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Universidade Estadual de Ponta Grossa

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DIVISÃO DE ENSINO
SEÇÃO DE CURRÍCULOS E PROGRAMAS
DISCIPLINA: METODOLOGIA DE PESQUISA EM
JORNALISMO II
ESTUDANTE: LILIAN FERREIRA MAGALHÃES

FICHA DE LEITURA DE TEXTOS

REFERÊNCIA:
LOPES, Maria Immacolata Vassallo de. Pesquisa em comunicação: formulação de
um modelo metodológico. Modelo metodológico: as fases da pesquisa. (p.135-157).
São Paulo: Loyola. 1990.

1. Objetivos do texto/da obra:


O objetivo do texto é apresentar, de forma dinâmica, as fases da construção de
um projeto de pesquisa em formato de etapas que se conectam. Dentro dessas fases, a
autora mostra as operações metodológicas que se traduzem na estrutura do projeto. O
texto enumera o passo a passo da construção de uma pesquisa na área da comunicação e
apresenta quadros que auxiliam na compreensão geral dos componentes que formam um
projeto de pesquisa.

2. Argumentos principais do autor/definição de termos e conceitos:


A obra apresenta o trabalho metodológico por trás de um projeto da pesquisa,
iniciando pela definição do objeto, que precede a elaboração do problema e suas devidas
hipóteses. Nessa fase primária, um quadro de referência das teorias de base para o
projeto deve ser estudado e definido, seguindo assim para definir entre as variáveis do
estudo empírico, teórico e prático.
No que diz sobre o desenvolvimento das hipóteses ao fim da investigação, a
autora descreve ser necessária a articulação dessas hipóteses de trabalho, estabelecendo
diretrizes entre elas para que a pesquisa tenha focos amplos sobre o assunto e as
derivações secundárias, com suas determinadas especificidades. Desta forma,
avançamos para a observação que, instigada pelas hipóteses e embasada em
metodologias teóricas, consegue constatar os dados com a habilidade de interpretá-los
dentro do raciocínio da pesquisa. Sendo assim, é fundamental escolher a técnica de
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observação do objeto, pois assim a ótica do pesquisador terá um norte sobre as
vantagens e desvantagens do uso dessas técnicas antes de aplicá-las na sua prática.
Também sobre as técnicas de coleta, a autora apresenta as diferenças entre os
modelos (questionário, entrevista, biografia, tabulação, classificação) e como a
epistemologia faz parte da escolha deste formato. Outros dados também são trazidos no
texto, e dou destaque à classificação de secundário para as fontes de jornais, revistas,
publicações e a própria pesquisa bibliográfica, de acordo com o texto.
Finalizando a parte classificatória, o texto apresenta a descrição como um dos
passos finais do projeto de pesquisa, pois é onde classificamos os dados coletados pelos
seus métodos descritivos; na área da Comunicação são exemplificados o monográfico, o
estudo de caso/comunidade, análise de conteúdo, etc. para assim chegarmos na
teorização dos dados interpretados pelas teorias desenvolvidas, finalizando assim com a
conclusão, que na obra, é discutida a valorização das pesquisas tanto qualitativas quanto
quantitativas, uma vez que desde a fase da problemática o pesquisador é responsável por
delimitar a ambição da pesquisa em todo o processo teórico, metodológico, fatual e
prático ao concluí-lo com êxito.

3. Citações destacadas e a que se referem:


- A escolha do problema da pesquisa é um procedimento que avança a partir da análise
de uma gama diversa de teorias e conceitos, “costuma-se partir de um problema
abrangente até se conseguir a pergunta-chave que a pesquisa pode responder” (p. 138)
- Sobre o quadro teórico de referência, a bibliografia escolhida se torna um dos pilares
de apoio para o referencial teórico utilizado durante todo o processo, “mesmo com
orientações teóricas diferentes, trata-se de descrever o que se chama de estado de
conhecimento do problema, o que pressupõe a realização de uma pesquisa bibliográfica
específica, (...) será utilizada ao longo de toda a pesquisa” (p. 139)
- As hipóteses teóricas da pesquisa precisam estar bem definidas para que as operações
de confirmação/rejeição/reformulação sejam bem-sucedidas, “sempre ter em vista, com
a maior clareza possível, o método de interpretação adotado e suas implicações teóricas,
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especialmente conceituais, e as que se refletem na seleção das técnicas e métodos
descritivos da pesquisa” (p. 140)
- A partir da formulação do problema, o pesquisador deve escolher o método que vai
utilizar para coletar os dados, analisando o início do projeto com uma ótica mais crítica
em relação às teorias que serão aplicadas na pesquisa antes mesmo da prática empírica
da coleta, “o importante não é o que se vê, mas o que se vê com método, pois o
investigador pode ver muito e identificar pouco e pode ver apenas o que confirma suas
concepções. (...) a observação transcende a mera constatação dos dados” (p. 143)
- Em relação às técnicas de coleta, a autora exemplifica diversas metodologias e explica
que, dependendo do objeto, alguns modelos se adequam melhor durante o processo de
análise dos dados, “numa investigação marxista, por exemplo, recusa-se o formulário, a
análise multivariada ou os métodos estatísticos porque são procedimentos que surgiram
dentro do paradigma positivista ou funcionalista” (p. 147)
- Quando coletados os dados necessários para o desenvolvimento da pesquisa, é preciso
organizá-los para fazer a sistematização dessas informações, “os mais usados na
Comunicação são: o monográfico, o estudo de caso, o estudo de comunidade, o
etnográfico, e o estatístico, o histórico ou documental e análise de conteúdo” (p. 150)
- Os objetivos da descrição e/ou interpretação devem orientar a pesquisa desde o início
para que na conclusão exista um balanço dos resultados alcançados de forma estável e
coesa, “na teorização da problematização feita desde o início da pesquisa já se delimita
o grau de abstração e de generalização que se pretende alcançar, (...) todo o processo de
pesquisa: o teórico, o metodológico, o fatual e o prático” (p. 155)

4. Relação com outros autores/obras:


O texto está diretamente relacionado com a leitura realizada em exercício de
aula, "Nos bastidores da pesquisa”, que tem em seus objetivos os questionamentos por
trás de um projeto, e assim como na obra “Pesquisa em comunicação: formulação de um
modelo metodológico”, o ato de revisitar trabalhos anteriores que ajudem no norte para
a delimitação da pesquisa é motivado, pois essas reflexões auxiliam tanto na ambição do
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projeto quanto no questionamento para justificativas, tentativas de técnicas e
metodologias da construção de uma pesquisa.

5. Comentário/Análise geral da obra:


O texto é didático e de fácil compreensão, a estrutura dele com uma espécie de
passo-a-passo torna a leitura dinâmica, auxiliando não apenas no exercício de
fichamento, mas também em um processo de reflexão sobre as ações que devem ser
executadas durante a construção de um projeto de pesquisa. A sequência enumerada dos
passos que seguem em sequência crescente da evolução de um projeto de pesquisa,
acompanhado dos quadros que traduzem em formato de desenho o procedimento de um
projeto também são elementos que, além de prender a atenção do leitor, explicam com
clareza as fases da pesquisa e como cada tópico se complementa durante o estudo.

6. Argumentação e justificativa de um possível uso da obra no projeto de pesquisa


individual:
A partir da minha experiência individual como pesquisadora de crítica de mídia
na área da Comunicação e disciplina do Jornalismo, muitas vezes me encontrei
refletindo sobre o início do meu projeto, quando ainda não entendia muito bem sobre o
avanço dos processos. Agora, com a base de uma pesquisa quase finalizada e leituras
bibliográficas sobre as metodologias da construção de um projeto de pesquisa, consigo
afirmar que o simples ato de um “esboço” já é menos complicado de se pensar, uma vez
que as ideias surgem na minha tentativa de problematizar o objeto pensando nas
hipóteses que podem surgir e quais serão as minhas técnicas de observação e coleta de
dados.
Antes de fichar este artigo, pensei em um objeto relacionado à perfis
socioculturais de um grupo específico de pessoas da minha cidade. No subtópico de
amostragem e técnicas de coleta, me senti inspirada a pensar sobre como eu conseguiria
as informações necessárias para traçar um perfil dessa comunidade, e como seria o meu
viés teórico na bibliografia (que é escassa no ramo em que estou almejando) de acordo
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com as variadas formas de realizar a descrição e interpretação sobre o meu objeto a
partir da “pergunta-chave”, assim como descrito no texto.

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