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As correntes do pensamento geográfico

CONCEITOS DA GEOGRAFIA

GEOGRAFIA

A geografia é uma ciência que tem por objetivo o estudo da superfície terrestre e a
distribuição espacial de fenômenos significativos na paisagem. Também estuda a
relação recíproca entre o homem e o meio ambiente (Geografia Humana). Obs.
Atualmente não existe mais essa separação de Geografia Física e Geografia Humana,
pois uma depende da outra, uma não existe se a outra não existir, é algo inseparável.

ESPAÇO GEOGRÁFICO

Aquele que foi modificado pelo homem ao longo da história. Que contém um passado
histórico e foi transformado pela organização social, técnica e econômica daqueles que
habitaram ou habitam os diferentes lugares (“o espaço geográfico é o palco das
realizações humanas”).

ESPAÇO E TEMPO

São as unidades geográficas que condicionam as formas e os processos de apropriação


dos territórios.

SOCIEDADE

Consideradas as relações permeadas pelo poder, a sociedade apropria-se dos territórios e


define as organizações do espaço geográfico em suas diferentes manifestações:
território, região, lugar entre outros.

LUGAR

Manifestação das identidades dos grupos sociais e das pessoas. Noção de pertencimento
a certos territórios.

PAISAGEM

É o resultado da combinação, num dado território, dos elementos físicos, biológicos e


humanos que constituem sua unidade orgânica e se encontram estreitamente
relacionados. Em outras palavras, paisagem é tudo aquilo que você, sente a sua volta.

REGIÃO

Qualquer área geográfica que forme uma unidade distinta em virtude de determinadas
características, um recorte temático do espaço e que mantenha relações internas e
externas.

CORRENTES GEOGRÁFICAS
Geografia Humanística ou Cultural

Tem como base os trabalhos realizados por Yi-Fu Tuan, Anne Buttimer, Edward Relph
e Mercer e Powell.

A Geografia Humanística ou Cultural os termos se equivalem, procura valorizar a


experiência do indivíduo ou grupo, visando um meio para compreender o
comportamento e as maneiras de sentir das pessoas em relação aos seus lugares, ou seja,
a cultura dos grupos sociais.

Para cada indivíduo, para cada grupo humano, existe uma visão diferente do mundo, ou
seja, cada grupo tem seu ponto de vista, criticando ou elogiando as condições
ambientais que por sua vez se expressa através das suas atitudes e valores para com o
ambiente. É o contexto pelo qual a pessoa valoriza e organiza o seu espaço e o seu
mundo, e nele se relaciona.

Os geógrafos culturais argumentam que sua abordagem merece o rótulo de


"humanística", pois estudam os aspectos do homem que são mais distintamente
humanos: significações, valores, metas e propósitos (Entrikin, 1976).

O lugar é aquele em que o indivíduo se encontra ambientado no qual está integrado, tem
significância afetiva para uma pessoa ou grupo de pessoas.
O espaço envolve um complexo de ideias. A percepção visual, o tato, o movimento e o
pensamento se combinam para dar o sentido característico de espaço, possibilitando a
capacidade para reconhecer e estruturar a disposição dos objetos.

A integração espacial faz-se mais pela dimensão afetiva que pela métrica. Estar junto,
estar próximo, significa o relacionamento afetivo com outra pessoa ou com outro lugar.
Lugares e pessoas fisicamente distantes podem estar afetivamente muito próximos.

O estudo do espaço é a análise dos sentimentos e ideias espaciais das pessoas e grupos
de pessoas. Valoriza-se o contexto ambiental e os aspectos que redundam no encanto e
na magia dos lugares, na sua personalidade e distinção
A geografia humanista é a corrente da geografia que pesquisa as experiências das
pessoas e grupos em relação ao espaço com o fim de entender seus valores e
comportamentos. Alguns autores preferem designá-la geografia humanística, pois
argumentam que, como todos os trabalhos de geografia humana enfocam
comportamentos do homem, aquela expressão serve para enfatizar que o objetivo dos
geógrafos humanistas é pesquisar os elementos mais particularmente humanos da relação
dos homens com o espaço e o ambiente, que são os valores, crenças, símbolos e atitudes.
[1]

A geografia humanista surgiu em meados dos anos 1960 e ganhou força a partir da
década seguinte, sob influência da fenomenologia e de várias outras correntes
epistemológicas ligadas ao humanismo. Três dos mais importantes autores para a origem
e desenvolvimento da perspectiva humanista da geografia são Yi-Fu Tuan, Anne
Buttimer e Armand Frémont.
Na visão dos geógrafos dessa corrente, como Tuan, se as abordagens humanistas da
ciência procuram ser meios de autoconhecimento para o homem, a contribuição particular
da geografia nesse trabalho está na pesquisa dos muitos tipos de percepção, valores e
atitudes relativos ao espaço e à natureza.[2] Nesse sentido, dois conceitos fundamentais da
geografia humanista são os de espaço vivido e de lugar.
1. Luis Lopes Diniz Filho. Fundamentos epistemológicos da geografia. 1. ed. Curitiba:
IBPEX, 2009 (Metodologia do Ensino de História e Geografia, 6), p. 160.
2. ↑ Yi-Fu Tuan. Geografia humanística. In: Antonio Christofoletti. (Org.). Perspectivas da
geografia. São Paulo: Difel, 1982

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