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acompanhantes e vizinhos), com dados que permitam avaliar sua situação sociofamiliar;

yy Ao abordar a família, procure tranquilizá-la e orientá-la, mas nunca se comporte como cúmplice, e
sim como parceiro.
Nas situações que envolvem risco de auto ou heteroagressividade, é importante considerar o manejo
ambiental, comportamental, farmacológico e físico.
Em casos de extrema vulnerabilidade, com comportamento alucinatório-delirante muito desorganizado
e risco de auto ou heteroagressão, o usuário pode mostrar-se inabordável, recusando terminantemente o
tratamento. Nestes casos, justifica-se o recurso a medidas involuntárias, como a contenção química ou mecânica.
As medidas involuntárias jamais devem ter caráter punitivo, nem ser tomadas visando a comodidade da equipe.
As razões que legitimam a contenção devem ser claramente expostas em seu prontuário.
Os princípios gerais para o manejo de situação de agitação ou violência envolve três níveis distintos de
complexidade:
1) Controle de fatores ambientais do próprio serviço que podem aumentar o risco de agitação ou violência.
O espaço físico deve ser organizado de maneira a aumentar a segurança do paciente e da equipe, ajudar o paciente
a controlar seus impulsos violentos e evitar a progressão do comportamento violento;
2) Antecipação e diagnóstico precoce de risco de agitação e violência, com intervenção rápida que impeça
a escalada do comportamento violento. Requer habilidades de comunicação terapêutica;
3) Intervenção adequada, no caso de comportamento agitado ou violento já instituído. Caso seja prescrita
a intervenção química pelo médico, o enfermeiro deverá ter clareza dos possíveis sinais e sintomas indesejáveis.
Se contenção física, apesar de ser uma prática contraditória, deverá ser feita com técnica para evitar traumas.
Os profissionais da Enfermagem, excetuando-se as situações de urgência e emergência, somente poderão
conter o paciente sob supervisão direta do enfermeiro e, preferencialmente, em conformidade com os protocolos
estabelecidos pelas instituições de saúde, públicas ou privadas, a que estejam vinculados. Todo paciente em
contenção mecânica deve ser monitorado atentamente pela equipe de Enfermagem, para prevenir a ocorrência
de eventos adversos ou para identificá-los precocemente. E, por fim, todos os casos de contenção mecânica de
pacientes, as razões para o emprego e sua duração, a ocorrência de eventos adversos, assim como os detalhes
relativos ao monitoramento clínico, devem ser registrados no prontuário do paciente conforme resolução
COFEN 427/2012.
Diante da inexistência de legislação específica no Brasil que trate da prescrição de contenção mecânica
como ato exclusivamente médico, o Enfermeiro está autorizado a prescrever o procedimento mediante a aplicação
do processo de enfermagem previsto na Resolução COFEN 358/2009.

REFERÊNCIAS

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BETEGHELLI, P.; TOLEDO, V. P.; CREPSCHI, J. L. B.; DURAN, E. C. M. Sistematização da assistência de
Enfermagem em um ambulatório de Saúde Mental. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 07, n. 03, p. 334 - 343,
2005. Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen>. Acesso em: 14 abr. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização.
Clínica ampliada, equipe de referência e projeto terapêutico singular. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde,
2008.
______. Ministério da Saúde. Lei n.º 10.216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das
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Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de
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