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(2018)
Gestão da Capacidade Física
Prof. Márcio Luiz Ribeiro
Curso de graduação em Administração (CCSA)
Disciplina: Administração de Produção II
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)
Objetivos
• Apresentar a definição de gestão da capacidade;
• Demanda e Capacidade;
• Restrições de Capacidade;
• Gestão da capacidade;
• Mensuração da Demanda;
• Capacidade básica;
• Diferenças na Demanda e Capacidade;
• Decisões de Capacidade.
Introdução
• A gestão da capacidade física é a atividade de entender a natureza do suprimento e da
demanda de uma operação e lidar com as diferenças entre eles.
• Isso envolve a seleção de respostas do lado do suprimento (chamadas planos de
capacidade) e de respostas do lado da demanda (chamadas gestão da demanda e gestão de
receitas).
• Ela visa atender às necessidades dos clientes, mantendo a eficiência dos recursos da
operação.
Definindo a Gestão da Capacidade
• A capacidade de uma operação é o nível máximo de atividade de valor agregado em um
período de tempo que o processo pode atingir sob condições operacionais normais.
• Criticamente, essa definição reflete a escala da capacidade; porém, mais importante, sua
capacitação de processamento.
• Ex.: um estacionamento com capacidade para 500 veículos. Essa informação oferece uma noção
da escala de capacidade, mas está longe de ser uma medida útil da capacidade para um gerente
de produção.
• O estacionamento pode estar totalmente ocupado pelos funcionários de escritório durante o dia
e “processar” apenas 500 carros por dia. Como alternativa, pode ser usado por clientes de lojas
que ficam apenas uma hora em média e por frequentadores de teatro, que ficam três horas à
noite.
• A capacidade de processamento seria, então, de 5.000 carros por dia.
• Gestão da capacidade física é a atividade de compreender a natureza da demanda por
produtos e serviços, planejando e controlando a capacidade, de modo eficaz, a curto, médio e
longo prazos.
Gestão da capacidade a médio e a curto prazos
• Após estabelecer a capacidade a longo prazo, os gerentes de produção devem decidir como
ajustar a capacidade da operação a médio prazo.
• Geralmente, isso envolve uma avaliação das previsões da demanda em um período de 2 a 18
meses à frente, durante o qual a produção no tempo planejado pode ser variada, por exemplo, ao
mudar o número de horas que os recursos são usados.
• Na prática, poucas previsões são precisas, e a maioria da produção também precisa responder às
mudanças na demanda que ocorrem em uma escala de tempo menor — isso se chama “gestão da
capacidade a curto prazo”.
• Ex.: Hotéis e restaurantes têm mudanças inesperadas e aparentemente aleatórias de uma noite
para outra, mas também sabem por experiência que determinados dias são, em média, mais
ocupados do que outros.
Demanda e capacidade agregadas
• Como primeira etapa na gestão da capacidade física, a agregação é necessária.
• Ex.: um hotel pode considerar a demanda e a capacidade em termos de “pernoites
mensais”; isso não leva em conta o número de hóspedes em cada quarto e suas exigências
individuais, mas é uma boa aproximação inicial.
• Ex.: Uma fábrica de malhas de lã pode mensurar a demanda e a capacidade pelo número de
unidades (roupas) que é capaz de produzir por mês, ignorando variações de tamanho, cor
ou estilo.
• A medida final de agregação é o dinheiro.
• Ex.: as lojas de varejo que vendem variedade de produtos excepcionalmente ampla usam o
faturamento mensal, ignorando a variação dos gastos, do número de itens comprados, da
margem bruta de cada item e do número de itens vendidos por transação com o cliente.
• A capacidade física geralmente é expressa em termos agregados.
Restrições de capacidade
• Muitas organizações operam abaixo de sua capacidade de processamento máxima, seja
porque não há demanda suficiente para “preencher” sua capacidade, seja como uma
política deliberada, para que a operação possa responder rapidamente a cada novo pedido.
• Mas, muitas vezes, as organizações se encontram com algumas partes de sua produção
operando abaixo da capacidade, enquanto outras partes estão em sua capacidade
“máxima”.
• As partes da operação que operam na sua capacidade “máxima” é que são as restrições de
capacidade para toda a operação.
Objetivos da gestão da capacidade
• As decisões tomadas pelos gerentes de produção ao elaborar seus planos de capacidade
afetarão vários aspectos do desempenho:
• Os custos serão afetados pelo equilíbrio entre capacidade e demanda (Níveis de capacidade
superiores à demanda podem significar subutilização da capacidade e, assim, custos unitários
elevados);
• As receitas também serão afetadas pelo equilíbrio entre capacidade e demanda, mas de modo
oposto. Níveis de capacidade iguais ou superiores à demanda em qualquer ponto do tempo
assegurarão que toda a demanda seja satisfeita e nenhuma receita perdida.
• O capital de giro será afetado se uma operação decidir acumular estoque de produtos acabados
antecipadamente à demanda. Isso pode permitir que a demanda seja satisfeita, mas a
organização terá que financiar o estoque até ele ser vendido.
Objetivos da gestão da capacidade
• A qualidade dos bens ou serviços pode ser afetada por um plano de capacidade que envolva
grandes flutuações em seus níveis ao contratar, por exemplo, funcionários temporários. Os novos
funcionários e a interrupção da rotina de trabalho da operação podem aumentar a probabilidade
de se cometerem erros.
• A rapidez da resposta à demanda do cliente pode ser aumentada pelo acúmulo de estoque
(permitindo que os clientes sejam satisfeitos diretamente a partir do estoque em vez de terem
que esperar pela fabricação dos itens) ou por provisão deliberada de excesso de capacidade para
evitar filas.
• A confiabilidade do suprimento também será afetada pela proximidade dos níveis de demanda
em relação à capacidade. Quanto mais próxima a demanda estiver da capacidade máxima de
produção, menos condições terá a operação de enfrentar quaisquer interrupções inesperadas e
menos confiáveis serão suas entregas de bens e serviços.
• A flexibilidade, especialmente a flexibilidade de volume, será aumentada pelo excesso de
capacidade. Se a demanda e a capacidade estiverem equilibradas, a operação não será capaz de
responder a qualquer aumento inesperado da demanda.
O processo de gestão da capacidade
Como Demanda e Capacidade são mensuradas?
• A primeira tarefa da gestão da capacidade é compreender a natureza da demanda.
• As principais questões são:
• Qual é a demanda geral por um produto ou serviço durante certo período de tempo?
• Quanto varia a demanda?
• Os requisitos totais e/ou as mudanças na demanda são fáceis ou difíceis de prever?
• Em dado período de tempo, quanto a demanda muda, e qual será a precisão provável da
previsão?
• Embora a previsão da demanda seja geralmente responsabilidade das funções de vendas e/ou
de marketing, é um insumo muito importante para a decisão de gestão da capacidade e, assim,
é de interesse dos gerentes de produção. Afinal, sem uma estimativa da demanda futura não é
possível planejar efetivamente para futuros eventos, apenas reagir a eles.
• (Veremos o suplemento sobre previsão - Cap. 5.)
Requisitos para uma previsão da demanda:
• É expressa em termos que sejam úteis para a gestão da capacidade. Precisarão ser traduzidas
em expectativas realistas da demanda, expressas nas mesmas unidades da capacidade (por
exemplo, horas/máquina por ano, pessoal operacional necessário, espaço etc.).
• É a mais exata possível. Para tentar atender à demanda, muitas vezes precisam estabelecer o
volume de produção antecipadamente, baseados em uma previsão que pode mudar antes que a
demanda ocorra ou, pior ainda, pode não refletir a demanda real.
• Dá uma indicação de incerteza relativa. As decisões de trabalhar horas extras e de recrutar
pessoal extra são geralmente baseadas em níveis de previsão da demanda que, na prática,
podem diferir consideravelmente da demanda real, conduzindo a custos desnecessários ou a
serviço insatisfatório aos clientes.
• Estimar quanto a demanda real pode diferir da média. Isso pode ser descoberto examinando-se
a estatística de demanda para determinar sua distribuição em cada momento do dia (ex.: ajuste
suprir as prateleiras do supermercados).
Mudanças na Demanda
• A maioria dos mercados é influenciada por algum tipo de sazonalidade.
• Às vezes, as causas da sazonalidade são climáticas (feriados);
• Às vezes festivas (compras de presentes);
• Às vezes financeiras (cobrança de impostos), sociais ou políticas;
• de fato, há muitos fatores que afetam o volume da atividade de tudo, dos materiais de
construção ao vestuário, da assistência médica aos hotéis.
• Normalmente, o termo “sazonalidade” é usado para descrever variações da demanda no
período de um ano.
• Mas variações semelhantes podem ocorrer num período mais curto: variações semanais,
diárias, ou mesmo horárias (EXIGE AJUSTE DA CAPACIDADE).
Melhor previsão ou melhor capacidade de resposta da
produção?
• O grau de esforço (e custo) a ser dedicado para a previsão muitas vezes é uma fonte de intenso
debate dentro das empresas. Dois argumentos opostos.
• “Certamente é importante que as previsões sejam as mais exatas possível; não podemos
planejar a capacidade de produção de outra maneira. Isso invariavelmente significa que
acabamos com muita capacidade (aumentando, assim, os custos) ou muito pouca capacidade
(perdendo receita e satisfação dos clientes).” O contra-argumento é muito diferente.
• “A demanda sempre será incerta; essa é a natureza da demanda. Acostume-se com isso. A
única forma de satisfazer os clientes é tornar a operação suficientemente responsiva para
lidar com a demanda, quase independentemente de qual seja ela.”
• Na prática, a produção precisa encontrar algum equilíbrio entre ter previsões melhores e poder
enfrentar previsões imperfeitas.
• Portanto, a gestão da capacidade requer combinação de tentativas de aumentar o conhecimento
do mercado com tentativas de aumentar a flexibilidade da produção.
Compreendendo a Capacidade
• A gestão da capacidade também é
compreender a natureza da capacidade ou do
suprimento.
• A medição da capacidade a princípio parece
simples, mas na verdade pode ser
relativamente difícil de definir de forma
clara, a menos que a operação seja
padronizada e repetitiva.
• Ex.: Um rápido passeio em um parque
temático pode ser projetado para processar
grupos de 60 pessoas a cada três minutos —
capacidade para conduzir 1.200 pessoas por
hora.
• Em cada caso, uma medida de capacidade de
produção é a medida mais apropriada porque
o produto da operação não varia em sua
natureza. Entretanto, para muitas operações, a
definição da capacidade não é tão óbvia.
Qualquer medida de capacidade deverá refletir a habilidade de uma
operação ou processo de suprir a demanda.