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EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS E CONDIÇÕES

FÍSICAS PARA O CULTIVO DE


MICRORGANISMOS
AULA 4
Podemos afirmar que os microrganismos exigem condições ideais de crescimento,
exigências nutricionais que os diferenciam entre si?

Do que precisa uma bactéria para crescer?


Microbiologia
Fisiologia e metabolismo bacteriano
As bactérias necessitam de condições ideais de crescimento, e isso é variável dependendo da
espécie.

Estas condições envolvem:

• Obtenção de macro e micronutrientes;


• Temperatura;
• pH;
• Respiração;
• Umidade;
• Luz;
• Obtenção de energia.

O metabolismo bacteriano é o resultado das reações anabólicas e catabólicas bacterianas.

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Microbiologia
Nutrição
Para que as funções fisiológicas bacterianas ocorram, são necessários água, fatores de
crescimento e nutrientes, entre outros fatores.

Alguns nutrientes são requeridos por todas as espécies e outros de forma específica.

Os nutrientes são classificados como macronutrientes, micronutrientes e fatores de


crescimento.
MACRONUTRIENTES
Nutrientes requeridos em grande quan dade. Ex.: carbono, oxigênio,
hidrogênio, nitrogênio e enxofre.

NUTRIENTES MICRONUTRIENTES
Nutrientes requeridos em pequena quan dade e por algumas bactérias. Ex:
manganês, zinco, potássio, sódio, cloro, cobre, selênio entre outros.

FATORES DE CRESCIMENTO
Nutrientes necessários ao crescimento bacteriano. Ex: vitaminas, aminoácidos
e nucleosídeos.

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Carbono
• Presente em carboidratos, lipídeos e proteínas
• Limita o crescimento dos microrganismos
• A fonte de carbono serve para iden ficar o
microrganismos, por exemplo u lização de lactose ou
polissacarídeos
• No caso de polissacarídeos o microrganismo deve
possuir enzimas capazes de degradar esse substrato,
como é o caso dos bolores que deterioram alimentos. h p://hitdasaude.blogspot.com/2015/09/microrganismos-deteriorantes.html

Exemplo : Lactobacillus sake que crescem em


temperatura de refrigeração, onde no leite ocorre
alteração da viscosidade e na carne levam à formação do
limo superficial.
Nitrogênio
• Ú l para a síntese de aminoácidos e proteínas
• Bactérias fixadoras de Nitrogênio gasoso
u lizam para síntese de proteínas e aminoácidos
por um processo chamado fixação de nitrogênio
• Outras bactérias u lizam compostos
nitrogenados como nitritos, nitratos, sais de
amônia ou nitrogênio orgânico
• A fonte de nitrogênio não é tão importante
quanto a de carbono na limitação do
desenvolvimento microbiano.
• Microrganismos proteolí cos (que degradam
proteínas) podem ser iden ficados em
alimentos onde provocam alterações no odor e
no sabor. h ps://
www.ecycle.com.br/component/content/ar cle/62-alimentos/
8377-estudo-testa-bacterias-na-reducao-do-potencial-alergenic
o-do-gluten.html
(bactérias lác cas)
Ciclo do nitrogênio.
N2 representa 80% da
atmosfera.
Passa por fixação,
nitrificação e desnitrificação.
Os nitratos assimilados pelas
plantas e pelos animais após
a nitrificação passam por
decomposição,
amonificação e, então,
nitrificação novamente.
Microbiologia
Obtenção de energia

As bactérias autotróficas produzem seu próprio alimento com uso de dióxido de carbono (CO2).
As bactérias heterotróficas u lizam compostos orgânicos como fonte de energia.

Bactérias, em geral, obtêm energia pela oxidação de substratos.


De forma geral, quanto à forma de obtenção de energia, as
bactérias são:

• Fototróficas – u lizam luz como fonte de


energia.

• Quimiotróficas – u lizam compostos


químicos como fonte de energia.

h p://estudmed.com.sapo.pt/microbiologia/metabolismo_bacteriano.htm

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Classificação nutricional
• Microrganismos Quimiotróficos: u lizam compostos químicos para obter energia
• Podem ser classificados em
Quimioautotróficos : fonte de energia - compostos inorgânicos e fonte de carbono – CO2
Quimioheterotróficos: fonte de energia - compostos orgânicos e fonte de carbono - compostos
orgânicos
• Microrganismos Fototróficos: dependem de luz para produzir energia
• Podem ser classificados em
Fotoautotróficos: fonte de energia - luz e fonte de carbono - CO
Fotoheterotróficos: fonte de energia - luz e fonte de carbono- compostos orgânicos
Microbiologia
Temperatura bacteriana

De acordo com a faixa de temperatura metabólica, as bactérias do Domínio Eubactéria são


classificadas em: psicrófilas, mesófilas e termófilas.

As bactérias hipertermófilas fazem parte do Domínio Archea.

A maior parte das bactérias patogênicas para o homem é mesófila.

A faixa de temperatura de cada grupo varia de acordo com o autor.

• Psicrófilas → abaixo de 150C


• Mesófilas → entre 250C e 400C
• Termófilas → entre 600C e 800C
• Termófilas extremas/Hipertermófilas → acima de 850C

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Classificação segundo a temperatura
Microbiologia
pH bactérias

O pH do meio também é importante para o crescimento bacteriano.

Cada espécie bacteriana apresenta uma faixa de pH ideal para seu metabolismo, podendo
ser: acidófilas, neutrófilas e alcalinófilas.

A maior parte das bactérias patogênicas para o homem é neutrófila.

h p://image.slidesharecdn.com/crescimentobacteriano-140718064655-
phpapp01/95/noes-bsicas-do-crescimento-bacteriano-16-638.jpg?
cb=1405666083

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Tolerância ao
sal
Microbiologia
Respiração bacteriana
De acordo com o uso de gás oxigênio e o padrão respiratório, as bactérias são
classificadas em aeróbias e anaeróbias.

As bactérias aeróbias usam gás oxigênio (O2) em diferentes teores de


disponibilidade em sua respiração e as anaeróbias não o u lizam.
ESTRITAS U lizam altos teores de O2.

AERÓBIAS MICROARERÓFILAS U lizam baixos teores de O2.

FACULTATIVAS Na ausência de disponibilidade de O2, fazem fermentação.


São consideradas aeróbias ou anaeróbias faculta vas.
ANAERÓBIAS AEROTOLERANTES Não usam, mas suportam a atmosfera de O2.

ESTRITAS Morrem na presença de O2.

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Classificação de
acordo com a
necessidade ou
não de oxigênio
Microbiologia
Reprodução bacteriana
• Crescimento microbiano é o aumento na quan dade
de células.

• O crescimento ocorre por divisão binária (fissão


binária).

• Bactérias formam colônias e estas podem ser vistas a


olho nú. Cada bactéria possui taxa de crescimento e
tempo de geração específicos.

AULA 7: BACTERIOLOGIA II h p://lh4.ggpht.com/-0lnFKtdgXYo/UgGjyVg1FzI/AAAAAAAAOa8/csgOUZ-zDK8/colonia%25255B2%25255D.png?imgmax=800


Microbiologia
Terminologia u lizada no crescimento bacteriano
• Taxa de crescimento – variação
na quan dade de células por
unidade de tempo.
• Geração – intervalo em que uma
célula origina duas novas.
• Tempo de geração – tempo
necessário para a população
bacteriana dobrar em número.
• Crescimento exponencial –
padrão em que o número de
células é duplicado a cada
período de tempo (2, 22, 24, 28,...) h p://www.ebah.com.br/content/
ABAAAeu6QAE/fisiologia-microbiana?
part=2

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Microbiologia
Curva de crescimento
Em meio de cultura (sistema fechado), o crescimento bacteriano ocorre em etapas,
denominadas: Fase lag, Fase log (ou exponencial), Fase estacionária e Fase de declínio (ou
morte).

As fases da curva de crescimento em sistema fechado são:

Fase Lag → Período de repouso e adaptação ao meio.

Lag Log Estacionária Declínio

Nº de bactérias
Fase log ou exponencial → Período de divisão celular
intenso.

Fase estacionária → Período de equilíbrio, em que a


quan dade de células novas equivale a de células
mortas.

Fase de declínio ou morte → Período com progressão Tempo (h)


de células mortas.

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Microbiologia
Coloração de Gram h ps://www.youtube.com/watch?v=k-OUyVIKMo0

O Método de coloração de Gram é a técnica aplicada para a iden ficação da


parede celular bacteriana.

Reagentes u lizados:

• Violeta de genciana (Cristal


de violeta)

• Lugol (Iodo)

• Solução álcool-acetona

• Fucsina h p://biomedicinaparatodos.blogspot.com.br/2015/06/coloracao-de-gram-sabe-o-que-e-entenda.html

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Microbiologia
Método de Ziehl Neelsen
As bactérias do gênero Mycobacterium (micobactérias) não se coram pelo método de coloração
de Gram. Possuem parede celular mais complexas.

São bacilos-álcool-ácido-resistentes (BAAR) e possuem, externamente à parede celular, uma


camada composta por ácidos micólicos.

Os BAAR são corados pelo Método de Ziehl Neelsen.

h p://image.slidesharecdn.com/mica p2008alessandram-141101183410-conversion-gate01/95/micobactrias-atpicas-de-crescimento-
h p://www.scielo.br/img/revistas/abmvz/v60n5/09f1.jpg rpido-no-tuberculosa-3-638.jpg?cb=1414866986

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Microbiologia
Morfologia das colônias bacterianas

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Microbiologia

h p://biomedicinaparatodos.blogspot.com.br/2015/06/coloracao-de-gram-sabe-o-que-e-entenda.html

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Microbiologia
Tipos de cultura e meios
• Cultura pura quando apenas um po de organismo está presente
• Cultura mista é quando populações de organismos diferentes estão presentes.

• Quando usado pela primeira vez, o meio de cultura deve ser estéril, o que significa que nenhuma
forma de vida está presente antes da inoculação com o microrganismo.
• Segundo a cons tuição do meio dizemos um meio quimicamente definido aquele no qual todos os
cons tuintes são conhecidos.
• Já o meio complexo é aquele no qual a exata cons tuição não é conhecida e podem conter extratos
moídos ou digeridos de animais, peixes, leveduras e vegetais, que fornecem os nutrientes, as
vitaminas e os minerais necessários.
• Além disso podem ser classificados como líquidos, sólidos ou semi-sólidos.
• Caldos ou meios líquidos servem para aumentar a massa bacteriana e são acondicionados em tubos
de ensaio.
• Os meios semi-sólidos também são acondicionados em tubos e podem iden ficar uma caracterís ca
como a locomoção
• Os meios sólidos são preparados adicionando-se ágar ao meio líquido e posterior colocação em
tubos de ensaio ou placas de Petri, onde o meio se solidifica.

AULA 7: BACTERIOLOGIA II
Meio de cultura enriquecido
• Caldo ou meio sólido contendo um grande suprimento de nutrientes que promove o
crescimento dos microrganismos fas diosos.
• Ágar Sangue (u lizado na bacteriologia clinica) e Thayer-Mar n (crescimento de bactérias
como N. gonorrhoeae).
Meio de cultura sele vo e diferencial
• permite o crescimento de certos tipos de microrganismos e inibe o
crescimento de outros microrganismos pois contém inibidores, geralmente
antibióticos, que tornam inviável o crescimento de certos microrganismos.
• Ágar MacConkey inibe o crescimento de bactérias gram-positivas,
selecionando assim as bactérias gram-negativas.
• Ágar eosina –azul de metileno (EMB) inibe o crescimento de organismos
gram-positivos, enquanto suporta o crescimento de organismos gram-
negativos.
• Além disso, o ágar EMB também é um meio diferencial, pois distingue
fermentadores de lactose, como a Escherichia coli, dos organismos gram-
negativos não fermentadores de lactose, como Pseudomonas aeruginosa.
1. Número de
internações
2. Sobrevida da
população
3. Prevenção
4. Educação
sanitária
P a to g e n ic id a d e Mecanismo pelos quais os
microrganismos induzem doença no
hospedeiro. Exemplo: gripe
• conhecendo o curso da doença
• vias de transmissão
• medicamentos
• imunizações
• diagnósticos específicos
 infecção ou colonização é a presença, e
multiplicação de uma bactéria em um
hospedeiro, não apresentando
necessariamente a doença.
 doença – sinais clínicos da perda de função
de um tecido e/ou resposta do hospedeiro
 Patogenicidade – capacidade do microrganismo
provocar alterações fisiológicas no hospedeiro

 Virulência – nível de patogenicidade. Fatores de


virulência
CADA
E S TR U TU R A
A P R E S E N TA
C A P A C ID A D E D E
PROVOCAR
LESÕES O U
ESCAPAR DA
RESPOSTA
IMUNOLÓGIC
A
PO S TU L A D O S
D E K O C H – SERVE
P A R A D E T E R M IN A R A
E T IO L O G IA D E U M A
DOE N ÇA
V IA S D E E N T R A D A D E
M IC R O R G A N IS M O S
E S T Á G IO S D E
U MA DOE N ÇA
(d) Transmissão
mecânica
CICLO
F E CA L - ORA L
 Invasão e inflamação: - Bactérias podem aderir às células do
hospedeiro, penetrar e se multiplicar no local nos tecidos
sadios, induzindo a resposta inflamatória (eritema, edema,
calor e dor)

 Produção de toxinas e/ou enzimas: - exotoxinas:


polipeptídeos secretados pelas células; - endotoxinas: LPS
presentes na parede celular de Gram negativas. Como as
bactérias causam danos às células hospedeiras Como as
bactérias causam danos às células hospedeiras: invasão e
inflamação
Proteínas presentes na
superfície da bactéria e
interagem com receptores das
células do hospedeiro.
 Substância gelatinosa
composta por
carboidratos localizada
acima da parede
celular.
 Considerado um fator
de virulência pois
impede a fagocitose.
B IO F IL M E – F O R M A D O P O R V Á R IA S
E S P É C IE S D E M IC R O R G A N IS M O S . E S T Ã O
E N V O L V ID A S P O R E X O P O L IS S A C A R ÍD E O S E
A D E R ID A S A S U P E R F ÍC IE S
Placa bacteriana
• Exotoxina – produzidas e
liberadas no meio
• Tipos de exotoxinas:
Citotoxina, Neurotoxina,
Enterotoxina
• Endotoxinas – faz parte
da estrutura externa da
bactéria. LPS de Gram
negativa
 CATA L ASE - c o n v e r te o p e r ó x id o d e h id ro g ê n io e m á g u a
e o x ig ê n io . M e c a n is m o d e d e fe s a d a b a c té r ia r e s is tin d o
n o s e u in te r io r.

 COAGU L ASE – im p e d e a c a s c a ta n o r m a l d a c o a g u la ç ã o
d o p la s m a . D e p o s ita fib r in a n a s u p e r fíc ie , a lte r a n d o a
in g e s tã o p e lo s le u c ó c ito s . P o d e r p a to g ê n ic o .

 PROTE IN ASE , L IPASE S, e tc


 TOXIN A E SFOLIATIVA – S.aureus. S ín d ro m e
e s ta filo c ó c ic a d a p e le e s c a ld a d a
 E XOTOXIN AS - c a u s a m n e c r o s e n a p e le e c o n te m
h e m o lis in a s ( a lfa ) q u e lis a m e r itr ó c ito s e p la q u e ta s .
 H IA LU RON IDASE ( fa to r d e p ro p a g a ç ã o ) – d e s tr ó i
á c id o h ia lu rô n ic o n a s u p e r fíc ie d a s c é lu la s
 L E UCOCID IN A – S.aureus. D e s tró i le u c ó c ito s o u
p o d e m p e r m a n e c e r n o in te r io r
CLÍNICA -FURÚNCULOS
A vidade Autônoma
Final da Aula 4

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