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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS


ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO II

PLANEJAMENTO
DA CAPACIDADE

Prof. Dr. Carlos David Feitor


ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO II

OBJETIVOS

• Entender a relevância de planejar e controlar a


capacidade;

• Compreender o processo de mensuração da


capacidade;

• Estudar o planejamento dos níveis de capacidade;

• Verificar a formas de controlar os níveis de capacidade.

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ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO II

1 - Definição
• CAPACIDADE: quantidade máxima de produtos e
serviços em uma unidade produtiva, em um dado intervalo de
tempo;
• UNIDADE PRODUTIVA: fábrica; departamento, armazém,
loja, um posto de atendimento médico, uma simples máquina
ou posto de trabalho.
• há muitos fatores dos quais depende a capacidade de uma
unidade produtiva;
• para aumentar a capacidade de uma unidade, deve-se
alterar pelo menos um dos fatores determinantes dessa
capacidade.

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ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO II

1.1 Fatores que influenciam na capacidade

• Alguns dos fatores mais importantes influentes na


capacidade são:
• Instalações;
• Composição dos produtos ou serviços;
• O projeto do processo;
• Fatores humanos;
• Fatores operacionais;
• Fatores externos.

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1.1.1 INSTALAÇÕES
• sempre que possível, ao projetar a unidade, tenta-se deixar
um espaço vago para expansões futuras;
• as dimensões das instalações pode restringir a capacidade
ou favorecê-la;
• fatores como aquecimento, iluminação e ruído exercem
influencia positiva ou negativa;
• grandes unidades x unidades menores;

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1.1.1 INSTALAÇÕES
•unidades maiores, custam proporcionalmente menos;
• é mais barato construir uma unidade grande do que duas ou
três unidades menores, com a mesma capacidade;
• unidades maiores apresentam economias de escala (custos
menores devido a maior escala de produção);
• porém tendem a tornar-se “não focalizadas”, envolvendo-se
com muitas operações, tarefas e produtos diferentes,
perdendo assim eficiência relativa;
• Podem levar a maiores custos de controle e administrativos,
revertendo as economias de escala.

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1.1.2 Composição dos produtos ou serviços


• a diversidade reduz a capacidade;
• produtos uniformes dão oportunidade para padronização de
métodos e materiais;
• permite a redução dos tempos de operações e aumenta a
capacidade.
• Produtos diferentes exigem constantes preparações das
máquinas quando se muda o lote;
• Tais preparações, deixam máquinas paradas por algum
tempo e assim reduzem a capacidade.

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1.1.3 O projeto do processo


• os processos de produção variam de manuais, semi-
automáticos e automáticos;
• a partir de certa quantidade produzida, o processo manual
força a deseconomias de escala, exigindo o processo semi-
automático, e assim por diante.

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1.1.4 Fatores humanos


• o quadro e a habilidade dos funcionários pode aumentar a
capacidade;
• o capital humano pode ser melhorado por meio de
treinamento, aumento da habilidade e experiência;
• deve-se trabalhar, também, com os aspectos relacionados a
motivação.

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1.1.5 Fatores operacionais


• são aqueles ligados a rotina de trabalho dos setores
produtivos da empresa;
• podem ser organizados de forma conduzir a capacidades
maiores ou menores;
• ou facilitar o aproveitamento da capacidade existente em
potencial;
• diferenças na capacidade de processamento de um
equipamento para outro (gargalo);
• inspeção;
• manutenção de máquinas;
• equipamentos.

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1.1.6 Fatores externos


• a capacidade pode ser afetada por fatores externos;
• padrões de qualidade e desempenho exigidos pelo cliente;
• legislação antipoluição.

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2 Importância das decisões sobre capacidade

• estudos de mercado e a previsão da demanda a longo prazo


alimentam as decisões sobre a capacidade;
• as decisões de capacidade influenciam no planejamento:
• das instalações;
• necessidade de mão-de-obra;
• equipamentos.

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2 Importância das decisões sobre capacidade

1. Tem impacto potencial sobre a habilidade da empresa em


atender a demanda futura;
2. relação entre capacidade e custos operacionais;
• excesso de custo quando a capacidade supera ou fica
abaixo da demanda (ciclos de negócio)
3. Alto custo inicial.

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ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO II

2. Importância das decisões sobre capacidade


• Em síntese:
• caráter essencialmente estratégico;
• envolve grandes somas de recursos;
• imobilização de recursos;
• dificuldades posteriores de mudanças;
• grande impacto no custo de operação.

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3. Medida da capacidade

• Existem duas formas de se medir a capacidade:


• por meio da produção;
• por meio dos insumos.

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3.1 Medida por meio da produção

• as unidades de medidas devem ser comuns ao tipo de


produto produzido;
• não pode-se misturar medidas.
• se existir um só produto, ou produtos semelhantes, não há
problema em se medir a capacidade pela produção;
• toneladas, litros, metros, etc..
• Ex: usina de álcool, cuja capacidade pode ser medida em
litros por mês (ou por dia, semana etc.)

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3.2 Medida por meio dos insumos


• em organizações de serviços, é mais viável medir a
capacidade por meio de insumos utilizados;
• Já que existe dificuldade, em muitos casos, de se identificar o que
seja a produção e consequentemente de medi-la;
• Ex: devido a variedade de serviços médicos prestados em um
hospital e a dificuldade de se medir esses serviços,
• Faz mais sentido em ser referir a capacidade ao número de leitos
disponíveis.
• quando se trata de serviços puros, prescinde-se, na medida
da capacidade, na referência a um determinado período.

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3.2 Medida por meio dos insumos

Medidas de produção
Instituição Medida da capacidade
Siderúrgica Toneladas de aço/mês
Refinaria de petróleo Litros de gasolina/dia
Montadora Número de carros/mês
Medida de insumos
Companhia área N. De assentos/voo
Restaurante N. De refeições/dia
Teatro (cinema) N. De assentos
Hotel N. De quartos (hóspedes)
Hospital N. De leitos

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4. Expansão da capacidade

• quando a demanda cresce, a empresa precisa aumentar a


capacidade;
•em projetos industriais, é comum deixar-se uma área
destinada a expansões;
• reorganizar o arranjo físico de equipamentos, escritórios,
áreas de circulação etc.
• utilizar a capacidade ociosa dos equipamentos ou substituí-
los por outros mais modernos;

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4. Expansão da capacidade

•utilizar técnicas de programação e controle da produção;


• aproveitar melhor os espaços, reduzindo os estoques e
matérias-primas;
• mão-de-obra temporária, subcontratar, horas extras, etc.

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5. Avaliação econômica de
alternativas de capacidade

• das técnicas disponíveis, iremos nos restringir a análise


custo-volume ou análise do ponto de equilíbrio;
• APE estabelece uma relação entre receitas, custos e volume
de produção (quantidade produzida);
• verificar como se comporta os custos e a receita sob
diferentes alternativas de volume de produção;
• para isso é preciso identificar os custos e as receitas;
• custos fixos x custos variáveis.

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5. Avaliação econômica de alternativas de capacidade


• custos fixos: são aqueles que permanecem constantes
qualquer que seja a quantidade produzida;
• custos variáveis: são aqueles que variam diretamente com o
volume de produção.

CT = custo total associado à produção de q unidades do


produto;
CF = custo fixo (independente de q);
CVu = custo variável (direto) unitário – custo para se fazer
uma unidade – levando em conta apenas os custos diretos
sobre o produto

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5. Avaliação econômica de alternativas de capacidade


• tendo em vista as definições anteriores, pode-se escrever
que:
CT = CF + qCVu

• Por outro lado, R é a receita total associada à produção e


venda de q unidades. PV é o preço de venda unitário.
R = qPV

• o ponto de equilíbrio é a igualdade entre os custos totais e a


receita total, ou seja, a produção para o qual o lucro é zero.
CF + qCVu = qPV CF = q(PV – CVu) q = __CF____
CF = qPV – q CVu PV - CVu
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ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO II

5. Avaliação econômica de alternativas de capacidade


• Em certos momentos, podemos estar interessados na
quantidade produzida que corresponde a um certo valor
prefixado L do lucro;

• Neste caso, pode-se demonstrar facilmente que a


quantidade q será dada por:
• o ponto de equilíbrio é a igualdade entre os custos totais e a
receita total, ou seja, a produção para o qual o lucro é zero.

q = L + CF_
PV - CVu
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO II

5. Avaliação econômica de alternativas de capacidade

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ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO II

5. Avaliação econômica de alternativas de capacidade


EX:
• Uma planta industrial apresenta custos fixos de R$ 1 milhão
mensais e custos diretos médios de produção da ordem de R$
150,00 por unidade produzida.
• O custo médio refere-se a uma linha de produtos semelhantes,
cuja composição deverá permanecer aproximadamente
constante;
• O preço médio de venda do produto pode ser assumido como
R$ 190,00 a unidade.
a) Determinar o ponto de equilíbrio para a planta;
b) A produção necessária para proporcionar um lucro mensal
de R$ 160 mil.

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5. Avaliação econômica de alternativas de capacidade

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5. Avaliação econômica de alternativas de capacidade


• algumas cautelas devem ser tomadas antes de se usar a
análise do PE.
a) a análise do PE vale quando se trata de um só produto ou
de produtos semelhantes;
b) assume-se que tanto o CF, como o CVu e o PV são
invariáveis com o volume;
c) existe a hipótese de que toda a quantidade produzida
será vendida.

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6. Planejamento de equipamento e mão-de-obra

• a estimativa inicial da capacidade leva a especificações mais


detalhadas de espaço, equipamentos e mão-de-obra.

6.1 Necessidades de Equipamentos:


Produtos manufaturados

• para se fazer uma estimativa, é preciso analisar cada um


dos itens que serão produzidos e as operações envolvidas;
• estima-se o tempo de processamento para cada operação
“t” (em minutos, por ex.);

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6.1 Necessidades de Equipamentos:


Produtos manufaturados
• deve-se estimar a eficiência “e” da operação (manutenção,
paradas, preparação), tempo que está operando;
• “N” quantidade de vezes que uma operação é repetida.
•disponibilidade da máquina por “h” horas;
• “m” numero de máquinas necessárias para acomodar todas as
operações.

m = ___t N___ = t (min/operações) N (nº operações)________


60 h e 60 (min/hora) h (horas/máquina) e (eficiência)

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6.1 Necessidades de Equipamentos:


Produtos manufaturados

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Produtos manufaturados

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6.1 Necessidades de Equipamentos:


Produtos manufaturados

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ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO II

6.2. Planejamento de Pessoal


em postos de atendimento
• as atividades de serviço são intensivas no uso da mão-de-
obra;
• por isso, o planejamento de pessoal acaba sendo um dos
principais aspectos do planejamento da capacidade;
Ex: postos de atendimento ao público com as seguintes
características:
• existem “k” atividades, cada uma das quais pode ser feita
por qualquer atendente;
Ni = demanda diária para a atividade i
ti = duração média da atividade i (em minutos)
e = eficiência média do pessoal
T = duração do dia de trabalho (em horas)
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6.2. Planejamento de Pessoal


em postos de atendimento
• considerando-se então todas as k atividades, o número
total n de atendentes necessários será:

Ni = demanda diária para a atividade i


ti = duração média da atividade i (em minutos)
e = eficiência média do pessoal
T = duração do dia de trabalho (em horas).

n = Σ ti Ni
60 T e

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6.2. Planejamento de Pessoal


em postos de atendimento
• se cada diferentes atividade requerer seus próprios
atendentes, o número de atendentes ni que se precisa para
a atividade i será:

n = ti Ni
60 T e

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6.2. Planejamento de Pessoal


em postos de atendimento

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6.2. Planejamento de Pessoal


em postos de atendimento

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6.2. Planejamento de Pessoal


em postos de atendimento

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7. Problemas Resolvidos

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7. Problemas Resolvidos

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7. Problemas Resolvidos

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7. Problemas Resolvidos

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