Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Trabalho de Campo 2
Novembro de 2023
PROTOCOLO DE INVESTIGAÇÃO – TRABALHO DE CAMPO 2
Novembro de 2023
2
SUMÁRIO
PERGUNTA DE PARTIDA..........................................................................................4
INTRODUÇÃO................................................................................................................5
PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO............................................................................17
GERAIS:....................................................................................................................18
ESPECÍFICOS:..........................................................................................................18
DELINEAMENTO METODOLÓGICO...........................................................................19
VARIÁVEIS................................................................................................................19
POPULAÇÃO DO ESTUDO......................................................................................20
RESULTADOS ESPERADOS...................................................................................21
VIABILIDADE/EXEQUIBILIDADE DO ESTUDO..........................................................22
QUESTÕES ÉTICAS....................................................................................................23
CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES............................................................................24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA...............................................................................25
ANEXOS........................................................................................................................26
3
PERTINÊNCIA DO TEMA EM SAÚDE OCUPACIONAL
(MEDICINA DO TRABALHO) E CARÁCTER INOVADOR
A perda auditiva induzida pelo ruído é das doenças mais comuns a nível ocupacional,
com uma incidência mundial de 1,6 milhões de casos em todo planeta, sendo que
áreas industriais são as mais afectadas (Domingues De Oliveira Vilela, 2015) .
A detecção precoce deste tipo de perda auditiva através do audiograma pode ser
fulcral no que toca a sua prevenção (Domingues De Oliveira Vilela, 2015) .
PERGUNTA DE PARTIDA
4
INTRODUÇÃO
A Exposição ao ruído pode provocar diversos efeitos adversos para a saúde entre os
quais um desvio permanente do limiar da audição (surdez profissional). Para além
desse, outros efeitos auditivos, o ruído pode ainda causar efeitos extra-auditivos
(UVA, 2010)
.
5
1. Anatomia e fisiologia do Ouvido Humano
O ouvido externo é constituído pelo pavilhão auricular e pelo canal auditivo externo. O
ouvido médio, sendo a ligação entre o ouvido externo e o interno, é constituído pela
membrana do tímpano, que separa o ouvido médio do ouvido externo, e pela cavidade
do ouvido médio e seu conteúdo (ossículos - martelo, bigorna e estribo). No ouvido
médio estão contidos dois músculos que operam no martelo (tensor tympani) e no
estribo (stapedius), contraindo-se na resposta a níveis sonoros elevados. A sua acção
reduz a amplitude do movimento dos ossículos, limitando a intensidade sonora
6
transmitida ao ouvido interno. O ouvido médio, tal como o externo, está envolvido por
ar, enquanto o interno tem líquido no seu interior (Moniz & Pinto, 2008).
O ouvido interno inserido numa cápsula óssea, designada por labirinto ósseo,
comunica com o ouvido médio pela janela oval e pela janela redonda. O ouvido interno
é um sistema complexo de canais preenchidos por um líquido (perilinfa) e pode ser
dividido em dois sistemas: Cóclea ou caracol - órgão de audição; Canais
semicirculares - órgãos de equilíbrio. A cóclea (órgão receptor de sons) tem a forma
de um canal de paredes ósseas enrolado, em forma de espiral (Figura 2), canal este
que se encontra dividido a meio por uma membrana (membrana basilar). Nessa
membrana existem cerca de 24.000 terminais nervosos extremamente finos, que
levam as sensações ao cérebro (Moniz & Pinto, 2008).
7
As variações de pressão são detectadas pela membrana, de ambos os lados e de uma
forma diferenciada, através dos terminais nervosos que tem diferentes sensibilidades a
diferentes níveis de pressão (Figura 3). Estes terminais nervosos transformam as
variações de pressão em variações de voltagem eléctrica que são transmitidas e
interpretadas pelo cérebro (Moniz & Pinto, 2008).
8
de frequência, o cotovelo de volta, faz-se perto da janela oval (frequências altas), e
próximo ao ápice da cóclea (frequências baixas). A passagem do conduto vestibular
para o tímpano das sonoras, atravessando o conduto coclear, depende da frequência
sonora
(SURDEZ PROFISSIONAL EM TRABALHADORES METAL0RGICOS: ESTUDO EPI-DEMIO
.
A vibração da membrana basilar origina correntes microfónicas que reproduzem as
características do som original, sendo captadas pelas células sensoriais do órgão de
Corti. Estas as transmitem aos respectivos filetes do nervo coclear, como potencias de
acção, que seguem as vias aferentes em direcção aos centros romboencefálicos.
Finalmente atingem o córtex cerebral em seu lobo temporal, onde se localiza a zona
auditiva
(SURDEZ PROFISSIONAL EM TRABALHADORES METAL0RGICOS: ESTUDO EPI-DEM
.
2. O ruído
Fisicamente não existe qualquer diferença entre o som e o ruído. O som é uma
perceção sensorial e o ruído é visto como sendo um som indesejado. O ruído está
normalmente presente em todas as atividades humanas. Quando se avalia o impacto
do ruído que ocorre durante o trabalho no bem-estar e saúde dos trabalhadores, o
ruído é normalmente designado por ruído laboral ou ruído ocupacional. O som pode
ser explicado por variações em maior ou menor grau da pressão do ar, que provocam
uma resposta sensitiva no sistema auditivo (De Engenharias et al., sem data) .
9
suficientemente grande para causar dor. É por isso chamado de limiar da dor
(De Engenharias et al., sem data)
.
Por outro lado o ouvido humano responde de forma logarítmica e não de forma linear
aos estímulos. Quer isto dizer que um estímulo sonoro com o dobro da pressão sonora
que outro, não produz o dobro do efeito no ouvido humano. Desse modo é mais
prático expressar os parâmetros acústicos como sendo um rácio logarítmico entre um
valor de pressão sonora medida e um valor de pressão sonora de referência (limiar da
audição). Este rácio logarítmico é denominado por decibel ou dB. A vantagem da
utilização da escala em dB pode ser verificada na imagem da figura 4
(De Engenharias et al., sem data)
.
Aí uma escala linear com uma grande distância entre os seus valores extremos [20
µPA a 100.000.000 µPa] transforma-se numa escala de valores tratáveis e facilmente
relacionáveis entre si. O cuidado a ter na utilização desta escala é não cair no engano
que uma pequena diferença de dB significa também uma pequena diferença de
energia sonora efetiva, ou ruído. Uma diferença de apenas 3 dB significa o dobro ou
metade da energia sonora (De Engenharias et al., sem data) .
10
3. Efeitos do Ruído sobre a saúde humana
O efeito mais provável do ruído sobre o ouvido humano é a surdez (hipoacusia neuro-
sensorial). Esta acontece em função da frequência e da intensidade do ruído, sendo
mais evidente para os sons puros e para as frequências elevadas.O efeito da
exposição repetida ao ruído é cumulativo não sendo, até aos dias de hoje, tratável
(Moniz & Pinto, 2008).
11
ocorrência de danos irreversíveis. A baixos níveis de exposição o ruído produz
desconforto e dificuldade de atenção, dificultando a comunicação, a concentração, o
descanso e até o sono. Uma exposição recorrente resulta em estados de nervosismo
e stress, que, em casos extremos pode originar efeitos psicológicos, doenças
cardiovasculares e alterações do sistema imunitário (Moniz & Pinto, 2008).
3.1. Desconforto.
O desconforto é o efeito mais comum do ruído sobre as pessoas, e as principais
queixas reportam falta de tranquilidade, inquietude, desassossego, depressão e
ansiedade.
12
indirecto do ruído sobre o sono é a diminuição da qualidade do mesmo, que, em casos
mais extremos, pode provocar aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco.
3.6. Stress.
A exposição a ruído que provoque dificuldade de atenção, concentração ou
comunicação, ou percas de tranquilidade, descanso ou no sono, podem desenvolve
alguns das síndromas seguintes: Cansaço crónico; Tendência para contraírem
insónias; Doenças cardiovasculares (o risco de ataques de coração em pessoas
submetidas a valores superiores a 65 dB(A) no período diurno, aumenta entre os 20 a
30%); Transtornos no sistema imunitário; Transtornos psicológicos (ansiedade,
depressão, irritabilidade, náuseas, enxaquecas); Variações de comportamento,
especialmente comportamentos anti-sociais, tais como a hostilidade, intolerância e a
agressividade.
13
4. Surdez Sonotraumática
O dano auditivo produzido pela exposição a níveis elevados de pressão sonora pode
ser classificado em três tipos: o trauma acústico, a perda auditiva temporària, e a
perda auditiva permanente (pair-mendes, sem data).
A exposição repetida, dia após dia, ao ruído excessivo durante a actividade laboral, ao
cabo de alguns anos, pode levar a uma perda auditiva permanente e irreversível. De
instalação lenta e progressiva, sendo que a percepção do problema por parte da
pessoa acometida acontece depois de muitos anos de exposição
(Ruído-V Ribeiro, sem data)
.
14
No traçado do audiograma a surdez sonotraumática, tem como formato característico,
de entalhe nas frequências altas, similar bilateralmente. A doença é também
caracterizada por não da progressão da perda auditiva após cessação da exposição
ao ruído (pair-mendes, sem data).
15
5. Enquadramento legal e normativo
Objectivos
16
Figura 5: Legislação europeia sobre o ruído Fonte: Trigueiro (2016)
PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO
17
Será que existe hipoacusia sonotraumática nos trabalhadores da secção de rodas e
travaões, e motores da TAAG?
Gerais:
1. Estudar a prevalência de hipoacúsia sonotraumática nos trabalhadores da
TAAG da Secção de rodas e travões e motores em 2023-2024.
Específicos:
1. Caracterizar a população em estudo segundo as características
Socioprofissionais e profissional:
I. Idade
II. Estado civil
III. Escolaridade
IV. Horas de trabalho
2. Caracterizar a população em estudo segundo os antecedentes pessoais:
I. Hábitos etílicos
II. Hábitos tabágicos
III. Uso de drogas ototóxicas (quinino, salicilatos)
3. Caracterizar a perda auditiva sonotraumática segundo o tempo de exposição e
pela frequência de exposição dos trabalhadores na empresa em estudo e o tipo
de protector auditivo individual utilizado
4. Definir um programa de vigilância a saúde auditiva para os trabalhadores em
estudo.
18
DELINEAMENTO METODOLÓGICO
VARIÁVEIS
Variáveis independentes
o Idade
o Escolaridade
o Horas de trabalho
o Antiguidade/tempo na função
o Antecedentes pessoas auditivas
Variáveis dependentes
o Surdez neurossensorial
o acufenos
Graus de hipoacusia sonotraumática
A classificação será feita com base nos resultados obtidos da audiometria Tonal óssea
a ser realizada aos trabalhadores seleccionados para o estudo de surdez
neurosensorial, mediante a escala (ver tabela), de perda auditiva do gabinete
internacional de audiofonologia (BIAP) em: perda audtiva ligeira, perda auditiva
moderada, e perda auditivida severa
(RECOMENDAÇÃO 02/1 DO GABINETE INTERNACIONAL DE AUDIOF
19
Perda auditiva ligeira (que significa que a fala é percepcionada se a voz for
normal, as dificuldades surgem se a voz for baixa ou ou distante do sujeito;
a maior parte dos ruídos da vida quotidiana são percebidos)
POPULAÇÃO DO ESTUDO
20
A população será constituída por 10 trabalhadores do sexo masculino das áreas de
Rodas e travões, e de Máquinas da TAAG.
RESULTADOS ESPERADOS
21
VIABILIDADE/EXEQUIBILIDADE DO ESTUDO
O estudo será feito mediante um pedido de autorização (por intermédio de uma carta)
pela direcção da TAAG e através de um termo de consentimento livre e esclarecido ao
trabalhador. O estudo irá preservar a identidade do trabalhador, respeitando a
privacidade, ou qualquer outro dado ou elemento que possa, de qualquer forma,
identificar o participante, será mantido em sigilo.
22
QUESTÕES ÉTICAS
23
CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES
24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
25
Guia do Exame físico do Ouvido
Ouvido Externo
• Pavilhão auditivo - coloração, tamanho e forma, implantação, presença de tofos
gotosos, hipertricose, compressão do tragus, sinal do lobo da orelha
• Conduto auditivo - cerume, corpo estranho, otorreia (secreção), otorragia
(hemorragia);
• Membrana timpânica - opacidade, abaulamento, nível hidroaéreo, perfurações.
• Caracterização do odor da secreção que sai no espéculo do otoscópio
26