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Questionamentos quanto as especialidades do perito judicial odontológico

Julho/2018

Questionamentos quanto as especialidades do perito judicial


odontológico
Ana Maria Martins- dra.anamar@hotmail.com
Perícia Criminal e Ciências Forenses
Instituto de Pós –Graduação – IPOG
São Paulo, SP, 14/11/2017

Resumo

Com o aumento do número de perícias nos dia atuais, no âmbito cível , estamos nos deparando
com uma situação recorrente, o questionamento, quanto a especialidade do cirurgião dentista, na
sua atuação como perito judicial .Nosso objetivo nesse trabalho é discutir questões de
capacidade profissional e de legalidade da atuação do cirurgião dentista como períto judicial.
Para encontrarmos respostas a esses questionamentos adentramos em leis que regulamentam a
atividade pericial e buscamos casos de suspeição por conta das dúvidas de especialidades. Os
resultados mostraram que esse desacordo se refere e ao desconhecimento de alguns
profissionais, na área legal, com relação as atribuições exigidas, pelo próprio Tribunal de
Justiça ,para nomear o profissional. Conclui-se que as informações e divulgação das mesmas,
são fundamentas para o bom entendimento entre os juristas eperitos odontológicos.

Palavra –chave : Questionamento. Especialidades Odontológicas. Perito Judicial.

1. Introdução

Ao desempenhar o trabalho de Cirurgião dentista, o indivíduo, além da responsabilidade


comum a todas as pessoas como cidadãos, tem também a responsabilidade de boa
conduta como profissional .no exercício da Odontologia

. Apesar disso, e mesmo com o aumento da qualidade dos materiais odontológicos


,aumento de acessibilidade a novos conhecimentos e técnicas,a área da odontologia,
vem tendo um aumento significativo dos processos odontológicos principalmente na
área cível .Após estudos, alguns fatores podem ser responsáveis por esse aumento
.Citaremos alguns :

Após a sanção da Lei 8078 de 11 de setembro 1990 ,mais conhecida como CÓDIGO
DE DEFESA DO CONSUMIDOR o cirurgião dentista passou a ser visto por muitos
como aquele que deve provar que se utilizou de todo o seu conhecimento e técnicas para
o melhor resultado do seu trabalho. Com esse código, vieram orientações mais
concretas e direcionadas visando informar mais e melhor os pacientes. O Código de
Defesa do Consumidor (CDC) é o conjunto das normas que protegem os consumidores

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018
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brasileiros. Ele também tem como objetivo disciplinar as relações entre prestadores de
serviço, comerciantes e consumidores finais de qualquer serviço ou produto. O CDC foi
esboçado desde a criação da Constituição de 1988, porém, ele só foi promulgado o dia
11 de setembro de 1990 pela Lei 8.078

Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá


outras providências.

CAPÍTULO III Dos Direitos Básicos do Consumidor

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no


fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,


asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com


especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço,
bem como sobre os riscos que apresentam

; IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais


coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no
fornecimento de produtos e serviços

; V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações


desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas

; VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,


coletivos e difusos

; VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à prevenção ou


reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada
a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da


prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for

verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de


experiências;

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Art. 14 O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa,


pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação
dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição
e riscos.

§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele


pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi fornecido.

§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas

§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a


verificação de culpa .

Visto essa parte do código fica claro que ,o atendimento odontológico fica muito
vulnerável a processos se o profissional não observar a muitos detalhes .Se o
profissional não informar muito bem o seu paciente com relação a uso /manutenção
/comprometimento em seguir as orientações. Profissional deve ter um controle por
escrito, sobre todas as orientações passadas e o consentimento do paciente para o
tratamento, para que não ocorra espaço para um possível processo..

Outra questão que tem sido fundamental para o aumento de processos ,é o


distanciamento entra profissional e paciente. O relacionamento muito impessoal entra
ambos ,a falta de entendimento ,também tem sido um indicador do aumento dos casos
de processos.

O cirurgião dentista era visto como um profissional de confiança ,haviam laços de


amizade .O profissional era dentista de toda a família, passando por várias gerações da
mesma. Existia um vínculo. “O que antes era resolvido com uma boa conversa,” hoje,
por falta de vinculo e proximidade, logo essas questões se transformam em embates
processuais.

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Os convênios odontológicos também trouxeram esse distanciamento, entre o dentista e


o paciente, surge a figura de um terceiro, figura que cria normas que devem ser
obedecidas por ambos e que muitas vezes o paciente não aceita e o profissional ,na
maioria das vezes, não tem como modificar o que o convenio determina.

Outro fator que criou um aumento nos processos, são as leis,´ como os benefícios da
justiça gratuita. A justiça gratuita é um grande avanço nas nossas legislações ,mas por
outro lado, podem facilitar a demanda de processos infundados. “ São um grande
benefício para a população ter acesso a justiça, porém caracterizam-se como um
facilitador da existência de demandas infundadas contra os profissionais da
Odontologia.”(MARCOS Coltri 2010).De acordo com o que podemos ver ,muitos
pacientes não se preocupam com a veracidade dos fatos , não se preocupam se
realmente terão condições de ganhar o processo,pois não arcarão com os custos mesmo
se perderem a lide.Por outro lado ,mesmo que o cirurgião dentista saia vencedor da ação
terá tido um desgaste muito grande. ,Segundo Marcos Coltri o cirurgião-dentista,
“vencedor da ação”, gastou uma boa quantia para demonstrar a sua inocência, mas não
poderá reaver este dinheiro.

Diante do exposto em todas as situações citadas e uma vez estabelecida a situação de


um processo civil ,teremos uma demanda de profissionais tanto na área jurídica
(advogados de ambas as partes) como profissionais na área pericial. Teremos
odontólogos assessorando as partes (assistente técnicos) e o odontólogo assessorando o
juiz(perito judicial).O perito judicial será responsável por realizar a perícia ,que norteará
a resolução do juiz . De acordo com Mirabete13 (2003) a perícia não é um simples meio
de prova, mas sim um elemento subsidiário, emanado de um órgão auxiliar da justiça
para a valoração da prova ou solução da prova destinada à descoberta da verdade.

Com a instituição dos Estados Modernos ou Estados de Direito, a justiça privada foi
substituída pela justiça Pública ou Oficial, assumindo o Estado o encargo e o monopólio
de definir e realizar o direito aplicável diante do litígio (Cintia5 , 1993).O processo
servirá para solucionar os conflitos entre as partes. Normalmente esses processos
demandam tempo,paciência e valores podendo levar meses e anos para serem
solucionados .

A autoridade judicial, tendo de decidir causas dentre as mais diversas e complexas


areas , precisaria conhecer todas as especialidades do saber humano. Por isso, há a
necessidade de a Justiça recorrer a peritos, especialistas nas diferentes áreas de
conhecimento (Grecco Filho10, 1994). Em tese, qualquer setor da atividade humana,
profissional ou não, está em condições de oferecer subsídio dessa natureza e com essa

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finalidade. Dessa forma a Odontologia pode contribuir de maneira importante no


esclarecimento de fatos de interesse jurídico (Gonçalves et al.9, 1999).

Na área Civil os tipos de perícias onde o odontolegista pode atuar são: ressarcimento de
danos, arbitramento judicial de honorários profissionais, exclusão de paternidade,
estimativa da idade, e avaliação de equipamentos odontológicos (Sales e Silva14, 2004;
Silva15, 1997). A partir do conhecimento das leis e resoluções que regem a prática
odontológica é possível exercer a função clínica ou pericial de forma correta do ponto
de vista legal e ético.

A perícia é a busca de provas de que a justiça precisa para esclarecer pontos que
envolvem o acontecimento. Pode ser classificada de acordo com a matéria a ser
esclarecida (agrária, contábil, odontológica, médica etc.) (Maranhão11, 2000) e
primordialmente em função da relação que existe entre o perito e o examinando (direta
ou indireta). As perícias diretas são aquelas nas quais o perito examina a pessoa em
questão e emite um relatório (laudo), e as indiretas são baseadas em registros, relatórios,
peças processuais, ou prontuários de atendimento em outros serviços, sendo emitido um
relatório (parecer) sobre o caso em questão (Croce e Croce Júnior 6, 1998; Xavier
Filho17, 1996).

A perícia odontolegal poderá ser realizada em Foro Civil, Criminal, Trabalhista e Sede
Administrativa (Sales e Silva14, 2004; Silva15, 1997). Na área Civil os tipos de perícias
onde o odontolegista pode atuar são: ressarcimento de danos, arbitramento judicial de
honorários profissionais, exclusão de paternidade, estimativa da idade, e avaliação de
equipamentos odontológicos (Sales e Silva14, 2004; Silva15, 1997). Em questões
Trabalhistas o odontolegista realiza perícias quando o acidente atinge a face e a boca ou
quando existem doenças profissionais com manifestação bucal (Sales e Silva14, 2004;
Silva15, 1997).

SegundoTania Adas Saliba Rovida e Célia Adas Saliba .....” o trabalho do perito é
verificar se o procedimento realizado está de acordo com as técnicas científicas ,se
houve culpa do profissional,se ocorreu erro por parte deste,entrre outos aspectos .”(pg
88)

O perito judicial, servirá ao juiz para ajuda-lo nas decisões. Seu papel será importante
,por esse motivo sua nomeação segue alguns requisitos.

REQUESITOS PARA ESCOLHA DE PERITO JUDICIAL

O períto judicial odontológico deverá ser:

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1) Graduado em odontologia

2)Inscrito no órgão de classe competente CRO

3)Estar em dia com as contribuições do seu orgão de classe

4)Inscrito no cadastro estadual de peritos

5) Não deve possuir antecedentes criminal

A estrutura de um processo se apresenta da seguinte maneira:

JUIZ

PERITO OFICIAL

ASSISTENTE TÉCNICO ASSISTENTE TÉCNICO

ADVOGADO ADVOGADO

PACIENTE DENTISTA

2 OBJETIVO

O objetivo desse trabalho, é demonstrar que o odontólogo, pode atuar como perito
judicial,com seu título de graduação,uma vez que tenha sido tecnicamente e legalmente
habilitado,sem necessitar de nenhuma outra pós graduação .Sendo sua atuação plena em
todas as áreas da odontologia e respaldada dessa forma por nossas leis..

3 METODOLOGIA

Para discutirmos a atuação do perito judicial odontologista ,adentraremos em leis, que


normatizam sua atuação. Aprimeira lei que iremos citar é a lei do novo Código de
Processo Civil.

A lei que normatiza o trabalho do perito é a lei 13105/2015 do novo CÓDIGO DE


PROCESSO CÍVIL Vejamos os artigos que citam a perícia

– Do Perito

Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico.

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§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e


os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo
tribunal ao qual o juiz está vinculado.

§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública,


por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande
circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério
Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de
profissionais ou de órgãos técnicos interessados.

§ 3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para


manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do
conhecimento e a experiência dos peritos interessados.

§ 4o Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos


termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da
perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que
participarão da atividade.

§ 5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo


tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre
profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento
necessário à realização da perícia

. Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o
juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo
legítimo. § 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da
intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao
direito a alegá-la. § 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com
disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados,
para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade
técnica e a área de conhecimento.

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas
responderápor falsa perícia

Art. 464.

A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando:

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I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;

II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;

III - a verificação for impraticável.

§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à


perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto
controvertido for de menor complexidade.

§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de


especialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial
conhecimento científico ou técnico.

§ 4º Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica


específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos
controvertidos da causa.

Nesse tópico em negrito , podemos observar que o código ,se refere a especialista no
assunto .

Art. 465.

O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo


para a entrega do laudos pecializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo
para a entrega do laudo.

Art. 468 O perito pode ser substituído quando:

I – faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;

Aqui fica claro que o perito poderá ser substituído quando lhe faltar conhecimento
técnico ou científico, mas não se refere em momento algum, quando não tiver títulos de
pós graduação. Que é oq discutiremos a seguir .

II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinad

Outra lei que faz referencia a atuação do cirurgião dentista como perito é a lei
5081: de 24 de Agosto de 1966

Regula o Exercício da Odontologia.

Art. 6º Compete ao cirurgião-dentista:

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I - praticar todos os atos pertinentes a Odontologia, decorrentes de conhecimentos


adquiridos em curso regular ou em cursos de pós-graduação;

II - prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo, indicadas


em Odontologia;

III - atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros;

III - atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive,
para justificação de faltas ao emprego. (Redação dada pela Lei nº 6.215, de 1975)

IV - proceder à perícia odontolegal em fôro civil, criminal, trabalhista e em sede


administrativa;

V - aplicar anestesia local e troncular

Ao observarmos tanto a lei do novo Còdigo de Processo Civil, como a lei 5081
podemos observar que a atuação do perito judicial está muto bem detalhada .

4. DISCUSSÃO

A atuação do odontólogo como perito está muito bem embasada .É permitido ao


profissional com graduação atuar na sua área de formação não sendo exigido deste
,além da formação acadêmica, nenhuma especialização específica para cada matéria da
odontologia. De acordo com essas leis O profissional que atua como odontólogo tem
toda o respaldo para atuar como perito em todos os ramos da odontologia .

Por outro lado oque temos observado são vários juristas tentando embargar as
nomeações desse peritos, alegando falta de capacidade do cirurgião dentista . E fazendo
essa alegação, antes do mesmo de os peritos, elaborarem seu laudo.

Em várias situações de atuação, do cirurgião dentista, tanto como a defesa, como com a
acusação das partes e mesmo como perito judicial , surgem questionamentos com
relação a especialidade odontológica .Se essa ou aquela especialidade seria mais
adequada para exercer as funções de perito judicial.Se vimos na lei , muito bem
detalhado que o perito deve ter formação de graduação na área atuande , porque os
legistas cobram uma pós graduação ,um mestrado ou uma especialização a mais ?

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Como mostraremos a seguir em alguns casos. Apesar da lei que regulamenta a


nomeação de peritos na área de odontologia não descriminar ESPECIALIDADES,oque
temos observado no dia a dia dos tribunais não corresponde com essa situação

.Os cirurgiões dentistas que trabalham como peritos , tem enfrentado verdadeira
descriminação com relação as especialidades. Quando uma das partes é desfavorecida, a
primeira atitude de alguns legistas é de questionar a competência do perito com relação
ao tema ,alegando que o perito não tem a especialização especifica da lide,
desqualificando a pericia pelo simples fato de o perito não ter um curso de pós
graduação.

No Brasil diferentemente de outros países a Odontologia é totalmente desvinculada da


área da medicina, dessa forma o odontólogo acaba tendo uma formação muito focada
em estudos da cabeça e pescoço ,mesmo na sua graduação ,o seu grau de conhecimento
é extremamente específico o que lhe da margem para discorrer muito bem sobre todas
as áreas da odontologia e tendo atribuição para atuar em todas elas mesmo não tendo o
título de pós graduado .

A odontologia segue durante toda sua formação abrangendo todas as áreas de atuação
,diferente da engenharia por exemplo que segue caminhos diferentes na graduação como
engenharia mecânica ,elétrica ,de produção etc . Na engenharia a formação é específica
para cada uma .Na odontologia não. A odontologia é uma só. Não podemos confundir o
termo ESPECIALISTA da lei com uma especialização
específica(endodontia,ortodontia,prótese) .Tanto isso é verdade que para o cirurgião
dentista se cadastrar no tribunal de justiça como perito judicial, ele deve preencher um
questionário onde somente sua graduação é exigida Como mostraremos a seguir.

Os profissionais na área de pericia para se inscrever e poder atuar em mais essa


atribuição da área odontógica,deve seguir passo essas instruções .

No tribunal de justiça de São Paulo.O site http://www.tjsp.jus.br/auxiliaresjustica/login

FAREMOS UM BREVE RESUMO DE COMO É FEITO O CADASTRO DO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA.]

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Entrar no site de auxiliares da justiça colocando o link


http://www.tjsp.jus.br/AuxiliaresdaJustica . Abrirá a seguinte tela:

Nessa primeira pagina iremos CLICAR EM CADASTRAR

FAREMOS O CADASTRO INICIAL

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Nessa pagina teremos que preencher formação acadêmica e na parte de odontologia


podemos observar que diferente de medicina ou engenharia que cadastra cada área A
ODONTOLOGIA não tem discriminação. A odontologia é única.

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Podemos sim acrescentar especializações nesse cadastro,mas observa-se nitidamente


que a graduação já é um quesito preenchido unicamente com a informação
ODONTOLOGIA

.Fica claro que para o tribunal de justiça a área da odontologia não se divide. .Tanto isso
é verdade que para o cirurgião dentista se cadastrar no tribunal de justiça como perito
judicial, ele deve preencher um questionário onde somente sua graduação é
exigida.Diferente da engenharia que seu cadastro é separado para cada área,a medicina
também.E isso se justifica ,como explicado anteriormente pela formação específica de
cada uma,como acabamos de mostrar nessa inscrição.

Se o odontólogo não tiver nenhum curso de especialização, assim mesmo esse


profissional estará apto a ser um perito judicial somente com seu título de graduação .E
essa situação fica bem explicada por cada uma das leis observadas anteriormente.

Se houvesse uma especialidade a ser exigida, essa deveria ser a especialização da área
de ODONTOLOGIA LEGAL OU PERICIA CRIMINAL E CIÊNCIAS FORENSES .
SegundoIsamara Geandra Cavalcanti Caputo “A Odontologia Forense ou Odontologia
Legal é a especialidade odontológica que trabalha diretamente com a justiça podendo
atuar nas esferas: cíveis, criminais e trabalhistas, bem como em processos éticos e
administrativos”(justificando.cartacapital.com.br .2015.

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A especialização em Odontolegal ou Pericia Criminal e Ciências Forenses , trazem no


seu conteúdo o conhecimento importante da visão jurídica ,que nenhuma outra
especialização odontológica abrange.

Essas especializações tentam unir o conhecimento técnico odontológico fundamental,


com as leis que norteiam a relação paciente/odontologista . Tem a informação
complementar do direito e o dever de cada um deles .Informações essas que auxiliam e
muito a resolução dos problemas jurídicos/odontológicos em nossos tribunais.

Numa relação onde exista além da parte técnica a situação de prestação de serviço,
relação essa fiscalizada por leis ,mas mesmo nesse caso vemos situações de
questionamento por juristas como no caso em que o profissional da área de odontolegal
nomeado perito judicial, que foi questionado em um processo que tramita na 1ª vara
civil da comarca de Adamantina do estado de São Paulo , movido pelo paciente
E.N.S.,sexo feminino que estava insatisfeita com o tratamento ortodôntico recebido.
Durante o transcorrer do processo, o perito judicial,foi indagado de o por quê a pericia
foi feita no departamento de odonto social e não no departamento de ortodontia.
Podemos observar nessa situação, que ao formular esse quesito, o advogdo/assistente
técnico tentam falsear ou trazer uma dúvida, com relação a qualificação do perito, na
decisão do juiz.

5 CONCLUSÃO

Com isso, é possível concluir que em uma pericia é imprescindível a condução do caso
por um especialista em odontologia que comprove seu conhecimento da área que irá
analisar.

O questionamento de sua capacidade pode ocorrer ,se o mesmo não demonstrar


conhecimento,mas nunca por falta de títulos . Se fossemos questionar puramente a
formação teríamos que e colocar em primeiro lugar, os profissionais especialistas em
perícias. No caso odontólogos com pós graduação em Odontolegal ou Perícia
CriminaL e Ciências Forenses como títulos, uma vez que esses profissionais além de
odontologia como um modo geral ainda fazem uma especialização na área pericial. E o
que temos visto é que até esses profissionais tem sido questionados em sua s atuações
como peritos judiciais. Assim como vimos no caso relatado a cima . Para que esses
questões não ocorra ,os profissionais da área jurídica deve estar informado sobre as leis .

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Não devendo deixar de buscar sempre a verdade,mas sem nos esquecermos de


consultar as leis . O cirurgião dentista é por lei e assim ficou comprovado, capacitado
para realizar pericias na área ODONTOLÓGICA ,se utilizando de todo seu
conhecimento e quando julgar necessário, buscar mais conhecimentos para enriquecer
sua pericia e seus laudos , pois o conhecimento na área odontológica ,assim como em
todas as outras áreas, nunca deixam de evoluir.

Os resultados mostraram que esse desacordo pode se apresentar pelo desconhecimento


de alguns profissionais na área legal, com relação as atribuições exigidas pelo próprio
Tribunal de Justiça para nomear o profissional e totalmente resguardado pelas leis.

Cabe ao profissional, odontólogos peritos, informar e esclarecer sempre que possível, ao


juiz, suas qualificações e que elas são suficientes para sua atuação como PERITO
evitando que algum jurista tente induzi-lo ao erro e dessa maneira venha impugnar sua
NOMEAÇÃO.

Na sua apresentação, o perito já deve colocar de forma sucinta suas qualificações, sua
formação acadêmica e seus embasamentos na ótica das leis .Dessa forma se antecipa a
algum tipo de dúvidas que possam vir a ser apresentadas.

6. Referências

Silva M. Compêndio de odontologia legal. Rio de Janeiro: Medsi, 1997

Sales Peres A,Sales Peres SHC,Silva RH,Ramis i.Onovo código de ética odontológico e
atuação clínica do cirurgião dentista: Uma reflexão crítica das alterações promovidas.
Rev. Odontol Araçatuba julho/dezembro 2004

Vanrell JP. Odontologia legal e antropologia forense. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2002.

Medeiros EP, Bijella VJ, Lima N. Perícia odontológica: relato e comentários de 3 casos.
Rev Bras Odontol 1971 Jan/Fev; 28(167):5-8

PERITOS E PERICIAS NA ODONTOLOGIA /Revista de Odontologia da


Universidade Cidade de São Paulo 2007 set-dez; 19(3):320

Maranhão OR. Curso básico de medicina legal. 8ª ed. São Paulo: Malheiro, 2000.

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Marcos Coltri. Odontosite 08/08/2010 http://www.odontosites.com.br/odonto/quais-


os-principais-motivos-que-levam-o-paciente-a-processar-o-cirurgiao-dentista.html

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMUDOR/ Lei 8078 de 11 de setembro 1990

Lei 13.330 do novo CÓDIGO DE PROCESSO CIVEL /2015

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