Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A capacidade de uma operação é o nível máximo de atividade de valor agregado em um período de tempo que o processo pode atingir sob
condições operacionais normais.
A característica importante da gestão da capacidade, como estamos tratando aqui, é que ela diz respeito ao estabelecimento dos níveis de
capacidade a médio e curto prazos em termos agregados (de fato, o que chamamos aqui de gestão da capacidade física às vezes é chamado
de “planejamento agregado”). Ou seja, ela visa tomar decisões gerais, amplas, mas não tratar de todos os detalhes dos produtos e serviços
individuais que são oferecidos.
As decisões tomadas pelos gerentes de produção ao elaborar seus planos de capacidade afetarão vários aspectos do desempenho:
• Os custos serão afetados pelo equilíbrio entre capacidade e demanda. Níveis de capacidade superiores à demanda podem significar
subutilização da capacidade e, assim, custos unitários elevados.
• As receitas também serão afetadas pelo equilíbrio entre capacidade e demanda, mas de modo oposto. Níveis de capacidade iguais ou
superiores à demanda em qualquer ponto do tempo assegurarão que toda a demanda seja satisfeita e nenhuma receita perdida.
• O capital de giro será afetado se uma operação decidir acumular estoque de produtos acabados antecipadamente à demanda. Isso
pode permitir que a demanda seja satisfeita, mas a organização terá que financiar o estoque até ele ser vendido.
• A qualidade dos bens ou serviços pode ser afetada por um plano de capacidade que envolva grandes flutuações em seus níveis ao
contratar, por exemplo, funcionários temporários. Os novos funcionários e a interrupção da rotina de trabalho da operação podem
aumentar a probabilidade de se cometerem erros.
• A rapidez da resposta à demanda do cliente pode ser aumentada pelo acúmulo de estoque (permitindo que os clientes sejam
satisfeitos diretamente a partir do estoque em vez de terem que esperar pela fabricação dos itens) ou por provisão deliberada de
excesso de capacidade para evitar filas.
• A confiabilidade do suprimento também será afetada pela proximidade dos níveis de demanda em relação à capacidade. Quanto
mais próxima a demanda estiver da capacidade máxima de produção, menos condições terá a operação de enfrentar quaisquer
interrupções inesperadas e menos confiáveis serão suas entregas de bens e serviços.
• A flexibilidade, especialmente a flexibilidade de volume, será aumentada pelo excesso de capacidade. Se a demanda e a capacidade
estiverem equilibradas, a operação não será capaz de responder a qualquer aumento inesperado da demanda.
Embora a previsão da demanda é um insumo muito importante para a decisão de gestão da capacidade e há três requisitos para uma previsão
da demanda:
É expressa em termos que sejam úteis para a gestão da capacidade - expressas nas mesmas unidades da capacidade (por
exemplo, horas/máquina por ano, pessoal operacional necessário, espaço etc.).
É a mais exata possível - Em gestão da capacidade, a exatidão da previsão é importante porque, enquanto a demanda pode mudar
instantaneamente, há uma defasagem entre a decisão de alterar a capacidade e o momento em que a mudança surte efeito. Assim,
muitos gerentes de produção defrontam-se com um dilema. Para tentar atender à demanda, muitas vezes precisam estabelecer o
volume de produção antecipadamente, baseados em uma previsão que pode mudar antes que a demanda ocorra ou, pior ainda, pode
não refletir a demanda real.
Compreendendo a capacidade
A segunda tarefa da gestão da capacidade é compreender a natureza da capacidade ou do suprimento. Quando uma faixa muito mais ampla
de produtos reflete demandas variadas para o processo, as medidas de capacidade de saída (produtos) de produção são menos úteis, já
As medidas de capacidade de entrada (insumos) são frequentemente usadas para definir a capacidade. Quase todos os tipos de operações
podem usar um misto de medidas de entrada e saída, mas, na prática, a maioria opta por usar uma ou outra
• Capacidade projetada é a capacidade teórica de uma operação que um de seus projetistas técnicos tinha em mente quando o
contrataram. Por exemplo, uma empresa de tratamento superficial de papel fotográfico terá várias linhas de revestimento que
depositam camadas finas de produtos químicos em rolos de papel a alta velocidade. Cada linha será capaz de correr a uma
determinada velocidade. Multiplicar a velocidade máxima do revestimento pelo tempo de operação da planta resulta na capacidade
teórica de projeto da linha.
• Capacidade efetiva é a capacidade de uma operação depois que as perdas planejadas forem contabilizadas. Por exemplo, no caso
acima, a linha não pode ser executada de forma realista continuamente em sua taxa máxima. Diferentes produtos terão requisitos de
revestimento diferentes, de modo que a linha precisará ser interrompida para a mudança. Manutenção também precisará ser realizada,
o que consumirá mais tempo produtivo. As dificuldades técnicas da programação podem significar mais tempo perdido. Nem todas
essas perdas são culpa do gerente de produção; elas ocorrem devido ao mercado e às demandas técnicas da operação.
• Produção real ou efetivamente alcançada é a capacidade de uma operação depois que as perdas planejadas e não planejadas
forem contabilizadas. Por exemplo, problemas de qualidade, avarias da máquina, absenteísmo e outros problemas evitáveis, todos
cobram seu preço. Isso significa que a saída real da linha será ainda menor do que a capacidade efetiva.
A razão entre a produção real de uma operação e sua capacidade projetada e a razão entre a produção real e a capacidade efetiva, são
chamadas, respectivamente, de utilização e eficiência de uma operação:
Exemplo resolvido
Suponhamos que o fabricante de papel fotográfico tenha uma linha de tratamento superficial cuja capacidade seja 200 m2 por minuto e que a
linha opere 24 horas por dia, sete dias por semana (168 horas por semana). A capacidade projetada é de 200 × 60 × 24 × 7 = 2,016 milhões
de metros quadrados por semana.
Tempo Tipo da
Relação das Perdas
Perdido Perda
1 Mudanças de produto (preparação) 20 h P
2 Manutenção preventiva regular 16 h P
3 Nenhum trabalho programado 8h P
4 Verificação amostral de qualidade 8h P
5 Tempos de troca de turnos 7h P
6 Quebra de equipamento/manutenção 18 h NP
7 Investigação de falhas de qualidade 20 h NP
8 Falta de estoque de material de revestimento 8h NP
9 Faltas de funcionários 6h NP
10 Espera por rolos de papel 6h NP
Utilização = (volume de produção real) / (capacidade efetiva) = (51h) / (168h) = 0,304 .....30,4%
Eficiência = (volume de produção real) / (capacidade efetiva) = (51h) / (109h) = 0,468 .....46,8%
Perdas
Planejadas
59 horas/
semana
Capacidade de
Perdas Não
Projeto
Planejadas
168 horas/ Capacidade
58 horas/
semana Efetiva
semana
109 horas/
Produção Real
semana
51 horas/
semana