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O PMBOK 7ª Ed.
Portifólio
Programas
Projetos
Metodologia FEL
Earned Value
Termo de Abertura
Escopo
Bownfields
Greenfields
Sérgio Magalhães
Pág.2
Prefácio
Fazer a ponte entre a teoria e a prática sempre foi um desafio no mundo dos negócios,
principalmente quando se trata de gerenciamento e planejamento de projetos. Este livro - "O
Que Um Gerente de Planejamento Precisa Saber Sobre Projetos" - foi criado com o propósito de
unir esses dois universos e oferecer um recurso prático e informativo não apenas para os novos
gerentes de planejamento, mas também para todos os profissionais que operam na área de
planejamento.
Em última análise, este livro se propõe a capacitar você - o leitor - a navegar pelos desafios do
gerenciamento de projetos com maior confiança e habilidade. Ele se destina a ser um recurso ao
qual você pode voltar repetidamente à medida que avança em sua jornada profissional,
proporcionando uma fonte de orientação, inspiração e sabedoria. Que você encontre nele o
conhecimento e a inspiração para transformar os projetos em que trabalha em exemplos
brilhantes de sucesso no gerenciamento de projetos. Boa leitura!
Sérgio Magalhães
sergio@academiadoplanejamento.com.br
Pág.3
Capítulo 1 – Introdução ao
Gerenciamento de Projetos
Gerenciamento de projetos, como um campo de prática e estudo, tem suas raízes profundas na
realização de metas e objetivos específicos. No mundo dos negócios e além, tudo, desde a
construção de arranha-céus até o lançamento de uma campanha de marketing, pode ser
considerado um projeto. E onde há projetos, há a necessidade de gerenciamento de projetos.
Neste capítulo, iremos desvendar o que é o gerenciamento de projetos e por que é vital para
organizações em todos os setores e de todos os tamanhos. O gerenciamento de projetos não é
apenas uma questão de manter um projeto no prazo e dentro do orçamento, mas também
envolve a coordenação de equipes, a gestão de riscos, a comunicação eficaz e a capacidade de
adaptar-se a mudanças imprevistas.
Exploraremos as responsabilidades centrais de um gerente de projetos e como esse papel
evoluiu ao longo do tempo. O gerente de projetos moderno é mais do que apenas um planejador;
ele ou ela deve ser um líder, um comunicador, um solucionador de problemas e um agente de
mudanças.
Ao longo deste capítulo, nossa meta é fornecer uma base sólida sobre a qual você possa
construir seu entendimento do gerenciamento de projetos. Vamos analisar o papel vital que o
gerenciamento de projetos desempenha no mundo dos negócios moderno e como, ao dominar
os princípios e práticas fundamentais de gerenciamento de projetos, você pode ajudar a
impulsionar o sucesso de qualquer empreendimento.
Seja você um gerente de projetos experiente buscando aprimorar suas habilidades ou um novato
desejoso de se familiarizar com o campo, este capítulo servirá como seu ponto de partida para
uma compreensão mais profunda do fascinante mundo do gerenciamento de projetos. Então,
sem mais delongas, vamos começar nossa jornada.
Pág.6
Introdução
O gerenciamento de projetos é um termo amplamente utilizado, mas nem sempre é
compreendido completamente. Entender o que é o gerenciamento de projetos é o primeiro
passo para explorar a vastidão e a profundidade desta disciplina essencial que ajuda as
organizações a atingirem seus objetivos estratégicos.
Escopo
Tríade do
gerencia
mento de
projetos
Tempo Custo
É essencial para um gerente de projetos entender e equilibrar estas restrições. Alterar uma
restrição geralmente impacta as outras, e um bom gerente de projetos sabe como fazer esse
equilíbrio.
Pág.8
O gerenciamento de projetos é mais do que simplesmente executar uma lista de tarefas. É sobre
gerenciar e balancear recursos, riscos, qualidade e escopo em relação ao tempo e ao custo de
um projeto. No mundo de negócios acelerado de hoje, onde os projetos são os motores que
impulsionam a inovação, entender a importância do gerenciamento de projetos é crucial.
2. Eficiência na Entrega
3. Gerenciamento de Riscos
4.Satisfação do Cliente
Como se pode ver, o gerenciamento de projetos desempenha um papel vital na realização dos
objetivos do negócio, na entrega eficiente, no gerenciamento de riscos e na satisfação do
cliente. Compreender a importância do gerenciamento de projetos é fundamental para o sucesso
em um ambiente de negócios cada vez mais baseado em projetos.
Figura 3 - O gerente de projetos, como um capitão na tempestade, usa habilidade, determinação e visão clara para garantir
que o projeto supere os desafios e atinja seus objetivos.
Responsabilidade Descrição
Capítulo 3 - O PMBOK:
Uma Ferramenta Essencial no
Gerenciamento de Projetos
O Project Management Body of Knowledge (PMBOK) é um conjunto de práticas recomendadas
na área de gerenciamento de projetos. Publicado pelo Project Management Institute¹ (PMI), que
significa "Instituto de Gerenciamento de Projetos", o PMBOK é reconhecido globalmente como
um padrão em gerenciamento de projetos.
¹ O Project Management Institute (PMI) é uma renomada associação profissional global dedicada ao campo do
gerenciamento de projetos. O PMI oferece recursos, certificações, eventos e comunidades para profissionais de
gerenciamento de projetos em todo o mundo.
- O site oficial do PMI nos Estados Unidos é: https://www.pmi.org/
- O site oficial do PMI no Brasil é: https://www.pmisp.org.br/
Compreendendo o PMBOK
O PMBOK não é uma metodologia, mas um guia que estabelece práticas eficientes, diretrizes e
definições para a gestão de projetos. Ele visa esclarecer conceitos sobre o orçamento,
qualidade, aquisição, cronograma e outras competências essenciais em um projeto.
Além disso, o PMBOK traz um padrão para o gerenciamento de projetos, aprovado pelo
American National Standards Institute (ANSI), que proporciona uma linguagem comum na área,
ajudando a padronizar conceitos e terminologias.
A Evolução do PMBOK
O PMBOK é atualizado periodicamente para acompanhar as tendências do mercado e da
profissão. A última edição, a sétima, lançada em agosto de 2021, traz uma mudança significativa,
com a adoção de uma estrutura baseada em princípios e domínios de desempenho, substituindo
os grupos de processos e áreas de conhecimento. Esta mudança objetiva refletir a flexibilidade e
a diversidade das abordagens de entrega de projetos, seja de forma preditiva, adaptativa ou
híbrida.
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Padronização
Orientação
Contribuição
Figura 5 - O que o PMBOK oferece
Figura 6 - O PMBOK (Project Management Body of Knowledge) é crucial para o gerenciamento de projetos, pois fornece
um conjunto de práticas e padrões reconhecidos internacionalmente
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3. Envolver
2. Criar um
1. Ser um bom efetivamente as 4. Concentrar-se
ambiente
administrador. partes no valor.
colaborativo.
interessadas.
5. Reconhecer, 8. Construir
6. Demonstrar
avaliar e 7. Adaptar-se com qualidade nos
liderança
responder à base no contexto. processos e nos
comportamental.
incerteza. resultados.
Domínio 2: Stakeholders
Domínio 3: Equipe
Domínio 4: Desenvolvimento
Domínio 5: Planejamento
Domínio 7: Integração
Abordagens Preditivas
Também conhecidas como "waterfall" ("cascata"), as abordagens preditivas são caracterizadas
por uma sequência linear de fases de projeto. Cada fase deve ser concluída antes que a próxima
comece, e não há retorno para fases anteriores. As abordagens preditivas são úteis quando os
requisitos do projeto são bem compreendidos e não mudam significativamente ao longo do
tempo.
Exemplo: A construção de um edifício, onde o projeto deve seguir uma ordem
específica, desde a fundação até o acabamento.
Abordagens Ágeis
As abordagens ágeis se caracterizam por sua flexibilidade e adaptabilidade. Essas abordagens
permitem a revisão e a modificação de tarefas com base em feedback contínuo, tornando-as
mais adequadas para projetos com requisitos menos definidos ou que podem mudar ao longo do
tempo.
Exemplo: O desenvolvimento de um novo software, onde a necessidade de
mudança rápida é essencial para acomodar novas funcionalidades ou
alterações de requisitos.
Abordagens Híbridas
As abordagens híbridas combinam elementos das abordagens preditivas e ágeis. Elas oferecem
uma estrutura geral para o projeto, mas permitem flexibilidade e adaptação dentro dessa
estrutura. As abordagens híbridas são úteis para projetos que possuem partes com requisitos
bem definidos e outras partes que exigem maior flexibilidade.
Exemplo: O desenvolvimento de um novo produto de hardware de tecnologia,
onde a produção do hardware pode seguir uma abordagem preditiva e o
desenvolvimento do software associado pode usar uma abordagem ágil.
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Uma parte importante que é destaque na 7a. Edição do PMBOK é que "a abordagem escolhida
para a entrega de um projeto deve ser baseada na natureza do trabalho, nas necessidades do
cliente e no ambiente no qual o projeto está sendo realizado".
Foco em Resultados
A 7ª edição do PMBOK introduz uma importante mudança de paradigma na gestão de projetos: a
transição do foco em "entregas" para o foco em "resultados". Essa mudança tem profundas
implicações para como os projetos são planejados, executados e avaliados.
De Entregas a Resultados
Historicamente, a gestão de projetos tem estado centrada na produção de "entregas"
específicas. Estas são os produtos, serviços ou funcionalidades tangíveis que são o resultado
direto do trabalho do projeto. No entanto, a realização de uma entrega nem sempre leva ao
alcance dos objetivos estratégicos desejados.
Exemplo: Um projeto para desenvolver um novo website pode entregar um site
funcional (a "entrega"), mas se o site não atrair visitantes ou gerar vendas (os
"resultados"), o projeto pode não ser considerado um sucesso.
Com o foco em resultados, o sucesso do projeto é avaliado não apenas com base nas entregas
produzidas, mas também no impacto dessas entregas. Isto exige uma abordagem mais holística
da gestão de projetos, que inclui uma compreensão clara dos objetivos estratégicos e a
mensuração contínua do progresso em direção a esses objetivos.
Glossário
• Entregas: Refere-se aos produtos, serviços ou funcionalidades tangíveis que resultam do
trabalho do projeto. Em inglês, "deliverables".
• Resultados: Refere-se ao impacto ou aos benefícios que as entregas do projeto produzem. É
a diferença positiva que o projeto faz para os stakeholders ou para a organização como um
todo. Em inglês, "outcomes".
Entregas Resultados
1. Foco em Resultados
3. Domínios de Desempenho
1. Foco em Resultados
Exemplo: No setor de TI, uma equipe poderia estar trabalhando em um projeto para desenvolver
uma nova funcionalidade em um software. Em vez de simplesmente se concentrar na entrega do
recurso (como seria o caso em abordagens de gerenciamento de projetos mais tradicionais), a
equipe poderia se concentrar no resultado desejado, como melhorar a experiência do usuário ou
aumentar a eficiência operacional. O sucesso do projeto seria então medido com base na
realização desses objetivos, e não apenas na entrega do recurso.
3. Domínios de Desempenho
Exemplo: No setor de saúde, um projeto para implementar um novo sistema de registro
eletrônico de pacientes pode se concentrar no domínio de desempenho do "stakeholder" para
garantir que todas as partes interessadas (médicos, enfermeiros, administração, pacientes)
sejam identificadas e que suas necessidades e preocupações sejam consideradas.
Glossário
• Stakeholders: Em português, partes interessadas. São todas as pessoas ou entidades que
têm um interesse direto ou indireto no projeto.
• Abordagem Híbrida: É a combinação de diferentes métodos de gerenciamento de projetos
(como preditivo e ágil) no mesmo projeto.
• Desempenho do projeto: Se refere ao nível de sucesso que um projeto alcança em relação
aos seus objetivos planejados.
Uma parte importante sobre as aplicações práticas é que elas devem ser feitas de forma
personalizada e contextualizada, levando em conta as especificidades de cada projeto,
organização e ambiente. Elas também devem ser feitas de forma integrada e alinhada com os
demais componentes dos domínios de desempenho do projeto
Conclusão
A 7ª edição do PMBOK representa uma mudança paradigmática na maneira como pensamos
sobre a gestão de projetos. Esta edição reconhece a importância de se adaptar às mudanças e
oferece uma estrutura que pode ser aplicada a uma ampla gama de projetos,
independentemente de sua complexidade ou setor.
Aqui estão os pontos chave que discutimos neste artigo:
• Os Princípios do Gerenciamento de Projetos: Esta nova edição se moveu de um foco
processual para um foco baseado em princípios. Esses 12 princípios fundamentais
fornecem uma orientação que pode ser adaptada a diversos contextos de projeto.
• Domínios de Desempenho: As tradicionais áreas de conhecimento e grupos de
processos foram substituídas por oito domínios de desempenho. Estes são áreas de foco
críticas para a entrega eficaz dos resultados do projeto.
• Métodos e Modelos de Entrega: A 7ª edição aborda várias abordagens de entrega,
incluindo abordagens preditivas, ágeis e híbridas.
• Foco em Resultados: A nova edição enfatiza a importância de se concentrar nos
resultados desejados em vez de simplesmente entregar saídas.
• Relevância e Aplicações Práticas: A 7ª edição do PMBOK oferece orientações que
podem ser aplicadas a uma ampla gama de projetos em diversas indústrias.
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Tópico Resumo
A 7ª edição do PMBOK se
concentra em entregar valor,
encorajando a tomada de
decisão baseada em resultados.
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Portifólio
Programa
Projeto
Figura 10 - Um portfólio bem estruturado permite uma gestão mais eficiente dos programas e projetos, maximizando os
resultados organizacionais.
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Seleção de Projetos
Priorização de Projetos
Balanceamento do Portfólio
Revisão e Ajuste
Mudanças constantes.
Governança.
Figura 13 - Desafios do Gerenciamento de Portfólio
Gerenciamento de Programas
O Gerenciamento de Programas representa um passo além no gerenciamento de projetos,
organizando um conjunto de projetos relacionados para alcançar benefícios que não seriam
possíveis se os projetos fossem gerenciados individualmente.
O que é Gerenciamento de Programas?
O Gerenciamento de Programas é a prática de gerenciar vários projetos relacionados de
maneira coordenada para obter benefícios e controle que não seriam possíveis gerenciando os
projetos individualmente. Normalmente, os projetos dentro de um programa estão interligados,
com dependências e impactos mútuos.
Por exemplo, uma empresa pode ter um programa para a construção de uma
nova sede, que pode incluir projetos para o projeto arquitetônico, construção,
decoração de interiores, e migração de funcionários e equipamentos para o
novo local.
Principais Atividades do Gerenciamento de Programas
O gerenciamento de programas envolve uma série de atividades-chave, tais como:
Definição do Programa.
Planejamento do Programa.
Execução e Controle.
Encerramento do Programa.
Entrega coordenada.
Visão unificada.
Realização de benefícios.
• Entrega coordenada: A coordenação entre projetos pode resultar em uma entrega mais
eficiente e eficaz, evitando a duplicação de esforços e gerenciando as dependências de
maneira mais efetiva.
• Visão unificada: Um programa proporciona uma visão unificada de um conjunto de
projetos, facilitando a tomada de decisões e a comunicação com as partes interessadas.
• Realização de benefícios: Ao focar na realização de benefícios ao invés de apenas na
entrega de resultados de projetos, o gerenciamento de programas pode ajudar a garantir
que os esforços da organização estejam alinhados com seus objetivos estratégicos.
Complexidade e Incerteza
Gestão de Stakeholders
Liderança e Governança
• Complexidade e Incerteza: Os programas, por sua natureza, são mais complexos e incertos
do que projetos individuais. Isso requer gerenciamento de riscos efetivo
• Gestão de Stakeholders: Um programa normalmente envolve uma ampla gama de partes
interessadas com diferentes expectativas e necessidades. Gerenciar essas expectativas e
comunicar-se efetivamente com todos os envolvidos é crucial para o sucesso do programa.
• Liderança e Governança: Gerir um programa requer habilidades de liderança para
coordenar as equipes de projeto, gerir conflitos e tomar decisões. Além disso, uma estrutura
de governança eficaz é necessária para orientar a tomada de decisões e garantir que o
programa esteja alinhado com os objetivos estratégicos da organização.
Gerenciamento de Projetos
O Gerenciamento Individual de Projetos é a arte e a ciência de planejar, executar e controlar
projetos de maneira eficaz e eficiente. Neste capítulo, vamos explorar os aspectos fundamentais
do gerenciamento individual de projetos.
O que é Gerenciamento Individual de Projetos?
O gerenciamento individual de projetos envolve a aplicação de conhecimentos, habilidades,
ferramentas e técnicas para planejar, executar e controlar todas as atividades de um único
projeto, desde a concepção até a conclusão. O objetivo é alcançar os objetivos do projeto dentro
das restrições de escopo, tempo, custo e qualidade, atendendo às expectativas dos
stakeholders.
Por exemplo, um projeto de construção de uma casa envolverá várias tarefas
individuais, como projeto arquitetônico, obtenção de permissões, contratação
de trabalhadores, compra de materiais, construção, pintura, entre outras. O
gerenciamento individual desse projeto envolverá o planejamento e
coordenação de todas essas tarefas para garantir que a casa seja construída
conforme planejado, dentro do prazo e do orçamento.
Pág.32
Definição do Projeto
Planejamento do Projeto
Execução do Projeto
Monitoramento e Controle
Encerramento do Projeto
Eficiência
Controle
Flexibilidade
• Eficiência: Ao focar em um projeto por vez, o gerente de projetos pode dedicar toda a sua
atenção e recursos para garantir o sucesso do projeto.
• Controle: O gerenciamento individual de projetos proporciona muito controle sobre cada
aspecto do projeto, desde o planejamento até a execução.
• Flexibilidade: Projetos individuais podem ser mais facilmente adaptados e ajustados em
resposta a mudanças nas condições ou requisitos.
Complexidade
Recursos Limitados
Risco
Projeto
Programa
Portfólio
Figura 20 - Definição de Projetos, Programas e Portfólios
Principais Diferenças
Embora essas definições forneçam uma visão geral, as diferenças reais entre projetos,
programas e portfólios estão em como eles são gerenciados e como se relacionam com os
objetivos estratégicos da organização.
Entender as diferenças entre projetos, programas e portfólios é crucial para uma gestão eficaz.
Embora todos sejam importantes, eles têm diferentes objetivos, estilos de gerenciamento e
benefícios. Saber quando e como utilizar cada um pode fazer uma grande diferença para o
sucesso de uma organização. Em particular, entender essa distinção é vital para alinhar os
esforços do projeto com os objetivos estratégicos da organização.
Pág.37
Depois de avaliar quão bem essas fases foram implementadas, um índice FEL é calculado, o qual pode variar de 0 a 100.
Um projeto com um índice de 100 é considerado bem-preparado para a execução.
Plano de
Estudo Conceitual Análise Pré- Implantação do
(FEL-1) Viabilidade (FEL-2) Empreendimento
(FEL-3)
Implantação do
Startup e Operação
Projeto
Gate 1 75%
Gate 2 50%
Gate 3 1%
FEL na prática
Para exemplificar o uso do FEL, imagine uma empresa de construção planejando construir um
novo edifício de escritórios.
FEL-1: Estudo Conceitual
No primeiro estágio, a empresa avalia a viabilidade do projeto. Eles pesquisam
o mercado, analisam o custo potencial, e avaliam a demanda por novos
espaços de escritório na área.
FEL-2: Análise Pré-Viabilidade
Em seguida, a empresa seleciona a melhor alternativa de projeto e realiza uma
análise detalhada da viabilidade técnica e econômica do projeto.
FEL-3: Plano de Implantação do Empreendimento
Finalmente, a empresa desenvolve o projeto básico, incluindo todos os
detalhes técnicos e logísticos. Depois de obter todas as aprovações
necessárias, o projeto passa para a fase de execução.
• Planned Value (PV) ou Valor Planejado (VP): O valor monetário do trabalho que deveria ter
sido concluído até o momento atual do projeto.
• Actual Cost (AC) ou Custo Real (CR): O valor monetário do trabalho que realmente foi
realizado até o momento atual do projeto.
• Earned Value (EV) ou Valor Agregado (VA): O valor monetário do trabalho que realmente foi
concluído até o momento atual do projeto.
Esses componentes são usados para calcular outros elementos-chave no EVM, que fornecem
uma visão mais detalhada do desempenho do projeto. Esses elementos incluem variações de
custo e prazo e índices de desempenho.
Pág.44
Na figura acima, você pode perceber que, uma vez que o projeto ainda não começou, possuímos
apenas o Valor Previsto (Planned Value ou PV), que está distribuído ao longo do tempo.
Destaca-se que essa curva possui um formato de "S", motivo pelo qual recebe a denominação de
"curva S". Adicionalmente, é relevante frisar que o valor total planejado para o projeto é
conhecido como BAC (Budget at Completion, ou Orçamento no Término), e o tempo final
previsto recebe a denominação de PAC (Planned at Completion, ou Planejado no Término).
• Schedule Variance (SV) ou Variação de Prazo (VP): Isso indica o quanto o projeto está à
frente ou atrás do cronograma. É calculado como EV - PV.
Por exemplo, se o Valor Agregado (VA) de um projeto for de $8.000 e o Valor
Planejado (VP) for de $10.000, a Variação de Prazo (VP) será de $8.000 -
$10.000 = -$2.000. Isso significa que o projeto está atrasado.
• Cost Variance (CV) ou Variação de Custo (VC): Isso indica o quanto o projeto está acima ou
abaixo do orçamento. É calculado como EV - AC.
Continuando com o exemplo acima, se o Custo Real (CR) do projeto for de
$9.000, a Variação de Custo (VC) será de $8.000 - $9.000 = -$1.000. Isso
significa que o projeto está acima do orçamento.
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Nesta imagem, é possível notar que o projeto já teve início, e que foi efetuado um levantamento
em julho. Após esta avaliação, identificou-se um Valor Agregado (Earned Value ou EV) inferior
ao Valor Previsto (Planned Value ou PV). Simultaneamente, registrou-se um Valor de Custo
Realizado (Actual Cost ou AC), que superou o valor previsto (PV). Essa situação ocorre quando
há realização de um valor que não estava inicialmente previsto, ou seja, um custo que não trouxe
qualquer agregação de valor ao projeto.
Nesta imagem, foram incorporados detalhes adicionais. Note que, ao subtrairmos o Valor
Agregado (EV) do Valor Previsto (PV), obtemos a Variação de Prazo (Schedule Variance ou SV).
Da mesma forma, quando subtraímos o Valor Agregado (EV) do Custo Realizado (AC), chegamos
à Variação de Custo (Cost Variance ou CV). Estas medidas nos permitem monitorar as
divergências entre o que foi planejado e o que foi efetivamente realizado no projeto.
Nesta mesma imagem, ao projetarmos as curvas do Custo Realizado (AC) e do Valor Agregado
(EV) - representadas pelas linhas tracejadas, podemos visualizar a tendência de conclusão do
projeto. A projeção da curva AC nos proporciona o Custo Estimado no Final (Estimate at
Completion ou EAC), enquanto a projeção da curva EV nos fornece a Estimativa de Término
(Time at Completion ou TAC). Esses valores são ferramentas fundamentais para o gerente do
projeto, permitindo a identificação de possíveis atrasos ou antecipações e a avaliação de se há
orçamento suficiente para a conclusão da obra.
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Com uma compreensão clara desses elementos-chave, você está bem equipado para aplicar o
EVM em seus próprios projetos.
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Etapas de um Projeto
Embora cada projeto seja único, a maioria dos projetos segue uma série de etapas comuns,
conhecidas como ciclo de vida do projeto. Essas etapas incluem:
Iniciação
Planejamento
Execução
Monitoramento e Controle
Encerramento
Figura 28 - Etapas de um Projeto
Contratara e Contratante
A "Contratante" é a entidade que contrata a "Contratada" para fornecer bens ou serviços.
Por exemplo, poderia ser uma empresa contratando um empreiteiro para
construir um edifício.
A Contratante é responsável por definir o escopo do trabalho¹, os prazos e os termos do
contrato.
¹ O escopo do trabalho (ou "scope of work" em inglês) é um documento crucial na gestão de projetos que delineia os
aspectos específicos do trabalho a ser realizado. É uma parte fundamental do contrato de um projeto, e serve como um
guia para as atividades, entregas e cronogramas do projeto.
Gerenciadora e Executora
A "Gerenciadora" é a parte que supervisiona e coordena a execução de um projeto ou operação.
Ela é responsável por planejar, organizar e gerenciar recursos, bem como garantir que o projeto
esteja em conformidade com os padrões de qualidade e prazos estipulados.
A "Executora", por outro lado, é a parte que realiza o trabalho físico do projeto. Ela é responsável
por executar as tarefas e atividades específicas que foram delegadas a ela pela Gerenciadora.
Pág.53
Papel Responsabilidades
A compreensão da distinção e interação entre esses papéis é essencial para garantir a execução
eficaz de qualquer projeto. A comunicação aberta e eficaz entre todas as partes envolvidas é a
chave para o sucesso.
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Definição do TAP
O TAP é um documento de autorização para o projeto que concede ao gerente de projeto a
autoridade para aplicar recursos organizacionais às atividades do projeto. Ele define os limites
do projeto, estabelece os principais stakeholders e formaliza a existência do projeto dentro da
organização.
Objetivos do Projeto:
Escopo do Projeto:
Entregáveis do Projeto:
Recursos do Projeto:
Cronograma do Projeto:
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• Objetivos do Projeto: Esta seção define o que o projeto se propõe a alcançar. Os objetivos
devem ser específicos, mensuráveis, atingíveis, relevantes e limitados no tempo (SMART).
• Escopo do Projeto: O escopo do projeto descreve o trabalho que precisa ser feito para
entregar o produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas.
• Entregáveis do Projeto: Os entregáveis são os produtos tangíveis que serão fornecidos ao
final do projeto.
• Recursos do Projeto: Esta seção lista os recursos que serão necessários para o projeto,
incluindo pessoal, equipamentos, materiais e orçamento.
• Riscos e Suposições do Projeto: Aqui são identificados os potenciais riscos e suposições
que podem impactar o projeto.
• Cronograma do Projeto: Esta seção fornece uma visão geral do cronograma do projeto,
incluindo as principais fases e marcos.
A Importância do TAP
O TAP é crucial para o sucesso do projeto por uma série de razões:
• Fornece uma compreensão clara do projeto para todas as partes interessadas.
• Ajuda a definir o escopo do projeto para evitar o escopo de "inchaço" ou "creep" no
futuro.
• Serve como uma referência para futuras decisões do projeto.
• Ajuda a garantir que todos estejam na mesma página sobre o que o projeto envolve.
O Termo de Abertura de Projeto (TAP) é um documento essencial que fornece uma base sólida
para o planejamento e execução de um projeto. Ele define os limites do projeto, estabelece as
partes interessadas e fornece uma visão clara dos objetivos do projeto. Ao dedicar tempo para
criar um TAP completo e detalhado, os gerentes de projeto podem garantir que todos os
membros da equipe entendam o escopo do projeto e o que se espera deles.
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Seção Detalhes
Orçamento R$ 1.000.000,00.
Justificativa do projeto:
Objetivos do projeto:
Entregáveis do projeto:
Escopo do trabalho:
Critérios de aceitação:
Restrições e suposições:
Essa declaração é um guia que permite que todos os membros da equipe estejam na mesma
página e entendam completamente o que é esperado. Sem uma declaração de escopo bem
definida, é provável que ocorram mal-entendidos que podem causar atrasos, aumentar os custos
e, em última análise, levar ao fracasso do projeto.
Tabela de Exemplo de Declaração de Escopo
Aqui está um exemplo de tabela que pode ser usada para criar uma declaração de escopo do
projeto:
Elemento Descrição
Justificativa A empresa precisa de um site mais moderno e funcional
Objetivos Construir um site responsivo com 10 páginas
Entregáveis Um website totalmente funcional e testado
Escopo do Trabalho Design, desenvolvimento, teste e lançamento do site
Critérios de Aceitação O site deve funcionar corretamente em todos os dispositivos e
navegadores
Restrições O projeto deve ser concluído em três meses
Suposições A empresa fornecerá todo o conteúdo necessário
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• Projeto Conceitual: Esta é a primeira fase do projeto, onde a ideia é formada e esboçada. O
objetivo principal é definir a visão geral do projeto, identificando seus requisitos e possíveis
soluções.
• Projeto Básico: A fase do projeto básico fornece mais detalhes sobre o projeto. Ela envolve
uma análise mais aprofundada das soluções propostas na fase conceitual e inclui cálculos
preliminares, layouts e esquemas.
• Projeto Detalhado: Esta é a fase final do projeto, onde todos os detalhes são finalizados. Ele
fornece instruções completas para a construção ou implementação do projeto.
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Projeto Conceitual
O projeto conceitual é a primeira fase do processo de design. Nele, a ideia do projeto é formada
e as soluções possíveis são identificadas.
Por exemplo, suponha que estamos projetando um novo parque em uma
cidade. Nesta fase, identificamos a necessidade do parque, suas possíveis
localizações, o tipo de atividades que poderá suportar e as soluções possíveis
para a criação do parque.
Os principais elementos de um projeto conceitual incluem:
• Identificação do problema ou necessidade
• Definição de requisitos
• Pesquisa e geração de ideias
• Proposição de soluções possíveis
• Avaliação preliminar das soluções propostas
Projeto Básico
A fase do projeto básico fornece uma descrição mais detalhada da solução escolhida. Ele
envolve a realização de cálculos preliminares, a criação de layouts e esquemas e a identificação
de possíveis problemas e restrições.
Por exemplo, na fase do projeto básico para o nosso parque, escolheríamos
uma solução, criaríamos um layout do parque, incluindo onde as diferentes
atividades ocorreriam, e identificaríamos possíveis problemas, como questões
de segurança ou restrições ambientais.
Os principais elementos de um projeto básico incluem:
• Seleção da solução
• Cálculos e análises preliminares
• Criação de layouts e esquemas
• Identificação de problemas e restrições
Projeto Detalhado
O projeto detalhado é a fase final do processo de design. Ele fornece instruções detalhadas para
a construção ou implementação do projeto, incluindo desenhos detalhados, especificações de
materiais e instruções de montagem.
Por exemplo, na fase do projeto detalhado para o nosso parque, criaríamos
desenhos detalhados de todas as partes do parque, especificaríamos os
materiais a serem usados e forneceríamos instruções detalhadas para a
construção do parque.
Os principais elementos de um projeto detalhado incluem:
• Desenhos detalhados
• Especificações de materiais
• Instruções de montagem ou construção
• Lista de peças
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FEL 2 Projeto Básico Com base no Projeto Conceitual, a Fase FEL 2 envolve o
desenvolvimento do Projeto Básico. Este inclui uma
definição mais detalhada do escopo do projeto, uma
análise mais aprofundada dos requisitos e riscos, um
plano mais detalhado para a execução do projeto, e um
orçamento e um cronograma preliminar.
Capítulo 12 - Brownfields e
Greenfields: Uma Aula Informativa
No desenvolvimento urbano e de infraestrutura, os termos "Brownfield" e "Greenfield" são
frequentemente utilizados para descrever os diferentes tipos de locais de construção. A
compreensão destes termos e as implicações de escolher um em relação ao outro é vital para o
planejamento e a execução eficazes de um projeto.
Brownfield
Greenfield
Figura 32 - Três fases distintas no ciclo de vida do desenvolvimento de um projeto.
• Brownfield: São terrenos que foram anteriormente desenvolvidos e que estão ou estiveram
envolvidos em atividades comerciais ou industriais. Esses locais podem estar contaminados
por substâncias perigosas ou poluentes devido ao seu uso anterior.
• Greenfield: São terrenos que nunca foram desenvolvidos ou que têm sido usados para
atividades agrícolas ou de lazer. Esses locais são geralmente preferidos para o
desenvolvimento, pois não têm os problemas de contaminação que os locais Brownfield
podem ter.
Brownfields
Os locais Brownfield são geralmente encontrados em áreas urbanas onde a terra é escassa.
Apesar de suas possíveis contaminações, eles oferecem oportunidades para o desenvolvimento
sustentável e a revitalização urbana.
Por exemplo, um terreno onde uma fábrica desativada foi localizada pode ser
classificado como um Brownfield. A terra pode estar contaminada com
produtos químicos industriais, mas com a devida limpeza e reabilitação, pode
ser transformada em um próspero centro comercial ou residencial.
Os principais pontos a considerar ao trabalhar com Brownfields incluem:
• Possível contaminação do solo e da água
• Necessidade de avaliação ambiental e limpeza
• Oportunidades para a revitalização urbana
• Possível existência de infraestrutura útil, como estradas e utilidades
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Greenfields
Os locais Greenfield são geralmente encontrados na periferia das cidades ou em áreas rurais.
Eles são preferidos para o desenvolvimento devido à ausência de contaminação e às reduzidas
necessidades de limpeza.
Por exemplo, um terreno em uma área rural que nunca foi desenvolvido seria
classificado como um Greenfield. Embora possa requerer mais infraestrutura,
como estradas e serviços públicos, a terra é ideal para o desenvolvimento por
estar livre de contaminação.
Os principais pontos a considerar ao trabalhar com Greenfields incluem:
• Ausência de contaminação
• Necessidade de construção de infraestrutura
• Impacto potencial no ambiente natural
• Possíveis restrições de uso da terra
Entender as diferenças entre Brownfields e Greenfields é crucial para qualquer pessoa envolvida
no desenvolvimento urbano ou de infraestrutura. Cada tipo de local tem suas próprias
características, desafios e oportunidades, e a escolha entre um ou outro pode ter um grande
impacto no sucesso de um projeto.
Final da Parte 1
Concluímos a primeira etapa desta nossa jornada literária. Exploramos vários conceitos cruciais
que todo engenheiro de planejamento deve compreender profundamente quando se trata de
projetos. No entanto, nossa exploração deste vasto universo está longe de terminar. Em breve,
lançaremos a segunda parte do nosso livro, onde aprofundaremos ainda mais nosso
conhecimento.
Nesta continuação, falaremos sobre os indicadores de desempenho-chave (KPIs),
monitoramento e controle de projetos, como conduzir reuniões de planejamento eficazes, e a
elaboração de relatórios de projetos. Além disso, abordaremos o significado e a importância do
CAPEX, a gestão de riscos, a medição de serviços, e a gestão ágil. Também faremos uma
introdução a conceitos como EWP (Engineering Work Package) e BIM (Building Information
Modeling), entre outros tópicos relevantes.
Esperamos que você continue conosco nesta jornada de aprendizado, na busca por um maior
entendimento sobre a complexidade e a beleza da engenharia de planejamento.
Sérgio Magalhães
sergio@academiadoplanejamento.com.br
Outro Livros
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