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MULTICULTURALISMO E DIREITOS HUMANOS

Roberto Izoton

A escola, principalmente a escola pública, é um espaço da diversidade por excelência


em nossa sociedade, porque nela convivem pessoas de diversas matrizes religiosas,
políticas e culturais mesmo. Ainda assim, para que este espaço seja de diálogo e
respeito, é necessária a intervenção dos profissionais que trabalham ali.

Isso acontece porque, como destaca Roberto Cardoso de Oliveira, a afirmação de um


conjunto de elementos culturais pressupõe a negação de outros elementos, o que torna
espaços multiculturais propícios ao etnocentrismo, ao preconceito e até mesmo à
intolerância. Podemos observar isso por exemplo no que se refere à convivência entre
alunos de religiões diferentes. Geralmente, alunos pertencentes a religiões de matriz
africana sofrem preconceito advindo principalmente de alunos cristãos.

Toda a equipe de profissionais que trabalham na escola deve aproveitar que a escola é
esse espaço da diversidade, para incentivar os alunos ao diálogo e ao respeito. O
relativismo cultural é uma ferramenta importantíssima nesse trabalho, pois é necessário
mostrar aos alunos que a religião, o gosto musical, os códigos alimentares ou de
vestimenta de cada um não são os únicos corretos, mas são alguns dos vários possíveis.
Essa consideração da diversidade cultural é importantíssima para a convivência
respeitosa entre alunos de matrizes díspares dentro e fora da escola.

O respeito aos direitos humanos também deve ser utilizado como ferramenta nesse
trabalho, para que o relativismo cultural não se torne relativismo moral. Toda a
diversidade cultural é válida, desde que os direitos humanos sejam respeitados.

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