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DHI - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

INTRODUÇÃO À PESQUISA HISTÓRICA II

CAIO MIGUEL SATINO MARTINS


GABRIEL ANTONIO LOPES DA SILVA
KAUANA NUNES CATHARINO
KAWANY ELEUTERIO MORAIS

O LIVRO DIDÁTICO

MARINGÁ-PR
2023
FICHAMENTO
CORREIA, Marcelo Jonas. O livro didático. 2016. 109 p. Dissertação (Mestrado) -
Instituto Politécnico do Porto. Escola Superior de Educação, Portugal, 2016.
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Resumo:
A educação brasileira tem sido fortemente contestada, provas de nível nacional têm
apresentado alunos com níveis abaixo da média. A ferramenta mais utilizada em salas de
aula é o livro didático, eis que este tem sido o material de apoio para professores e alunos
no ensino público, o PNLD troca os livros didáticos a cada três anos com o intuito de
seguir os assuntos atuais do mundo. Alunos e professores do ensino básico, têm-se
apresentado com dificuldades na comunicação em sala de aula e muitos desses problemas
estão relacionados ao uso do livro didático, por possuir uma linguagem complexa, acima
do seu nível e fora da sua realidade. Este trabalho teve como objetivo realizar uma
investigação qualitativa e apontar os principais problemas na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Therezinha Abreu Vita no município de Santana do Araguaia-PA, Brasil.
Observou-se que metade dos professores mostraram insatisfação com o livro didático
utilizado em sua escola, mesmo em situações onde o mesmo participou da escolha e
quanto aos alunos, 60% dos entrevistados admitiram que o livro didático utilizado em sua
escola era de boa qualidade, entretanto questiona-se que para estes estudantes, não há
parâmetro real para eles decidirem a qualidade do seu livro e que muitas respostas eram
bem evasivas. Portanto, há muito o que se trabalhar na gestão escolar e na seleção do livro
didático em escolas com um atraso global e social maior que a média brasileira.
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I - INTRODUÇÃO
[APRESENTAÇÃO DO TEMA: O LIVRO DIDÁTICO]
A importância do livro didático: O autor inicia sua dissertação enfatizando a
importância do livro didático no ensino e no processo de aprendizagem de alunos de
escolas públicas, visto que, devido a permanência cultural e gratuidade dos livros didáticos
no Brasil, para muitos alunos de baixa renda estes materiais são os únicos aos quais eles
possuem acesso. Outrossim, o autor salienta que os livros didáticos são trocados
periodicamente e escolhidos de maneira cautelosa pelos professores. (p. 01-02)

[DELIMITAÇÃO DO TEMA]
Os usos e problemas do livro didático na Escola Municipal de Ensino Fundamental
Therezinha Abreu Vita no município de Santana do Araguaia-PA, Brasil

[APRESENTAÇÃO DO OBJETIVO]
“Este trabalho teve como objetivo realizar uma investigação qualitativa e apontar
os principais problemas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Therezinha
Abreu Vita no municipio de Santana do Araguaia-PA, Brasil.” (p. v)
O autor também cita nas considerações finais que procurava projetar soluções para o
sistema de ensino brasileiro.

[APRESENTAÇÃO DA PROBLEMÁTICA: A QUALIDADE DO LIVRO


DIDÁTICO]
Inovação no campo educacional: No contexto contemporâneo, os professores
enfrentam desafios em relação a busca constante por inovações em todos os aspectos
educacionais, sendo estes conteúdos, recursos, metodologias e procedimentos que
possuem a finalidade de aproximar a teoria da prática em relação ao processo de ensino
dos alunos. Sabendo disso, surge uma nova problemática que visa discutir a qualidade do
livro didático nas escolas. (p.02)

Correia cita questões que questionam a aplicabilidade e funcionabilidade do


livro didático no âmbito escolar tendo em vista o contexto vivido pelos professores e
estudantes: “Boa parte das pesquisas estão voltadas ao uso do livro didático na vida do
professor e em como isso irá afetar a relação com o aluno, entretanto o assunto mais
discutido tem sido a irrealidade existente dentro dos livros, em como o material e a
proposta que o livro traz foge do mundo vivido pelos estudantes e em alguns casos, em
escolas de zonas rurais e carentes, até mesmo pelos professores, que naturalmente portam
apenas um quadro negro e um giz, além do livro didático que ou está ultrapassado ou está
muito a frente do que condiz” (p. 02-03)

[APRESENTAÇÃO DA TESE]
Analisa a coerência das propostas do livro didático se remetendo a introdução
de novas metodologias e formas de análise por meio dos professores a fim de
proporcionar um melhor aprendizado no que se refere o contexto inserido pelos
alunos: “E é partindo desse entendimento que para se analisar a coerência das propostas
do livro didático, no que se refere ao modo como eles são trabalhados em sala de aula,
necessitou-se, por conseguinte, introduzir a nível interdisciplinar uma metodologia que
melhor respondesse aos nossos anseios e ao mesmo tempo oferecesse instrumentos de
análises eficientes, naquilo que toca compreender como se comportam os principais
personagens (docentes e discentes) diante dos contextos do uso do livro didático como
recurso metodológico no processo de ensino aprendizagem.” (p.03)

[APRESENTAÇÃO DO MÉTODO]
O autor utiliza do estudo de caso a partir da pesquisa qualitativa a fim de analisar de
forma objetiva seu objeto de estudo. (p.03)

[HIPÓTESE]
O livro didático é completamente eficiente no trabalho em sala de aula?

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II - CAPÍTULO I - O ENSINO FUNDAMENTAL NO SISTEMA EDUCATIVO
PÚBLICO
Sistema Educacional Brasileiro: Nesse capítulo o autor demonstra a passagem do
sistema educacional centralizado para a sua autonomia, citando também as modificações
inseridas nesse período, incluindo a inserção de novos conteúdos e metodologias. Também
é demonstrado as etapas do processo de educação e os principais direitos dos indivíduos
no âmbito pedagógico. . (p.05)

Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Brasileira de 1996: Primeira lei que
infere autonomia educacional para os municípios e garante os direitos básicos de ensino de
forma gratuita para a população geral, incluindo o fornecimento gratuito de livros
didáticos. (p. 06-07)

Instâncias Decisórias: Instâncias responsáveis pelas diretrizes da Educação, sendo


elas a Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases, Parâmetros Curriculares Nacionais
e Secretarias de Educação. Estes órgãos são responsáveis por determinar em diferentes
etapas e funções o que posteriormente constituirá as atividades de ensino no Brasil. (p.
08-09)
Sistema Didático Brasileiro: “Silvino (2008) explica que a importância do livro
didático como instrumento de reflexão necessita atender à dupla exigência: de um lado, os
procedimentos, as informações e os conceitos propostos nos manuais; de outro lado, os
procedimentos, as informações e conceitos que devem ser apropriados à situação
didático-pedagógica a que se destinam.” (p. 10)

O Papel da Escola: A escola tem como papel não apenas transmitir o conhecimento
como também direcionar ao aluno um pensamento crítico, fazendo com que tenham
capacidade de pensar por si mesmo no que diz respeito aos valores, atitude e também no
que remete ao viés democratico. Outrossim, devido a grande diversidade cultural presente
nas escolas se faz necessário uma grande abrangência de metodologias que visam
propagar o conhecimento e incentivar a socialização. (p 11)
“Pereira (2011) explica que o papel principal da escola como instituição de ensino
tem se limitado há muito tempo, devido as diretrizes institucionadas pelo governo. Apesar
de já ter modificado-se muito na educação, ainda tem muito para melhorar, essencialmente
na questão institucional, pois de acordo com a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, 1996), a educação é transversal a todos os membros de uma
sociedade. O papel da escola é de extrema importância na educação da sociedade, por
abranger um dos mais amplos aspectos sociais, que é o processo ensino-aprendizagem, no
qual há uma ampla relação entre o aprender e o para quê aprender. Entretanto, o Projeto
Político Pedagógico (PPP) deve ser planejado juntamente com a comunidade, o que
realmente quer desenvolver para os seus alunos, como prepará-los para o mundo e em
consequência para o mercado de trabalho. O modelo da escola atual não é o desejado, mas
é necessário aperfeiçoá-lo até que se torne ideal.” (p. 11-12)

O livro didático como principal referência: Embora exista um desenvolvimento


acelerado no que se diz respeito a escola contemporânea e as suas metodologias, o livro
didático ainda é o maior contribuinte na sala de aula, sendo muitas vezes a única
referência para alunos e professores. (p.11)

O papel do corpo docente: Segundo o autor, muitas funções cabem ao professor no


que remete o processo de aprendizagem, que não se limitam apenas a ensinar o aluno, mas
também seguir princípios que busquem entender, compreender e incentivar os alunos
através de diversas ações interpessoais que possibilite atingir uma intimidade entre
professor e aluno, e assim, desenvolver um índice cada vez mais alto de aprendizagem.(p.
13-16)
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III - CAPÍTULO II - ADQUIRINDO O LIVRO DIDÁTICO
Segundo o autor, muitos recursos podem ser utilizados durante o processo de
ensino, visto que, a educação pedagógica se constitui na mediação entre recursos
práticos e teóricos para melhor aprendizagem, no entanto, o livro didático é o mais
utilizado. “Inúmeros são os recursos e possibilidades didáticas a que hoje a escola pode
ter acesso, oportunizados pelos avanços das teorias e práticas de ensino-aprendizagem,
mas fato é que o livro mantém lugar de destaque dentre os demais recursos auxiliares de
educação, subsidiado, inclusive, por um programa governamental, o Programa Nacional
do Livro Didático (PNLD) (OLIVEIRA, 2006, p. 13).” (p. 17)

Programa nacional do livro didático (PNLD): Este órgão é responsável por


abastecer as escolas públicas com livros didáticos e literários. Ele age de forma
descentralizada, em sua maioria, e legitima o livro didático nacional. O Programa nem
sempre se estendeu a todas as disciplinas, mas depois de 2007 foram inseridos livros
didáticos para todas as matérias da grade curricular nacional. Além disso, mais atualmente
o PNLD atingiu o meio digital, no entanto, existem contradição no que diz respeito a
qualidade dos livros.(p.19-21)

“A partir de 2012 o PNLD conquistou alguns avanços na área tecnológica através da


busca de parcerias junto a instituições interessadas em operacionar os serviços digitais
como acervos de livros digitais e outros conteúdos educacionais no formato digital que
tenham por finalidade favorecer o trabalho do professor e a aprendizagem dos alunos,
além de outros usuários da rede pública brasileira de ensino.” (p.20)

“Sacristán (1995, p.83 e 84) diz que para as editoras o objetivo educativo do livro é
uma ação secundária, pois seus interesses são econômicos como em qualquer outra
empresa e que desse modo os editores são ao mesmo tempo agentes culturais e
empresários, porém “a complexidade e a concentração do capital inclinam a balança para
o lado do papel do empresário em detrimento do papel do agente cultural”.(p.20)
Critérios de escolha do livro didático pelo MEC: Os livros são escolhidos de
maneira criteriosa, passando por triagens e avaliações para a verificação do conteúdo e se
estão de acordo com a legislação e de forma pertinente e coerente as disciplinas, além de
diversos outros critérios especificados pelo MEC. Posteriormente, os livros são
encaminhados para a escolha dos professores. Nesse tópico o autor mostra dados
quantitativos que comprovam o processo.

Escolha do livro didático: “A escolha do livro didático deve acontecer de forma


democrática e contar com a participação ativa de todo o corpo docente de modo a ser
coerente com a proposta pedagógica das unidades escolares e de maneira alguma deve
sofrer influências de terceiros[...]” (p.28)
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IV - CAPÍTULO III - O LIVRO DIDÁTICO NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM
O Livro didático no processo Ensino-Aprendizagem: Neste capítulo o autor trata
da relação aluno e professor com o livro didático e as formas de ministração do livro para a
aprendizagem no ambiente escolar. (p.33)

Relação do professor com o livro didático no Brasil: Nas salas de aula brasileiras o
livro didático, muitas vezes assume uma posição como única ferramenta auxiliar do professor
para suas aulas.
Para serem escolhidos os livros passam por duas fases, a candidatura para avaliação e
a que os professores escolhem a partir dessa seleção os livros que serão utilizados no próximo
ano. Porém, segundo Batista (2011) ao mesmo tempo que o professor tem essa liberdade de
escolher o livro com o qual trabalhara ele fica limitado e preso a esse mesmo material, isso
acontece pelas precárias condições de trabalho nas escolas que dificultam uma organização
autônoma e pessoal de materiais e atividades para as salas de aula.
Bianchim (1999) explica que o livro didático é uma ferramenta que a editora produz,
o governo compra, o professor escolhe e o aluno consome, por isso cabe ao professor realizar
a escolha com cautela, visto que, alguns livros usam linguagem muito rebuscada longe da
realidade dos alunos de escolas públicas. Na escolha do livro deve-se levar em consideração
ambos os lados, professor e aluno. (p.33-36)
O aluno e o livro didático: Segundo Souza (2007, p. 113) O uso de recursos
didáticos deve servir de auxílio para que no futuro os alunos aprofundem, apliquem seus
conhecimentos e produzam outros conhecimentos a partir desses’’ Para que isso ocorra na
prática, o professor deve dar significado aos conteúdos mostrados na prática e no cotidiano.
No entanto, existem diferenças entre os alunos que dificultam esse processo para os
professores, já que cada aluno possui uma realidade econômica e sociocultural diferentes
entre si e os livros didáticos não são produzidos considerando esse aspecto. Em algumas
cidades no interior e nas zonas rurais o livro é o único material de acesso à informação dos
alunos, enquanto em outros tipos de escolas a realidade é diferente, mais tecnológica. E esse
diagnóstico da sociedade escolar é fundamental para um planejamento pedagógico eficiente.
(p.36-38)

O livro didático frente às novas tecnologias: Quando se fala da digitalização se


pensa no livro didático em forma digital mas a digitalização do conteúdo didático seria
também a criação de novos conteúdos para criar-se uma maior sintonia com o aluno. A
internet cada vez mais impacta o sistema educacional. (p.38-39)

A cultura digital nas escolas: De acordo Pretto & Assis (2008) a articulação entre a
cultura digital e a educação se forma a partir das possibilidades de organização em rede, com
a criação dos meios tecnológicos de produção de informação, seguindo de um certo repensar
dos valores, práticas e modos de ser, pensar e agir da sociedade, o que implica na efetiva
possibilidade de transformação social. Desde 2010 políticas públicas tem se fixado na
ampliação de meios digitais na educação pedagógica, e embora os alunos que tenham acesso
a esses meios estejam tendo facilidade para se adaptar já que pra eles isso é algo que sempre
existiu, os professores enfrentam dificuldades para se adaptar com os meios tecnológicos
atuais. (p.39-41)

O livro digital: O livro digital abriu portas para facilitar a comunicação entre aluno e
professor, mas ao mesmo tempo é necessário que os professores e as escolas se adequem para
melhor manusear esse instrumento. Os livros digitais dão uma liberdade muito maior a
respeito ao acesso a informação que é superior a qualquer livro impresso, além dos conteúdos
dos tradicionais livros nos digitais são incluídos endereços eletrônicos para maior
aprofundamento nos conteúdos. Segundo Brasil (2013) estudantes do ensino médio teriam
acesso a usar livros digitais a partir de 2015. A versão digital deve vir acompanhada do livro
impresso, ter o mesmo conteúdo e incluir conteúdos educacionais digitais como vídeos,
animações, simuladores, imagens e jogos para auxiliar na aprendizagem. No entanto essa
prática do livro digital é mais vista em universidades pois os professores de ensino básico tem
uma liberdade bastante reduzida sobre o que é aplicado aos alunos. Os professores possuem
inúmeras dificuldades em manter a atenção e o foco dos alunos durante as aulas, o livro
digital é vista como uma forma de melhorar essa relação. (p.41-44)
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V - CAPÍTULO IV - ESTUDO EMPÍRICO
Estudo empírico: Neste capítulo o autor justifica sua obra e acrescenta a
problemática (p.45)

Problemáticas: são destacados problemas na compra e distribuição dos livros


didáticos no Brasil, e a dificuldade na escolha dos livros didáticos devido a linguagem usada
nos mesmo, já que o Brasil é um país com grandes dimensões territoriais, diferenças
econômicas marcantes e também culturais de uma região a outra.
Em algumas regiões do Brasil o livro didático é a única ferramenta com que os
professores e alunos podem trabalhar, em outros existem mais opções de ferramentas e em
alguns lugares nem mesmo o livro é capaz de chegar às escolas. (p.46-48)
A realidade é, que poucas escolas possuem material paradidático, e as que possuem
ferramentas como dvd, tv e computadores muitas vezes não chegam aos alunos,
Outra dificuldade marcante para a boa execução do trabalho dos professores nas escolas são
as turmas numerosas e heterogêneas, as quais os professores afirmam não terem sido
preparados para essa realidade. (p.48)

Objetivo Geral: explicar como ocorre a escolha e utilização do livro didático como
ferramenta metodológica nas escolas do Brasil. (p.49)

Objetivos Específicos:
● Identificar as dificuldades dos professores na rotina de aulas;
● Identificar as maiores dificuldades dos estudantes acerca dos conteúdos apresentados
nos livros didáticos;
● Comparar e analisar a importância dos livros didáticos sob a influências das novas
tecnologias. (p.49)
Local de Estudo: O estudo desse artigo foi realizado nas dependências da escola
fundamental de Terezinha Abreu Vita, situada à Rua Gilberto Carvelli s/n, centro, no
município de Santana do Araguaia-PA, Brasil. (p.51)

Participantes- Os participantes do estudo foram os professores e os alunos do ensino


fundamental de 6 a 9 anos de diferentes turnos, escolhidos de maneira aleatória (p.52)

Metodologia: O estudo foi realizado por recolha de dados através das entrevistas e
foram utilizados gráficos e tabelas para ilustrar os dados coletados.

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VI - CAPÍTULO V - ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS
Neste capítulo o autor analisa através do método qualitativo e do estudo de caso os
resultados obtidos a partir das entrevistas realizadas. Para isso, o autor selecionou 30
estudantes e 13 professores de maneira aleatória. (p.55)

As Percepções dos alunos: Neste tópico, os alunos da Escola Municipal de Ensino


Fundamental Therezinha Abreu Vita foram entrevistados a respeito dos pontos positivos e
negativos dos livros didáticos, além do nível de satisfação e funcionalidade. (p. 55)
A partir de tabelas e gráficos se compreende que 60% dos alunos acham os livros
didáticos bons, 40% regular e 0% ruim, o que mostra que os professores estão buscando
manter os livros com conteúdos atualizados no que diz respeito ao contexto pedagógico atual.
No entanto, segundo os alunos, ainda existe muito o que melhorar, principalmente quando se
trata da grande extensão de textos longos, da dificuldade das questões e da má qualidade
física de alguns livros, visto que são reutilizados pelos alunos. Ainda assim, os alunos
ressaltam que a característica ilustrativa dos livros os ajudam a compreender melhor o
conteúdo. (p. 55-64)
Em outro ponto da entrevista que remete a praticidade e dificuldade ou não do uso do
livro didático, 74% afirmam não obter problemas na utilização do livro, já 26% citaram
dificuldades em relação aos livros de língua estrangeira, aos deveres de casa e a má qualidade
física dos livros. (p. 65)

Outros meios de pesquisa: Ainda no que remete a pesquisa acerca do livro didático
pela percepção dos alunos, a inclusão digital entra em evidência quando se trata de novas
formas de aprender. De 80% dos entrevistados que dizem buscar outras fontes de pesquisa, a
maioria utiliza a internet e poucas pessoas usufruem de outros livros ou materiais didáticos. O
autor também ressalta que os poucos alunos que demonstram interesse em leitura de livros
didáticos ou de literatura são aqueles que já possuem um incentivo previamente estabelecido
pelos pais. (p. 66-67)

As Percepções dos Professores: Neste tópico o autor entrevista 13 professores da


mesma escola citados anteriormente a fim de adquirir uma opinião mais crítica acerca do
tema. Sendo eles 3 professores de geografia, 2 de matemática, 2 de história, 2 de português,
2 de ciências, 1 artes e 1 de inglês. (p.67)

Geografia: Declararam os livros didáticos regulares e ressaltam a importancia da


ilustração presente nos livros para o ensino da matéria. Alguns livros mais atualizados,
segundo os professores, trazem temas importantes como o incentivo a debates, estudos de
campo e exercícios práticos para os estudantes. Isso é dito como um ponto positivo dos
livros didáticos. Já acerca dos pontos negativos, os professores citam os conteúdos
ultrapassados, a falta de objetividade dos exercícios e o resumo exacerbado de determinados
conteúdos. (p. 70-72)

Matemática: Classificaram os livros como regulares. A maioria afirma que existe


certa dificuldade na sequência lógica dos livros e por isso utilizam-se de outros materiais
durante a aula. Além disso, notaram que muitos dos livros não estão de completo acordo
com os Parâmetros Curriculares Nacionais e com a Proposta Curricular do estado de São
Paulo, possuindo ausência de tópicos importantes da matemática. (p. 72-74)

História: Acharam o livro regular, ressaltando a insatisfação com a linguagem


complexa, atividades sem nexo e falta de sugestões de material complementar. Além disso,
os livros didáticos não proporcionam o incentivo à análise crítica, trazendo a história a partir
dos sonhos da classe dominante e ignorando as subalternas.(p. 74-75)

Português. Um dos professores classificou o livro como regular e o outro como


bom. A maior dificuldade encontrada foi a dificuldade nos temas remetentes a gramática e
ortografia, porém, o autor cita em sua dissertação outros temas que deveriam ser pertinentes
ao livro didático mas que não são encontrados nele. Por determinados motivos, os
professores utilizam outros materiais auxiliares em suas aulas. (p. 76-82)

Ciências: “Os professores entrevistados acharam o livro didático regular, sendo que
as maiores dificuldades na disciplina em relação ao uso do livro didático é a falta de
exercícios e as respostas encontradas no final do mesmo, assim os alunos não se esforçam
para compreender a matéria. Os maiores obstáculos encontrados pelos professores com a
aplicação do livro é a dificuldade dos alunos de acompanhar o assunto que o livro transmite.
Para integrar a matéria, faz-se o uso de apostilas, outros livros, internet e aulas práticas.” (p.
83)

Inglês: Classificado como regular. A dificuldade se depreende da falta de dicionários


para auxílios nas escolas e da falta de comprometimento dos alunos em trazerem o livro
para a escola. Portanto, o uso de outros materiais auxiliares se tornam imprescindíveis. (p.
85)

Artes: Em 2016, quando a dissertação foi defendida a disciplina de artes ainda não
possuía livro didático, portanto se fazia necessário o uso de outros materiais. A introdução
do livro de artes só seria realizada a partir de 2017. (p. 86-87)

Interação Professor x Aluno: “Ao resumir os dados na Tabela 3, mesmo com


populações e relações diferentes, observa-se que a relação entre qualidade do livro didático
e dificuldades em usá-lo possui uma discrepância significativa, principalmente quando se
trata da dificuldade em usar o material didático, para os alunos o número de satisfação é
bem mais elevado do que o de insatisfação, entretanto para os professores, que já possuem
uma opinião mais formada, nota-se que essa deficiência com o uso do livro didático é mais
voltada a realidade, importante apontar que a grande maioria dos professores que
mostraram-se insatisfeitos, faziam parte do grupo que não participaram da seleção do livro
didático da sua disciplina e que boa parte dos que fizeram parte da seleção, mostraram-se
insatisfeitos com a qualidade.” (p. 90)

Analisando isso, Correia afirma que o problema do ensino pedagógico precisa de


uma reformulação, que envolva a análise de todos os casos separadamente e os insira na
realidade. Também é citado a dificuldade em manter os alunos interessados, se fazendo
necessário a utilização de meios alternativos, como multimídias, computadores, internet. Por
vezes, as respostas ao uso desses meios estão sendo positivas nas escolas, mas ainda existem
outros problemas na interação entre aluno e professor que questiona a comunicação entre
eles e o ensino crítico.. (p. 91)

Com essa análise o autor escreve dois excertos interessantes:


“Os alunos apresentaram uma boa relação com os professores em sala de aula, mas o
maior problema está na comunicação. Diversos alunos apontaram problemas no material
didático utilizado, entretanto nem sempre essas informações chegam ao ouvido do corpo
docente ou da gestão da escola. Já os professores precisam procurar a melhor maneira de dar
uma boa aula com o material proposto, alguns possuem a liberdade de realizar o próprio
material didático e criando assim o seu próprio método de ensino, porém o sistema
educacional exige uma certa pressão sobre o uso do livro didático, pois de certa forma, é um
investimento alto, que no papel, o governo quer ver o retorno.” (p. 92)
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VII - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O livro didático é a ferramenta mais utilizada no ensino público e muito importante
na constituição do ambiente pedagógico, no entanto, deveria ter um elo mais forte entre
editora, governo e professor para se obter uma produção mais assertiva. (p. 93)

Além disso, o autor escreve: “Com as entrevistas observou-se que o problema não
está focado somente no bom livro didático e sim no livro didático adequado para os
estudantes e professores. Nem sempre há reciprocidade nessa relação, ambos – alunos e
professores – tentam se adaptar ao que tem, descartar o livro didático que está totalmente
fora da realidade local não é uma opção. Nesse caso, cabe aos professores tentarem procurar
meios alternativos para complementar suas aulas, seja com multimídia e/ou aulas práticas.”
(p.93)

Também é levantado a questão da falta de inclusão social nos livros didáticos e a


irrealidade dos livros em relação a vida dos alunos da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Therezinha Abreu Vita, visto que a maior parte dos alunos moram na zona
rural.
“Mesmo com todas as dificuldades e diferenças encontradas, os alunos se adaptam
ao que tem, mostrando um nível satisfatório em relação ao livro didático e no que ele pode
proporcionar para eles, enquanto os professores já apresentaram maior receio dos livros
utilizados, conclui-se que a heterogeneidade também está presente no corpo docente e que
isso impacta diretamente na formação dos alunos de forma positiva, enquanto essa
característica se torna negativa nas aulas, por dificultar na criação de um método prático de
ensino, se torna um ponto positivo quando se trata dos professores, por trazer um corpo
docente mais rico em cultura, ensino e didática, observa-se essa diferença nas respostas de
professores da mesma disciplina, porém com visões diferentes, essa riqueza de informações
e opiniões ajudam a formar cidadãos de uma sociedade mais crítica, que procura visualizar a
frente, procurando sempre a solução para resolver um problema.” (p.94)

Sabendo disso, Correia sugere uma alternativa para facilitar a comunicação entre
aluno e professor; esta se constituiria numa participação coletiva no que diz respeito à
escolha do livro didático, a fim de entrar em consenso sobre o material mais próximo da
realidade dos alunos. Segundo o autor, isso provavelmente implicaria uma melhor relação
de interesse entre os alunos pelo material didático, assim como um zelo sobre o livro. (p.94)

O autor conclui: “De forma geral a pesquisa mostrou-se satisfatória para realizar o
levantamento de informações necessárias para encontrar as falhas presentes na escola,
objeto de estudo, e realizar a dissolução dessas informações comparando-as com demais
estudos a procura de projetar soluções para o sistema de ensino brasileiro, que apesar das
reformas estabelecidas ainda há muito o que melhorar.” (p. 94-95)
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