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O LIVRO DIDÁTICO
MARINGÁ-PR
2023
FICHAMENTO
CORREIA, Marcelo Jonas. O livro didático. 2016. 109 p. Dissertação (Mestrado) -
Instituto Politécnico do Porto. Escola Superior de Educação, Portugal, 2016.
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Resumo:
A educação brasileira tem sido fortemente contestada, provas de nível nacional têm
apresentado alunos com níveis abaixo da média. A ferramenta mais utilizada em salas de
aula é o livro didático, eis que este tem sido o material de apoio para professores e alunos
no ensino público, o PNLD troca os livros didáticos a cada três anos com o intuito de
seguir os assuntos atuais do mundo. Alunos e professores do ensino básico, têm-se
apresentado com dificuldades na comunicação em sala de aula e muitos desses problemas
estão relacionados ao uso do livro didático, por possuir uma linguagem complexa, acima
do seu nível e fora da sua realidade. Este trabalho teve como objetivo realizar uma
investigação qualitativa e apontar os principais problemas na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Therezinha Abreu Vita no município de Santana do Araguaia-PA, Brasil.
Observou-se que metade dos professores mostraram insatisfação com o livro didático
utilizado em sua escola, mesmo em situações onde o mesmo participou da escolha e
quanto aos alunos, 60% dos entrevistados admitiram que o livro didático utilizado em sua
escola era de boa qualidade, entretanto questiona-se que para estes estudantes, não há
parâmetro real para eles decidirem a qualidade do seu livro e que muitas respostas eram
bem evasivas. Portanto, há muito o que se trabalhar na gestão escolar e na seleção do livro
didático em escolas com um atraso global e social maior que a média brasileira.
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I - INTRODUÇÃO
[APRESENTAÇÃO DO TEMA: O LIVRO DIDÁTICO]
A importância do livro didático: O autor inicia sua dissertação enfatizando a
importância do livro didático no ensino e no processo de aprendizagem de alunos de
escolas públicas, visto que, devido a permanência cultural e gratuidade dos livros didáticos
no Brasil, para muitos alunos de baixa renda estes materiais são os únicos aos quais eles
possuem acesso. Outrossim, o autor salienta que os livros didáticos são trocados
periodicamente e escolhidos de maneira cautelosa pelos professores. (p. 01-02)
[DELIMITAÇÃO DO TEMA]
Os usos e problemas do livro didático na Escola Municipal de Ensino Fundamental
Therezinha Abreu Vita no município de Santana do Araguaia-PA, Brasil
[APRESENTAÇÃO DO OBJETIVO]
“Este trabalho teve como objetivo realizar uma investigação qualitativa e apontar
os principais problemas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Therezinha
Abreu Vita no municipio de Santana do Araguaia-PA, Brasil.” (p. v)
O autor também cita nas considerações finais que procurava projetar soluções para o
sistema de ensino brasileiro.
[APRESENTAÇÃO DA TESE]
Analisa a coerência das propostas do livro didático se remetendo a introdução
de novas metodologias e formas de análise por meio dos professores a fim de
proporcionar um melhor aprendizado no que se refere o contexto inserido pelos
alunos: “E é partindo desse entendimento que para se analisar a coerência das propostas
do livro didático, no que se refere ao modo como eles são trabalhados em sala de aula,
necessitou-se, por conseguinte, introduzir a nível interdisciplinar uma metodologia que
melhor respondesse aos nossos anseios e ao mesmo tempo oferecesse instrumentos de
análises eficientes, naquilo que toca compreender como se comportam os principais
personagens (docentes e discentes) diante dos contextos do uso do livro didático como
recurso metodológico no processo de ensino aprendizagem.” (p.03)
[APRESENTAÇÃO DO MÉTODO]
O autor utiliza do estudo de caso a partir da pesquisa qualitativa a fim de analisar de
forma objetiva seu objeto de estudo. (p.03)
[HIPÓTESE]
O livro didático é completamente eficiente no trabalho em sala de aula?
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II - CAPÍTULO I - O ENSINO FUNDAMENTAL NO SISTEMA EDUCATIVO
PÚBLICO
Sistema Educacional Brasileiro: Nesse capítulo o autor demonstra a passagem do
sistema educacional centralizado para a sua autonomia, citando também as modificações
inseridas nesse período, incluindo a inserção de novos conteúdos e metodologias. Também
é demonstrado as etapas do processo de educação e os principais direitos dos indivíduos
no âmbito pedagógico. . (p.05)
Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Brasileira de 1996: Primeira lei que
infere autonomia educacional para os municípios e garante os direitos básicos de ensino de
forma gratuita para a população geral, incluindo o fornecimento gratuito de livros
didáticos. (p. 06-07)
O Papel da Escola: A escola tem como papel não apenas transmitir o conhecimento
como também direcionar ao aluno um pensamento crítico, fazendo com que tenham
capacidade de pensar por si mesmo no que diz respeito aos valores, atitude e também no
que remete ao viés democratico. Outrossim, devido a grande diversidade cultural presente
nas escolas se faz necessário uma grande abrangência de metodologias que visam
propagar o conhecimento e incentivar a socialização. (p 11)
“Pereira (2011) explica que o papel principal da escola como instituição de ensino
tem se limitado há muito tempo, devido as diretrizes institucionadas pelo governo. Apesar
de já ter modificado-se muito na educação, ainda tem muito para melhorar, essencialmente
na questão institucional, pois de acordo com a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, 1996), a educação é transversal a todos os membros de uma
sociedade. O papel da escola é de extrema importância na educação da sociedade, por
abranger um dos mais amplos aspectos sociais, que é o processo ensino-aprendizagem, no
qual há uma ampla relação entre o aprender e o para quê aprender. Entretanto, o Projeto
Político Pedagógico (PPP) deve ser planejado juntamente com a comunidade, o que
realmente quer desenvolver para os seus alunos, como prepará-los para o mundo e em
consequência para o mercado de trabalho. O modelo da escola atual não é o desejado, mas
é necessário aperfeiçoá-lo até que se torne ideal.” (p. 11-12)
“Sacristán (1995, p.83 e 84) diz que para as editoras o objetivo educativo do livro é
uma ação secundária, pois seus interesses são econômicos como em qualquer outra
empresa e que desse modo os editores são ao mesmo tempo agentes culturais e
empresários, porém “a complexidade e a concentração do capital inclinam a balança para
o lado do papel do empresário em detrimento do papel do agente cultural”.(p.20)
Critérios de escolha do livro didático pelo MEC: Os livros são escolhidos de
maneira criteriosa, passando por triagens e avaliações para a verificação do conteúdo e se
estão de acordo com a legislação e de forma pertinente e coerente as disciplinas, além de
diversos outros critérios especificados pelo MEC. Posteriormente, os livros são
encaminhados para a escolha dos professores. Nesse tópico o autor mostra dados
quantitativos que comprovam o processo.
Relação do professor com o livro didático no Brasil: Nas salas de aula brasileiras o
livro didático, muitas vezes assume uma posição como única ferramenta auxiliar do professor
para suas aulas.
Para serem escolhidos os livros passam por duas fases, a candidatura para avaliação e
a que os professores escolhem a partir dessa seleção os livros que serão utilizados no próximo
ano. Porém, segundo Batista (2011) ao mesmo tempo que o professor tem essa liberdade de
escolher o livro com o qual trabalhara ele fica limitado e preso a esse mesmo material, isso
acontece pelas precárias condições de trabalho nas escolas que dificultam uma organização
autônoma e pessoal de materiais e atividades para as salas de aula.
Bianchim (1999) explica que o livro didático é uma ferramenta que a editora produz,
o governo compra, o professor escolhe e o aluno consome, por isso cabe ao professor realizar
a escolha com cautela, visto que, alguns livros usam linguagem muito rebuscada longe da
realidade dos alunos de escolas públicas. Na escolha do livro deve-se levar em consideração
ambos os lados, professor e aluno. (p.33-36)
O aluno e o livro didático: Segundo Souza (2007, p. 113) O uso de recursos
didáticos deve servir de auxílio para que no futuro os alunos aprofundem, apliquem seus
conhecimentos e produzam outros conhecimentos a partir desses’’ Para que isso ocorra na
prática, o professor deve dar significado aos conteúdos mostrados na prática e no cotidiano.
No entanto, existem diferenças entre os alunos que dificultam esse processo para os
professores, já que cada aluno possui uma realidade econômica e sociocultural diferentes
entre si e os livros didáticos não são produzidos considerando esse aspecto. Em algumas
cidades no interior e nas zonas rurais o livro é o único material de acesso à informação dos
alunos, enquanto em outros tipos de escolas a realidade é diferente, mais tecnológica. E esse
diagnóstico da sociedade escolar é fundamental para um planejamento pedagógico eficiente.
(p.36-38)
A cultura digital nas escolas: De acordo Pretto & Assis (2008) a articulação entre a
cultura digital e a educação se forma a partir das possibilidades de organização em rede, com
a criação dos meios tecnológicos de produção de informação, seguindo de um certo repensar
dos valores, práticas e modos de ser, pensar e agir da sociedade, o que implica na efetiva
possibilidade de transformação social. Desde 2010 políticas públicas tem se fixado na
ampliação de meios digitais na educação pedagógica, e embora os alunos que tenham acesso
a esses meios estejam tendo facilidade para se adaptar já que pra eles isso é algo que sempre
existiu, os professores enfrentam dificuldades para se adaptar com os meios tecnológicos
atuais. (p.39-41)
O livro digital: O livro digital abriu portas para facilitar a comunicação entre aluno e
professor, mas ao mesmo tempo é necessário que os professores e as escolas se adequem para
melhor manusear esse instrumento. Os livros digitais dão uma liberdade muito maior a
respeito ao acesso a informação que é superior a qualquer livro impresso, além dos conteúdos
dos tradicionais livros nos digitais são incluídos endereços eletrônicos para maior
aprofundamento nos conteúdos. Segundo Brasil (2013) estudantes do ensino médio teriam
acesso a usar livros digitais a partir de 2015. A versão digital deve vir acompanhada do livro
impresso, ter o mesmo conteúdo e incluir conteúdos educacionais digitais como vídeos,
animações, simuladores, imagens e jogos para auxiliar na aprendizagem. No entanto essa
prática do livro digital é mais vista em universidades pois os professores de ensino básico tem
uma liberdade bastante reduzida sobre o que é aplicado aos alunos. Os professores possuem
inúmeras dificuldades em manter a atenção e o foco dos alunos durante as aulas, o livro
digital é vista como uma forma de melhorar essa relação. (p.41-44)
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V - CAPÍTULO IV - ESTUDO EMPÍRICO
Estudo empírico: Neste capítulo o autor justifica sua obra e acrescenta a
problemática (p.45)
Objetivo Geral: explicar como ocorre a escolha e utilização do livro didático como
ferramenta metodológica nas escolas do Brasil. (p.49)
Objetivos Específicos:
● Identificar as dificuldades dos professores na rotina de aulas;
● Identificar as maiores dificuldades dos estudantes acerca dos conteúdos apresentados
nos livros didáticos;
● Comparar e analisar a importância dos livros didáticos sob a influências das novas
tecnologias. (p.49)
Local de Estudo: O estudo desse artigo foi realizado nas dependências da escola
fundamental de Terezinha Abreu Vita, situada à Rua Gilberto Carvelli s/n, centro, no
município de Santana do Araguaia-PA, Brasil. (p.51)
Metodologia: O estudo foi realizado por recolha de dados através das entrevistas e
foram utilizados gráficos e tabelas para ilustrar os dados coletados.
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VI - CAPÍTULO V - ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS
Neste capítulo o autor analisa através do método qualitativo e do estudo de caso os
resultados obtidos a partir das entrevistas realizadas. Para isso, o autor selecionou 30
estudantes e 13 professores de maneira aleatória. (p.55)
Outros meios de pesquisa: Ainda no que remete a pesquisa acerca do livro didático
pela percepção dos alunos, a inclusão digital entra em evidência quando se trata de novas
formas de aprender. De 80% dos entrevistados que dizem buscar outras fontes de pesquisa, a
maioria utiliza a internet e poucas pessoas usufruem de outros livros ou materiais didáticos. O
autor também ressalta que os poucos alunos que demonstram interesse em leitura de livros
didáticos ou de literatura são aqueles que já possuem um incentivo previamente estabelecido
pelos pais. (p. 66-67)
Ciências: “Os professores entrevistados acharam o livro didático regular, sendo que
as maiores dificuldades na disciplina em relação ao uso do livro didático é a falta de
exercícios e as respostas encontradas no final do mesmo, assim os alunos não se esforçam
para compreender a matéria. Os maiores obstáculos encontrados pelos professores com a
aplicação do livro é a dificuldade dos alunos de acompanhar o assunto que o livro transmite.
Para integrar a matéria, faz-se o uso de apostilas, outros livros, internet e aulas práticas.” (p.
83)
Artes: Em 2016, quando a dissertação foi defendida a disciplina de artes ainda não
possuía livro didático, portanto se fazia necessário o uso de outros materiais. A introdução
do livro de artes só seria realizada a partir de 2017. (p. 86-87)
Além disso, o autor escreve: “Com as entrevistas observou-se que o problema não
está focado somente no bom livro didático e sim no livro didático adequado para os
estudantes e professores. Nem sempre há reciprocidade nessa relação, ambos – alunos e
professores – tentam se adaptar ao que tem, descartar o livro didático que está totalmente
fora da realidade local não é uma opção. Nesse caso, cabe aos professores tentarem procurar
meios alternativos para complementar suas aulas, seja com multimídia e/ou aulas práticas.”
(p.93)
Sabendo disso, Correia sugere uma alternativa para facilitar a comunicação entre
aluno e professor; esta se constituiria numa participação coletiva no que diz respeito à
escolha do livro didático, a fim de entrar em consenso sobre o material mais próximo da
realidade dos alunos. Segundo o autor, isso provavelmente implicaria uma melhor relação
de interesse entre os alunos pelo material didático, assim como um zelo sobre o livro. (p.94)
O autor conclui: “De forma geral a pesquisa mostrou-se satisfatória para realizar o
levantamento de informações necessárias para encontrar as falhas presentes na escola,
objeto de estudo, e realizar a dissolução dessas informações comparando-as com demais
estudos a procura de projetar soluções para o sistema de ensino brasileiro, que apesar das
reformas estabelecidas ainda há muito o que melhorar.” (p. 94-95)
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