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Cientificidade
Existe uma autonomia científica nas RI?
2 grupos:
Não existe autonomia; para estudar RI são utilizados quadros teóricos já existentes,
provenientes de outras disciplinas
Existe autonomia e quadros teóricos específicos
RI
cruza conhecimento de várias áreas, de forma a criar conhecimento novo
Não tem forma própria de gerar conhecimento
Pressupostos ontológicos
Natureza do ser - como encaramos o mundo social/internacional?
Sociedade humana pode ser estruturada da mesma forma que a sociedade natural?
Behaviorismo - observar e descrever os comportamentos sociais adaptando métodos
aplicados às ciências sociais
Pressupostos epistemológicos
PPT?
Pressupostos metodológicos
Abordagens
o Quantitativa
o Qualitativa
o Mista
Método
o Indutivo (empiria -> teria)
o Dedutivo (teoria -> empiria)
Robert Hawkes
2 tipos de teoria
Resolver problemas (teorias mainstream)
Questionar a génese dos problemas, desconstruir os pressupostos existentes (teorias
críticas)
Identidade científica das Ri
Necessidade de afirmação como campo científico
Estabelecimento de autoridade sobre objeto de estudo - ligação entre várias áreas
Disputa sobre origem se fronteiras do campo cientifico
Historiografia
matriz historicista -> padronização de comportamentos (realismo): paradigma das RI
(Estado, conflitos)
Domínio do idealismo entre guerras
o Idealismo =/= liberalismo - procura da sociedade ideal (toma decisões em
função do que devia ser/queremos ter)
o Realismo - toma decisões em função daquilo que se tem
Reafirmação do realismo pós-IIGM
Debate ente neorrealismo e neoliberalismo (70/80)
Teorias mainstream (1990) vs. teoria crítica e pós-modernismo
Não há uma teoria explicativa, mas várias
Início da disciplina:
Surgimento enquanto subcampo da CP, em particular nos EUA.
UK - não esteve ligado a CP, tendo um quadro científico e departamental autónomo
Criação de cátedras independentes em diversas universidades
1º debate (ontológico)
Realistas|Idealistas
Entre 1920 e 1940 (período entre guerras)
REALISTAS: analisar a ‘natureza humana’ e o ‘mundo’ como são; explicar padrões na política
mundial; enfoque no conflito inerente à luta pelo poder; contingência do pensamento
(circunstâncias)
IDEALISTAS: papel das instituições internacionais, melhoria do bem -estar e qualidade de
vida; mitigar a conflitualidade entre Estados (mudança pacífica); segurança coletiva;
harmonia de interesses
Realismo - tem por base a inevitabilidade do conflito (social económico, cultural, …)
Natureza humana é egoísta
Idealismo - visa o progresso e amenizar o conflito
Natureza humana é intrinsecamente progressista (não só o progresso de si mesmo,
mas incluindo tudo o que está à sua volta)
2º debate (epistemológico)
Realistas|Behaviouristas
Tradicionalismo vs. Cientificidade
Séc. XX - circulação do pensamento pela literatura anglo-saxónica e francófona
Forma como se produz conhecimento -> condiciona a nossa leitura -> condiciona a
produção de conhecimento -> condiciona posição em relação aquilo que reconhecemos
como conhecimento válido
Após 1960
Forma de produzir conhecimento: tradicionalista / cientistas
TRADICIONALISTAS: enfoque na complexidade da política internacional; importância do
contexto e liderança; natureza única de cada conjuntura histórica
BEHAVIOURISTAS: identificação de categorizações de eventos; generalizações por indução
ou deduções empiricamente confirmadas
Realismo - tradicionalismo
3º debate (interpragmático)
Estatismo|Pluralismo
Choque de paradigmas: como explicar a política mundial? Debate agente - estrutura
Após 1970
REALISMO: natureza humana – egoísmo; sobrevivência; conflito; poder; centralidade do
Estado (unitário); racionalidade na tomada de decisão
LIBERALISMO: natureza humana – progresso; bem -estar; cooperação; interdependência;
racionalidade na tomada de decisão
TEORIAS RADICAIS (Marxismo; Teoria Crítica): contexto como variável principal –
dominação/emancipação; conhecimento/poder; perceções na tomada de decisão
Estatismo - só conta com o Estado
Até ao fim dos anos 90 - só se podia pertencer a uma escola de pensamento
Anos 70 (3º debate)- expansão institucional internacional com competências para além dos
Estados-membros que as compõem
Só utilizando o conceito de Estado, não se percebe o mundo
Realismo - concorda, mas Estado continua a ser o mais importante/central
Pluralismo - tratar por áreas temáticas (produção de conhecimento deixa de estar
centrada nos Estados)
Importância das relações económicas: novos agentes/atores internacionais
Interdependência Complexa - múltiplos canais de ligação entre sociedades, atribuí menor
importância às relações de poder, não existe hierarquia imutável de questões políticas
4º debate (pós-positivismo)
Racionalistas|Reflexivistas
Após 1980
Tomada de decisão:
Racionalismo - avaliação custo-benefício (neorrealismo neoliberalismo); informação objetiva
Séc. XVII - Guerra dos 30 anos (guerra religiosa católicos e protestantes no império sacro
romano-germânico)
Coexistência temporal com a Guerra dos 80 anos e com a peste
Devastou o Sacro Império, dizimando a população alemã e da Europa Central
Desestruturação do tecido social e político europeu
Tratado de Vestefália
Forma revolucionária de cessar a conflitualidade
Inovador - modelo de solução diplomática, não só dos beligerantes -> participação de
delegações de todos os Estados (representação das autoridades de escala média) -
abordagem setorializada
Compromissos (reconhecidos por todas as partes - todos tinham território para perder) -
não enunciados por nome
Soberania - interna e externa
o Exercício de autoridade e controlo do território pelo qual cada um é
responsável
Não-ingerência - outros não interferem com a organização interna de cada entidade
política (início do Estado Moderno)
o Liberdade religiosa (separação da entidade religiosa da entidade política)
Mediação diplomática - reconhecimento da diplomacia como instrumento válido e
eficaz dentro das comunidades políticas [diplomacia permanente]
Pós-Vestefália
Início séc XXI (crise económica)
Estados sem resposta para desafio
Instrumentos existentes não eram capazes, mesmo depois de reforçados
Controlo territorial já não é recurso mais importante
Diplomacia já não dá para entender o mundo
Sociedade civil substitui/contesta o Estado
É reconhecido que os princípios já não são suficientes para perceber as RI
o Empresas
o Movimentos RI
o Relações sem diplomacia formal
o Ingerência nos assuntos internos
Historiografia
2 momentos de conceptualização das RI:
Tucídides - olha para o que surgia como mais permanente (guerra) e organiza-o
segundo pressupostos
Waltz
Tucídides (historiador)
Guerra (quando maximizo o meu poder, gero medo nos outros)
o Retira racionalidade
o Reação conflitual
Permanência da guerra: realidade durante séculos: poder->medo->conflito
Território
o Maior recurso
o Medida de poder
Noção de prestígio (é importante para ser humano ser reconhecido pelos outros)
o Reflete-se na organização social e política (definida por quem lidera)
Realismo Clássico
Prioridade - garantir o governo
Líder gere o conjunto das pessoas
Anarquia - resulta da primazia do poder e segurança na vida política, Estatocentrismo
o Externo - anarquia
o Interno - hierarquia (assegura poder → procura hierarquia no exterior → anti-
utopismo)
Anti-utopismo - oposição ao idealismo e liberalismo
Natureza humana e a sua projeção no Estado resultam na necessidade dos Estados
prosseguirem a Power Politics e Interesses Nacionais (interesses que todos os
Estados têm):
o Garantir que a forma de organização se mantem
o Conseguir maior capacidade da influência no SI
Egoísmo e Sobrevivência (natureza humana) - impõem-se à Política e Diplomacia
Secundarização da dimensão económica (=/= outras escolas realistas) - o que resulta
dela serve interesses políticos (o que interessa é o seu resultado)
Agentes - Estados (grandes potências - influenciam mais processos de decisão)
E.H. Carr
(historiador, diplomata)
Regularidade histórica - paz nunca acontecei; noção de crise é permanente
Centra-se na escassez - nunca há recursos suficientes
o Competição por recursos escassos
Appeasement - "vai correr mal"
Quanto mais vulnerabilidade, menos é a noção …
Só posso dar margem até ao meu poder ficar em casa
Transição do poder -> um grande poder deixa de ser grande, outra ganha essa posição
Revisionistas: há grandes poderes no mundo, que criam um contexto para manter e
maximizar poder. Querem mudar as regras para também serem grandes poderes
(alterar o funcionamento das coisas)
O que se mantem são as esferas de influência, que resultam numa maximização de poder
Appeasement (entre guerras) - não funciona (só serve se for de encontro ao interesse
nacional do grande poder)
Grandes poderes -capacidade de influenciar outros países
Quem "está bem" não quer deixar de estar e quem não está quer alterar esta circunstância
RI=/=Política Externa
Submetem-se a uma análise diferente
Teoria das RI - observação das condições que promovem a guerra e a paz, com base num
exame intensivo da História, que examine padrões de continuidade e mudança
Contexto (sistema) - o que é que num momento gera conflito, crise, paz…? - apresenta
características comuns ao longo da História
Política Externa - exercício de adaptar e refletir um de três padrões de atividade
Manter o equilíbrio de poder
Manter o imperialismo
Manter uma "política de prestígio", que impressione outros Estado com a
maximização do poder
Olhar para o Estado e ver como se comporta no mundo - Que tipo de Estado? Que tipo de
ação? O que quer? (vários tipos de política externa)
Equilíbrio de Poder
Instrumento organizador das várias configurações de Poder. É uma teoria de poder
(Natureza Humana + Realismo Político)
O que se mantem é um processo contínuo de equilíbrio de poder em que os poderes
procuram maximizar o seu poder.
Como é que me comporto para garantir que outros não têm poder?
Leva a cálculos de poder - diversos instrumentos:
Dividir para reinar
Evitar conjugação negativa (outros poderes juntarem-se contra)
Conflito entre os outros deve ser maior do que o que têm comigo
Mecanismo de compensações
Privilegiar uns em detrimento de outros
Armamento
Alianças
Mais materializadas que esferas de influência (existe compromisso)
Fiel da balança
Estados ou grupo de Estados que pretendem a manutenção de equilíbrio
Grande potência serve como gestor da balança (tem de ser muito maior)
Pode controlar a hierarquia (mais poder a uns, menos poder a outros)
Características: autonomia das autoridades, esta autonomia não é inevitável mas serve como
fator de estabilidade. A instabilidade resulta do contexto de aplicação
Passagem para Teorias Sistémicas - TRI assentam nas entidades políticas autónomas que são
as unidades constitutivas do SI (não da reflexão acerca da natureza humana)
SI como conjunto de unidades políticas que mantêm relações regulares e suscetíveis de se
envolver em guerra geral (conflito/competição)
Política Externa =/= Política interna - prudência na condução da política externa, agindo de
acordo com dos concretos e não rigidez a normas ou sistema (dimensão interna).
Racionalidade e inteligência dos Estados. História não é determinista
Características internas aos Estados - ideologia, ambição, modelo de organização da
sociedade
Racionalidade - fatores objetivos e observáveis na decisão
Relevância das armas nucleares (deterrence não é ciência exata, aniquilação vs. Derrota)
Neorrealismo
O que define a estrutura?
Princípio orientador: Anarquia (ausência de autoridade supranacional)
Diferenciação e especificação das unidades (funções)
Distribuição de capacidades (poder)
Anarquia; Hierarquia (relação de autoridade ou subordinação)
Fases do Liberalismo
Liberalismo Clássico - até IGM
o Cria abordagem por oposição ao Realismo (confronto e debate)
o =/=Idealismo - (I) procura sociedade igual [encontrar formas de resolver
conflito] e (L) procura progresso e bem-estar dos indivíduos [assume
competição e procura mitigar para evitar conflito]
Internacionalismo Liberal - pós-IIGM
Institucionalismo Liberal - põs-1990
Regimes Internacionais - pós-1990
Fundamentos
Ontologia
Centrado na conceção do Indivíduo (direitos, igualdade, liberdade, bem-estar - ligado
à ideia de desenvolvimento económico)
o Indivíduo ao nascer detém um conjunto de direitos e o resto gere-se me
função da sua garantia
o Direitos orienta, organização dos Estados e do SI
Cooperação (ganhos absolutos; win-win)
o No (R), existe a ideia de soma zero/ganhos relativos
Racionalismo (todas as decisões são baseadas numa avaliação de custo-benefício)
Componentes materiais e imateriais
Epistemologia
Positivismo (mais empírico e científico)
Metodologia
Métodos mistos: qualitativos e quantitativos
Self-help Bem-estar
Poder Racionalidade
Liberalismo Clássico
Consensualização da perspetiva da abordagem liberal (existem Direitos universais)
Hugo Grotius
Como ação humana é influenciada pela moral e ética
Pai do Direito Natural (aplicação das regras à guerra e paz)
o Necessidade de organizar preferências e normalização de comportamento
(garante direitos de cada um)
Guerra Justa (em defesa dos direitos)
Direito Internacional(racionalidade, sociedade pacífica e ordenada)
John Locke
Contrato Social (organização da comunidade política, delegação de direitos e
liberdades)
Homens são, por natureza, livres e iguais
Direitos atribuídos por Deus (vida, liberdade e propriedade)
Rousseau
Homens nascem livres e bons, sociedade transforma-os
Força vs. Direito (razão, moral)
Contrato Social (incapacidade de subsistência individual, estado natural - Estado civil)
Immanuel Kant
Não formulou teoria da paz liberal (não defendia democracia direta: defendia um
híbrido com autocracia e monarquia
Racionalidade (fundamento da autonomia humana)
o Primado do indivíduo que detém capacidade de decisão racional - avaliação
custo-benefício que dá primazia ao seu bem-estar
Cosmopolitismo (comunidade universal governada por Estados de Direitos) - lei co
aplicabilidade universal, com base no princípio da igualdade
Paz Perpétua - repúblicas com base no Estado de Direito (constituição civil) não
conflituam entre si (federação de Estados livres)
o Evolução - Democracias não conflituam entre si
o Indivíduos racionais - organização social com base nos direitos e liberdades
o Desde séc. XX não existe guerras entre democracias consolidadas
Dá enfâse ao direito/lei (necessidade das regras para gerir liberdades individuais)
Base do governo executivo - cumprimento das leis
o Primado do Estado de Direito
Idealismo ≠ Liberalismo
Idealismo
Ideal≠ progresso
Progresso - garantia gradual do bem-estar e qualidade de vida
Ideal - o fim/objetivo deste caminho ⮥
Pressuposto - (I) democracias não promovem guerras entre si (na sua base estão os indivíduos)
Mas conflituam com outros Estados (L)
Cidadãos - ao pressionar representantes a tomar uma decisão, optam por redução ou inexistência
do conflito
Condicionantes - opinião pública, primado da lei, governo representativo, instituições
internacionais, comércio internacional
Conflito
↓
Democracia
Troca internacional
Organizações internacionais
↓
Paz (negociação e harmonização de interesses)
Internacionalismo Liberal
Paz democrática
Regras, normas, leis
Instituições Internacionais
Base muito significativa ocidental (direcionada para EUA e corroborada pela Europa)
Sociedade - organização política baseada na liberdade política, liberdade económica e direitos
garantidos pela lei e livre comércio
Objetivo - exportar para exterior/mundo
Modelo liberal de organização interna da sociedade deve ser exportada → ideia do universalismo
Instituições internacionais que ajudem a organização liberal do mundo
Organização liberal do mundo é sempre aceite porque todos os indivíduos entendem direitos e
liberdades da mesma forma e todos os querem
Exportação do modelo gera conflitos com outras formas de organização existentes (influência das
instituições - propagação do mesmo tipo de regras /Direito Internacional)
Ordem Internacional Liberal
Regras (Direito Internacional) + instituições replicadas nos países com sistemas diferentes
Michael Doyle
Teoria da Paz Democrática + legado do liberalismo (criação de uma zona de paz entre Estado
liberais)
Sucesso do liberalismo pode causar problemas num sistema composto por estados liberais
e não-liberais (conflito por ausência de necessidade de legitimidade a apoio interno)
Aumento dos conflitos entre Estados, designadamente através de intervenções
externas
Estados não-liberais podem desrespeitar a independência política e integridade
territorial de outros Estados
Conflitos de interesses, agressão ao Estado liberal
Imprudência liberal - a exportação da doutrina liberal não vai reduzir conflitos. Pelo contrário, pode
causar uma diminuição da estabilidade
Pluralismo nas RI "não é umacontradição teórica, mas sim a sua base"
John Ikenberry
Escolas liberais pós-Guerra Fria
Internacionalista liberal
Tenta explicar posicionamento dos EUA no SI, como organizador do mundo
Política externa EUA é liberal, independentemente do partido e só por isto os Eus têm
projeção
Baseada nos direitos, na procura do progresso e na promoção da cooperação
Acrescenta papel importante do estado (não é institucionalista, mas continua a dar
importância a instituições) - quem desencadeia ações com consequência é o estado, mas
estes são condicionados nos seu comportamento pela sua ordem interna (moral, ..) - a
política externa de um estado é o reflexo da sua ordem interna e é por isso que a dimensão
democrática é tão importante
Liberalismo assenta no ex. da liberdade, só um estado que dá liberdade aos seus cidadãos
tem capacidade de projetar liberdade na ordem externa
Não há mal em existir um organizador do SI se este garantir e promover os direitos dos indivíduos
Estado é importante, mas as instituições internacionais e os valores liberais também são.
O que permite desencadear cooperação são as instituições - são o contexto onde se partilham
ideias. Esta cooperação vai moldar e adaptar o próprio poder hegemónico
Ordem internacional liberal continua a existir e continua a fazer sentido, e a ser necessária.
Um Estado hegemónico pode usar as instituições internacionais para se ‘conter’ (criar confiança
nos outros Estados e instituições) ou aumentar a sua influência: Se o Hégemon afirmar os valores
liberais nas instituições internacionais, estas multiplicarão a visão liberal à escala global à Ordem
Internacional Liberal.
Período de transição - pode ter como efeito uma adaptação do funcionamento da ordem
internacional liberal, para responder às críticas de domínio e sobreposição de valores - é necessário
alargar a padronização do comportamento e adaptar o fundamento crítico à ordem liberal (noção
do potencial de não-acomodação de sistemas de crenças diferentes)
Encarar ameaças, riscos, direitos, liberdades da mesma forma não tem sido possível - a
compreensão destes conceitos e quadros de valores diferentes têm feito com que a
padronização de comportamentos não resulte
Admite que existe uma crise de confiança no projeto liberal- origina nos movimentos nacionalistas
e populistas e na ascensão/afirmação de autocracias + crise nas democracias liberais
Contra-argumento:
Durante este período, surge pluralismo das RI (já não importam apenas os Estados) que colide com
a centralidade dos estados
Desenvolve-se modelo de análise centrado nas instituições
Institucionalismo - a nível interno ou externo nas RI ("as instituições importam")
Nas RI - forma como organizações e estruturas institucionais se articulam interna e externamente
vai determinar aquilo que é a organização da sociedade
Sociedade tem instituições formais e informais na esfera dos estados, logo, também faz sentido
existirem na esfera internacional
Internacionalismo- exportação das normas liberais para o mundo (pode ser através das
instituições)
Institucionalismo - foco no papel das instituições internacionais
Institucionalismo liberal
Pode existir institucionalismo noutras escolas teóricas, neste caso, por ser utilizado para
explicar a ordem internacional liberal, é liberal
Fim IIGM- proliferam instituições internacionais, o que leva muito dinheiro
O SI pós-IIGM assenta em Estados mas, também, na criação de instituições internacionais,
globais (ONU, FAO, FMI, Banco Mundial,…) e regionais (EU, NATO, União Africana, ASEAN, …)
Na década de 1970, os EUA questionavam se deviam manter o apoio ás instituições
internacionais, assumindo os custos da promoção do livre comércio (ex: OMG), da defesa
coletiva (ex: NATO) ou do sistema das Nações Unidas
o Durante guerra fria, debate interno nas administrações americanas sobre benefício do
financiamento das instituições internacionais/intergovernamentais (questionam a
utilidade e vantagens das instituições internacionais - começa por ser trabalho
interno a administração EUA- justificar necessidade de manter as instituições
internacionais)
Produto interno bruto influência participação/financiamento nas instituições
A reversão do transnacionalismo erra limitada pela atividade de múltiplos agentes
internacionais: Estados, empresas, grupos da sociedade civil, burocratas, etc → interligações
políticas, económicas e sociais
Para impor normas e organizar instituições tenho de as manter
Institucionalismo liberal
Instituições vão ajudar á promoção das normas liberais; server para gerar e promover bem-estar,
qualidade de vida
Estados dificilmente abdicam das suas competências e da sua soberania, institucionalismo
quer mostrar a estados que vale a pena promover instituições
Cooperação - menos potencial de conflito, padronização de comportamento -> previsão, partilha
de informações úteis ao estado
Cidadãos sentem benefício e eficácia das instituições quando se cumpre uma necessária e
pressionam estado para delegar mais competências às instituições internacionais
Ao olhar para redes de relações entre agentes, estas não são gerível por um estado, logo, para
resolver problemas existe a cooperação entre estados
Interdependência complexa:
Base - primeiras relações entre comunidades são sempre económicas e comerciais - ligam
indivíduos (sem estruturas de governo) - troca e aquisição de propriedade
É por aqui que temos de começar a aproximar comunidades politicas -> assenta na remoção de
barreiras e promoção do comércio livre (reduzir barreiras alfandegárias e taxas aduaneiras)
Necessário regras e negociação: Integração Regional → instituições que desenvolvam regras
e tabelas de preço
Para além de canais que liguem os estados, passam a haver relações entre as comunidades
Rede de ligações transnacionais complexas - múltiplos canais de comunicação entre
Estados, sociedades e economias, definição de agendas, declínio da importância da
dimensão militar e poder coercivo
Ao empoderar cidadãos, criam-se mecanismos de pressão nas estruturas de autoridade
Resultados são determinados pela distribuição de recursos e pela vulnerabilidade, no âmbito
de cada questão específica.
o Na lógica da interdependência complexa, é necessário compreender que nem todas
as sociedades e regimes são iguais. Cada um tem vulnerabilidades específicas.
Anarquia existe.
Anarquia e hierarquia não são polos opostos - mundo passa por um espectro em que estes são
extremos: há momentos em que o mundo está muito anárquico e outras está muito hierárquico
Anarquia não é uma variável independente, mas o resultado possível de um sistema complexo →
não é um pressuposto permanente e só existe quando não há estrutura de poder (que existe
sempre, podendo ser esta maior ou menor)
-> aumento das relações entre comunidades baseadas dos cidadãos não leva a integração
institucional, mas leva à diminuição da possibilidade de existir conflito (vou optar por conflitos
com estados com quem não tenho relações - lógica de avaliação racional) -> paz e
estabilidade
Quanto mais relações económicas e, consequentemente, relações sociais, menor o leque de
opções com quem posso começar um conflito
Comunidades de segurança
Comunidade de Estados com capacidade para intervir através de técnicas ou mecanismos
diplomáticos na prevenção de acordos forçados entre Estados
Perceção comum de ameaça
Capacidade para dispor de uma frente militar comum contra ator(es) externo(s)
Assenta naquilo que é estruturante nas escolas liberais:, cooperação, avaliação racional (custos-
benefícios)
Garanto mais a minha segurança através de esforços coletivos
Promoção de esforços concertados para a promoção de paz e segurança internacional
Equilíbrio regulado e institucionalizado de "todos contra um " gera mais estabilidade do
(equilíbrio desregulado)que um princípio de "cada um por si" (equilíbrio desregulado)
Evitar agressões de estabelecimento de normas, contrarias "self-help"(Autossubsistência é
um dos elementos que gera conflito)
(ex: bussola estratégica EU - baseada no conceito de segurança coletiva)
Win-win vs soma zero
Estados concordam respeitar certas normas para manter a estabilidade (ausência de conflito
de grandes dimensões) e funcionam em conjunto para evitar agressão
Institucionalização do uso "legal" da força
Papel das instituições internacionais
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Institucionalismo desenvolve Regimes internacionais
Organizar instituições, normas, etc.. por tema - começa pela guerra nuclear (como é que dois
blocos gerem a proliferação? -> surgem daqui uma série de outos temas)
É uma forma de gerir um determinado problema (não um ameaça- seg. coletiva):
1- identificação do problema partilhada
2- criação de regras para o gerir
3 -existência de uma instituição
Semelhanças Semelhanças
Anarquia Anarquia
Segurança Direitos; Justiça; Paz; Igualdade
Poder/estabilidade
Diferenças Diferenças
Ordem Paz perpétua
Equilíbrio Estados com diferentes interesses e
Uso da força conceitos
Delegação de soberania
Argumento
Estados soberanos formam uma sociedade internacional, que apesar de anárquica não
implica a submissão ao poder do mais do mais forte.
Sociedades de iguais, com um significativo nível de ordem e um reduzido nível de violência
Violência como característica endémica da sociedade anárquica, sendo que é condicionada
pelo Direito Internacional e a moralidade.
Pressuposto da anarquia
Conjuga direitos e liberdades (L) com importância da segurança (NR)
Assenta no conceito de poder e estabilidade, ao mesmo tempo que reconhecendo a importância
do estado, acha que o organizador do SI são as instituições
Não uma teoria de política externa, mas de RI
Conceito de ordem é elemento central, baseada mais no equilíbrio do que na hierarquia (se existir a
ordem pode estar em crise)
Centralidade dos estados (muitos atores, mas estados e instituições são o que … o SI)
Sociedade internacional trata estados como conjuntos (os que partilham normas e formas de
comportamento)
Características:
Síntese de teorias normativas (como deve ser) e teorias racionalistas (o que determina a
decisão)
Pluralismo metodológico
Analisa as características da sociedade internacional e que procura explicar as dinâmicas
normativas do SI e da sociedade mundial, designadamente o papel das organizações não-
governamentais e outros atores não estatais
Principais autores.
1ª vaga - guerra fria:
Martin Wright
Indivíduos procuram coisas diferentes na ordem interna e na ordem externa
ordem interna - bem-estar;
ordem externa - segurança e sobrevivência
Hedley Bull
Há princípios organizadores iguais dentro e fora dos estados e comunidades políticas (comuns à
ordem interna e externa)
Em nenhuma circunstância é desejado contexto de violência (limite à violência)
Em todas as circunstâncias é desejável a garantia da propriedade e manutenção de acordos
2ª vaga - 1995-2005
Tim Dunne
Normas
Abordagem interpretativa
Barry Buzan
Pluralismo nas RI
Complexos de segurança
Securitização
Normas
Os cidadãos dos estados modernos orientam as suas ações por normas sociais primárias
Às instituições cabe a definição de regras primárias e secundárias; entidades soberanas
definem regras da sociedade internacional
Limitação do uso de força e promoção da civilidade
Legitimidade: aproximação entre a dimensão interna e externa
Acordo face aos princípios de coexistência e de valores morais universais
Ordem
Forma de organização do mundo de acordo com um conjunto de normas básicas e a forma
como essas normas são entendidas
o Nem todos partilham entendimento - podemos ter várias ordens a conviver em
paralelo
Pequena variação de ordens internacionais ao longo da História (=/= Estrutura) [China na
antiguidade; greco-romana; modernidade]
A ordem pode existir mesmo que os estados não sintam pertencer à mesma civilização,
porque tem um caráter funcional e utilitário. Partilha de direitos e deveres
Respeito pela soberania - tensão com equilíbrio de poder e manutenção de paz, valor moral,
ordem de humanidade
Cultura diplomática -. Sistema de convenções e instituições
Progresso alcançado através de acordos sobre como manter a ordem
Devemos ver as RI por camadas. Na base dos níveis de análise está o entendimento da escola
inglesa do SI.
Sistema Internacional - quando dois ou mais estados têm um nível de interação suficiente que
tenha significativo impacto nas decisões mútuas. Baseado nas relações de poder entre Estados.
Sociedade mundial - (mundo dos indivíduos - relações entre grupos, que existem para lá dos
estados) encara indivíduos e organizações como um todo, com enfoque nas identidades sociais e
acordos À escala global, transcende o sistema de Estados e privilegia o cosmopolitismo
universalista. Dimensão normativa.
Sociedade internacional - (mundos dos Estados) quando um grupo de estados, com interesses e
valores comuns, se concebem como um conjunto, que partilha regras e instituições que regulam e
constrangem as respetivas relações. Enfoque na instituições, com consequências constitutivas e
não apenas instrumentais.
Pressupostos ontológicos:
Realismo Liberalismo Marxismo
Marx e Engels
Análise holística: interligação entre política internacional, história internacional e economia
global.
O mundo social deve ser estudado como um todo, com base numa interação dialética (tese,
antítese, síntese)
Indivíduo não é indivíduo se não tiver um grupo (não desenvolve capacidades humanas)
Pressupostos Epistemológicos:
Fronteiras cientificas são um exercício de dominação - delimitar capacidade de
adquirir conhecimento e compreender fenómenos (análise holística - juntar todas as
áreas para perceber a política internacional)
Emancipação - corta laços com ex. de dominação - não de forma gradual, mas de
forma revolucionária
Indivíduo
(L) - indivíduos enquanto seres autónomos e racionais, a quem deve ser permitido o uso do
livre arbítrio para a prossecução dos seus interesses próprios.
(M) - noção de grupo; não se importa com o indivíduo ou as capacidades individuais, pensa
sempre numa lógica coletiva, não há interesses individuais, mas sim do grupo (seres
humanos devem ser entendidos enquanto seres intrinsecamente sociais, inseridos nos
respetivos contextos naturais e sociais)
O indivíduo por si só não tem capacidade de altera o contexto (material ou social) - só é
possível numa lógica coletiva
Indivíduo enquanto entidade pessoal não existe na perspetiva marxista, apenas no contexto
dos grupos em que se inserem.
Todas as ações, decisões e resultados são vistos no grupo.
Noção de justiça social e não no sentido moral/ético, como no (L)
Existe possibilidade de mudança social, mas nem sempre os resultados vão no sentido
definido à partida (interação com contextos materiais e outros grupos podem gerar
consequências diferentes)
Dialética (cíclica)
Platão: pergunta ->resposta -> deve ser contestada -> nova pergunta
Nível da consciência (capacidade racional individual, sem constrangimentos - pergunta)
Hegel: afirmação (tese/axioma) -> confrontação/antítese -> síntese/teorema
Nível material do facto (não há consciência própria do indivíduo, logo não começa por
uma pergunta, mas sim com uma afirmação)
Consciência só existe na interação com o grupo??
Confrontação - indivíduos debatem em reflexo dos grupos a que pertencem
(individuo é resultado do conjunto dos grupos a que pertence)
Discussões são forma de chegar a nova tese - nova forma de ver o fenómeno
Indivíduo pertence a vários grupos e é sempre influenciado por eles - há um grupo
dominante no exercício das nossas reivindicações
Materialismo dialético:
Perigos:
Alienação - indivíduo absorvido pelas rotinas impostas pelo grupo socioecónomico que
eliminam capacidade de exercer pensamento crítico (algo que retira o indivíduo do
pensamento?) - ponto de vista educativo: absorção acrítica dos conteúdos
Reificação/objetificação - tratamento dos indivíduos como se fossem objetos; cada
indivíduo dentro do grupo é um objeto e não um ser humano (pela função) - massificação
exige apagamento do indivíduo (aumento em escala com a revolução industrial)
Falsa consciência - indivíduo acha-se livre e com consciência, apesar de pertencer á massa
que todos os dias faz a mesma coisa e não tem tempo para pensar
Emancipação do indivíduo através do grupo -> consciência de classe ( e do seu valor
acrescentado)
(NM) - esquecemos o domínio entre a base e a superestrutura, domínio exerce …
Apesar de estar menos desiguais, não estamos iguais
Neocolonialismo
->exercícios de dominação progressista
Antagonismo de classe - capitalismo leva à existência de uma classe dominante (burguesia) e
de uma classe oprimida (proletariado), com interesses opostos
Materialismo histórico
Temos de observar como cada comunidade replica as relações de dominação.
O que é que faz parte do contexto material?
Geografia
População
Estrutura da economia
Contexto social
Como os contextos material e imaterial resultam na consciência de grupo?
(M) e (NM) - sempre existiram relações de dominação, e não só à escala micro. Replicam-se
em todo o mundo
Estados dominados e dominantes e Grupos dominados e dominantes
Abordagem metodológica - como analisar o que gera desenvolvimento e mudanças sociais?
A evolução histórica resulta do confronto entre classes sociais
Assenta numa evolução das estruturas sociais e das condições de vida (materiais) das
sociedades: meio geográfico, população e meios de produção (mais relevante)
Imperialismo
Exploração de uns pelos outros
Expansão
Conquista território
Relações económicas
Gramsci
Um dos autores mais significativos da herança marxista, influência na área das ciências
sociais
Nas RI - conceito de hegemonia (orientação cultural - conceção do mundo - assente na
dominação e manutenção do poder pelas classes dominantes, através de uma conjugação
de força, persuasão e promoção do consenso para fixação de significados partilhados)
Indivíduo é influenciado, mas tem capacidade política e de pensar
Dimensão económica e capital são importantes, mas forma mais significativa de
exercer domínio é através da dimensão cultural (perspetiva abrangente; como
encaramos o mundo? Como absorvemos a informação?)
Grupo que domina e que domina não só pela componente material e económica, mas
porque define aquilo que aprendemos e consumimos do ponto de vista cultural e isto é ser
hegemónico
Hegemonia só é possível quando existe aceitação, mesmo que seja tácita (aceitado através
do mecanismo cada vez mais generalizado na compreensão do mundo - senso comum, em
oposição ao exercício do pensamento crítico e seguir o contexto das massas)
Perspetiva (neo)Marxista
RI - estudos de movimentos inorgânicos, pós-coloniais, de género, dimensão das teorias do
desenvolvimento, teorias do sistema mundo(?); cultura no exercício de dominação é
sustentada no neomarxismo
Dimensão de radicalização
O mundo é constituído por indivíduos e classes, cuja ação é constrangida por modos
de produção (estruturas económicas) historicamente contingentes
Fatores materiais condicionam condições históricas e dinâmicas de mudança (as
ideias sustentam os sistemas, ajudam a compreendê-lo corretamente e ajudam a
alterá-lo)
A guerra e o imperialismo são resultado dos modos de produção capitalistas; servem
para expandir o sistema, manter a produção do proletariado pela burguesia
Teorias Críticas
Teorias para resolução de problemas - encontram soluções para os problemas que vão
aparecendo
TC - procuram as bases dos problemas
Desconstrução está na base, mas continua a existir uma Dinâmica mais pragmática. O que
interessa não é o resultado, mas o processo. Contexto mais justo, mais igual e de maior
liberdade.
Origens
Max Horkheimer (1937) - Frankfurt; Theodor Adorno, Erich Fromm; Herbert Marcuse
Escola de Frankfurt (1º vaga - IIGM; 2ª vaga: pós-IIGM) - Romper com as fronteiras da
ciência (interligação entre várias vertentes filosóficas do pensamento social e político)
Influencia as ciências sociais (acrescenta-se o contributo do Habermas - esfera política)
Marxismo e materialismo histórico; dialética de Heggel; teoria da ação comunicativa
de Habernas (esfera pública)
Método dialético de aprendizagem/produção de conhecimento - questionamento
permanente sobre as contradições da sociedade
Transferiram-se de Frankfurt para Genebra
2 desilusões: fracasso da evolução do Marxismo e forma como resultou no Comunismo
Soviético; com a própria comunidade política que se deixa ser dominada pelo regime nazi.
Estudam cultura de massas (desenvolvimentos tecnológicos e distribuição de produtos
culturais) e binómio poder-conhecimento
Como é que a forma de organização social orienta o indivíduo para o grupo? Fá-lo
comportar numa lógica de grupo?
2ª metade sec XX - sociedade de consumo e falsas nec de consumo
Quem tem capacidade crítica é o indivíduo, inserido num grupo (onde existe a dinâmica do
poder-conhecimento).
Base da teoria explicativa das EC - comunicação e seus veículos são o fundamental para o
binómio. Para entender desigualdades - entender mensagens (como são transmitidas e
como são recebidas)
Pressupostos
Ontológicos:
Mundo enquanto realidade socialmente construída (construção social)
o Intersubjetividade
o Realidade só existe através da transmissão de mensagens (senão temos uma
ausência de conteúdo)
o Indivíduo funciona em grupo
o Sempre que existe um grupo existe desigualdade
Eliminam a noção de classe - o que importa é a dinâmica de grupo e a forma como o grupo
se deixa envolver na absorção da mensagem
A sociedade moderna e a vida política devem ser analisadas através de um método de
crítica permanente (desconstrução)
Refletir sobre natureza e propósitos de uma teoria (conhecimento -> interesses)
Interesse normativo em identificar possibilidades de mudança social, ação
politicamente motivada
Revelar as formas, óbvias e subtis, de injustiça, desigualdade e dominação na
sociedade -> emancipação
Conhecimento
Sociedade enquanto objeto de análise
Teorizações dependem da sociedade em que são desenvolvidas (contextos históricos
e materiais)
Teoria enquanto expressão de uma situação histórica concreta e força promotora de
mudança
Dimensão de autorreflexão (relação sociedade-conhecimento, natureza política das
reivindicações de conhecimento - objetivos e funções das teorias) -> teorias
tradicionais vs teorias críticas (Cox)
Como é que os atores sociais emergem e são condicionados pelo contexto?
Ética
Como se constroem os deveres morais e legais?
Défice moral provocado pelas interações entre o Estado e a economia capitalista
global
o Estruturas políticas têm relação de promiscuidade com as estruturas
económicas e financeiras -> decisões do ponto de vista do ex de poder
resultem mais dos interesses desta interação do que na resolução das
desigualdades. Pelo contrário, acentuam as desigualdades. Decisões tendem a
orientar para a exclusão e resolução de microproblemas e não para a inclusão
e alargamento dos participantes.
Bases normativas para a vida política (particularismo e exclusão social)
Tensão entre indivíduo e cidadão - liberdade e capacidades individuais, quando
colocadas no grupo da comunidade política (cid.) -> forma de comportamento não é
igual, morais são adaptáveis ao grupo
Estado enquanto promotor da exclusão social, obstáculo à justiça universal e
emancipação -> forma dominante da comunidade política moderna
Transição de uma ordem social hegemónica determinada pelo poder material, pela
ideologia, e pelas instituições , para uma nova ordem sustentada na emancipação
individual e coletiva
Teoria Crítica nas RI
Compreensão das origens da desigualdade estrutural inerente ao SI (decorrente do
sistema capitalista global), bem como da forma como pode ser superada
Pretende ir mais além das reformas internacionais que se limitam a regular as relações
entre Estados, em particular se dependerem da capacidade e vontade dos grandes
poderes
Consideram que o (R) e o (L) visam manter a distribuição básica do poder e da riqueza
Reflexão crítica: condições históricas subjacentes à desigualdade, forças materiais e
ideológicas que mantêm a desigualdade; e potencial de reforma radical do sistema
visando uma ordem mundial mais justa.
Relação entre anarquia formal entre estados e a hierarquia económica entre classes
Andrew Linklater
Dupla crítica à disciplina:
Divisão rígida entre Teoria Política e RI é desnecessária
É necessário um equilíbrio entre crítica e compromisso construtivo, entre teoria e
prática das RI
Centra-se na dicotomia do "indivíduo enquanto indivíduo" e "indivíduo enquanto cidadão"
Considera que a distinção entre humanidade/universalidade ética e sociedade
civil/particularidade ética está ultrapassada
Todos somos membros da raça humana e sentimos obrigações para com os outros
seres humanos, também enquanto cidadãos -> Cosmopolitismo
Papel das normas na sociedade internacional
Identidade - sentir vínculo a umas determinado conjunto de características (com forme o agente
as reconhece e que os outros lhe atribuem)
Vai sendo necessário um ajustamento - (C) através dos processos de socialização
Transformo a forma de pensar em função das relações que vão sendo estabelecidas no
contexto em que me encontro
Processo adaptativo (não de rutura) e permanente
(C) replica esta ideia que acontece nos grupos sociais e amplia-a à escala das RI7
Tudo no mundo social é uma construção porque resulta duma interpretação partilhada de
conceitos
Intersubjetividade - partilha do entendimento de conceitos subjetivos
Base da intersubjetividade - comunicação e mensagens
Racionalismo Construtivismo
Há um mundo antes do Interação entre seres humanos é que
indivíduo (natureza humana, define o que está dentro da natureza
direitos, liberdades são pré- humana e define o conteúdo das
existentes ao indivíduo) normas.
Posição dos agentes, baseada Nada é pré-adquirido ou determinado
em interesses, é determinada quando está fora do grupo social. Se o
externamente grupo social concordar que aquele é
contexto, o grupo assume-o.
Atores seguem lógica de Atores seguem lógica de adequação -
consequência - o comportamento dos atores é guiado
comportamento estratégico por uma série de normas, pelo que
com o objetivo último de pretendem agir de acordo com o que
maximizar ou otimizar melhor se adeque a cada situação
interesses e preferências social em particular
individuais Centro da lógica de adequação -
identidades implicam não só visão
própria, mas também, a visão que os
outros têm
Grupos sociais:
Micro - família, amigos
Mundo
Hierarquia de grupos existe e é mutável - o indivíduo define essa hierarquia
Ex: Portugal pertence a vários grupos. Dependendo da situação, 2veste a camisola" que for
mais adequada
Interesses no © também são mutáveis e dependem do contexto - não há uma ideia fixa de
interesses nacionais ou de preferências do Estado.
Pressupostos:
Mundo social - processos e estruturas intersubjetivas (valor que atribuímos ao significado
das coisas)
o Significado partilhado - coisas têm valor que lhes damos; é isto que faz com que o
mundo exista
Agentes constroem a realidade através da reprodução de práticas diárias
Factos sociais só o são porque existe um acordo entre indivíduos sobre o que representam -
interpretação (difere do mundo natural pela existência material)
Estruturas políticas (nacionais e internacionais) não são materiais (pré-adquiridas), mas
socialmente construídas (não são fixas , mas mutáveis)
Entendimento partilhado assenta no conhecimento. Só podemos partilhar o que sabemos
(ponto de vista cognitivo ou material/físico). O conhecimento é construído socialmente e
depende da interpretação e da língua em que é produzido, disseminado e interpretado.
Conhecimento, ideias e significados dependem do contexto
Debate/Relação agente-Estrutura
(R) - centra-se mais no agente (posição dos agentes condiciona a estrutura - SI)
(INSTIT) - centra-se na estrutura, que condiciona o comportamento dos agentes
(C) - Centrar análise na relação entre o agente e a estrutura (são mutuamente construídos) - as
estruturas (ideacionais e materiais) condicionam o indivíduo e este o desenvolvimento das
estruturas em que se insere
Interação - não consigo delimitar só o papel de uma das partes. Tenho de relacionar o
comportamento, o fenómeno com o contexto onde este se dá
Estruturalismo - estrutura enquanto sistema de relações entre os elementos que a compõem
Via Média
Na década de 90, (C) como meio entre teorias mainstream que explicam dinâmica de
conflitualidade e de cooperação.
Apresenta-se no meio no ponto de vista agente/estrutura
Posicionamento intermédio entre racionalismo (R) (L) e interpretativismo (Pós-
Estruturalismo; TC; Pós-Modernismo)
Ligação entre posição positivista/materialista e uma perspetiva idealista/interpretativa
Estrutura - sistema de relações
(relações como input, output)Contexto - aquilo que está á minha volta (pode incluir várias
estruturas)
Estrutura não muda, contexto muda
Contexto surge na relação entre o agente e a estrutura
Estrutura influenciável pelo contexto, no sentido dos interesses dos agentes
Nicholas Onuf
Inicia corrente construtivista nas RI
Só existe permanência da guerra porque entendemos que relações conflituais levam á
existência da guerra - eu ajo sabendo que a prática é a conflitualidade
Quanto estou num momento de tensão existe um entendimento subjetivo que a tensão é
eminente
Não há qualquer contexto humano pré-social (não existe pré-adquirido) - estados não têm
de ter determinadas funções porque alguém lhes disse. (se os estados entenderem que
Alexander Wendt
Social Theory of International Politics
Teoria das RI, por oposição ao neorrealismo de Waltz e ao neoliberalismo, mas mantendo a
centralidade do Estado
o (NR) e (NL) partilham o atomismo ontológico (estado/indivíduo) e o positivismo
epistemológico (historicismo/behaviourismo)
O que está dentro do estado, o que condiciona o seu comportamento, quais os seus
interesses
Construtivismo enquanto teoria estrutural do SI assente no seguinte:
1. Estados são principais unidades de análise para a teoria política internacional
2. As estruturas-chave no sistema de estados são intersubjetivas, em vez de materiais
3. As identidades e interesses dos estados são, significativamente, construídas por essas
estruturas sociais, em vez de sere determinadas exogenamente pela natureza humana ou
pela política interna
Tipologias
Modernista - hermenêutica objetiva e interesse cognitivo conservador, identificação de
mecanismos sociais causais e relações sociais construtivas
Modernista linguista - mundo só existe porque conseguimos comunicar e só porque existem
interações de comunicações é que existe realidade partilhada. Hermenêutica subjetiva e
interesse cognitivo conservador; importância dos processos através dos quais os factos
sociais são construídos, por intermedio da linguagem e regras
Radical - perspetivas pós-modernas e pós-estruturalistas; através de uma interpretação
subjetiva da linguagem e de uma atitude emancipatória e de desconstrução do
conhecimento
Crítico - hermenêutica objetiva e interesse nos efeitos emancipatórios do conhecimento
Normas
Enquadramento do comportamento - eu decido e ajo em função do que é adequado às normas
Comportamentos condicionados pelos contextos históricos, sociais e normativos
Norma - convicção face ao comportamento que se entende por adequado, num dado
contexto [lógica de adequação]
Determinam identidades sociais e dão conteúdo e significado aos interesses
Agente pode ter comportamento não adequado ás normas, mas sabe que vai ser recebido
como contra (e pode ser esse o seu objetivo)
São mutáveis - podem ser alteradas a partir de um a rutura em que grupo decide que norma
deixa de fazer sentido