concurso dos seus sonhos.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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7 CLASSIFICAÇÃO, FLEXÃO E EMPREGO DO SUBSTANTIVO, DO ADJETIVO,


DO ADVÉRBIO E DO PRONOME

7.1 Substantivo

"Substantivo é uma classe de palavras que dá nome aos seres e a tudo que está ao
redor das pessoas. Em virtude dessa função e da amplitude de sua ocorrência, esses
termos podem ser divididos em comum e próprio, o primeiro designa a generalidade
e o segundo apresenta elementos individualizados. Podem ser distinguidos por seu
aspecto primitivo ou derivado, sendo aquele a palavra base e este a que se origina
dele. Também podem ser discriminados pelas suas configurações simples ou
compostas, isto é, que possuem uma palavra ou várias. Por fim, podem apresentar
um teor concreto, ou seja, uma existência própria, ou um caráter abstrato, relativo
aos sentimentos, sensações, qualidades e estados.

Importante destacar que por tratar-se de uma classe de palavras variáveis, os


substantivos flexionam-se de acordo com o gênero (masculino e feminino), com o
número (singular e plural) e com o grau (diminutivo e aumentativo)."

7.1.1 "O que é substantivo?

Substantivo é uma classe gramatical cuja função é, a grosso modo, nomear os seres
em geral. Apesar de essa conceituação estar presente em vários locais, há que se
ressaltar sua incompletude, tendo-se em vista que o substantivo pode também ser
responsável por denominar ações (abraço, chute), postulados físicos (inércia),
aspectos emocionais e psicológicos (covardia, esquizofrenia, ansiedade, amor, ódio),
elementos socioculturais (pobreza, inteligência), entre outros.

Tais características não são as únicas que diferenciam o substantivo das demais
classes gramaticais, como a dos adjetivos e a dos pronomes. Diante disso, a
identificação dele, além de depender do critério semântico mencionado (atribuição de
palavras e significados às experiências que vivenciamos), requer a observação do
critério morfológico, ou seja, das formas e processos de constituição comuns dos

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termos substantivos, e do sintático, isto é, relacionado à posição e combinação dessas


palavras dentro de uma oração ou frase.

Dessa maneira, os substantivos podem ser definidos por darem nome às coisas;
terem suas unidades menores (radicais — partes das palavras que carregam a ideia
central — e afixos — elementos que complementam o radical) confrontadas com as
outras da mesma categoria gramatical; e, por fim, exercerem as funções de sujeito e
objeto direto das orações, sendo, inclusive, seus núcleos informativos.

7.1.2 Classificação dos substantivos

7.1.2.1 Substantivos comuns e substantivos próprios

O substantivo comum é responsável por nomear a generalidade dos seres da mesma


espécie, dos elementos abstratos, dos objetos e dos fenômenos da natureza, ou seja,
sua função é identificar o que está presente na vida e no imaginário daqueles dotados
de linguagem, mas sem individualizar esses constituintes da experiência humana.

Exemplos

Zebra (animal de uma determinada classe);


Amor (sentimento abstrato);
Garfo (objeto);
Chuva (fenômeno da natureza).

Se o substantivo comum designa um todo, o substantivo próprio aplica-se ao singular,


conforme se observa a seguir:
Exemplos

Japão (país específico, não há outro);


João (apesar de ser o nome de muitas pessoas, tem-se que pensar em alguém de
forma contextualizada, ou seja, que está imerso num dado universo e, por isso, torna-
se particular);

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Brasil Escola (apenas um site é detentor dessa titulação).

Observação: É importante ficar atento aos empregos dos substantivos, pois, a


depender da situação e da intenção do locutor, isto é, da pessoa que transmite uma
informação, uma palavra tida como comum pode ser, na verdade, própria, assim como
uma própria pode carregar um sentido comum.

Marlene e eu divertimo-nos muito na Viola de Prata.

Perceba que tanto viola quanto prata são normalmente substantivos comuns, já que
o primeiro nomeia um tipo de instrumento musical e o segundo identifica uma espécie
de minério, mas, no contexto, Viola de Prata é uma determinada boate, sendo,
portanto, um lugar singular, o qual deve ser identificado pela utilização de um
substantivo próprio.

Não é um Vietnã, mas é guerra.

Apesar de Vietnã ser um país específico, na situação anterior, o termo não é utilizado
para identificar-se a nação, mas para apresentar-se o sentido de qualquer guerra cuja
duração foi extensa, ou seja, trata-se de mais um entre tantos conflitos armados,
figurando-se, dessa maneira, como um substantivo comum.

7.1.2.2 Substantivos coletivos

Os substantivos coletivos, ou seja, as palavras que transmitem ideia de um


agrupamento de seres ou de uma reunião de entidades constituem substantivos
comuns, uma vez que não individualizam os elementos, apenas os consideram como
uma massa indistinta.

Exemplos

Arquipélago: ilhas próximas detentoras de características comuns


Cardume: agrupamento de peixes

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Vocabulário: palavras da mesma língua


Enxame: muitas abelhas num mesmo local
Manada: conjunto de animais da mesma espécie com comportamentos semelhantes
Baixela: vários itens de cozinha, como panelas
Resma: 500 folhas de papel

7.1.2.3 Substantivos primitivos e substantivos derivados

Os substantivos primitivos são compostos por palavras que não se originaram de


outras presentes na mesma língua.

Exemplos

Guerra
Cidade
Rua
Laranja

Já os substantivos derivados, conforme o próprio nome anuncia, são palavras que


provêm de outras, sendo que o termo original pode ser um:

a) Substantivo: bruxa, que origina bruxaria;

b) Adjetivo (classe gramatical cuja função é caracterizar, evidenciar qualidades ou


estados dos seres): célebre, que cria celebridade;

c) Verbo (exprime uma ação, um estado ou um fenômeno situado no tempo): casar,


que gera casamento.

Observe que a formação dos substantivos derivados depende da colocação de


prefixos (morfemas que se posicionam antes do radical, isto é, partes das palavras
que acrescentam uma informação à ideia principal, por exemplo, hipertensão —
excesso de tensão) e sufixos (morfemas que se posicionam após o radical, como

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pezão — pé grande) nas palavras primitivas, a fim de criar-se termos que auxiliem na
economia linguística em determinadas construções sintáticas.

Veja, a seguir, esse fenômeno:

Maria falou que a mãe fora à papelaria.

Maria falou que a mãe fora ao local no qual se vende papel.

7.1.2.4 Substantivos simples e substantivos compostos

Os substantivos simples são constituídos por apenas um radical (parte da palavra que
carrega o sentido principal dela).

Exemplo

O mesário não compareceu às eleições.

→ Radical

→ Sufixo (profissão/função)

Os substantivos compostos, apesar de também apresentarem uma unidade de


sentido, têm mais de um radical em sua uma estrutura. Em vista disso, formalmente,
eles podem aparecer como uma palavra.

Exemplos:
passatempo (brincadeira)
hidromassagem (massagem feita à base de água)

Podem também aparecer com dois ou mais termos, separados ou não por hífen.

Exemplos:

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bicho-da-seda (inseto específico)


cachorro-quente (tipo de alimento)
Nossa Senhora (mãe de Jesus)

7.1.2.5 Substantivos concretos e substantivos abstratos

Os substantivos concretos nomeiam seres de existência própria, isto é, figuras


independentes que fazem parte de um universo real ou imaginário.

Exemplos:

Lobisomem (entidade imaginária)


Lápis (objeto)
Andréa (pessoa)
Goiânia (cidade)
Congresso Nacional (instituição)

Os substantivos abstratos designam qualidades, ações, sentimentos, estados,


sensações. Constata-se, portanto, que a existência desses elementos está
condicionada a um ser concreto ou imaginário que os evidencie ou os experiencie.
Além disso, pressupõe-se a manutenção do caráter universal deles, ou seja, da sua
aparição em diversos locais e variadas situações.

Exemplos:

Avareza, lentidão (qualidades)


Solidão, ódio (sentimentos)
Velhice, juventude, felicidade (estados)
Ardência, conforto (sensações)

Além da distinção dos substantivos por meio da análise semântica, eles podem ser
diferenciados pelo aspecto morfológico, tendo-se em vista que há regularidades
formais presentes nas palavras. Dessa maneira, determinados sufixos, como -dade, -

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ez, -eza, -ura, -ia, -dão, -ície, podem originar substantivos abstratos derivados de
adjetivos.

Exemplos:

mal → maldade
mesquinho → mesquinhez
cru → crueza
cândido → candura
cortês → cortesia
imundo → imundície

Também a presença dos sufixos -ção, -são, -ância, -ência, -ânça, -ênça podem indicar
a herança verbal dos substantivos abstratos.

Exemplos:

deter → detenção
confundir → confusão
ignorar → ignorância
viver → vivência
governar → governança
crer → crença

Importante destacar que a classificação de um substantivo em concreto e abstrato não


dispensa a atenção ao contexto frasal no qual ele está inserido. Diante disso,
principalmente em textos literários, constata-se a possibilidade de inversão da
categoria, estabelecendo, assim, uma figura de linguagem chamada metonímia (troca
de um termo por outro, desde que entre eles haja uma contiguidade no que toca aos
significados).

Exemplo

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Quando me lembro de minha pele sem rugas, percebo o quanto era imaturo.

Pelo período anterior, é fácil compreender que a expressão “pele sem rugas” remete
ao substantivo abstrato “juventude”.

7.1.3 Flexão de gênero dos substantivos

A flexão de gênero diz respeito à capacidade de a palavra assumir uma face feminina,
marcada, entre outras formas, pela utilização tanto do artigo (palavra que precede o
substantivo a fim de especificá-lo) definido “a” quanto do artigo indefinido “uma”; ou
apresentar um aspecto masculino, o qual poderá ser assinalado da mesma maneira,
por meio do uso de “o” e “um”.

Diante disso, um mesmo substantivo pode transitar entre o gênero masculino e o


feminino, característica que o leva a ser classificado como biforme.

Exemplos:

Homem/mulher
Cavalo/égua
Trabalhador/trabalhadora

Todavia, essa não é a única configuração dos substantivos, pois há aqueles que
possuem apenas um modo de ser escrito ou falado e, em virtude disso, adotam
apenas um gênero, apesar de poderem abarcar seres masculinos e femininos. Essas
palavras são tidas como uniformes.

Exemplos:

Pessoa
Vítima
Cãs

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7.1.4 Alteração semântica em virtude da mudança de gênero

Há alguns substantivos que podem assumir um sentido ou outro, conforme o gênero


empregado.

Exemplos:

O rádio (aparelho de difusão sonora), a rádio (emissora, canal)


O guia (pessoa ou entidade responsável por dar a direção a alguém), a guia
(documento)
O capital (relacionado à economia), a capital (sede administrativa de algum lugar)
O cabeça (mentor), a cabeça (parte do corpo)

7.1.5 Flexão de número dos substantivos

A flexão de número é responsável por marcar a quantidade de seres, emoções,


fenômenos expressos pelos nomes, isto é, se se trata de apenas um elemento
(singular) ou de dois ou mais elementos (plural). Importante esclarecer que as
palavras singulares são as originais, portanto, são as plurais que carregam algum
elemento diferenciador, como a inserção das desinências “s” ou “es”.

Perceba, a seguir, alguns padrões de modificação dos termos em razão do número.

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Observação 1: Destaca-se que alguns termos diminutivos têm um mecanismo próprio


de construção de seus plurais, já que, inicialmente, deve-se transformar a palavra
original em seu plural para, depois, retirar a letra “s” e acrescentar os sufixos (partes
que se localizam no final dos vocábulos e carregam uma informação) “zinhos” ou
“zitos”.

Exemplos:

Cordão – cordões – cordõezinhos


Carnaval – carnavais – carnavaizinhos

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Observação 2: Quando os substantivos compostos possuem, em suas estruturas,


apenas adjetivos, numerais ou substantivos combinados entre si, todos os termos
pertencentes a essas classes gramaticais devem ser flexionados.
Exemplos:

Sextas-feiras (numeral + substantivo)


Obras-primas (substantivo + adjetivo)
Tubarões-martelos (substantivo + substantivo)

Entretanto, se houver dois substantivos e entre eles existir uma preposição, apenas o
primeiro termo deve ser flexionado.

Exemplos:

Pés-de-moleque
Orelhas-de-burro

Além dessa exceção, caso o segundo elemento apresente a finalidade do primeiro,


apenas este carrega a marca do plural.

Exemplos:

Bananas-prata
Navios-escola

Por fim, se dois elementos iguais ou onomatopaicos (figura de linguagem que consiste
na reprodução similar de algum som ou ruído) constituírem o substantivo, é
recomendável que apenas o segundo pluralize-se.

Exemplos:

Pingue-pongues
Pega-pegas

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7.1.6 Flexão de grau dos substantivos

Apesar de a maioria dos gramáticos considerar que o grau é um fenômeno de flexão,


ou seja, apenas uma variação da palavra resultante da inserção de um sufixo, Mattoso
Câmara, um importante linguista brasileiro, afirma que, na verdade, a transformação
vocabular advinda da marcação do grau constitui um mecanismo de derivação, isto é,
de formação de um novo termo, e cita como exemplo a palavra “portão”, cuja
significação distancia-se da de seu termo base “porta”.

Divergências à parte, os substantivos podem expressar um sentido aumentativo ou


diminutivo em relação à palavra original. Tal capacidade pode ser interpretada,
analogamente, como um forno no qual as chamas ficam mais fortes ou mais fracas,
conforme se mexe no botão do fogão, sendo que esse botão é o grau.

Para entender-se como funciona o estabelecimento dos graus aumentativo e


diminutivo, é importante ter-se em mente que essa ação dá-se por meio de dois
processos, conforme se observa a seguir:

7.1.6.1 Analítico

O substantivo é modificado por adjetivos (palavras que expressam estados,


características ou qualidades das coisas em geral).

Exemplos:

O menino grande está assistindo à TV.


O menino pequeno fez birra.

7.1.6.2 Sintético:

Ao substantivo, acresce-se um sufixo.

Exemplos:

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O meninão deveria tomar vergonha na cara.


O menininho é tão fofo.

Percebe-se que a última modalidade, além de transmitir a ideia de algo maior ou


menor que o original, ainda carrega um aspecto valorativo de quem enuncia, ou seja,
no primeiro exemplo, há um certo desdém direcionado ao menino, e no segundo,
evidencia-se uma relação de afetividade entre o falante e a criança.

7.1.7 Exercícios

Os substantivos formam uma classe de palavras responsável por nomear.

Questão 1- (UFF-RJ) Assinale a única frase em que há erro no que diz respeito
ao gênero das palavras.

a) O gerente deverá depor como testemunha única do crime.


b) A personagem principal do conto é Seu Rodrigues.
c) Ele foi apontado como a cabeça do movimento.
d) O telefone deixou a anfitriã perplexa.
e) A parte superior da traqueia é a laringe.
Resolução
Alternativa C, pois, no contexto, o substantivo “cabeça” não tem o sentido de parte do corpo humano, mas sim de uma pessoa
que é mentora de algo.

Questão 2- (Fuvest – SP) Assinale a alternativa em que está correta a forma


plural.

a) júnior: júniors
b) gavião: gaviães
c) fuzil: fuzíveis
d) mal: maus
e) atlas: atlas

Resolução

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Alternativa E, pois se trata uma palavra paroxítona terminada em “s”, logo, as formas singular e plural são as
mesmas."

7.2 Classificação, flexão e emprego do adjetivo

Os adjetivos têm a função de qualificar os substantivos que acompanham na


sentença. Por isso, variam em gênero e número de acordo com os termos que
qualificam. Os adjetivos também podem variar em grau para passarem a ideia de
maior ou menor intensidade de determinada qualidade.

Alguns fenômenos linguísticos relativos aos adjetivos são bastante comuns na língua,
como a locução adjetiva, a substantivação de adjetivos, os adjetivos adverbializados
e os pronomes adjetivos."

7.2.1 "O que é adjetivo?

Adjetivo é a classe gramatical cuja função é classificar e qualificar o (s) substantivo (s)
que o acompanha (m) na sentença. Os adjetivos variam em gênero e número de
acordo com o (s) substantivo (s) que qualificam, além disso, podem variar em grau.

7.2.3 Tipos de adjetivos

a) Adjetivos simples: têm apenas um radical.


Exemplos: verde, gordo, rico, real.

b) Adjetivos compostos: têm mais de um radical.


Exemplos: verde-água, socioeconômico, sul-americano, ultravioleta.

c) Adjetivos primitivos: não derivam de nenhuma outra palavra.


Exemplos: azul, bom, belo, vil.

d) Adjetivos derivados: originaram-se de outras palavras.


Exemplos: azulado, desajeitado, linguarudo, grandioso.

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e) Adjetivos pátrios: indicam a origem de um ser ou coisa, podendo tratar-se do


continente, país, região, estado, cidade.
Exemplos: americano, estadunidense, sudestino, potiguar, paulistano, monlevadense.

7.2.4 Gênero dos adjetivos

Os adjetivos podem variar em gênero, usualmente assumindo uma forma no feminino


ou masculino de acordo com o gênero do(s) substantivo(s) que classificam.

A enxadrista astuta venceu o jogo.


O enxadrista astuto venceu o jogo.
Também é muito comum encontrar adjetivos uniformes em relação ao gênero:

A jogadora forte venceu o jogo.


O jogador forte venceu o jogo.
Número dos adjetivos
Além de variarem em gênero, os adjetivos podem variar em número, o que significa
que podem assumir uma forma no singular ou plural de acordo com o(s)
substantivo(s).

O enxadrista astuto venceu o jogo.


Os enxadristas astutos venceram o jogo.

A enxadrista astuta venceu o jogo.


As enxadristas astutas venceram o jogo.

7.2.5 Grau dos adjetivos

Outra característica dos adjetivos é sua flexão em grau, que pode ser comparativo
ou superlativo. A flexão em grau indica a intensidade da característica representada
pelo adjetivo.

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O grau comparativo confronta qualidades entre dois ou mais seres, podendo ser de
igualdade, de superioridade e de inferioridade:

a) Igualdade: Pedro era tão rápido quanto Bárbara.


b) Superioridade: Pedro era mais rápido do que Bárbara.
c) Inferioridade: Pedro era menos rápido do que Bárbara.

O grau superlativo pode ser relativo ou absoluto. O grau superlativo relativo destaca
a qualidade de um ser em relação aos demais de um grupo, podendo ser de
superioridade ou inferioridade assim como no grau comparativo:

a) Superioridade: Pedro era o mais rápido dos alunos.


b) Inferioridade: Pedro era o menos rápido dos alunos.

O grau superlativo absoluto indica uma qualidade tão superior ou inferior, que
ultrapassa a média que se espera, podendo ser sintético ou analítico.

O superlativo absoluto sintético ocorre quando se acrescenta um sufixo ao adjetivo


para intensificá-lo (-íssimo, -érrimo, entre outros de acordo com a regra que se aplica
à palavra).

O superlativo absoluto analítico ocorre quando se acrescenta uma palavra junto ao


adjetivo para intensificá-lo (muito, demais, imensamente, intensamente etc.).

a) Superlativo absoluto sintético: Pedro era rapidíssimo.


b) Superlativo absoluto analítico: Pedro era muito rápido.

7.2.6 Locução adjetiva

Chamamos de locução adjetiva o conjunto de duas ou mais palavras que, juntas,


assumem função de adjetivo na sentença, qualificando outro termo. A locução adjetiva
é comumente formada por preposição e substantivo, que se juntam no contexto para

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qualificar outro termo, assumindo função de adjetivo e formando a locução adjetiva.


Observe:

Ele se acha muito crescido e diz que não gosta mais de livros de criança.

O substantivo “livros” é especificado pelo termo “de criança”, que ganha função de
adjetivo no enunciado, sendo uma locução adjetiva.

Muitas vezes, a locução adjetiva pode até ser substituída por uma única palavra com
função de adjetivo. Nesse caso, seria possível substituir “de criança” por “infantil”.
Esta, sendo apenas uma palavra, teria valor de adjetivo — livros infantis.

7.2.7 Substantivação de adjetivos

Em certos contextos, os adjetivos podem ser substantivados, ou seja, podem aparecer


como termos independentes no enunciado, representando o substantivo omitido que
qualificariam. São casos em que o substantivo não aparece no enunciado, cabendo
ao adjetivo que o qualifica assumir esse papel. Veja no exemplo:

O homem alto se chama Jorge.


O alto se chama Jorge.

No primeiro enunciado, “alto” é um adjetivo para o substantivo “homem”. No segundo,


porém, “alto” passa a assumir a função de substantivo, sendo um adjetivo
substantivado.

7.2.8 Adjetivos adverbializados

De modo semelhante, os adjetivos adverbializados são aqueles que seriam,


comumente, adjetivos, mas passam a assumir função de advérbio no enunciado.
Observe:

As crianças falam de um jeito divertido.

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As crianças falam divertidamente.


As crianças falam divertido.

A palavra “divertido” tende a assumir função de adjetivo, como em “jeito divertido” no


primeiro enunciado.

No segundo enunciado, o advérbio de modo “divertidamente” caracteriza o verbo


“falar”, como em “falam divertidamente”.

No terceiro enunciado, ao ser utilizado o adjetivo “divertido”, temos um adjetivo


adverbializado, isto é, um adjetivo com função de advérbio.

7.2.9 Exercícios resolvidos

Questão 1 – (Ibade)

Na expressão “bons e velhos sábios”, classificam-se como adjetivos os


vocábulos “bons” e “velhos”, e como substantivo, o vocábulo “sábios”. Das
opções abaixo, aquela em que o vocábulo “sábio” foi empregado como adjetivo,
e não como substantivo, é:

A) Só havia um sábio na turma de velhos.

B) Só um sábio muito inteligente resolveria o problema.

C) Era um velho muito sábio.

D) O verdadeiro sábio sabe que nada sabe.

E) Ser um velho, sendo um sábio, é uma bênção.

Resolução

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Alternativa C. O adjetivo “sábio” está qualificando o substantivo “velho”, enquanto nas outras
alternativas “sábio” assume função de substantivo.

Questão 2 – (FGV)

Atribuições do oficial de justiça: “Cumprir mandados judiciais; preparar salas


com livros e materiais necessários ao funcionamento das sessões de
julgamento; buscar, na Secretaria e nos Gabinetes, os processos de cada
Relator, separando-os e ordenando-os, colhendo assinaturas, quando for o
caso; atender e dar informações aos advogados, partes e estagiários presentes
na sessão, anotando os pedidos de preferência pela ordem de chegada dos
interessados; auxiliar na manutenção da ordem e efetuar prisões, quando
determinado; auxiliar o Secretário de Câmara, quando solicitado o auxílio;
cumprir as demais atribuições previstas em lei ou regulamento”.

Em cada opção a seguir foi destacado um substantivo do texto acima; a opção em


que o adjetivo referente ao substantivo destacado está INCORRETO é:

A) livros e materiais / necessários.

B) advogados, partes e estagiários / presentes.

C) pedidos / interessados.

D) auxílio / solicitado.

E) atribuições / previstas.

Resolução

Alternativa C. O adjetivo “interessados” não qualifica “pedidos”, e sim “chegada”, em “chegada dos
interessados”.

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7.3 Classificação, flexão e emprego do advérbio

Basicamente, podemos afirmar que advérbio é a palavra que modifica o sentido do


verbo, acrescentando-lhe uma circunstância. Pode também se referir a um adjetivo ou
a outro advérbio, ou, até mesmo, a uma oração inteira. Dessa forma, os tipos de
advérbio podem indicar lugar, tempo, modo, intensidade, dúvida, afirmação e
negação. Além disso, temos as locuções adverbiais, que são expressões constituídas
de duas ou mais palavras exercendo função adverbial.

Os advérbios também são suscetíveis ao processo de gradação e podem apresentar


estrutura no superlativo ou comparativo, semelhantemente ao que acontece com os
adjetivos."

7.3.1 Funções dos advérbios

O advérbio possui a função de modificar o sentido do verbo, acrescentando-lhe uma


circunstância. Pode também se referir a um adjetivo ou a outro advérbio, ou, até
mesmo, a uma oração inteira. A função de caracterizar o verbo pode ser percebida na
formação da própria palavra advérbio, em que o prefixo “ad” indica proximidade,
contiguidade. Sendo assim, do ponto de vista funcional, os advérbios desempenham
função morfológica e sintática.

O advérbio não admite variação em sua forma e sua principal função é modificar o
verbo.

7.3.2 Advérbio do ponto de vista morfológico

O advérbio não flexiona em gênero nem em número, ou seja, trata-se de uma classe
gramatical invariável.

Exemplo:

A mãe sempre foi menas paciente que a filha.

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Notadamente a frase acima está com problema gramatical, pois o advérbio de


intensidade menos sofreu flexão de gênero, contrariando à norma que orienta a
invariabilidade dessa palavra. Portanto, o correto é:

A mãe sempre foi menos paciente que a filha.

7.3.3 Advérbio do ponto de vista sintático

O advérbio refere-se a um verbo, a um adjetivo, a uma locução adjetiva, a um advérbio


ou a uma locução adverbial, exercendo somente a função sintática de adjunto
adverbial.

Exemplos:

Sempre trabalhou muito.


(O advérbio de intensidade “muito” modifica o verbo trabalhar.)

Permaneço bastante disposto.


(O advérbio bastante modifica o adjetivo disposto.)

Comprou um carro muito fora de moda.


(O advérbio muito modifica a locução adjetiva fora de moda.)

As crianças dormiram mais tarde


(O advérbio mais modifica o advérbio tarde.)

O professor surgiu tão de repente em sala de aula.


(O advérbio tão modifica a locução adverbial de repente.)

Diariamente estudamos para a prova.


(O advérbio diariamente modifica a oração estudamos para a prova.)

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7.3.4 Classificação dos advérbios

A classificação dos advérbios ocorre a partir da circunstância que expressam. Com


isso, a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) reconhece sete classificações.

a) Advérbios de lugar: longe, perto, aqui, ali, lá, junto, acima, abaixo, embaixo, atrás,
adiante etc.

Exemplo:

Estamos perto da casa de nossos pais.

b) Advérbios de tempo: hoje, ontem, amanhã, já, jamais, nunca, sempre, antes, cedo
etc.
Exemplo:

Você sabe que jamais viverei sem seu amor.

c) Advérbios de modo: bem, mal, melhor, pior, assim, e a maioria dos advérbios
terminados em -mente: cautelosamente, suavemente, felizmente.

Exemplo:

Preciso agir cautelosamente.

d) Advérbios de negação: não, tampouco, nunca etc.

Exemplo:

Não deixe nada para depois.

e) Advérbios de dúvida: talvez, quiçá, acaso, possivelmente, provavelmente, etc.

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Exemplo:

Talvez nos vejamos na próxima semana.

f) Advérbios de intensidade: muito, pouco, bastante, bem, mais, menos, demais,


tanto, tão etc.
Exemplo:

Diga um verso bem bonito.

g) Advérbios de afirmação: sim, certamente, realmente etc.

Exemplo:

Certamente o Brasil será um país desenvolvido.

7.3.5 Locução adverbial

Trata-se do conjunto de duas ou mais palavras que possuem valor de advérbio. As


locuções adverbiais formam-se a partir da associação de uma preposição com um
substantivo, com um adjetivo ou com um advérbio, possuindo os mesmos valores
semânticos do advérbio. Veja, a seguir, algumas locuções adverbiais e as
circunstâncias que elas expressam.

a) Lugar: por dentro, por fora, em cima, por cima, por baixo, por perto, à direita, à
esquerda, ao lado.

Exemplo:

Por favor, vire à direita.

b) Tempo: depois de amanhã, em breve, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de


vez em quando, hoje em dia, de madrugada.

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Exemplo:

Em breve, nossas rotinas voltarão ao normal.

c) Modo: à vontade, às pressas, às claras, à toa, de mansinho, em silêncio, de cor.

Exemplo:

Fique à vontade para estudar gramática.

d) Dúvida: quem sabe.

Exemplo:

Quem sabe isso quer dizer amor.

e) Afirmação: com certeza, sem dúvida, por certo.

Exemplo:

Com certeza serei aprovado no próximo concurso.

f) Negação: de modo algum, de jeito nenhum.

Exemplo:

De modo algum tive a intenção de magoá-la.

7.3.6 Gradação dos advérbios

Alguns advérbios, especialmente os de modo, podem sofrer gradação de dois tipos:


superlativo e comparativo, sendo o mesmo processo de gradação dos adjetivos.

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a) Grau superlativo
Divide-se em sintético e analítico.

a.1) Sintético: acrescenta-se um sufixo ao advérbio, como na palavra muitíssimo


(muit é o radical e -íssimo é o sufixo).

Exemplos:

Ana é muito educada


Ana é muitíssimo educada.

a.2) Analítico: o advérbio é modificado por outro advérbio, como em longe demais,
perto demais, muito longe, muito bem, tão longe, etc.

Exemplo:

Jô Soares recebeu-me muito bem.

b) Grau comparativo
Divide-se em grau comparativo de superioridade, igualdade e inferioridade.

b.1) de superioridade: antepõe-se mais e pospõe-se que ou do que ao advérbio.

Exemplo:

Acordei mais tarde que você.

b.2) de igualdade: antepõe-se tão e pospõe-se como ou quanto ao advérbio.

Exemplo:

Acordei tão tarde quanto você.

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b.3) de inferioridade: antepõe-se menos e pospõe-se que ou do que ao advérbio.

Exemplo:

Acordei menos tarde que você.

7.3.7 Exercícios resolvidos

QUESTÃO 1 – (CPS - 2019) Leia e analise a peça publicitária para responder à(s)
questão(ões) a seguir.

Observe os trechos:

I. Você está no meio desse ambiente.

II. Campanha do meio ambiente.

Sobre o vocábulo “meio”, destacado nos trechos, pode-se afirmar corretamente que:

a) em I, exerce a função de predicativo do sujeito “você”.

b) em I, é substantivo que forma uma locução adverbial indicando lugar.

c) em II, está apresentando a circunstância de lugar onde a campanha ocorre.

d) em II, é um advérbio de intensidade e pode ser substituído por “um pouco”.

e) em I e II, são substantivos que formam locuções adjetivas qualificando “você” e


“campanha”.

Resposta: letra B. A expressão “no meio desse ambiente” completa a ação verbal, indicando o lugar. Dessa forma,
deve ser classificada como locução adverbial de lugar

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QUESTÃO 2 - (IFSP 2017) De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa


e com a gramática normativa e tradicional, assinale a alternativa em que o termo
destacado tem valor de advérbio.

a) Não há meio mais difícil de trabalhar.

b) Só preciso de meio metro de aniagem para sacos de carvão.

c) Encarou os meninos carvoeiros, esboçando meio sorriso.

d) Os carvões caíram no meio da estrada.

e) Achei o menino meio triste, raquítico.

Resposta: letra E.
Na alternativa A, “meio” tem valor de substantivo.
Na alternativa B, “meio” tem valor de adjetivo.
Na alternativa C, “meio” tem valor de adjetivo.
Na alternativa D, “meio” tem valor de substantivo. "

7.4 Classificação, flexão e emprego do pronome

"Pronome é uma classe de palavras variável cuja finalidade é substituir ou determinar


(acompanhar) um substantivo. Eles se classificam em razão dessas funções. Aquele
que substitui o nome é chamado de pronome substantivo e o que o determina
(acompanha) é o pronome adjetivo. Além disso, são subclassificados em pessoais
do caso reto, pessoais oblíquos tônicos e átonos, de tratamento, relativos,
possessivos, demonstrativos, indefinidos e interrogativos."

7.4.1 Tipos de pronomes

7.4.1.1 Pronomes pessoais

São os pronomes que determinam a flexão de pessoa da oração.

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1º pessoa: o ser que se manifesta (fala) no processo comunicativo; o enunciador; o


locutor; o emissor.

2º pessoa: o ser que recebe a mensagem e decodifica-a; o receptor; o interlocutor.

3º pessoa: o ser sobre o qual se fala no processo comunicativo.

Eles se subdividem em pronomes pessoais do caso reto e em pronomes oblíquos


átonos e tônicos. Veja:

a) Caso reto: são os pronomes pessoais que sempre exercem função de sujeito da
oração (nunca exercem função de complemento). São eles:

1º pessoa do singular: EU

2º pessoa do singular: TU

3º pessoa do singular: ELE/ELA

1º pessoa do plural: NÓS

2º pessoa do plural: VÓS

3º pessoa do plural: ELES/ELAS

Exemplos:

Eu corri durante uma hora.

Tu correste durante uma hora.

Ele correu durante uma hora.

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Nos exemplos acima, os pronomes eu, tu e ele exercem a função sintática de sujeito
do verbo correr, o qual deve concordar em número e pessoa com seus sujeitos.

Assim sendo, construções como “eu vi ele” são equivocadas, visto que o pronome
pessoal reto está sendo usado como objeto direto do verbo “ver”. Os pronomes retos
jamais exercem função de objeto, sempre de sujeito.

b) Oblíquos átonos: todos os pronomes oblíquos exercem função de complemento,


em especial de objeto direto ou indireto. Diferenciam-se dos tônicos, pois estes são
sempre preposicionados e não se prendem ao verbo pela colocação pronominal
(próclise, mesóclise e ênclise). São eles:

1º pessoa do singular: ME

2º pessoa do singular: TE

3º pessoa do singular: SE/O/A/LHE

1º pessoa do plural: NOS

2º pessoa do plural: VOS

3º pessoa do plural: SE/OS/AS/LHES

Exemplos:

“Deram-me o recado.” – O pronome em destaque é objeto indireto do verbo dar.

“Viram-me no estádio.” – O pronome em destaque é objeto direto do verbo ver.

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-O, -A, -OS, -AS X -LHE, -LHES

Os demais pronomes oblíquos átonos podem exercer função de objeto direto ou


indireto, indiscriminadamente, porém os pronomes -O, -A e suas variantes só podem
exercer função de objeto direto, enquanto -lhe só pode exercer função de objeto
indireto.

Exemplos:

”Eu a amo.” – O verbo amar é transitivo direto e o pronome a exerce função de objeto
direto.

“Eu lhe falei a verdade.” – O verbo falar é transitivo direto e indireto. Vale dizer que “a
verdade” é objeto direto e que “lhe” é objeto indireto.

Seria um erro gramatical grave inverter o uso desses pronomes em um texto formal.

c) Oblíquos tônicos: assim como os átonos, exercem função de complementos (em


especial, objeto direto e indireto), mas jamais de sujeito. Possuem posição livre na
oração, por isso não se prendem ao verbo pela colocação pronominal. São eles:

1º pessoa do singular: MIM

2º pessoa do singular: TI

3º pessoa do singular: SI/ELE/ELA

1º pessoa do plural: NOS

2º pessoa do plural: VOS

3º pessoa do plural: SI/ELE/ELA

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Veja:

“Gosto dele.”

“Falaram a verdade a mim.”

“Entregaram a encomenda a ti.”

Nos exemplos acima, os pronomes oblíquos tônicos em destaque exercem função de


objeto indireto de seus respectivos verbos e estão todos preposicionados.

PARA MIM OU PARA EU?


- Se o pronome exerce a função de sujeito do verbo (no infinitivo), usa-se “para eu”.

“Trouxe o livro para eu estudar” – O pronome reto eu é sujeito do infinitivo estudar.

Nesse caso, nada de “Trouxe o livro para mim estudar”, pois mim é pronome oblíquo,
por isso não exerce função de sujeito.

- Se o pronome não exerce função de sujeito (é complemento), usa-se “para mim”.

“Trouxeram este presente para mim.” – Nesse caso, mim é preposicionado e exerce
função de objeto indireto do verbo trouxeram.

7.4.1.2 Pronomes possessivos

Estabelecem relação de posse entre um objeto e uma das três pessoas do discurso.
São eles:

meu(s), minha(s)

teu(s), tua(s)

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seu(s), sua(s)

nosso(s), nossa(s)

vosso(s), vossa(s)

seu(s), sua(s)

7.4.1.3 Pronomes relativos

Os pronomes relativos, ao mesmo tempo, retomam o nome imediatamente anterior e


substituem-no dentro de uma oração subordinada adjetiva (uma oração que
“caracteriza”, “define”, “particulariza” esse nome).

São exemplos de pronomes relativos: QUE, O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS;


QUEM; ONDE, AONDE, DE ONDE (DONDE); CUJO(S), CUJA(S); COMO; QUANTO.

Em primeiro lugar, veja a capacidade de retomada e de substituição desses


pronomes:

Pegue os livros que estão sobre a mesa.

A oração em negrito é adjetiva. Observe que ela caracteriza livros (os livros estão
sobre a mesa) e quem retoma e substitui livros é o pronome relativo que.

A cidade aonde Pedro vai fica no interior de Goiás.

O pronome relativo aonde (refere-se a algo em movimento, diferente de onde que é


um local físico e fixo) retoma e substitui cidade (Pedro vai à cidade).

A garota da qual nós falamos mora nesta rua.

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O pronome relativo da qual retoma e substitui garota (nós falamos da garota).

7.4.1.4 Pronomes demonstrativos

São pronomes que eram originalmente usados para posicionar espacialmente um


objeto em relação às três pessoas do discurso, principalmente em relação a quem fala
e a quem ouve. Também são usados para a marcação de tempo (passado, presente
e futuro) e para o estabelecimento de referências anafóricas e catafóricas em um
texto.

a) Pronomes demonstrativos variáveis:


1ª pessoa: este, esta, estes, estas – indicam um objeto sob posse da 1º pessoa;
2ª pessoa: esse, essa, esses, essas – indicam um objeto sob posse da 2º pessoa;
3ª pessoa: aquele, aquela, aqueles, aquelas – indicam um objeto sob posse de um
3º ou distante da 1º e da 2º pessoa.

b) Pronomes demonstrativos invariáveis: referem-se a coisas ou objetos de forma


indefinida. Espacialmente, possuem a mesma utilização dos anteriores.
1ª pessoa: isto
2ª pessoa: isso
3ª pessoa: aquilo

7.4.1.5 Pronomes de tratamento

São pronomes empregados no trato com as pessoas, familiar ou respeitosamente.


Embora o pronome de tratamento dirija-se à segunda pessoa, toda a concordância
deve ser feita com a terceira pessoa. Assim, usa-se VOSSA quando conversamos
com a pessoa e SUA quando falamos da pessoa.

Veja:

Vossa Senhoria deveria preocupar-se com suas obrigações e não com as de Sua
Excelência, o Governador, que está em viagem.

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Observe na tabela a seguir alguns exemplos de pronomes de tratamento:"

7.4.1.6 Pronomes indefinidos

Referem-se à terceira pessoa do discurso de forma indefinida, genérica e imprecisa.


Podem ou não se flexionarem em gênero e número.

a) Variáveis:

Qualquer/Quaisquer

Qual/Quais

Bastante/Bastantes

Um(ns)/Uma(s)

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Pouco(s)/Pouca(s)

Nenhum(ns)/Nenhuma(s)

Outro(s)/Outra(s)

Todo(s)/Toda(s)

Certo(s)/Certa(s)

Muito(s)/Muita(s)

Tanto(s)/Tanta(s)

Algum(ns)/Alguma(s)

Quanto(s)/Quanta(s)

b) Invariáveis:

Alguém

Ninguém

Quem

Algo

Tudo

Nada

Cada

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Mais

Menos

Demais

Outrem

7.4.1.7 Pronomes interrogativos

Pronomes interrogativos são aqueles empregados em orações interrogativas diretas


ou indiretas. São eles: que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas.

a) Exemplos de orações interrogativas diretas:

“Que horas são?”

“Quem é você?”

“Qual seu nome?”

“Quanto custa o livro?”

b) Exemplos de orações interrogativas indiretas:

“Eu perguntei que horas são.”

“Ana quer saber quem é você.”

“O juiz questionou qual seu nome.”

“Pedro indagou quanto custava o livro.”

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Que e quem não se flexionam. Já o pronome qual é variável em número, e o


pronome quanto concorda em gênero com o termo a que se refere.

7.4.1.8 Pronomes substantivos x pronomes adjetivos

Os pronomes substantivos, ao substituir o substantivo, exercem a mesma função


sintática que este exerceria (núcleo do sujeito, do objeto direto ou indireto, do
complemento nominal etc.).

Veja:

“João passou no vestibular.” (“João” é núcleo do sujeito)

“Ele passou no vestibular.” (ao substituir “João” pelo pronome reto “ele”, este passa a
ser núcleo do sujeito)

“Gosto de João.” (“João” é núcleo do objeto indireto)

“Gosto dele.” (ao substituir “João” pelo pronome oblíquo tônico “ele”, este passa a ser
núcleo do objeto indireto)

Os pronomes adjetivos vêm sempre juntos ao substantivo a que se referem, por isso
sempre exercem função sintática de adjunto adnominal.

Veja:

“Meus livros sumiram.” (o pronome possessivo “meus” é um pronome adjetivo e


exerce função de adjunto adnominal do núcleo do sujeito “livros”)

“Assisti a este filme.” (o pronome demonstrativo “este” é um pronome adjetivo e exerce


função de adjunto adnominal do núcleo do objeto indireto “filme”)"

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8 COLOCAÇÃO DOS PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS ÁTONOS

Os pronomes pessoais oblíquos são aqueles que se referem às pessoas do


discurso quando exercem função de complemento da oração, assumindo
comumente função de:

a) Objeto direto;

b) Objeto indireto.

Portanto, pronomes pessoais oblíquos não exercem função de sujeito, fator que os
diferencia dos pronomes pessoais do caso reto.

8.1 Quais são os pronomes oblíquos?

Veja, na tabela, os pronomes oblíquos de acordo com a pessoa do discurso.

8.1.1 Uso dos pronomes pessoais oblíquos

Para entender o uso desses pronomes, vejamos um exemplo:

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Nós entregamos todas as cartas.


sujeito + verbo + complemento
Nesse exemplo, “nós” é um pronome que se refere à 1ª pessoa do plural (pronome
pessoal) e que exerce função de sujeito. Assim, é um pronome pessoal do caso
reto.

Veja o que acontece quando mudamos as posições:


Todas as cartas foram entregues por nós.
sujeito + verbo + complemento

Dessa vez, o sujeito da oração é “todas as cartas”. O


pronome “nós” exerce função de complemento e, por isso, passa a ser um
pronome pessoal oblíquo.

Como complemento, esses pronomes podem ser acompanhados


de preposição (sendo chamados de pronomes oblíquos tônicos) ou não (sendo
chamados de pronomes oblíquos átonos). Vamos entender melhor essa diferença.

8.1.2 Pronomes oblíquos tônicos

Pronomes oblíquos tônicos precisam estar acompanhados de preposição para que


consigam ser encaixados na oração.
Você nunca acredita em mim.
Hoje, eles falaram de nós.

Nos exemplos, o sujeito da oração está sublinhado, enquanto os pronomes


pessoais em vermelho exercem função de complemento dos verbos.

Veja outro exemplo:


Sem elas, nós não conseguiríamos.

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Observe que, independentemente da posição que se ocupam na oração, temos


as funções bem delimitadas: o sujeito “nós” do verbo “conseguir” conta com o
complemento “sem elas”.

A preposição “com” apresenta uma diferença: ela consegue juntar-se ao


pronome, formando uma única palavra. Assim, podemos ter:
Você iria ao cinema comigo?
Ele quer ir ao cinema conosco?

No caso da 3ª pessoa, é possível utilizar duas formas:


Eu não percebi nada de errado consigo.
Eu não percebi nada de errado com ele.

8.1.3 Pronomes oblíquos átonos

Pronomes oblíquos átonos não vêm acompanhados de preposição.

Veja:
Eu te disse isso ontem.

No enunciado, o pronome “eu” exerce função de sujeito da oração, enquanto o


pronome “te” é complemento do verbo “dizer” (dizer a alguém). Como não é
necessária nenhuma preposição acompanhando o pronome “te”, trata-se de um
pronome oblíquo átono.

Os pronomes oblíquos átonos da 3ª pessoa apresentam duas formas diferentes,


dependendo do tipo de objeto que eles substituem. Caso substitua um objeto
indireto (ou seja, aquele que tem preposição), utiliza-se o pronome “lhe” ou
“lhes”, dependendo do número da pessoa. Veja:
A criança deu o brinquedo a ele.
A criança deu-lhe o brinquedo.

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Caso substitua um objeto direto (ou seja, aquele que não tem preposição), pode-
se utilizar o pronome “o”, “a”, “os” ou “as” dependendo do gênero e do número
da pessoa.
A criança deu o brinquedo a ele.
A criança deu-o a ele.

8.1.4 Colocação pronominal

Os pronomes oblíquos átonos podem aparecer antes, depois ou até no meio


do verbo para o qual eles servem de complemento.

a) Próclise: aparecem antes do verbo quando alguma palavra atrai os pronomes


oblíquos para perto delas, como outros pronomes, preposições ou palavras com
sentido negativo. No exemplo anterior, o pronome do caso reto “eu” atraiu o
pronome do caso oblíquo “te”. O mesmo acontece nas orações:
 Eu te amo.
 Todos me ouvem.
 Nada nos deterá.

b) Ênclise: aparecem depois do verbo quando a oração é iniciada por ele, ou


quando se trata de um verbo no gerúndio ou no imperativo afirmativo, como nas
orações:
 Deu-lhes muitos presentes.
 Erra todas as falas, mesmo decorando-as sempre.
 Faça uma ótima faxina em casa, mas faça-a bem.

Observação: É necessário atentar-se para o fato de que, na ênclise, os pronomes


“o”, “a”, “os” e “as” TÊM SUAS FORMAS AFETADAS PELO FINAL DO VERBO:
Caso o verbo termine em vogal, o pronome mantém sua forma:
Sabia-o bem.

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Caso o verbo termine em -m, -ão, -õe ou com outro som anasalado, o pronome
passa a ser “no”, “na”, “nos” ou “nas”:
Sabiam-no bem.

Caso o verbo termine em -r, -s ou -z, essas consoantes são suprimidas e o pronome
assume a forma “lo”, “la”, “los” ou “las”:
Deve comprá-lo amanhã.

c) Mesóclise: aparecem no meio do verbo quando o verbo está no futuro (do


presente ou do pretérito), quando não há motivos para usar-se a próclise ou a
ênclise. Isso ocorre, por exemplo, na oração:
Esperá-lo-ei amanhã.

8.1.5 Colocação pronominal nas locuções verbais

A colocação pronominal em locuções verbais pode ser diferente se o verbo principal


estiver no gerúndio e infinitivo ou no particípio.

a) Verbo principal no gerúndio ou no infinitivo

Se não existir palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo pode ser
empregado depois do verbo principal ou após o verbo auxiliar.
Quero ver-te hoje.
Quero-te ver hoje.

Se não tiver palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo pode ser
empregado antes da locução verbal ou depois da locução verbal.
Não te quero ver hoje.
Não quero ver-te hoje.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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b) Verbo principal no particípio

Se não tiver palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá usado
depois do verbo auxiliar, NUNCA APÓS O VERBO PRINCIPAL NO PARTICÍPIO.

Tinham-me dito que você não era de confiança.


Eu tinha-lhe falado sobre esse assunto.

Se não tiver palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deve ser
empregado antes da locução verbal.
Já me tinham dito que você não era de confiança.
Eu não lhe tinha falado sobre esse assunto.

8.5.1.1 Pronomes oblíquos átonos

Os pronomes oblíquos átonos são aqueles que não são precedidos de preposição.
Eles têm a acentuação tônica fraca.

Exemplo:

Ele me deu uma chave do carro.

Relembre quais são os pronomes oblíquos átonos:

1ª pessoa do singular (eu): me


2ª pessoa do singular (tu): te
3ª pessoa do singular (ele, ela): se, o, a, lhe
1ª pessoa do plural (nós): nos
2ª pessoa do plural (vós): vos
3ª pessoa do plural (eles, elas): se, os, as, lhes

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ATENÇÃO!

O pronome oblíquo átono "lhe" não tem a forma contraída. Por acompanhar
diretamente uma preposição, o pronome oblíquo átono "lhe" sempre se apresenta na
função de objeto indireto da oração.

Os pronomes me, te, se, nos e vos podem ser objetos diretos ou objetos indiretos.

Os pronomes o, a, os e as exercem exclusivamente a função de objetos diretos.

8.2 Exercícios resolvidos

Questão 1 - (FCC)
A fronteira da biodiversidade é azul. Atrás das ondas, mais do que em qualquer
outro lugar do planeta, está o maior número de seres vivos a descobrir. Os mares
parecem guardar as respostas sobre a origem da vida e uma potencial revolução
para o desenvolvimento de medicamentos, cosméticos e materiais para
comunicações. Sabemos mais sobre a superfície da Lua e de Marte do que do fundo
do mar. Os oceanos são hoje o grande desafio para a conservação e o
conhecimento da biodiversidade, e os especialistas sabem que ela é muitas vezes
maior do que hoje conhecemos. Das planícies abissais — o verdadeiro fundo do
mar, que ocupa a maior parte da superfície da Terra — vimos menos de 1%. Hoje
sabemos que essa planície, antes considerada estéril, está cheia de vida. Nos
últimos anos, não só se fizeram novos registros, como também se descobriram
novas espécies de peixes e invertebrados marinhos — como estrelas-do-mar,
corais, lulas e crustáceos. Em relação à pesca, porém, há más notícias.
Pesquisadores alertam que diversidade não é sinônimo de abundância. Há muitas
espécies, mas as populações, em geral, não são grandes.

A mais ambiciosa empreitada para conhecer a biodiversidade dos oceanos é o


Censo da Vida Marinha, que reúne 1.700 cientistas de 75 países e deverá estar
pronto em 2010. Sua meta é inventariar toda a vida do mar, inclusive os micro-
organismos, grupo que representa a maior biomassa da Terra. Uma pequena arraia

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escura, em forma de coração, é a mais nova integrante da lista de peixes brasileiros.


Ela foi coletada entre os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, a cerca de
900 metros de profundidade. Como muitas espécies marinhas recém-identificadas,
esta também é uma habitante das trevas.

O mar oferece outros tipos de riqueza. Estudos feitos no exterior revelaram


numerosas substâncias extraídas de animais marinhos e com aplicação comercial.
Há substâncias de poderosa ação antiviral e até mesmo anticancerígena. Há
também uma esponja cuja estrutura inspirou fibras óticas que transmitem
informação com mais eficiência. Outros compostos recém-descobertos de bactérias
são transformados em cremes protetores contra raios ultravioletas. Vermes que
devoram ossos de baleias produzem um composto com ação detergente. Já o coral-
bambu é visto como um substituto potencial para próteses ósseas.
(Adaptado de Ana Lucia Azevedo. Revista O Globo. 19 de março de 2006, p.18-21)

A substituição do segmento grifado pelo pronome correspondente está feita de


modo INCORRETO em:
a) parecem guardar as respostas = parecem guardá-las.
b) que ocupa a maior parte da superfície da Terra = que a ocupa.
c) oferece outros tipos de riqueza = oferece-os.
d) revelaram numerosas substâncias = revelaram-nas.
e) produzem um composto = produzem-lhe.

Resolução
Alternativa E. O complemento do verbo “produzir” não tem preposição. Portanto, o pronome que substitui o
complemento é “produzem-no”.

Questão 2 - (FCC)
Ensino que ensine
Jogar com as ambiguidades, cultivar o improviso, juntar o que se pretende
irreconciliável e dividir o que se supõe unitário, usar falta de método como método,
tratar enigmas como soluções e o inesperado como caminho são traços da cultura
do povo brasileiro. Estratégias de sobrevivência? Por que não também manancial
de grandes feitos, tanto na prática como no pensamento? A orientação de nosso

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ensino costuma ser o oposto dessa fecundidade indisciplinada: dogmas


confundidos com ideias, informações sobrepostas a capacitações, insistência em
métodos "corretos" e em respostas "certas", ditadura da falta de imaginação. Nega-
se voz aos talentos, difusos e frustrados, da nação. Essa contradição nunca foi tema
do nosso debate nacional.

Entre nós, educação é assunto para economistas e engenheiros, não para


educadores, como se o alvo fosse construir escolas, não construir pessoas.
Preconizo revolução na orientação do ensino brasileiro. Nada tem a ver com falta
de rigor ou com modismo pedagógico. E exige professorado formado, equipado e
remunerado para cumprir essa tarefa libertadora.
Em matemática, por exemplo, em vez de enfoque nas soluções únicas, atenção
para as formulações alternativas, as soluções múltiplas ou inexistentes e a
descoberta de problemas, tão importante quanto o encontro de soluções. Em leitura
e escrita, análise de textos com a preocupação de aprofundar, não de suprimir
possibilidades de interpretação; defesa, crítica e revisão de ideias; obrigação de
escrever todos os dias, formulando e reformulando sem fim. Em ciência, o despertar
para a dialética entre explicações e experimentos e para os mistérios da relação
entre os nexos de causa e efeito e sua representação matemática. Em história, e
em todas as disciplinas, as transformações analisadas de pontos de vista
contrastantes.
Isso é educação. O resto é perda de tempo. (...) Quem lutará para que a educação
no Brasil se eduque?
(Roberto Mangabeira Unger, Folha de S. Paulo, 09/01/2007)

Nosso sistema de ensino tem falhas estruturais; para revolucionar nosso sistema
de ensino, seria preciso despir nosso sistema de ensino dos dogmas que
norteiam nosso sistema de ensino.
Evitam-se as viciosas repetições do trecho acima substituindo-se os segmentos
sublinhados, respectivamente, por
a) revolucioná-lo - despi-lo - o norteiam
b) o revolucionar - despi-lo - lhe norteiam
c) revolucionar-lhe - despir-lhe - o norteiam

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d) revolucioná-lo - despir-lhe - norteiam-no


e) o revolucionar - despir-lhe - o norteiam

Resolução
Alternativa A. Todos os pronomes oblíquos substituem complementos sem preposição, por isso seriam “o”. Os
verbos no infinitivo (“revolucionar” e “despir”) fazem com que o pronome seja colocado após o verbo e, por
terminarem em -r, perdem essa consoante final e fazem com que o pronome “o” passe a ser “lo”, ge rando as
formas “revolucioná-lo” e “despi-lo”. Em relação ao último verbo, o pronome relativo “que” atrai o pronome
oblíquo “o” e, portanto, temos a forma “que o norteiam”.

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9 FORMAS DE TRATAMENTO

"Os pronomes de tratamento são considerados, por grande parte dos gramáticos e
linguistas, um caso específico de pronomes pessoais. Pela nossa cultura, levamos em
conta o contexto e o tipo de relação que temos com a pessoa a quem nos
direcionamos ou que citamos em nosso enunciado. Consideramos a intimidade, a
familiaridade, a formalidade, o nível de hierarquia, entre outros fatores que definem
como deve ser a interlocução."

9.1 O uso dos pronomes de tratamento

Os pronomes de tratamento possuem contextos específicos de uso. Todo tipo de


pronome (pessoal, possessivo, demonstrativo, indefinido etc.) segue regras
gramaticais estabelecidas na língua portuguesa padrão que norteiam o seu uso. No
caso dos pronomes de tratamento, algumas regras devem ser levadas em
consideração:

Os pronomes de tratamento costumam levar em conta os títulos ou qualidades das


pessoas a quem nos dirigimos ou sobre quem falamos, como idade, cargo ocupado
etc.

Na maioria dos pronomes de tratamento, utiliza-se a flexão no feminino, como em


Vossa Alteza, Vossa Mercê, Vossa Eminência. Note que o termo “Vossa” concorda
com o título que vem a seguir.

Emprega-se o termo “Vossa” quando se fala diretamente com a pessoa, quando é o


interlocutor, portanto, na 2ª pessoa. Já o termo “Sua” quando se fala da pessoa,
quando ela é o tema, portanto, na 3ª pessoa. Com relação à flexão verbal, em ambos
os casos, será sempre feita na 3ª pessoa. Veja nos exemplos abaixo:

Vossa Excelência decidiu a medida a ser tomada?


Sua Excelência, o Presidente, decidiu a medida a ser tomada.
Vossa Santidade é um homem de muita fé.

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Sua Santidade, o Papa, é um homem de muita fé.


Você sabe o que tem para o almoço?

9.1.1 Principais pronomes de tratamento e abreviações

Agora que você já sabe como usar os pronomes de tratamento, vejamos quais são os
principais e suas respectivas abreviações no quadro abaixo:

9.1.2 Curiosidade sobre o pronome de tratamento você

Na maior parte das regiões do Brasil, ocorreu o fenômeno de substituição do pronome


reto tu pelo pronome de tratamento você, levando a conjugação verbal da 2ª pessoa
a cair em desuso, uma vez que você, como a maioria dos pronomes de tratamento no

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singular, exige a conjugação na 3ª pessoa. Assim, tu foi substituído por você,


enquanto vós foi substituído por vocês, em algumas variantes da língua portuguesa
do Brasil.

Entretanto, vale lembrar que você é uma versão reduzida do pronome de tratamento
“Vossa Mercê”. A partir do século XVI, começou a haver uso generalizado da forma
“Vossa Mercê” pela população que não pertencia à aristocracia, o que contribuiu para
variações como “Vosmecê”, popular antigamente no Brasil, e que culminaria na
redução “você”, utilizada atualmente no país. Em contextos ainda mais informais,
outras reduções aparecem: “ocê” e “cê”.

Vossa mercê → Vosmecê → Você → Ocê/cê"

9.1.3 Exercícios resolvidos

Questão 1 (FGV-2018) Relacione os pronomes de tratamento, listados a seguir, aos


respectivos cargos.

1. Vossa Excelência
2. Vossa Magnificência
3. Vossa Senhoria
4. Vossa Reverendíssima
5. Vossa Santidade

( ) Papa
( ) Almirante
( ) Coronel
( ) Reitor
( ) Cônego

Assinale a opção que mostra a relação correta, segundo a ordem apresentada.

a) 5, 2, 4, 1 e 3.

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b) 4, 1, 2, 3 e 5.
c) 5, 3, 2, 1 e 4.
d) 5, 1, 3, 2 e 4.
e) 4, 2, 3, 1 e 5.

Respostas

1 – Alternativa d), Vossa Santidade refere-se ao Papa, Vossa Excelência a almirantes, Vossa Senhoria
a coronéis, Vossa Magnificência a reitores e Vossa Reverendíssima a cônegos."

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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CONCURSO PÚBLICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – CARGO 201 MPMG SERVIÇOS DIVERSOS.

10 CONJUGAÇÃO, FLEXÃO, PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÃO DO VERBO

10.1 Definição de verbo

Verbo é a palavra que exprime um fato, localizando-o no tempo. Geralmente exprime


ideia de ação, estado ou fenômeno. O verbo é uma classe gramatical que expressa
ações e acontecimentos, estados ou fenômenos naturais, de acordo com o sujeito que
executa o verbo e com o tempo em que a ação foi executada. É importante ressaltar
que os verbos podem expressar outros tipos de fatos que não ação, estado ou
fenômeno. Observe o exemplo abaixo:

Feliçar

Sou eu que faço você sofrer?


Ou é você que sofre por minha causa?
Ou, ainda, é você que sofre por sua própria causa?
Chegar a essa pergunta (leva anos e anos) e é essencial na relação do amor. A
resposta demandará muito tempo, sofrimento e, em cada caso, será diferente. Mas,
se encontrada, melhorará qualquer relação. Ou constatará o seu término.
Proponho, como exercício, uma atitude de troca. Onde se lê sofrer, leia-se feliçar (eu
feliço, tu feliças, ele feliça, nós feliçamos, vós feliçais, eles feliçam).
Por que felicidade não tem verbo?
A pergunta, então ficaria: Sou eu que faço você feliz,
ou é você que feliça por minha causa?
Curiosa e masoquista a vida. O verbo sofrer é complicado.
Feliçar é simples. Por que a gente prefere conjugar o sofrer?
Artur da Távola

Você deve ter observado que no texto de Artur da Távola há o emprego do verbo
sofrer e do neologismo, criado para atuar como um verbo, “feliçar”. Esses dois
verbos, chamaremos assim ainda que a palavra feliçar não conste no dicionário, não
podem ser considerados ações, estado ou fenômeno, portanto existem verbos que
fogem a essa classificação mais apressada e didática.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Verbo Ser

Que vai ser quando crescer?


Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer."
Carlos Drummond de Andrade

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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10.1.1 Estrutura verbal

O verbo tem, em sua estrutura, três partes usuais:

a) O radical;
Radical é a parte que dá origem ao verbo e, por isso, costuma não se modificar
durante as flexões.

b) A vogal temática;
Vogal temática refere-se à vogal que vem logo após o radical. Os verbos podem ser
de 1ª conjugação (vogal temática a, terminados em –ar), de 2ª conjugação (vogal
temática e, terminados em –er) ou de 3ª conjugação (vogal temática i, terminados em
–ir).

c) A desinência.
Desinência é a parte final, que expressa o tempo e a pessoa do verbo.

Observe os três verbos a seguir:


cantar – vender – partir

Veja como, nas conjugações, o radical tende a se manter o mesmo, enquanto a


desinência muda, ou seja, flexiona de acordo com a conjugação (a vogal temática
pode ou não desaparecer dependendo da conjugação):

cantamos – vendiam – partiu

10.2 Flexão

Os verbos flexionam de acordo com o número, a pessoa, o modo, o tempo e a voz.


Em relação ao número, podemos ter o sujeito no singular ou no plural. O sujeito
também pode ser de 1ª, 2ª ou 3ª pessoa, sendo a 1ª a que fala, a 2ª com quem se fala
e a 3ª outra que não se enquadra nas duas categorias anteriores."

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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O verbo apresenta várias flexões. São elas:

10.2.1 Pessoa: primeira, segunda e terceira;

10.2.2 Número: singular e plural;

10.2.3 Modo
Os modos verbais expressam a relação da pessoa que fala em relação ao fato dado
pelo verbo.

a) O modo indicativo expressa certeza em relação ao fato, que é ou será dado como
real.

b) O modo subjuntivo expressa suposição, possibilidade ou dúvida para um fato que


não é dado como real ainda ou que não pode ser dado como real.

c) O modo imperativo expressa uma ordem, uma exigência ou um pedido que se


espera ser realizado."

10.2.4 Tempo
O tempo verbal indica quando ocorre a ação em relação ao enunciado, podendo ser
essencialmente passado/pretérito (antes do enunciado), presente (junto com o
enunciado) e futuro (após o enunciado). Os tempos verbais são diferentes de acordo
com o modo verbal. Veja:"

10.2.4.1 Tempos verbais do modo indicativo

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a) Presente: ação ocorre no momento da fala.


b) Pretérito perfeito: ação ocorreu em momento anterior ao da fala.
c) Pretérito imperfeito: ação ocorria em momento anterior ao da fala, mas parou de
ocorrer.
d) Pretérito mais-que-perfeito: ação ocorrera em momento anterior ao de outra ação
já ocorrida em momento anterior ao da fala. É o passado do passado.
e) Futuro do presente: ação ocorrerá em momento posterior ao da fala.
f) Futuro do pretérito: ação ocorreria em momento posterior ao de outra ação já
ocorrida no passado, mas ambas anteriores ao momento da fala. É o futuro do
passado.

10.2.4.2 Tempos verbais do modo subjuntivo


a) Presente: suposição de que a ação ocorra.
b) Pretérito imperfeito: hipótese de como seria se a ação ocorresse.
c) Futuro do presente: hipótese de quando a ação ocorrer.

10.2.4.3 Tempo verbal do modo imperativo


Presente: por se tratar de uma ordem, o imperativo só é conjugado no presente.
Ex.: Faça algo!"

10.2.5 Voz"
As vozes verbais manifestam a relação do sujeito com a ação expressa.

a) Voz ativa: o sujeito pratica a ação do verbo.


Ex.: João penteou Maria.

b) Voz passiva: a ação do verbo é sofrida pelo sujeito.


Ex.: João foi penteado por Maria.

c) Voz reflexiva: o sujeito pratica e sofre a ação do verbo ao mesmo tempo.


Ex.: João se penteou"

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10.3 Conjugação
A língua portuguesa é riquíssima em vocábulos e existem, aproximadamente, onze
mil verbos, divididos em três subgrupos chamados de conjugações.

Conjugar um verbo é dizê-lo em todas as suas formas nas diversas pessoas, números,
tempos, modos e vozes. São três as conjugações:

a) Pertencem à primeira conjugação os verbos terminados em -ar: amar, cantar,


dançar;

b) Pertencem à segunda conjugação os verbos terminados em -er: fazer, comer,


crescer;

c) Pertencem à terceira conjugação os verbos terminados em -ir: pedir, partir,


sentir.

Como vimos, o verbo pode ser conjugado de acordo com o sujeito (número e pessoa),
o modo, o tempo e a voz verbal. Veja algumas conjugações:

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Que

Que

Que

Que

Que

Que

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Se

Se

Se

Se

Se

Se

Quando

Quando

Quando

Quando

Quando

Quando

Além das conjugações e flexões, os verbos apresentam-se sob diferentes formas,


denominadas formas nominais. São elas: infinitivo, gerúndio e particípio. Apresentam
terminações próprias que podem identificá-las com facilidade:

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10.4 Classificação dos verbos

Os verbos são classificados de acordo com a sua flexão

a) Verbos regulares: seguem o modelo padrão de flexão, no qual o radical não se


altera e a desinência muda conforme os elementos que vimos anteriormente.
Ex.: cantar, vender, partir.

b) Verbos irregulares: tendem a seguir o modelo padrão, mas com algumas


conjugações que se afastam desse modelo. São casos em que o radical pode ser
alterado eventualmente durante uma ou outra conjugação.
Ex.: dar, caber, ouvir.

c) Verbos anômalos: alguns gramáticos consideram como anômalos os verbos com


mais de um radical (fazendo com que não tenham padrão definido nas conjugações),
enquanto outros consideram anômalos qualquer verbo que não apresente um padrão
definido (sem necessariamente ter mais de um radical).
Ex.: ser, ir.

d) Verbos defectivos: são aqueles que não podem ser conjugados em todas as
formas, tempos e pessoas.
Ex.: falir, colorir.

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e) Verbos abundantes: têm mais de uma forma equivalente para a mesma


conjugação em determinados casos.
Ex.: entregar (entregado e entregue), pagar (pagado e pago), haver (havemos e
hemos)."

10.4.1 Formas nominais

As formas nominais não exprimem o tempo (passado, presente ou futuro) e nem o


modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo), dependendo do contexto em que
aparecem. Podem, inclusive, desempenhar a função de nome (substantivo) ao invés
de verbo em certos contextos.

a) Infinitivo: é o ato verbal em si e pode ser usado como substantivo.


Ex.: cantar, vender, partir.

b) Gerúndio: é o ato verbal em curso e pode ser usado como advérbio ou adjetivo.
Ex.: cantando, vendendo, partindo.

c) Particípio: é o ato verbal enquanto resultado e pode ser usado como adjetivo.
Ex.: brincado, vendido, partido.

10.4.2 Locuções verbais

Locuções verbais são a combinação de um verbo auxiliar com um verbo principal, ou


seja, dois ou mais verbos juntos. O verbo principal permanece em sua forma nominal,
cabendo ao verbo auxiliar ser conjugado de acordo com o tempo e o modo
adequados."

10.5 Exercícios resolvidos

"Questão 1 – (Cespe/Cebraspe)

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Como não usar o telefone celular

(1) É fácil ironizar os possuidores de telefones celulares.


Mas é necessário descobrir a qual das cinco categorias eles
pertencem. Primeiro, vêm as pessoas fisicamente incapacitadas,
(4) ainda que sua deficiência não seja visível, obrigadas a um
contato constante com o médico ou com o pronto-socorro.
Depois, vêm aqueles que, devido a graves deveres profissionais,
(7) são obrigados a correr em qualquer emergência (capitães do
corpo de bombeiros, médicos, transplantadores de órgãos). Em
terceiro lugar, vêm os adúlteros. Só agora eles têm a
(10) possibilidade de receber ligações de seu parceiro secreto sem
que membros da família, secretárias ou colegas malintencionados
possam interceptar o telefonema.
(13) Todas as três categorias enumeradas até agora
merecem o nosso respeito: no caso das duas primeiras, não nos
importamos de ser perturbados em restaurantes ou durante uma
(16) cerimônia fúnebre, e os adúlteros tendem a ser muito discretos.
Seguem-se duas outras categorias que, ao contrário,
representam um risco. A primeira é composta de pessoas
(19) incapazes de ir a qualquer lugar se não tiverem a possibilidade
de conversar fiado acerca de frivolidades com amigos e
parentes de que acabaram de se separar. Elas nos incomodam,
(22) mas precisamos compreender sua terrível aridez interior,
agradecer por não estarmos em sua pele e, finalmente, perdoar.
A última categoria é composta de pessoas preocupadas
(25) em mostrar em público o quanto são solicitadas, especialmente
para complexas consultas a respeito dos negócios: as conversas
que somos obrigados a escutar em aeroportos ou restaurantes
(28) tratam de transações monetárias, atrasos na entrega de perfis
metálicos e outras coisas que, no entendimento de quem fala,
dão a impressão de que se trata de um verdadeiro Rockfeller.
(31) O que eles não sabem é que Rockfeller não precisa de

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telefone celular, porque conta com um plantel de secretários tão


vasto e eficiente que, no máximo, se seu avô estiver morrendo,
(34) por exemplo, alguém chega e lhe sussurra alguma coisa no
ouvido. O homem poderoso é justamente aquele que não é
obrigado a atender todas as ligações, muito pelo contrário:
(37) nunca está para ninguém, como se diz.
Portanto, todo aquele que ostenta o celular como
símbolo de poder, na verdade, está declarando de público sua
(40) condição irreparável de subordinado, obrigado que é a pôr-se
em posição de sentido, mesmo quando está empenhado em um
abraço, a qualquer momento em que o chefe o chamar.

Umberto Eco. O segundo diário mínimo. Sergio Flaksman (Trad.). Rio de Janeiro: Record, 1993,
p. 194-6 (com adaptações).

Com base nas ideias e estruturas do texto de Umberto Eco, julgue os itens a seguir.

As formas verbais de infinitivo "ir" (l.19), "conversar" (l.20) e "separar" (l.21) poderiam
assumir corretamente as seguintes formas flexionadas, respectivamente: irem;
conversarem; separarem.

( ) Certo
( ) Errado

Resolução

Errado. As formas nominais permanecem sem flexão, pois estão no infinitivo ."

"Questão 2 – (Cespe/Cebraspe)"

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"Com relação ao texto acima apresentado, julgue o item

Os vocábulos "impressa" (L.8) e "entregue" (L.15) são particípios irregulares dos


verbos imprimir e entregar, respectivamente; tais verbos admitem, também, as formas
participiais regulares: imprimido e entregado.

( ) Certo
( ) Errado

Resolução
Certo. Os verbos “imprimir” e “entregar” são classificados como abundantes por admitirem mais de uma forma no particípio.

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11 COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

11.1 Coordenação

Período composto por Coordenação é aquele cujas orações não dependem


sintaticamente umas das outras porque são independentes.

Gritou com o irmão/ e correu para o quarto.

Descansei,/ fui à praia/ e visitei lugares maravilhosos.

As orações coordenadas podem ser Sindéticas ou Assindéticas. Nas sindéticas é


utilizada conjunção, enquanto nas assindéticas, não.

Exemplos:

Não coma bolo quente;/ ficará com dores de barriga. (Oração Coordenada
Assindética)

Vou sair/ e já volto! (Oração Coordenada Sindética)

11.1.1 Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

As orações coordenadas sindéticas podem ser de 5 tipos:

a) Aditiva - expressam ideia de soma. As conjunções mais frequentes são: e, bem


como, como também, mas ainda, mas também.

Exemplos:

Gosto de cinema, bem como de teatro.

Conheceu a Europa, como também a Ásia.

b) Adversativa - expressam ideia de adversidade, oposição. As conjunções mais


frequentes são: contudo, entretanto, mas, no entanto, porém, todavia.

Exemplos:

Vou caminhar hoje, contudo só posso depois do jantar.

O jantar estava delicioso, mas deveria ter reduzido o sal.

c) Alternativa - expressam ideia de alternância, escolha. As conjunções mais


frequentes são: já...já, ou, ora…ora, ou…ou, quer ...quer, seja… seja.

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Exemplos:

Ora está bem, ora não está.

Assistirei um filme ou lerei um livro.

d) Conclusiva - expressam ideia de conclusão. As conjunções mais frequentes são:


assim, então, logo, pois, por isso, portanto.

Exemplos:

Faço tudo o que tenho de fazer pela manhã, pois fico com a tarde toda livre.

Ela tirou péssimas notas, por isso, não viajará nas férias.

e) Explicativa - expressam ideia de explicação, justificação. As conjunções mais


frequentes são: pois, porque, que.

Exemplos:

Não fui te visitar porque não sabia que você já tinha chegado de viagem.

Foi recompensado, pois foi bom aluno.

11.2 Período Composto por Subordinação

Ao contrário do período composto por coordenação, no período composto por


subordinação, as orações dependem sintaticamente uma das outras.

Exemplos:

Tudo o que queria/ era a verdade.

Não sei/ o que fazer.

Ignoro/ por que você agiu assim.

11.3 Período composto por Coordenação e Subordinação

Há períodos que são formados por orações coordenadas e por orações subordinadas.
Assim, esse período apresenta oração independente ao mesmo tempo que apresenta
oração dependente em termos sintáticos.

Exemplo:

Comecei a ler/ e terminei o livro/ que tinha ganhado naquele dia.

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1. Comecei a ler é uma oração coordenada.


2. e terminei o livro é também uma oração coordenada.
3. que tinha ganhado “naquele dia” é oração subordinada.
4. Logo, estamos diante de um período composto por coordenação e subordinação.

11.4 Exercícios

11.4.1) Classifique as orações destacadas em coordenadas sindéticas aditivas,


adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.

a) Queria ler, mas tenho dores de cabeça.


b) Não trouxe o documento, logo não pode abrir a conta.
c) Comeu e bebeu, mas saiu falando mal da festa.
d) Chamei, porém ninguém atendeu.
e) Não se atrase, porque temos muito o que fazer.
f) Avisei, logo está avisado.
g) “Serve para isso, bem como para isso e isso.”, disse apontando para o manual.
h) Entre na fila ou perderá a sua vez.

Ver Resposta
11.4.2) Indique qual é a oração coordenada sindética adversativa.

a) Devo ter tomado uns 2 litros de água e continuo com sede.


b) Não estudou nem descansou.
c) Foi o melhor professor, mas também o chefe de turma.

Ver Resposta
11.4.3) Indique qual é a oração coordenada sindética conclusiva.

a) Prefiro praia, assim, fomos à piscina.


b) Falei com ele pois não sou mal educada.
c) Não sei por que ele não fala comigo.

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12 ESTRUTURA DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

12.2 Sintaxe

Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a disposição das palavras em uma


frase, e das frases em um discurso, e a relação lógica entre as frases. Assim, quando
uma frase é emitida, ela precisa vir com sentido, para entendimento da outra pessoa.
Para que essa compreensão ocorra, a sintaxe é imprescindível, já que ela media a
combinação de palavras e orações.

12.2.1 Frase

Frase é um enunciado que possui sentido completo, podendo ter apenas uma
palavra ou várias, com ou sem verbo. Uma frase pode emitir ideias, emoções, ordens
ou apelos. Seu foco é a comunicação. Veja alguns exemplos de frase:
 Venha!
 O ônibus já vai passar.
 Fique quieta!
 Ridículo!

Quando há verbo, a frase é verbal. Se não houver verbo, denomina-se frase nominal
(como no último exemplo).

Na linguagem falada, as frases são acompanhadas de gestos e outras expressões


corporais, como o olhar, o sorriso ou indicações gestuais.
Assim, entende-se facilmente uma frase de apenas uma palavra, sem verbo. Exemplo:
a frase “Ai!” expressa dor, caso esteja com a expressão facial correspondente.

Na língua escrita, que não há expressões corporais, essas características são


adequadamente expressas pelos sinais de pontuação. Eles tornam a frase completa,
facilitando a compreensão da informação.
Além da pontuação adequada, é preciso que a ordem das palavras siga os padrões
da Língua Portuguesa.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Por exemplo: “O ônibus já vai passar” é uma frase de entendimento completo, ou seja,
quem ouvi-la vai entender o seu significado. O mesmo acontece se mudarmos a frase
para “Já vai passar o ônibus”. Contudo, a mudança de palavras em uma frase nem
sempre favorece a compreensão.

Veja: “já passar ônibus vai o”. Esta não é uma frase, pois apesar de ser uma
combinação de palavras, não é compreensível pelo interlocutor.

12.2.2 Oração

Uma frase pode ser uma oração. Para isso, é preciso que ela tenha verbo em sua
composição e também que seja dotada de sentido completo, ou seja, compreensível.
Compare, a seguir uma frase que é oração com uma que não é.
 Oração: Como está chovendo hoje!
 Frase: Socorro!
Apesar da frase “Socorro!” ser facilmente entendida, ela não possui verbo. Então não
pode ser considerada uma oração. A sintaxe de uma oração é composta por cada
palavra, tendo relação entre si para formar o sentido da frase.

No exemplo de oração acima, a palavra “chovendo” deve unir-se às palavras “como”,


“está” e “hoje” para que o receptor da mensagem a compreenda. Assim, cada palavra
desta oração chama-se termo ou unidade sintática, e cada palavra desempenha
uma função sintática.

As orações podem ser simples ou compostas. São simples quando possuem apenas
uma frase e são compostas quando apresentam duas ou mais frases na mesma
oração. Veja:
 Oração simples: “Como está chovendo hoje!”
 Oração composta: “Está chovendo muito hoje e não tenho guarda-chuva”.
No segundo caso, temos duas frases, cada uma com um sentido.

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12.2.3 Período

Agora que já aprendemos o que são as frases e as orações, é hora de conhecer o


conceito de período. O período é composto por uma ou mais orações, sempre com
sentido completo. O período também pode ser simples ou composto:
 Período simples: Vejo você no sábado.
 Período composto: Vejo você no sábado, ou ficarei com muitas saudades.
Para saber se um período é simples ou composto, lembre-se de que um período é
composto por uma ou mais orações, e a oração é uma frase que possui um verbo.
Então, basta contar quantos verbos há na frase. Se for apenas um, o período é
simples; se houver dois ou mais, o período é composto.

12.3 Análise sintática das orações e períodos

Agora está mais fácil entender a análise sintática das orações e períodos. Ela serve
para analisar a estrutura de um período e das orações que compõem um período.
A estrutura de um período é composta pelos termos da oração, ou seja, pelas palavras
que dotam uma frase verbal de sentido. Os termos podem ser:

a) Essenciais (ou fundamentais): são o sujeito e o predicado da oração.

b) Integrantes: termos que completam o sentido, como:


b.1) Complementos verbais (objetos diretos e indiretos);
b.2) Complementos nominais;
b.3) Agentes da passiva.

c) Acessórios: apresentam função secundária na oração, e são os:


c.1) Adjuntos adnominais;
c.2) Adjuntos adverbiais;
c.3) Apostos.

Os vocativos não fazem parte da análise sintática, pois não pertencem à estrutura da
oração.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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12.3.1 Termos essenciais da oração

Acima mencionei que os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado de


uma oração. Agora é hora de entendermos esses termos.

12.3.1.1 Sujeito

O Sujeito é sobre quem diz o resto da oração.


Exemplo: João esqueceu o dinheiro para o lanche.

O sujeito é “João”, pois “esqueceu o dinheiro para o lanche” (restante da oração) se


refere a ele.

12.3.1.2 Predicado

O predicado é o restante da oração, isto é, a parte que informa algo sobre o sujeito.
É a parte onde o verbo está presente. No nosso exemplo, o predicado é “esqueceu
o dinheiro para o lanche”.

12.3.1.3 Classificação do Sujeito

É bom lembrar que o sujeito nem sempre está no começo da oração. Ele pode
apresentar-se antes ou depois do predicado.
Quando o sujeito está no começo da oração, o caso de nosso exemplo, dizemos que
ele é sujeito direto.
Exemplo: João esqueceu o dinheiro para o lanche.

Se o predicado vir antes do sujeito, temos um caso de sujeito inverso.


Exemplo: Esqueceu o dinheiro para o lanche, João.

O sujeito também pode vir no meio da oração.


Exemplo: O dinheiro para o lanche, João esqueceu.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


AGOSTO de 2022 a JANEIRO de 2023
COMPILADO DE ESTUDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA, NOÇÕES DE DIREITO E NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CONCURSO PÚBLICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – CARGO 201 MPMG SERVIÇOS DIVERSOS.

Há ainda a classificação do sujeito. Ele pode ser:


a) Determinado (simples, composto ou implícito)
O sujeito determinado é aquele identificável facilmente pela concordância verbal. O
sujeito determinado simples apresenta apenas um núcleo ligado ao verbo.
Exemplo 1: Pedro jantou cedo.
Exemplo 2: As meninas dormiram tarde.

Já o sujeito determinado composto é aquele que possui dois núcleos ligados ao verbo.
Exemplo 1: Fabiano e Gabriela são muito amigos.
Exemplo 2: Janaína e Fernanda estudaram ontem.

Para finalizar, o sujeito determinado implícito não aparece facilmente na oração, mas
a frase é dotada de entendimento.
Exemplo: Fizemos as tarefas no sábado.

Apesar de o termo “nós” não estar implícito na oração, a concordância verbal (mos)
mostra isso de forma indireta.

O sujeito implícito também pode ser denominado sujeito elíptico, subentendido ou


desinencial. Antigamente era chamado de oculto.

b) Indeterminado

Agora vamos conhecer o sujeito indeterminado. Ele não está visível na oração e não
há concordância verbal para determiná-lo, como no caso anterior. O sujeito
indeterminado pode aparecer:
b.1) Com verbo na terceira pessoa do plural: “Procuraram Joana em sua casa”.
b.2) Com verbo na terceira pessoa do singular, mais pronome “se”: “
Aluga-se apartamento para temporada”.
b.3) Com verbo no infinitivo impessoal: “Foi difícil ficar na fila para tomar vacina”.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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c) Orações sem sujeito

A última parte da classificação do sujeito são as orações sem sujeito. Nesse caso, as
orações são compostas apenas pelo predicado e a mensagem se concentra no
verbo, que é impessoal.
Exemplo: “Choveu muito ontem em São Paulo”.

As orações sem sujeito podem ter verbos que constituam fenômenos da natureza,
como no caso do exemplo acima.
Ou então quando os verbos ser, estar, haver e fazer indicam tempo ou fenômeno
meteorológico.
Exemplo: “Era uma hora”.

Importante destacar que os verbos impessoais devem ser utilizados sempre na


primeira pessoa do singular.
Exemplo 1: Havia muitas pessoas na missa.
Exemplo 2: Deve ter havido muitas formigas neste alimento.
Exemplo 3: São duas horas.

12.3.1.4 Classificação do Predicado

Agora vamos aprofundar um pouco mais o entendimento sobre o outro termo


essencial da oração o predicado.
Explicamos o predicado como aquele que declara algo a respeito do sujeito, sempre
com presença de verbo ou locução verbal.
Exemplo 1: As meninas estão alegres.
Exemplo 2: Diego irá correr uma maratona no final de semana.
Exemplo 3: Maria é uma criança sapeca.
Tal qual o sujeito, os predicados também têm a sua classificação. Eles podem ser
verbais, nominais ou verbo-nominais.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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12.3.1.4.1 Predicados Verbais

Os predicados verbais são o resultado da ligação entre o sujeito e o verbo, ou entre o


verbo e os complementos.
Os verbos podem ser transitivos, intransitivos ou de ligação. Se ficou confuso,
aguarde que a explicação em detalhes segue abaixo:

a) Verbo Intransitivo

Não necessita de complemento, pois é dotado de sentido completo.


Exemplo: O carro não funcionou.
A oração foi entendida, mas poderá ser acrescentado um termo para complementar a
informação, como “O carro não funcionou pela manhã“.
Esse complemento pode ser de tempo (quando); de modo (como); ou de local (onde).

b) Verbo Transitivo

Nesse caso, o verbo precisa de complemento para ser entendido.


Ele é chamado de transitivo porque transita, ou seja, deve ir adiante para passar a
informação adequada.
Exemplo: Os filhos de João precisam.
Se você ouvir a oração, imediatamente irá perguntar: de quê? Não dá para entender
de que os filhos de João precisam. A oração está incompleta.
Para gerar esse entendimento, esse trânsito do verbo, ele pode ser direto ou
indireto.

Quando o verbo é transitivo direto, o complemento está ligado diretamente a ele.


Exemplo: Nós vemos crianças brincando.

Para explicar o significado de verbo transitivo indireto, iremos utilizar o exemplo


anterior: “Os filhos de João precisam de dinheiro”.
Nesse caso, temos uma preposição (de) unindo o verbo precisar indiretamente a
dinheiro.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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c) Verbos de Ligação
Os verbos de ligação expressam características de estado ao sujeito. Podem
expressar:
 Estado permanente: Alice é adulta.
 Estado de transição: Rodrigo está desempregado.
 Estado de mutação: Fabiana ficou doente.
 Estado de continuidade: Eduarda continua linda.
 Estado aparente: Tatiana parece bem.

Agora que você já entendeu a classificação dos verbos, vale lembrar que quando o
núcleo significativo de um predicado é um verbo, ele é chamado de predicado verbal.
Para que isso aconteça, não pode haver predicativo do sujeito e o verbo deve indicar
ação.
Exemplo: As crianças brincaram na sala.
O sujeito é “As crianças”, tendo como predicado “brincaram na sala”.

“Brincaram” é um verbo que indica ação, então é o núcleo significativo. Neste caso,
temos um predicado verbal.

12.3.1.4.2 Predicados Nominais

O predicado nominal é aquele onde o núcleo significativo da oração é um


nome (substantivo ou adjetivo).
Além disso, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade e é formado por
um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito. Parece difícil? Veja a seguir.
Exemplo: Joana é inteligente.

O adjetivo “inteligente” é o predicativo do sujeito “Joana”, isto é, sua característica de


estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo “ser” (é), que é o verbo de ligação entre
Joana e sua característica atual.

Então, entende-se que predicativo do sujeito é um termo que atribui características


ao sujeito por meio de um verbo.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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No caso acima, o predicativo “inteligente” caracterizou Joana, utilizando o verbo ser


para ligá-la à característica.

12.3.1.4.2 Predicativo do Sujeito

O predicativo do sujeito nem sempre é um adjetivo, como no caso acima. Ele pode
ser:
a) Um adjetivo ou locução adjetiva: Joana é inteligente (adjetivo, caso acima).
A comida está sem sal (locução adjetiva).

b) Substantivo ou palavra substantivada: Meu caderno parece uma agenda. A vida


é um constante recomeçar (verbo substantivado).

c) Pronome substantivo: Meu caderno não é esse.

d) Numeral: Eles estão em vinte.

12.3.1.4.2 Predicado Verbo-Nominal

Logicamente, você deve ter percebido que um predicado verbo-nominal é aquele que
apresenta tanto um verbo quanto um nome como núcleos significativos. É bem isso,
mas tem mais.

Para ser predicado verbo-nominal, o predicado deve apresentar sempre um


predicativo do sujeito, além de uma ação ou atividade do sujeito mais uma qualidade
sua.
Vamos ao exemplo?
Exemplo: Os alunos saíram mais cedo da aula. Por isso, estavam sorridentes.

O sujeito “Os alunos” possui como predicado o verbo sair e também “sorridentes”, que
é um nome (adjetivo). Afinal, “estavam sorridentes” é o predicativo do sujeito e estar
é o verbo de ligação.

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Para você tirar todas as suas dúvidas se os termos apresentam um predicativo do


sujeito, transforme a oração em voz passiva.
No exemplo: “Os alunos estavam sorridentes porque as aulas acabaram mais cedo”.

Assim, evidencia-se o predicativo do sujeito (sorridentes), pois ele está mais próximo
de “os alunos” (sujeito da oração).
Já estudamos tudo o que é relevante sobre os termos essenciais, passemos aos
termos integrantes da oração.

12.3.2 Termos integrantes da oração

Conforme mencionamos anteriormente, os termos integrantes são aqueles que


completam os verbos de uma oração, fornecendo sentido a ela.
Eles podem ser complementos verbais, complementos nominais ou então agentes da
passiva.

12.3.2.1 Complementos Verbais

Os complementos verbais completam o sentido de verbos, como o nome diz,


sendo objetos diretos ou indiretos.

a) Objeto Direto: completa verbos transitivos diretos, ou seja, que não necessitam de
preposição para entendimento.
b) Objeto Indireto: complementam verbos transitivos indiretos, necessitando de
preposição.

O objeto direto pode ser também:


 Um substantivo ou expressão substantivada: Eu abri as portas.
Ela contemplou o amanhecer.
 Um pronome oblíquo direto: Convidei-o para a festa de amanhã.
 Qualquer pronome substantivo: A garota que possui cachecol vermelho me
chamou.

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Os complementos verbais também podem ser objetos transitivos indiretos, se o verbo


assim pedir.
Exemplo: Eu preciso de carinho.

O verbo “precisar” necessita de complemento com preposição para fazer sentido.


Afinal, não é correto dizer “eu preciso carinho”, por exemplo.
Outro exemplo: Everton telefonou-me.

Nesse caso, “Everton telefonou” não ficaria completo (telefonou para quem?).
Para comprovar que o pronome “me” é objeto indireto, substitua-o por amigo:
“Everton telefonou ao amigo“. Nesse caso, temos uma junção de preposição mais
artigo, então o objeto é indireto mesmo.

12.3.2.2 Complementos Nominais

Os complementos de uma oração também podem ser nominais, isto é, completam o


sentido de uma palavra sem ser um verbo.
Eles podem ser substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre acompanhados de
preposição.

Exemplo 1: César estava orgulhoso de seus alunos.


“Orgulhoso” é um adjetivo, tendo “de seus alunos” como complemento nominal.

Exemplo 2: Carla tem inveja de Luiz.


Nesse caso, “inveja” é um substantivo.

Exemplo 3: Bernadete caminhou vagarosamente pelo beco.


“Vagarosamente” é advérbio de modo.

O complemento nominal (seus alunos, Luiz, beco) é o paciente, o recebedor de algo


(orgulho, inveja, beco). Eles são os agentes da passiva.

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12.3.2.3 Agentes da Passiva

Os agentes da passiva são os termos de uma oração que praticam a ação expressa
pelo verbo, quando este está na voz passiva.
Desse modo, costumam ser acompanhados pelas preposições “por” e “de“. Vamos
pegar os exemplos acima para você acompanhar.
 Os alunos foram motivo de orgulho de César.
 Luiz foi alvo de inveja de Carla.
 O beco foi caminhado vagarosamente por Bernadete.

12.3.3 Termos acessórios de uma oração

Ao contrário dos termos essenciais e integrantes, os termos acessórios não são


necessários para dar sentido a uma oração, mas podem ser exibidos para
complementar a informação.
Eles podem caracterizar o sujeito, determinar o substantivo ou exprimir
circunstância.
São eles:
a) Adjunto adverbial;
b) Adjunto adnominal;
c) Aposto.
Tenha como exemplo a oração: “Choveu”.

Você a entende, não é mesmo? Porém, podemos complementar a informação com


uma série de palavras. Nesse caso, elas serão acessórias (fortemente, suavemente
etc.).

Dentre o que citamos acima, “suavemente” e “fortemente” são caracterizados como


adjuntos adverbiais, porque são advérbios que caracterizam o verbo chover.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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12.3.3.1 Adjuntos Adverbiais

Os adjuntos adverbiais são aqueles que modificam um verbo, adjetivo ou advérbio.

Exemplo 1: Eles brigam muito.


Exemplo 2: Cecília é pouco interessante.
Exemplo 3: Dormi bastante mal esta noite.

“Muito” está classificando um verbo (brigar); “pouco” está classificando um adjetivo


(interessante) e “bastante” está classificando outro advérbio (mal). Nesses exemplos,
“muito”, “pouco” e “bastante” são os advérbios.

Os adjuntos adverbiais podem ser:


Advérbios (muito, pouco, bastante, longe, ali, ligeiramente).
Locuções adverbiais (no mar, na varanda, o tempo todo).
Orações: Quando o leite ferver, desligue (advérbio de tempo).

São variadas as classificações dos adjuntos adverbiais. Veja cada uma abaixo,
acompanhada de um exemplo:

a) Acréscimo: Além de bonita, é simpática.


b) Afirmação: Certamente irei ao colégio hoje.
c) Causa: Por vergonha, nos calamos.
d) Companhia: Fui ao cinema com meu namorado.
e) Concessão: Apesar do calor, eu gostei do passeio.
f) Condição: Se eu for junto, você poderá ir.
g) Conformidade: Conforme contato telefônico, confirmo minha presença.
h) Dúvida: Talvez eu vá à formatura.
i) Finalidade: Viajei a fim de espairecer.
j) Frequência: Vou ao trabalho todos os dias.
k) Instrumento: Escreva a prova à caneta.
l) Intensidade: Chovia muito quando saí do bar.
m) Limite: Vá daqui ao ponto de ônibus.

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n) Lugar: Morei em São Leopoldo.


o) Matéria: O anel é feito de ouro.
p) Meio: Vim até aqui de metrô.
q) Modo: O sol esquentou suavemente a colina.
r) Negação: Não aceito trabalho incompleto.
s) Preço: O preço dos apartamentos está muito alto.
t) Substituição ou Troca: Por conta do preço da gasolina, deixou o carro em casa e
foi trabalhar de ônibus.
u) Tempo: O escritório fecha ao meio-dia.

12.3.3.2 Adjunto Adnominal

O adjunto adnominal especifica o substantivo, com função de adjetivo. Por esse


motivo, pode ser expresso por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes
adjetivos ou numerais adjetivos.
Exemplo 1: O brilhante professor entregou uma bela monografia à amiga de classe.

Temos como sujeito “o brilhante professor”, sendo “entregou” o núcleo do predicado


verbal.

“Uma bela monografia” é o objeto direto do verbo entregar, tendo como objeto indireto
“à amiga de classe”.

Vamos aos adjuntos adnominais: no sujeito, temos o artigo “o” e “brilhante”, pois
caracterizam o professor.

O numeral “uma” e o adjetivo “bela” se referem à monografia (substantivo), tendo o


artigo “a” (contraído na crase = a + a) e a locução de classe como adjuntos adnominais
de “amiga”.

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12.3.3.3 Aposto

O aposto se relaciona com o sujeito, caracterizando-o, complementando uma


informação já completa, mas que trará ainda mais dados a ele.
Exemplo 1: Roberto Carlos, o rei, fez sua apresentação de Natal.
Exemplo 2: Xuxa, a rainha dos baixinhos, esteve no estúdio hoje.

12.4 Vocativo

Já o vocativo não possui ligação sintática com o sujeito e nem com o predicado. Ele
serve para chamar ou interpelar um ouvinte, se relacionando com a segunda pessoa
do discurso. Veja:
Exemplo 1: Neymar, faça um gol para mim!
Exemplo 2: Joana, fique quieta!
Exemplo3: Ó, Jesus, intercedei por nós!
Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a quem ela é dirigida. Podem ser
acompanhados de interjeições de apelo (ó, olá, eh).

12.5 O que aprendemos neste tópico

Hoje nos dedicamos a aprender com detalhamento e profundidade sobre sintaxe da


oração e do período, um dos tópicos mais comuns nas provas de Língua Portuguesa
dos concursos públicos.
Além de conhecimentos sobre cada tópico desse assunto, vimos muitos exemplos,
dicas e macetes para responder as questões do seu concurso.

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13 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS

Estruturação do texto nada mais é do que o desenvolvimento do texto; o conteúdo


que se baseia em um tema qualquer, em que, cada uma das ideias está relacionada
uma a outra, formando um todo de sentido.

13.1 Organização do Texto

13.1.1 Introdução

A introdução faz uma rápida apresentação do assunto e já traz uma ideia da sua
posição no texto, é normalmente aqui que você irá identificar qual o problema do texto,
o porque ele está sendo escrito.

13.1.2 Desenvolvimento

O desenvolvimento elabora melhor o tema com argumentos e ideias que apoiem o


seu posicionamento sobre o assunto. É possível usar argumentos de várias formas,
desde dados estatísticos até citações de pessoas que tenham autoridade no assunto.

13.1.3 Conclusão

A conclusão faz uma retomada breve de tudo que foi abordado e conclui o texto. Esta
última parte pode ser feita de várias maneiras diferentes, é possível deixar o assunto
ainda aberto criando uma pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas
próprias conclusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.

13.1.4 Sequência lógica

O texto deve ter uma sequência Lógica, que são exatamente as ideias bem
estruturadas que vão levar ao leitor compreender o sentido do texto; ou seja, o que se
pretende transmitir. Por isso, não pode haver ideias ambíguas (duplo sentido) e nem

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contraditórias (expressando oposição) do que já fora declarado no texto; também não


pode conter frases inacabadas, incompletas ou sem sentido.

Após a definição da ideia, o parágrafo é o ponto de partida para uma boa redação.
Não se faz um bom texto sem um bom parágrafo para sustentar as ideias principais e
secundárias. Chegou a hora de fundamentar sua ideia.

13.2 Parágrafo

Parágrafo é cada unidade de informação construída ou formada no texto, a partir de


um tópico frasal (ideia central ou principal do parágrafo – é a “puxada do assunto”). O
parágrafo é um dos mais importantes componentes do texto. Ele sempre deverá ser
desenvolvido a partir de uma ideia-núcleo, responsável por nortear as ideias
secundárias.
Parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um
período, em que se desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se
agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente
decorrentes dela.

a) Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para leitores de


pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em colunas estreitas, já
artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais longos. O parágrafo curto também
é empregado para movimentar o texto, no meio de longos parágrafos, ou para
enfatizar uma ideia.

b) Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos destinados a um leitor


de nível médio (2 grau). Cada parágrafo médio construído com três períodos que
ocupam de 50 a 150 palavras.

c) Parágrafos longos: em geral, as obras científicas e acadêmicas possuem longos


parágrafos, por três razões: os textos são grandes e consomem muitas páginas; as
explicações são complexas e exigem várias ideias e especificações, ocupando mais
espaço; os leitores possuem capacidade e fôlego para acompanhá-los.

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14 CONCORDÂNCIA VERBAL E CONCORDÂNCIA NOMINAL

14.1 Concordância verbal

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.


Exemplos:
Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito
carinhoso de ser.

14.1.1 Casos de concordância verbal

14.1.1.1 Sujeito simples

Regra geral: O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.

Ex.: Nós vamos ao cinema.

O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito
(nós).

Casos especiais:

a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.


Ex.: A multidão gritou pelo rádio.

Atenção:
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.

Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.

b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no


singular ou vai para o plural.

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Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.

c) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do


singular ou do plural).

Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.

d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o antecedente


do pronome.
Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.

e) O sujeito é o pronome relativo "quem" - o verbo pode ficar na 3ª pessoa do


singular ou concordar com o antecedente do pronome.
Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.

f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais


de..., quantos de..., etc. - o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo
ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).
Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?

Dicas:
Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o verbo concorda com
eles em pessoa e número.
Ex.: Qual de vós me punirá.

g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se o sujeito não


vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de
artigo, o verbo concordará com o artigo.

Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior
potência mundial.

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h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois, cerca


de..., etc. – o verbo concorda com o numeral.
Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula. / Mais de cinco alunos não
compareceram à aula.

i) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria, a maior parte, grande


parte, etc. - o verbo poderá ser usado no singular (concordância lógica) ou no plural
(concordância atrativa).
Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.

j) O sujeito tiver por núcleo a palavra “gente” (sentido coletivo) - o verbo poderá
ser usado no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo.
Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente
da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.

14.1.1.2 Sujeito composto

Regra geral
O verbo vai para o plural.
Ex.: João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes
- o verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.

Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª pessoa plural) amigos.
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª pessoa do plural) amigos.
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

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Atenção:
No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.

Ex.: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)

Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com


o núcleo mais próximo do verbo.
Ex.: Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por


“e” - o verbo concordará com os dois núcleos.
Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

Atenção:
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo
mais próximo do verbo.
Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo


poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).

Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e


ansiedade não o ajudava a se concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos - o verbo pode concordar com todos os


núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.

Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar
bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo


concordará com o aposto resumidor.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


AGOSTO de 2022 a JANEIRO de 2023
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CONCURSO PÚBLICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – CARGO 201 MPMG SERVIÇOS DIVERSOS.

Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem


outro... - o verbo poderá ficar no singular ou no plural.

Ex.: Um e outro já veio. / Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou - o verbo irá para o


singular quando a ideia for de exclusão, e para o plural quando for de inclusão.
Exemplos:

Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)


A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto...


como/ assim... como/ não só... mas também, etc.) - o que comumente ocorre é o
verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no
singular.
Exemplos:

Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo.


Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Outros casos:

14.1.2 Partícula “SE”

a) Partícula apassivadora: o verbo (transitivo direto) concordará com o sujeito


passivo.

Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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b) Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará,


obrigatoriamente, no singular.

Exemplos:

Precisa-se de secretárias.
Confia-se em pessoas honestas.

14.1.3 Verbos impessoais

São aqueles que não possuem sujeito. Portanto, ficarão sempre na 3ª pessoa do
singular.
Exemplos:

Havia sérios problemas na cidade.


Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Deve haver sérios problemas na cidade.
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.

Dicas:
Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais.
O verbo existir não é impessoal. Veja:

Existem sérios problemas na cidade.


Devem existir sérios problemas na cidade.

14.1.4 Verbos dar, bater e soar

Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio, hora, horas,


badaladas...), e com ele devem concordar.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Exemplos:

O relógio deu duas horas.


Deram duas horas no relógio da estação.
Deu uma hora no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.

14.1.5 Sujeito oracional

Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª


pessoa do singular.

Ex.: Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.

14.1.6 Concordância com o infinitivo

a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:


- não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal
oblíquo átono.

Ex.: Esperei-as chegar.

OBSERVAÇÕES:

a) É facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por


pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for
causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos).
Exemplos:

Mandei sair os alunos.


Mandei saírem os alunos.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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b) Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de


pronome átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo.

Ex.: Esperei saírem todos.

c) Infinitivo pessoal e sujeito oculto

Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.


Ex.: Passamos horas a comentar o filme. (comentando)

d) É facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da


oração principal.

Ex.: Antes de (tu) responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu) responderes, (tu) lerás
o texto.

e) É facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito


da oração principal e está indicado por algum termo do contexto.

Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos.

f) É obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito


da oração principal e não está indicado por nenhum termo no contexto.

Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.

g) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal

Não se flexiona o infinitivo, sendo este o verbo principal da locução verbal, quando
em virtude da ordem dos termos da oração, sua ligação com o verbo auxiliar for
nítida.

Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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h) É facultativa a flexão do infinitivo, sendo este o verbo principal da locução


verbal, quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.
Exemplos:
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela.
Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos
dela.

14.1.7 Concordância com o verbo ser:

a) Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos


pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo - o verbo “ser” ou “parecer”
concordarão com o predicativo.
Exemplos:

Tudo são flores.


Aquilo parecem ilusões.

Dicas:
Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.

Ex.: Aquilo é sonhos vãos.

b) O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes


interrogativos: que ou quem.

Exemplos:

Que são gametas?


Quem foram os escolhidos?

c) Em indicações de horas, datas, tempo, distância - a concordância será feita


com a expressão numérica.

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Exemplos:

São nove horas.


É uma hora.

Dicas:
Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende-se a
palavra dia.
Exemplos:

Hoje são 24 de outubro.


Hoje é (dia) 24 de outubro

d) Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a


concordância se dará com o pronome.

Ex.: Aqui o presidente sou eu.

Dicas:
Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com
o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.

Ex.: Eu não sou tu.

e) Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o predicativo.

Ex.: O menino era as esperanças da família.

f) Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é menos de, junto a


especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc., o verbo fica
sempre no singular.

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Exemplos:

Cento e cinquenta é pouco.


Cem metros é muito.

g) Nas expressões do tipo: ser preciso, ser necessário, ser bom, o verbo e o
adjetivo pode ficar invariável (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no
masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto.
Exemplos:

É necessário aqueles materiais.


São necessários aqueles materiais.

h) Na expressão: é que, usada como expletivo, se o sujeito da oração não


aparecer entre o verbo “ser” e o “que”, ficará invariável. Se aparecer, o verbo
concordará com o sujeito.

Exemplos:

Eles é que sempre chegam atrasados.


São eles que sempre chegam atrasados.

14.2 Concordância nominal

"A concordância nominal trata especificamente da concordância de gênero e número


que deve ocorrer entre um nome (o substantivo) e os outros termos da sentença que
o modificam (adjetivos, artigos, pronomes e até mesmo numerais). Além dessa regra
geral, há casos específicos que podem gerar muitas dúvidas, como o que ocorre com
as expressões “é proibido”, “menos”, “anexo”, “meio” etc."

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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14.2.1 Como se dá a concordância nominal

Em uma sentença, quando o substantivo é acompanhado por outros termos, é


necessário que haja concordância entre eles, isto é, os termos que acompanham o
substantivo devem estar de acordo com ele em gênero (masculino ou feminino) e em
número (singular ou plural). A regra mais comum na língua portuguesa a respeito do
gênero e do número dos substantivos é a de terminação das palavras de acordo com
essas características:"

"Veja a frase a seguir:

Meu filho é bonito.

(pronome + substantivo + verbo + adjetivo)

Caso o substantivo da frase passe para o feminino, os termos que o acompanham


terão que fazer a mesma transição para que haja concordância nominal. Veja:

Minha filha é bonita.

(pronome + substantivo + verbo + adjetivo)

O mesmo acontece se alterarmos o número do substantivo (do singular para o plural):

Minhas filhas são bonitas.

(pronome + substantivo + verbo + adjetivo)

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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O substantivo pode ser acompanhado por adjetivos, artigos, pronomes e até mesmo
numerais. Esses termos devem estar de acordo com o gênero e o número do
substantivo que eles acompanham. Bastante simples, certo?

Embora algumas palavras da língua portuguesa não sigam a terminação mais comum
(-o, -a, -os, -as), a regra da concordância nominal tende a ser a mesma sempre: o
gênero e o número do substantivo definem o gênero e o número dos termos que o
modificam."

14.2.2 Casos específicos de concordância nominal

Há, no entanto, alguns casos específicos de concordância nominal que geram muitas
dúvidas. Vamos entender melhor o que acontece em alguns deles.

a) A palavra “menos”
Por ser uma palavra invariável, “menos” sempre será escrito dessa forma, mesmo
quando acompanhar um substantivo no feminino. A palavra “menas" não existe.

Ela tinha menos caixas do que ele.

b) A palavra “anexo”
Quando funciona como adjetivo, a palavra “anexo” (sem preposição) varia de acordo
com o substantivo que acompanha:

O arquivo anexo contém o relatório elaborado.


A planilha anexa contém o relatório elaborado.
Os arquivos anexos contêm vários relatórios.
As planilhas anexas contêm vários relatórios.

Alguns gramáticos já aceitam a construção “em anexo”, esta sim permanecendo


invariável. No entanto, ocorrem algumas adaptações:

No arquivo em anexo está o relatório elaborado.

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Na planilha em anexo está o relatório elaborado.


Há vários relatórios nos arquivos em anexo.
Os relatórios estão nas planilhas em anexo.

c) A palavra “meio”

Quando a palavra “meio” possui função de adjetivo, ela deve concordar com o
substantivo que qualifica:

Já passa de meio-dia e meia [hora].


Você é cheio de meias palavras.
Temos um milhão e meio [milhão] de votantes.

Tome cuidado para não confundir com o advérbio “meio”, que não flexiona:

A mulher está meio cansada. (“meio” altera o adjetivo “cansada”, e não o substantivo
“mulher”, por isso exerce função de advérbio e é invariável)

d) Os termos “é necessário”, “é proibido” e suas variações


Quando se trata especificamente desses termos, os adjetivos deles podem ficar
invariáveis se não houver artigo explicitando o gênero e o número do substantivo a
que eles se referem:

É proibido entrada de animais.


É necessário sabedoria.
É permitido venda de mercadorias neste local.

e) No entanto, caso outros elementos acompanhem o substantivo, os adjetivos


devem concordar em gênero e número:

É proibida a entrada de animais.


É necessária muita sabedoria.
É permitida a venda de mercadorias neste local.

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f) Cores
A concordância envolvendo cores gera muitas dúvidas. Na regra geral, as cores
devem concordar com o substantivo a que se referem, quando são variáveis:

A mochila é amarela.
Os lençóis são azuis.

Caso o nome da cor faça referência a um substantivo (laranja, rosa etc.), a cor é
invariável.

As mochilas são laranja.


Os lençóis são rosa.

g) Quando o nome da cor é constituído de dois adjetivos (o segundo envolvendo


tonalidades), costuma-se deixar o primeiro invariável na forma do masculino e
o segundo fazendo a concordância:

A mochila é amarelo-clara.
Os lençóis são azul-escuros.

h) Porém, se o segundo adjetivo fizer referência a um substantivo, voltamos à


regra da cor ser invariável.

As mochilas são verde-água.


Os lençóis são azul-celeste."

"Exercícios resolvidos
Questão 1 - Qual alternativa não apresenta erros de concordância?

a) Isso lhes garante excelente perspectivas de vencer o campeonato.


b) É proibido a passagem de pessoas não autorizadas.
c) Eu não gosto desses vícios seu.

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d) Das pessoas envolvidas, dois mil não sabem como ficarão depois de tudo isso.

e) Tenho muitas roupas azul-marinho.

Resolução

Alternativa E, pois “azul-marinho” é invariável, seguindo a mesma regra de “azul-celeste” e outras cores
compostas por dois adjetivos em que o último faz referência a um substantivo. As outras alternativas
deveriam ser: “excelentes perspectivas”, “é proibida a passagem”, “desses vícios seus” e “das pessoas
envolvidas, duas mil não sabem”.

Questão 2 - (FUNRIO – IFPA) O professor pediu aos alunos que lhe mandassem por
e-mail pequenos resumos dos dois livros discutidos em aula, mas aproveitou para
incluir uma questão gramatical: era obrigatório usar a palavra “anexo” na mensagem.
Qual das alternativas abaixo mostra o trecho da mensagem que atendeu corretamente
o pedido do professor e está de acordo com as normas da língua-padrão?

a) Professor, segue anexo os dois resumos pedidos.


b) Mando-lhe em anexo os dois resumos pedidos.
c) Anexos os resumos pedidos, encaminho-los a vós.
d) Enviam-se em dois anexos com o que foi pedido.
e) Vou estar enviando agora os dois resumos anexados.

Resolução

Alternativa B está correta, pois o uso de “em anexo” é invariável, não apresentando desvios da norma-padrão da
língua portuguesa. As construções das outras alternativas apresentam desvios da norma-padrão não só com
relação ao uso da palavra “anexo”, mas na construção das sentenças."

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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15 REGÊNCIA VERBAL E REGÊNCIA NOMINAL

15.1 Regência verbal

Regência verbal é a relação estabelecida entre os verbos e seus complementos, os


quais integram seu sentido. Esses complementos podem ser objetos diretos e objetos
indiretos.

Nesse caso, o verbo é considerado termo regente e seu complemento, o termo regido.
No caso de o complemento verbal ser um objeto indireto, a relação de subordinação
vem sempre marcada pela presença de uma preposição.

O estudo sobre regência verbal está diretamente relacionado à noção


de transitividade verbal, pois é ela quem determina o tipo de vínculo estabelecido
entre o verbo e seu complemento. Quando a transitividade é direta, o objeto direto é
ligado ao verbo sem o auxílio de preposição. Quando a transitividade é indireta,
o objeto indireto é ligado ao verbo com o auxílio de preposição. Observe os exemplos:

 Esqueci da reunião de hoje.


 Assisti ao filme “Instinto Selvagem”.
 O médico assistiu o paciente de maneira rápida.

Na Língua Portuguesa, muitos verbos admitem mais de uma regência e, assim,


mudam-se também seus significados. Veja este exemplo:

 Ele aspira todo ar poluído desse ambiente. (sentido de respirar)


 Rodrigo aspira ao cargo de superintendente. (sentido de deseja, pretender)

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15.2 Regência nominal

Regência Nominal é a relação estabelecida entre um nome (substantivo, adjetivo,


alguns advérbios) e seus respectivos complementos por meio de uma preposição.

Veja os exemplos:
 O problema ficou fácil de solucionar.
 Sou grata a vocês pela ajuda.
 Estava firme em meu propósito.

Regência é a relação estabelecida entre duas palavras, sendo que uma é o


termo regente e a outra é o termo regido. Quando um termo é dependente sintática
ou semanticamente de outro, ele é regido, já os que têm o poder de reger outras
palavras são chamados de regentes.

15.2.1 Regência de alguns nomes

É relevante conhecer a regência de alguns nomes, já que as preposições que ligam


substantivos, adjetivos e alguns advérbios a seus complementos podem variar. Dessa

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forma, é possível saber quais preposições podem ser utilizadas para ligar um nome a
seu complemento.

Exemplos:
 Tenho certeza de que consegue.
 Carla tem medo de barata.
 Com relação a ele, nada mais a dizer.

Exemplos:
 João está alheio a todo.
 Carlos é contrário a Marta.
 Seu projeto é digno de aplausos.

Exemplos:
 Relativamente a quem era ano passado, Carmem mudou bastante.
 Essa peça é compativelmente perfeita àquela.

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16 EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DA CRASE

A crase não é um acento é a contração de duas letras “a” em uma só utilizando o


acento grave (`) no “a”. Para usar a crase é necessário ter uma preposição “a” e o
artigo “a” de palavras femininas.

Existem muitas regras para se usar a crase que acabam confundindo o estudante,
então tentarei simplificar para facilitar o aprendizado, mas no final coloquei as regras
para caso você queira aprofundar sobre o assunto.

16.1 Dica 1
Como a crase é só com palavras femininas é só substituir a palavra por uma masculina
equivalente e se o a (s) se transformar em ao (s) é porque deve-se usar a crase.

Exemplos 1
Aquela aluna nunca presta atenção a aula.
Substituir por ensinamentos
Aquela aluna nunca presta atenção ao ensinamento. (não ficou estranho, então leva
crase)
Correto: Aquela aluna nunca presta atenção à aula.

Exemplo 2
Estou mandando a revista a ela
Substituir por ele
Estou mandando a revista ao ele. (ficou estranho, então não leva crase)
Correto: Estou mandando a revista a ela

Exemplo 3
Estou indo a academia
Substituir por clube
Estou indo ao clube. (não ficou estranho, então leva crase)
Correto: Estou indo à academia

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16.2 Dica 2
Substituir o “a” por “para a”, “da”, “na” e “pela”, se não ficar estranho deve usar a crase.

Exemplo 1
Estou indo a academia
Substituir por “para a”
Estou indo para a academia (não ficou estranho, então usa crase)
Correto: Estou indo à academia
Obs.: Esta substituição de “para a” é muito utilizada quando envolve nomes de lugares

Exemplo 2
Fui a Inglaterra
Substituir por “para a”
Fui para a Inglaterra (não ficou estranho, então usa crase)
Correto: Fui à Inglaterra

Exemplo 3
Fui a Curitiba
Substituir por “para a”
Fui para a Curitiba (ficou estranho, não usa crase)
Correto: Fui a Curitiba.

16.3 Dica 3
Substituir “vou a” por “volto da” (da (preposição de + a))

Exemplo 1
Vou a São Paulo
Substituir por “volto da”
Volto da São Paulo (ficou estranho não usa crase)
Correto: Vou a São Paulo

Exemplo 2
Vou a Bahia

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Substituir por “volto da”


Volto da Bahia (não ficou estranho, então usa crase)
Correto: Vou à Bahia

Estas dicas te ajudarão em grande parte das situações, mas não em todas, então
infelizmente existem regras que devem ser utilizadas para acertar todas as questões.

16.4 Quando usar a crase

16.4.1 Antes de palavras femininas

Antes de palavras femininas com frases que tem substantivos e adjetivos que
solicitam a preposição “a” se referindo algo.

Ex.: Aquela aluna nunca presta atenção à aula.


Devemos obedecer às regras do condomínio

16.4.2 Expressões que indiquem horas, somente no caso de horas definidas e


especificadas ocorrerá a crase

Retornaremos à meia-noite.
Chegaremos em Vitória às 8 horas
Às duas horas da tarde viajaremos

16.4.3 Locuções adverbiais que expressem ideia de tempo, lugar e modo

À tarde, à noite, à direita, à esquerda, à vontade, às claras, às vezes, às pressas, à


espera

Ex.: Os embalos de sábado à noite.


Vire na próxima à direita
Às vezes chegamos tarde para o almoço

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16.4.4 Locuções prepositivas

À mercê de, às custas de, à moda de, à maneira de, à exceção de,
Ex.: O aluno foi aprovado à custa de muita dedicação

Obs.: Frases que subentende “à moda de” ou “à maneira de” leva crase também
(Esta situação é a única maneira que vai crase com palavras masculinas também)

Exs.: Bife à milanesa (subentende que é à moda de Milão, então leva crase).
Bife a cavalo (não leva acento)
Churrasco à gaúcha (à maneira dos gaúchos)

16.4.5 Locuções conjuntivas

À proporção de, à medida que


Ex.: à medida que ficamos mais velhos aprendemos a lidar melhor com nossas perdas

16.4.6 Preposição “a” com pronome demonstrativo


“a”(ou “as”)
Ex.: Sua calça é idêntica à de meu filho.

16.4.7 Pronomes relativos “a qual” e “as quais”, depende do que vem antes

Regrinha: Troca o que vem antes por palavras masculinas e “ao” ou “aos” e se não
ficar estranho usa crase

Exemplo 1
Há cidades mineiras as quais não consigo me comunicar.
Substituir por municípios mineiros aos quais
Há municípios mineiros aos quais não consigo me comunicar (não ficou estranho,
então leva crase)
Correto: Há cidades mineiras às quais não consigo me comunicar

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


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Exemplo 2
Aquela é a moça a qual lhe falei
Substituir por moço ao qual
Aquele é o moço ao qual lhe falei (se não ficou estranho, então usa crase)
Correto: Aquela é a moça à qual lhe falei

16.4.8 Aquele(s), aquela(s), aquilo

Substituir por “a este”, “a esta” e “a isto” sem perder o sentido

Exemplos 1:
Voltei, então, aquele hotel que gostei muito!
Substituir por “a este”
Voltei, então, a este hotel que gostei muito! (não perdeu o sentido, então leva crase)
Correto: Voltei, então, àquele hotel que gostei muito!

Exemplo 2:
Dediquei aquela mulher esta música.
Substituir por “a esta”
Dediquei a esta mulher esta música. (não perdeu o sentido, então leva crase)
Correto: Dediquei àquela mulher esta música.

Exemplo 3
Refiro-me aquilo que aconteceu no jogo de ontem.
Substituir por “a isto”
Refiro-me a isto que aconteceu no jogo de ontem. (não perdeu o sentido, então leva
crase)
Correto: Refiro-me àquilo que aconteceu no jogo de ontem.

16.4.9 Expressão “à vista”

Vendo à vista (leva crase no sentido de não vender parcelado (a prazo)).

JOSÉ CARLOS DE ARAÚJO


AGOSTO de 2022 a JANEIRO de 2023
COMPILADO DE ESTUDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA, NOÇÕES DE DIREITO E NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CONCURSO PÚBLICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERAIS – CARGO 201 MPMG SERVIÇOS DIVERSOS.

Vendo a vista sem a crase têm outros sentidos como: (tampar os olhos, olhando a
paisagem ou mesmo vendendo os olhos)

16.5 Quando NÃO USAR A CRASE

a) Antes de palavras masculinas


Gosto de caminhar a pé

b) Palavras repetidas, mesmo se for femininas


Precisamos conversar frente a frente

c) Antes de verbo
Minha filha está aprendendo a tocar violão

d) Antes de palavras femininas no plural antecedidas pela preposição a:


A bolsa de inglês foi dada a mulheres brasileiras
Se o “a” também estiver no plural levará crase
A bolsa de inglês foi dada às mulheres brasileiras

e) Antes da maioria dos pronomes


Desejamos a todos um feliz ano novo.
Pronomes que pode usar crase: Dona, senhora, senhorita
Eu falei à senhora não me procurar mais.

f) Expressões que sugerem ideia de futuro ou distância


A aula terminará daqui a pouco

g) Antes de dia da semana


De segunda a quinta
Obs.: Só haverá crase se definirmos o dia da semana
Abriremos somente às terças-feiras

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h) Antes de numeral (Com exceção de horas)


A praia fica a 100 metros daqui

16.6 Casos ESPECÍFICOS PARA USAR CRASE

a) Antes da palavra terra

Usa crase no sentido de planeta Terra ou se a localidade está determinada.

Os soldados chegaram a terra. (terra indeterminada, não leva crase)


Eles foram à terra de meus pais (terra determinada, então leva crase)
Os astronautas voltaram à terra. (planeta terra)

b) Antes da palavra casa


Mesma regra: se especificar usa a crase

Volta a casa mais tarde (casa indeterminada, não usa crase)


Volta à casa de meus pais mais tarde (casa determinada, usa crase)

c) Casos facultativos (pode ou não usar)

d) Antes de pronomes possessivos femininos minha, sua e tua


Ontem na aula fizeram referência a minha tia
Ontem na aula fizeram referência à minha tia

e) Antes de nomes próprios femininos (se especificar o nome leva


obrigatoriamente crase)
Enviei e-mail a Cristina
Enviei e-mail à Cristina
Enviei e-mail à Cristina do supermercado (especificou de onde é a Cristina)

f) Depois da palavra até


Pedro foi até a piscina

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Pedro foi até à piscina

Atenção: Existem situações que o contexto da frase deve


ser levado em consideração para colocar ou não a crase.

Até a casa ficou debaixo d’água (sem crase, pois se colocar a crase ele estaria indo
até a casa)

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17 PONTUAÇÃO

Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo,


entoação e pausa, bem como indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na
escrita, substituem, em parte, o papel desempenhado pelos gestos na fala,
garantindo coesão, coerência e boa compreensão da informação transmitida.

Confira abaixo os dez sinais de pontuação utilizados na nossa língua, assim como
as situações em que devem ser empregados, seguidas de exemplos.

17.1 Ponto (.)

O ponto pode ser utilizado para:

a) Indicar o final de uma frase declarativa:


Acho que Pedro está gostando de você.

b) Separar períodos:
Ela vai estudar mais tempo. Ainda é cedo.

c) Abreviar palavras:
V. Ex.ª (Vossa excelência)

17.2 Dois-pontos (:)

Deve ser utilizado com as seguintes finalidades:


a) Iniciar fala de personagens:

Ela gritou:
– Vá embora!

b) Anteceder apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de


palavras que explicam e/ou resumem ideias anteriores.

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Esse é o problema dessa geração: tem liberdade, mas não tem responsabilidade.
Anote meu número de telefone: 863820847.

c) Anteceder citação direta:


É como disse Platão: “De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil
de domar.”
Leia mais: Uso de dois pontos

17.3 Reticências (...)

Usa-se para:

a) Indicar dúvidas ou hesitação:


Sabe... preciso confessar uma coisa: naquela viagem gastei todas as minhas
economias.

b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente:


Talvez se você pedisse com jeitinho...

c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender


a reflexão:
Pedofilia, estupros, assassinatos, pessoas sem ter onde morar, escândalos ligados à
corrupção... assim caminha a humanidade.

d) Suprimir palavras em uma transcrição:


“O Cristo não pediu muita coisa. (...) Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.”
(Chico Xavier)

17.4 Parênteses ( )

Os parênteses são usados para:

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a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e, também,


podem substituir a vírgula ou o travessão:
Rosa Luxemburgo nasceu em Zamosc (1871).
Numa linda tarde primaveril (meu caçula era um bebê nessa época), ele veio nos
visitar pela última vez.

17.5 Ponto de exclamação (!)

Em que situações utilizar:

a) Após vocativo:
Juliana, bom dia!

b) Final de frases imperativas:


Fuja!

c) Após interjeição:
Ufa! Graças a Deus!

d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:


Que lástima!

17.6 Ponto de interrogação (?)


Quando utilizar:

a) Em perguntas diretas:
Quando você chegou?

b) Às vezes, pode ser utilizada junto com o ponto de exclamação para enfatizar
o enunciado:
Não acredito, é sério?!

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17.7 Vírgula (,)

Esse é o sinal de pontuação que exerce o maior número de funções, por isso aparece
em várias situações. A vírgula marca pausas no enunciado, indicando que os termos
por ela separados não formam uma unidade sintática, apesar de estarem na mesma
oração.

A seguir confira as situações em que se deve utilizar vírgula.


a) Separar o vocativo:
Marília, vá à padaria comprar pães para o lanche.

b) Separar apostos:
Camila, minha filha caçula, presenteou-me com este relógio.

c) Separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:


Os políticos, muitas vezes, visam somente os próprios interesses.

d) Separar elementos de uma enumeração:


Meus bolos prediletos são os de chocolate, coco, doce de leite e nata com morangos.

e) Isolar expressões explicativas:


Faça um bolo de chocolate, ou melhor, de chocolate e morangos.

f) Separar conjunções intercaladas:


Os deputados não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.

g) Separar o complemento pleonástico antecipado:


Havia no rosto dela ódio, uma ira, uma raiva que não possuía justificativa.

h) Isolar o nome do lugar na indicação de datas:


São Paulo, 10 de Dezembro de 2016.

i) Separar termos coordenados assindéticos:

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Vim, vi, venci. (Júlio César)

j) Marcar a omissão de um termo:


Maria gosta de praticar esportes, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)
Antes da conjunção, como nos casos abaixo:

k) Quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:


Os políticos estão cada vez mais ricos, e seus eleitores, cada vez mais pobres.

l) Quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia


(polissíndeto):
Eu alerto, e brigo, e repito, e faço de tudo para ela perceber que está errada, porém
nunca me escuta.

m) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que


não retratam sentido de adição (adversidade, consequência, por):
Teve febre a noite toda, e ainda está muito fraca.

Entre orações:
n) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:
Amélia, que não se parece em nada com a Amélia da canção, não suportou seu jeito
grosseiro e mandão.

o) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com


exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
Pediu muito, mas não conseguiu convencer-lhe.

p) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas),


principalmente se estiverem antepostas à oração principal:
A casa, tão cara que ela desistiu da compra, hoje está entregue às baratas.

q) Para separar as orações intercaladas:


Ficou doente, creio eu, por conta da chuva de ontem.

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r) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:


Quando me formarei, ainda não sei.

17.8 Ponto e vírgula (;)

a) Utiliza-se ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros


itens:

Para preparar o bolo vamos precisar dos seguintes ingredientes:


1 xícara de trigo;
4 ovos;
1 xícara de leite;
1 xícara de açúcar;
1 colher de fermento.

b) Utilizamos ponto e vírgula, também, para separar orações coordenadas muito


extensas ou orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:

“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era


pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a
bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma
cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim
- Visconde de Taunay)

17.9 Travessão (—)

O travessão deve ser utilizado para os seguintes fins:

a) Iniciar a fala de um personagem no discurso direto:

Então ela disse:


— Gostaria que fosse possível fazer a viagem antes de Outubro.

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b) Indicar mudança do interlocutor nos diálogos:


— Querido, você já lavou a louça?
— Sim, já comecei a secar, inclusive.

c) Unir grupos de palavras que indicam itinerários:


O descaso do poder público com relação à rodovia Belém—Brasília é decepcionante.

d) Substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:


Dizem que Elvis — o rei do rock — na verdade, detestava atuar.

17.10 Aspas (“”)

As aspas são utilizadas com os seguintes objetivos:

a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias,


estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares:
A aula do professor foi “irada”.
Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.

b) Indicar uma citação direta:


“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na
face, desfiz e refiz a mala.” (O prazer de viajar - Eça de Queirós)

Observação: Quando houver necessidade de utilizar aspas dentro de uma sentença


onde ela já esteja presente, usa-se a marcação simples ('), não dupla (").

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