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Revisão Teoria II - Av1

O Quarto Debate das RI, surgiu na década de 80.

● Positivistas e Pós Positivistas.


● Focado na questão da ciência na história interdisciplinar das Relações Internacionais.
● Mas o segundo debate já não havia sido sobre ciência? Não, o segundo debate foi
sobre método, sobre como estudar as Relações Internacionais. Já o quarto debate é
mais do que só um debate sobre método, é um debate sobre ontologia e epistemologia.
● Debate mais recente centrado em divergências profundas sobre o que a disciplina
deve estudar e como deve estudar.
● Ainda estamos vivendo o quarto debate, ele é tido como contemporâneo e é discutido
em termos de clivagens(divisões).
● Os que querem Explicar;
Positivismo, Racionalismo; Realismo, Liberalismo.
● Os que querem Compreender;
Pós-Positivismo, Reflectivismo; Teoria Crítica, Construtivismo, Pós-Estruturalismo,
Pós Colonialismo etc.

Ao fim dos anos 70 ninguém tinha dúvida de que o sistema internacional era visto por uma
perspectiva realista ou liberal, a partir dos anos 80 em diante, vão surgir muitos outros
assuntos que se tornam centrais no estudo das Relações Internacionais.

70 80

Pautas: Guerra, Instituições, Cooperação Pauta: Meio Ambiente,


Indivíduos, Comércio, Seres iguais no mundo todo. descolonialidade,feminismo.

Meta teorias(teorias sobre teorias) começam a ganhar espaço a partir da década de 80.
● O objetivo delas não é só analisar o que acontece nas relações internacionais, mas
também analisar o instrumento de análise dessas teorias.
● Pesquisadores podem enxergar o mundo de maneiras diferentes no que diz respeito a
epistemologia, ontologia e metodologia.
● Ontologia, epistemologia e metodologia estão 100% ligadas à filosofia das Ciências
Sociais.

Ontologia: Teoria do ser, sobre o que o mundo é feito? Quais são os objetos que nós
estudamos?

● Ontologia é sobre objeto, é sobre o que nós estudamos em Relações


Internacionais.
● Ex: Duas teorias tem ontologias diferentes, estamos dizendo que essas duas
teorias olham objetos diferentes para o estudo das Relações Internacionais. Ex:
O objeto de análise do realismo é o Estado, já o objeto de análise do
feminismo é o gênero.
Epistemologia:Teoria do conhecimento, sobre como obtivemos/obtemos o conhecimento
sobre o mundo. Quais são os conhecimentos que entendemos como válidos para pensar as
RI?

● Ex: Da onde vem o conhecimento? O conhecimento válido vem do discurso?


Vem da observação sistemática? Vem de números? Vem de interpretações?

Metodologia: Teoria dos Métodos - quais métodos nós usamos para descobrir dados e
evidências? (de que maneira)

Até o 3 debate, nós não temos um questionamento ontológico e epistemológico as ontologias


e epistemologias eram as mesmas, as teorias sempre analisavam o mesmo(Estado, Sistema de
Estados), a partir do 4 debate, com a ascensão das meta teorias(teoria questionadoras)
vamos começar a ver que existe um questionamento.

Ex: Qual é o objeto das relações internacionais? Porque o objeto de análise das Relações
Internacionais só pode ser o Estado? Porque o conhecimento válido para as RI só pode ser
produzido no norte? Porque só podemos usar um método para analisar as RI e não vários
diferentes?

Pesquisadores podem ver o mundo diferente:

● Em termos ontológicos, porque eles enxergam diferentes objetos como objetos de


estudo.
● Em termos epistemológicos, ou seja, eles podem aceitar ou recusar certas
reivindicações de conhecimento.
● Em termos metodológicos, eles escolhem diferentes métodos de estudo, diferentes
métodos de análise.

Por muitos anos, o campo das RI foi dominado por uma filosofia da ciência: o positivismo,
até o terceiro debate, teorias que foram vistas eram baseadas no positivismo. A ideia de que
uma teoria só pode se afirmar correta, se ela for comprovada através de métodos científicos
válidos.

● Positivismo influenciou como teorizamos um tópico e o que são formas válidas de


evidência e conhecimento.
● Trazer a lógica de métodos científicos válidos para explicar as ciências também
políticas e sociais.
● Aplicação da análise científica na sociedade.
● Sociologia como ciência análoga às ciências da física, biologia e química.

Acadêmicos que trabalharam sob a tradição positivista fizeram algumas das contribuições
mais importantes da disciplina. Ex: Waltz, Keohane e Nye. Contudo, sua forma de enxergar
ciência também é contestada e nem toda pesquisa deve se encaixar neste modelo.

Há várias formas de caracterizar o 4 debate:

Sendo sobre autores que querem Explicar(Positivistas) e Compreender(Pós Positivistas).


Sendo sobre autores racionalistas e reflexivistas(perspectiva pós positivista Keohane).
Positivistas(Teóricos da Explicação e Pós-Positivismo(Teóricos da Compreensão)

O positivismo se caracteriza pela utilização de uma metodologia quantitativa, pelo


cientificismo e pela hostilidade a qualquer coisa que seja subjetiva, até mesmo para o estudo
das ciências humanas. Contudo, novas teorias surgem para criticar essa afirmação objetiva
sobre as teorias vindas antes, essas teorias chegam para questionar.(Pós-positivismo).

Teorias que querem explicar e teorias que querem compreender.

Essa divisão entre teorias que querem explicar e teorias que querem compreender, em grande
medida é uma divisão entre uma abordagem científica(objetivo) das relações internacionais e
uma abordagem interpretativa(subjetivo)

Teóricos da explicação: buscam imitar as ciências naturais, seguindo métodos científicos na


busca de encontrar causas gerais (Abordagem Científica) para explicar os acontecimentos da
política internacional.

● A intenção desses teóricos era tornar mais objetivo o estudo da política internacional.
● Teorias que sentem na obrigação de explicar os acontecimentos na política
internacional, por ter uma base positivista de análise.
● Não enxergam como significados sociais, língua e crença podem ser incorporados
numa análise científica.
● Os teóricos da explicação vão dizer que sem comprovação empírica(sem algo
concreto) os teóricos da compreensão apenas especulam.
● Os teóricos da explicação só acreditam na reivindicação de conhecimento se esta vier
pelo meio científico.

Teóricos da compreensão: se concentram em analisar os significados, razões e crenças que


os atores têm e às quais se referem (Abordagem Interpretativa) para agir de determinada
maneira.

● Você não tem como pegar uma crença, um significado e tornar isso objetivo, isso
normalmente precisa ser interpretado.
● Os teóricos da compreensão entendem que política internacional não é uma conta que
você fecha no final, com causas gerais, com padrão, com métodos, você precisa
sempre estar interpretando as coisas que acontecem na política internacional.
● E essa interpretação geralmente é subjetiva, pois ela varia de analista para analista.
● Ela lida com indivíduos que no final das contas precisam ser interpretados.
● Não quer explicar mas sim compreender, tem uma outra base de análise da política
internacional.
● Significados sociais, língua e crenças constituem o mais importante aspecto da
existência social (ontologia) afinal de conta os indivíduos são formados por essas
características.
● Teóricos da compreensão vão dizer que os dados obtidos para estudar as R.I são
interpretativos(interpretar crenças, significados…)
● Para teóricos da compreensão/interpretação, nossos procedimentos analíticos devem
ser guiados por fatores que impactam o comportamento humano; Crenças, ideias,
significados razões(e não por algo chamado ciência).

Divisão metodológica entre os dois:


● Teóricos da Explicação: preferem métodos quantitativos ou quantificam dados
qualitativos. Ex: Catolicos VS Politeístas.
● Teóricos da Compreensão adotam métodos interpretativos (qualitativos, discursivos,
históricos). Ex: análise de discursos.

Consequências Epistemológicas:

● Teóricos da Explicação: A observação(sistemática, dados, modelos) é o único meio


de gerar conhecimento.
● Teóricos da Compreensão: atenção à interpretação do não-observável, do
imensurável.(atenção ao que não dá pra contar mas ainda assim é relevante para se
estudar política internacional). Ex: Contexto histórico da Guerra da Ucrânia.

Positivismo e Pós-positivismo

Para positivistas: para sustentar o quadro explicativo é necessário ter uma visão positivista
da ciência, que tem raízes na epistemologia empirista.
Positivistas dão ênfase na observação, na obtenção de dados empíricos, na medição. O que
não pode ser experimentado não pode ser validado cientificamente. Conhecimento válido
para um positivista é só aquele que pode ser quantificado, comprovado, medido e observado
de maneira empírica e sistemática.
● Ciência deve ser focada em observação rigorosa (guias metodológicos rigorosos
separam ciência de crenças). Para eles só com a observação rigorosa separa o que é
crença da ciência).
● coletar dados suficientes gerados através de repetida observação revela regularidade,
o que indica a existência de leis gerais. O que os positivistas queriam era trazer maior
objetividade para as relações internacionais, tentando gerar leis, padrões e modelos
desses acontecimentos.
● não é possível trabalhar com realidades que não podem ser observadas como por
exemplo discursos ou estruturas sociais.(Eles querem ver o PADRÃO em todas as
coisas?)

São os grandes críticos do papel da meta-teoria(teoria para explicar a própria teoria)


em RI.

● A abordagem positivista para explicação social foi modificada profundamente desde a


década de 1960.(Cientificismo, segundo debate)
● Iremos ver a partir dos anos 50 e 60 uma maior inserção de métodos das ciências
naturais(positivismo) nas ciências sociais, para tentar tornar as Ciências sociais mais
objetivas.
● A filosofia positivista se adaptou devido a uma série de críticas.(Cientificistas vencem
o segundo debate)
● Essa tentativa de adaptação do positivismo nas ciências sociais é chamada de
positivismo soft ou soft behaviorismo; adaptação do positivismo para as ciências
sociais, buscam construir lógica usando dados quantitativos e qualitativos, mantendo a
observação como ponto central.
● Buscam resgatar a ciência social da pesquisa não sistemática e especulativa.

Pós-positivismo:

● Contra o positivismo e na insistência de uma ciência do comportamento


humano, surge uma gama de diferentes posições pós-positivistas.
● Tentador categorizar todos os pós-positivistas como pensadores que articulam
uma versão interpretativa do positivismo
● Mas há muitas abordagens dentro desta 'caixa’ com origem das mais diversas
tradições intelectuais.
● O que une todas as abordagens é compromisso de rejeitar o positivismo como
abordagem válida para ciências sociais.
● Todas as novas abordagens teóricas rejeitam a visão positivista da ciência e sua
aplicação às ciências sociais..
● Em vários outros aspectos elas são bastante diferentes e só compartilham a rejeição ao
positivismo.

Racionalistas X Reflectivistas

Escola de Frankfurt - Teoria Crítica

● A escola trabalha questões epistemológicas da teoria crítica.


● Ideia de teoria crítica surge na escola de Frankfurt(início do séc 20).
● Teoria crítica não é uma teoria exclusiva das R.I.
● O termo teoria crítica é usado pela primeira vez no texto do alemão Horkheimer em
1937.
● Horkheimer assim como outros autores da escola de Frankfurt se reuniam a partir de
um pensamento marxista.(não é a mesma ideia de sistema mundo, materialismo
histórico)
● A grande preocupação da teoria crítica é a ideia de emancipação.
● Racionalidade(e ciência)tomava lugar como critério de validação do conhecimento
humano.
Quando falamos de algo que é cientificamente comprovado, temos sempre uma ideia de uma
ciência racional.
● A ciência natural tem caráter emancipatório: subjugação da natureza pelo homem, ou
seja quando entendemos o que acontece na natureza obtemos mais recursos(de
sobrevivência, subjugação) apesar dos eventos naturais.
● Conhecer para prever; prever para controlar.
● Prever com mais precisão.
● Quando tratamos de ciência natural nós queremos previsão.
Mas qual seria a implicação para o mundo social?
● A escola de Frankfurt(teoria crítica) vai argumentar que Ciências sociais não
poderiam seguir os mesmos pressupostos epistemológicos das ciências naturais,
porque o mundo social é diferente do mundo natural. Porque? Porque os cientistas
sociais também são diferentes dos cientistas naturais.

Cientistas naturais X Cientistas sociais


❖ Não fazem parte de seu objeto de ❖ Cientistas sociais fazem parte do seu
estudo. objeto de estudo.

➔ Ex: Analisa microrganismos, olha ➔ Ex: Analisa indivíduos, seres


algo que é externo. humanos.

➔ Cientistas sociais são diferentes dos


naturais: fazem parte do objeto de estudo.

➔ Não podem ser desinteressados e


independentes da matéria que
estudam.(Teoria crítica não é imparcial,
ela é parcial).

● A teoria crítica diz que mesmo que tentemos nos afastar do nosso objeto de estudo,
como o cientista natural se afasta do dele, nós não conseguimos.
● Cientistas sociais estão sempre em contato com seu objeto de estudo.

➢ Horkheimer está dizendo que há uma influência de interesses sobre a produção do


conhecimento(Os interesses que nós temos sobre aquilo que queremos estudar ou
interesse que os nossos governantes têm sobre a produção do conhecimento vem da
influência dos nossos interesses).
➢ A teoria crítica diz que não tem como ser diferente, o problema para a teoria crítica é
quando outras teorias dizem que estão fazendo uma ciência social neutra, pois para a
teoria crítica isso é impossível.
➢ É melhor para teoria crítica que se admita que uma teoria é guiada por onde
nascemos, o que achamos, pelos nossos valores do que dizer que os meus achados
sobre determinada coisa são neutros.
➢ Horkheimer vai dizer que algumas teorias reproduzem a ordem existente(metodologia
das ciências naturais) e que isso pode servir para uns e não para outros.
➢ Toda vez que um cientista social se utiliza de metodologias das ciências naturais ao
invés de alcançar emancipação há dominação do homem pelo próprio homem.(Ex
cientificistas utilizando metodologias positivistas).
➢ Emancipação vem através do conhecimento questionador.

Porque? A ciência natural tem como grande objetivo a subjugação da natureza pelo
homem(dominar a natureza, para ter maior controle sobre ela), agora, toda vez que um
cientista social se utiliza dessa mesma lógica para pensar a ciência social, a gente tem quase
que a reprodução dessa lógica. A tentativa do homem dominar o seu objeto de análise na
ciência social, que são estes os indivíduos, a sociedade.

A grande preocupação da teoria crítica é com a emancipação do homem e não com a


dominação do homem.

A partir dessa lógica surge uma diferenciação entre teoria tradicional e teoria crítica.

❖ Teoria tradicional , entende que as coisas são como são e nós estamos aqui para
desvendar.
➔ enxerga o mundo como conjunto de fatos que aguardam ser descobertos pela
ciência(positivismo).

❖ A teoria crítica diz que fatos são produtos de fatos sociais e se são assim elas podem
mudar, são fruto de estruturas históricas, dá pra pensar um acontecimento da política
internacional se nós não pensamos no contexto histórico.
➔ Waltz quis criar com o neorealismo, uma teoria elegante(que pudesse explicar
por exemplo a guerra, em qualquer momento independente de fatores sociais e
históricos) e não porque aquela guerra aconteceu.
➔ A teoria crítica em contrário a isso vai dizer, não dá pra entender um
acontecimento social e político sem você entender a estrutura social e política
que está associada a ela.

Para Horkheimer é impossível que o fato a ser descoberto possa ser percebido independente
de estrutura social em que percepção ocorre, ou seja um fato social depende de onde esse
pensamento está sendo desenvolvido.(Ex: percepções de diferentes países sobre a guerra da
ucrânia)
Uma vez que as teorias dominantes da área das ciências sociais são teorias baseadas em uma
lógica positivista, mundo social como área para controle e dominação como ciências naturais,
tal como nas ciências naturais. Só que nas ciências sociais quem tá sendo dominado? O
homem, os indivíduos, países menos desenvolvidos. (Sem emancipação humana).

A teoria crítica vai dizer que usar métodos positivistas(de dominação das ciências
naturais) para pensar as ciências sociais, é um meio de dominação dentro das ciências
sociais.

● Teoria crítica é normativa, assume função de debate político e diverge da teoria


tradicional que pressupõe neutralidade e descoberta de fatos e regularidades.
● Enquanto o conhecimento estiver ligado ao Estado ele vai reforçar as relações de
poder que já existem, para teoria crítica é importante a produção de um conhecimento
que não seja sempre aquele associado ao Estado. (ideia de emancipação)
● Quando o conhecimento está associado ao conhecimento construído por parte do
Estado, pode haver uma manutenção das coisas com elas se colocam.(lógica
positivistas, uma tentativa de dominação das coisas como estão e pro Estado manter o
seu poder). DOUTRINA MONROE SE ENCAIXA NISSO?

Grande objetivo que orienta a teoria crítica é a emancipação do indivíduo, por conta disso
teoria crítica assim função de debate político(debater o que estamos pensando enquanto
conhecimento).

Ela não tem a função de dizer se o mundo é assim ou assado, mas de fomentar o debate sobre
construções de conhecimento.

Para a teoria crítica a grande importância do cientista social que se difere do cientista natural
por fazer parte do objeto que estuda, é o seu papel em promover a transformação da realidade
social e expandir a emancipação(não neutralidade).

Para teoria crítica a ciência social não pode ser positivista, ela tem que ter uma construção de
debate político, de normatividade e não de explicar o que é certo e errado e nem buscar
neutralidade.

O cientista social na teoria crítica tem um papel de expandir a emancipação do indivíduo,


como essa emancipação pode ser alcançada? Através do conhecimento crítico,
conhecimento que permita o debate.

Teoria crítica busca trazer conhecimento questionador.

A grande crítica dos positivistas(racionalistas) é sobre a teoria crítica está politizando o


pensamento, ideologizando produção da ciência.
Teoria crítica influencia bastante as teorias pós positivistas.
Verdadeiro debate metateórico se inicia com a teoria crítica e a influência nas
correntes pós-positivistas do 4o debate.

Consciência de como a experiência dos fatos é percebida e organizada para ser


compreendida, a maneira como eu experiencio, percebo e organizo esses fatos faz com que eu
entenda a política internacional diferente de um outro acadêmico que tem uma forma e
origem diferente de analisar esses fatos.

❖ A teoria precede a construção da realidade porque orienta a mente daqueles que


transformam ou reproduzem a realidade. Ex: Sou realista porque a forma como a
teoria explica a realidade para mim me é satisfatória, mas a partir do momento que
isso vira a minha lente para entender o mundo ela acaba moldando o mundo para
mim.

❖ Ou seja, se todo mundo estuda relações internacionais por um viés realista, o mundo
acaba sendo moldado por essa lógica, e a teoria crítica vai propor uma quebra desse
padrão.
❖ Cox apresenta 4 pilares da teoria crítica.

❖ Relação entre sujeito cognitivo e seu objeto de estudo;

➔ A relação tradicional de cientista e objeto de estudo é de distanciamento.


➔ Cientista acredita que não faz parte do objeto ou que nele pode interferir.
➔ Função do cientista é achar regularidades e previsão.
➔ Postura inadequada às ciências sociais: cientista é parte do seu objeto de estudo.
➔ Importância da ontologia, necessário identificar os objetos envolvidos.
➔ Para definir problema de pesquisa é necessário identificar os objetos
➔ envolvidos e relação entre eles.

Ontologia das RI, por exemplo, tem sido o Estado.(Waltz, O Estado é o Estado) Mas como
assegurar que ele não mudou? Que é visto e conceituado da mesma maneira por todos os
pensadores?

A teoria segue a realidade mas também a precede e a modela. A teoria é feita em mundo
histórico real, mas também pela reflexão sobre o que aconteceu(Ex: contexto da fofoca em
várias versões).

❖ Influência de interesses e valores sobre a teoria:

➔ Há omissão em considerar relação entre conhecimento e valores, ou seja dentro de


teorias positivistas, conhecimentos e valores não eram vistos como
interdependentes(uma coisa influenciando na outra), isso começa a ser abordado pela
teoria crítica.
➔ Ideia de que valores influenciam pesquisa
➔ Metodologia aplicada de reivindicações da verdade muitas vezes são ignoradas.
➔ Teoria é condicionada à influência social, cultural e ideológica, e teoria crítica busca
revelar seus efeitos.
➔ Conhecimento que teoria crítica busca não é neutro: tem interesse político na
transformação social e política.
➔ Segundo teoria crítica há compromisso normativo intrínseco para manutenção da
ordem e seus beneficiários.

❖ Mutabilidade da realidade social:

➔ Para teoria crítica ordem internacional está sempre em transformação, e por isso é
possível alcançar a emancipação humana.
➔ Teoria é guia para ação estratégica, para ação transformadora.
➔ Não é só instrumento para analisar objeto de estudo, mas função para a ação de
mudança e emancipação.
➔ Ciência não é neutra, e podem haver teorias interessadas na manutenção da ordem das
coisas, e também teorias interessadas em sua transformação.

Modos de teoria que surgem:

➔ A teoria crítica dedica-se à forma como a ordem existente surgiu e possibilidades de


sua transformação.
➔ A teoria crítica não vê instituições e relações sociais como um dado, mas as
problematiza.(Ex: porque a mulher não pode votar?)
➔ Objetivo central: esclarecer a diversidade de alternativas possíveis
➔ Serve de guia para ação estratégica por levar à ordem alternativa e não à resolução de
problemas que acabam mantendo ordem.

Teoria Crítica Cox e Linklater

❖ Cox diz: A ideia de que toda teoria é para alguém e por algum motivo.
❖ Cox é neo--marxista (materialismo histórico) nas RI.
❖ Cox enxerga a política internacional sob uma perspectiva histórica.
❖ Cox tem uma perspectiva neo gramsciana da política internacional, concorda e
aplica o pensamento de Gramsci a sua teoria.
❖ Para Gramsci um estado hegemônico é um Estado que controla a ordem
política de forma passiva, os outros Estados se relacionam com ele de maneira
passiva. A hegemonia para Gramsci não é só poder coercitivo, é ter poder de
consentimento também.
❖ Combinação de coerção e consentimento.
❖ Hegemonia pode ser exercida por forças sociais que detêm o controle do
Estado e tem por finalidade a produção de consentimento nas
demais.(DOUTRINA MONROE SE ENCAIXA NISSO?)
❖ Para teoria crítica hegemonia não é só força bruta, é pensar na construção desse
consentimento.

Cox começa o texto dizendo que acadêmicos dividem mundo social em esferas diferentes
cada
qual com sua própria forma de teorizar, essa categorização que os cientistas sociais
fazem(curso história, filosofia, ciência política) é necessário e prático para compreensão dos
fenômenos sociais que acontecem nas diferentes áreas, mas pode ser limitado…
➔ RI preocupada com resultados da Guerra e da Paz de forma prática.

Mas buscar prática sobre um estado que é subjetivo como as RI pode gerar confusão sobre:
Ideia de que quando se trata de política internacional(perspectiva realista é sempre entre
estados, assuntos de alta política, não há diversidade de objetos buscados). Por isso, Cox diz
que há confusão sobre quem são os atores a serem analisados…
Ideia de separação, colocar pautas dentro de caixas.

● os atores envolvidos(Estados e entidades Não estatais)


● o nível das apostas (alta e baixa políticas)
● diversidade de objetivos buscados.
● modelos de interação.

Necessário dar atenção às forças do Estado mas também às forças sociais e processos que se
relacionam ao desenvolvimento dos Estados e das Ordens Mundiais.(Ideia contrária a de
Waltz que classifica Estados como bola de bilhar).
● Importante não basear teoria em teoria, mas na mudança e no estudo da História,
no estudo da mudança dessas forças sociais e desses processos e ordens mundiais
● É ruim para o Cox e para a teoria crítica estudar as relações internacionais só pelo seu
principal objeto(Estado), pois tira a complexidade desse estudo, desses fatos.
● Para a teoria crítica é relevante acontecimentos históricos que moldam os Estados.
● Uma crítica a modelos onde o Estado é o principal objeto, mudança das forças sociais
e a história são fundamentais para pensar a política internacional.

Perspectivas e Propósitos

A ideia central da teoria crítica para Cox, é pensar perspectivas e propósitos.

● Teoria é sempre para alguém e para algum propósito(Não neutralidade).


● Todas as teorias têm perspectivas.
● Perspectivas derivam de posições no tempo e no espaço.(Não há teoria atemporal).
● Mundo é visto de certo ponto de vista e definido em termos de nação ou classes
sociais, dominantes e subordinados, potências ascendentes e descendentes.(Exemplo
que ta errado na Guerra da Ucrânia?). Então se sempre existem dois pontos de vista,
não dá pra dizer que vai ter uma teoria, um modelo que vai explicar tudo na política
internacional.
● Teorias servem a quem as desenvolve(problem solving).
● Teorias políticas e sociais são ligadas à história em sua origem pois seus problemas
são traçados na história.(Teoria sempre acompanha o momento em que está sendo
vivido. Ex: Waltz com neorealismo e Guerra Fria).
● Mas procuram transcender a particularidade de sua história para apresentar
proposições gerais ou leis.(Ex: Teoria Elegante Waltz).

Teorias podem servir para 2 propósitos distintos:

guia para a resolução de problemas (direta) Se tornar consciente da perspectiva da


– problem solving teorização e da sua relação com outras
perspectivas(reflexivistas).Teoria Crítica.

• A primeira toma o mundo como tal, com a • A segunda é crítica da ordem prevalecente e
ordem social prevalecente e suas relações de pergunta como essa ordem se instalou. Não
poder e as instituições que organizam o toma relações de poder ou de instituições
mundo(Mundo como uma fotografia). como dadas mas as questiona.

• Se baseiam na possibilidade de chegar a • É ainda a teoria da história pois não está


leis e afirmações ou regularidades que tem apenas preocupada com o passado mas com o
validade geral. processo de mudança histórica.

• É não-histórica, pois postula um presente • Se preocupa com mudança (e precisa sempre


contínuo. adaptar seus conceitos e objetos)

Perspectivas de diferentes períodos históricos favorecem um ou


outro tipo de teoria:

❖ quando há estabilidade ou ‘fixidade’ de relação de poderes -problem solving


(Guerra Fria). - Baseadas numa ideia de continuidade e não de mudança.

❖ quando há condição de incerteza nas relações de poder - teoria crítica. (Eventos


da década de 1970) – Teoria crítica se adequa melhor aqui devido a esse processo de
muitas mudanças no SI.

Resumo Cox

Robert Cox foi um canadense que olhou para as teorias de Relações Internacionais (RI) e
começou a criticá-las em seus trabalhos. Uma obra de referência é a de Social Forces, States
and World Orders Beyond International Relations Theory, a obra deste resumo, que foi
publicada no início dos anos 80.

No início desta obra, Cox explana sobre a construção do conhecimento e aponta sobre as RI,
principalmente na concentração de estudo sobre as relações entre Estados e Estados-nações;
em foco na política de poder com resultados de paz e guerra. Também, fala sobre as relações
entre Estados e sociedades civis e que ambos se complexificaram até a época de sua obra.

Em sequência, Cox explana que toda teoria é feita para alguém e com algum propósito; e que
toda teoria tem alguma perspectiva. Ou seja, as teorias são feitas por alguém em algum lugar,
em alguma parte do tempo e são feitas para alguém com algum propósito. Também, quando
uma teoria se trata mais dela mesmo, deve-se examiná-la como uma ideologia. Além disso, as
teorias têm suas limitações. Uma delas é sobre o aumento de questões que estão aumentando
com o passar do tempo. Com uma variedade de acontecimentos aumentando, a realidade vai
mudando e os conceitos precisam ser ajustados ou reajustados.

Para Cox, teorias podem servir para dois objetivos; um para ajudar na solução de
problemas, e outro é de fazer escolhas de diversas perspectivas, sendo Teoria Crítica.

A primeira função é a problem-solving busca por padrões no mundo – no qual está como
dado às instituições e Estados, e tenta explicar a realidade dos Estados. Mas as teorias
problem-solving não conseguem explicar todo o resto das relações, ainda que tentem
entender como o mundo funciona por meio de processo histórico com os comportamentos
padrões. A segunda, para Cox, a teoria crítica abre espaço para que abordagens normativas
possam aumentar o alcance de perspectivas. E a teoria crítica contém elementos que levam ao
utópico, ainda que os processos históricos façam constrangimento a isso.

Mais adiante na obra, Cox retrata sobre o Realismo – principalmente o neorrealismo; o


marxismo; e a abordagem da Teoria Crítica.

O destaque sobre o neorrealismo se dá que, de forma superficial, essa vertente não se trata de
forma normativa, mas quando aprofundada, pode haver características de normatividade.
Sobre o marxismo, Cox retrata que há duas correntes deste pensamento. Uma retrata sobre
razões históricas e que busca promover essas razões e mudanças nas relações sociais. E outra
corrente se trata sobre uma estrutura de análise do capitalismo do Estado e da sociedade. Por
fim, fala sobre as premissas da teoria crítica na abordagem da ordem mundial. As premissas
dizem a respeito sobre as estruturas das ações, da estrutura histórica e teórica em volta da
problemática.

Em sequência fala sobre a estrutura de ação. Essa estrutura apresenta três componentes:
capacidade material, ideias e instituições. A capacidade material é produtiva e destrutiva,
podendo ser acumulada como estoque de equipamento e como recurso tecnológico. As ideias
podem ser divididas em duas: intersubjetiva e noções de natureza. E instituições se traduzem
como formas estáveis que perpetuam a ordem.
Para Cox, forças sociais se encaixam dentro dos três níveis de estrutura, junto com formas de
Estados e ordens mundiais. Mas, forças sociais não podem ser pensadas como fenômenos que
ocorrem dentro dos Estados, mas sim que ultrapassam as fronteiras.

Ao fim da obra, Robert Cox fala sobre forças sociais, estrutura de Estado e prospecção futura
da ordem mundial. Para ele, as forças sociais que são geradas pelas mudanças dos processos
de produção são pontos de possíveis pontos de pensamentos futuros. Assim, são destacados
três possíveis resultados. O primeiro é uma nova hegemonia com base na estrutura global das
forças sociais pela produção internacional. A segunda seria a coalizão de estados não
hegemônicos do centro. E terceira e última seria uma grande coalizão de estados do terceiro
mundo contra os do centro.

Resumo Linklater

Como vertente da teoria social e uma abordagem das RI, a teoria crítica tem quatro ganhos
principais:
1. Primeiro, argumenta que o conhecimento não se constrói a partir da relação
neutra do objeto com a realidade objetiva, mas reflete propósitos sociais pré
existentes e interesses dados.
2. A teoria crítica se opõe às interpretações de que as relações sociais têm
estruturas que são imutáveis. Pois essas visões apoiam as desigualdades que
estão na realidade, perpetuando-as.
3. A teoria crítica aprende com e corrige os erros da teoria marxista. Apoiados
nos trabalhos de Habermas, não vêem o poder das classes como a principal
fonte de exclusão social e que a produção é a chave determinante da sociedade
e da história. Estudos pós marxista vêm eixos de exclusão other than class, e
pela análise da variedade de forças. Particular emphasis is placed upon the
forms of social learning. Recent analysis stresses how human beings learn to
include some within, and exclude others from, their bounded communities and
also how they can develop the capacity to engage all others in open and
potentially universal discourse. The analysis of boundedness opens up new
possibilities for constructing an historical sociology with an emancipatory
purpose.
4. A teoria crítica julga um arranjo social por sua capacidade de estabelecer um
diálogo aberto com os outros e vê novas formas políticas que quebrem com as
exclusões sociais

Construtivismo Wendt

Construtivismo fala sobre construção social e do poder dessa construção social de um mundo
social que não é automático, repetido e não tem regularidade.
Premissa inicial: A realidade é socialmente construída. Isso significa nas R.I que se as
relações de poder também são socialmente construídas, logo elas podem ser
desconstruídas, ou seja, uma coisa que pode vir a acontecer pode mudar
totalmente(não existe um sentido único das coisas, as coisas mudam).

Essa teoria se encaixa no contexto pós-positivista, porque? Porque as teorias


positivistas(neo-realismo, neo-liberalismo, cientificismo…) enxergam o Estado como uma
caixa preta, não olhando para questões sociais)
➔ “O Estado é o Estado, é o Estado”(Waltz)

● Com isso as teorias pós-positivistas vão falar de um outro tipo de visão sobre o
mundo.(Contexto pós Guerra Fria, diversos debates são discutidos).
● A Teoria construtivista percebe que Relações Internacionais, não é só sobre o Estado
mas também, sobre outros atores, assuntos, métodos.
● Para a teoria construtivista o Estado é dotado de identidade particular e como a
realidade socialmente construída, as relações estatais podem mudar.
● Também podem mudar as instituições criadas pelos Estados.
● Nada é constante o tempo inteiro.

● Wendt: Construtivista calcado na filosofia do realismo científico(nada a ver com


Waltz)(mas estudo do eu e do outro e da co-constituição)
● Em termos de teoria mainstream o objeto é o Estado e a estrutura o sistema
internacional que é anárquico.

Agente X Estrutura

Duas maneiras de explicar a ação em R.I:

1. Agente: a origem da ação está no indivíduo. O foco da ação está na unidade


2. Estrutura: A estrutura é a condicionante da ação

Para o construtivismo há uma co-constituição. Não é possível determinar a principal


condicionante de uma ação.Tanto o agente condiciona a estrutura, quanto a estrutura
condiciona o agente. Diferença entre idéias e realidade material: Interação social é a mesma
coisa que prática social. Na medida em que a prática é repetida, é criado um conhecimento
compartilhado que dá origem às instituições.Uma ideia se torna compartilhada por várias
pessoas. A prática atribui à ideia uma determinada ação. Apenas uma parte do conhecimento
compartilhado se torna instituição.

Conceito de identidade: os agentes interagem, porém cada um deles tem uma realidade física
e ideacional. Ou seja, os agentes têm determinadas concepções de si mesmos. A identidade é
a concepção do agente sobre ele mesmo. No entanto, um agente tem várias identidades
(paulista, brasileiro, homem, professor). Age-se de acordo com a identidade que se identifica
no outro, ou seja, a percepção do outro é dada pela nossa própria identidade.

Identidade do Estado: Assim como os indivíduos, os Estado também tem diversas identidades
(capitalista, democáritico, etc). Tal identidade é criada através de práticas.

O interesse nacional é uma ideia, e para o construtivismo é uma mecanismo endógeno que
explica a concepção de interesse nacional.

● O que veio primeiro, o objeto ou a estrutura?


● Não se sabe, e por isso esse é o problema agente-estrutura.
● Wendt vai dizer que algumas teorias primeiro vem o Estado, para outras vem o
sistema de Estados.
● Trabalha com dupla escolha ontológica.
● Ele tenta resolver dizendo que não foi o Estado e nem o sistema de Estados, porque
eles vieram juntos. Não existe um sem o outro.
● Por isso eles são co-constituintes.
● Tres abordagens: Teoria da Estruturação/Estruturacionista(Structurationism X
Struturalism X Individualism):
➔ Crítica o neorrealismo e a teoria do sistema-mundo por escolher uma
ontologia (objeto primitivo) sobre o outro
Diferenciação entre estrutura social e estrutura natural. Nesse caso Wendt vai estar falando da
estrutura social, ele trata a ideia de que vivemos num sistema internacional apoiado em uma
estrutura social, já que as relações entre estados são relações sociais.
➔ Uma vez que somos seres sociais, os Estados são formados por seres sociais, vivemos
num mundo social(mundo de ideias).

Wendt diz que problema agente-estrutura tem sua origem em dois truísmos(verdades
incontestáveis) da vida social:

Seres humanos e suas organizações são atores cujas ações ajudam a reproduzir ou
transformar a sociedade em que vivem ou sociedade é feita de relacionamentos sociais que
estruturam interação entre atores, ou seja, é o homem que cria a sociedade? ou a sociedade
que cria o homem?
➔ Wendt diz que o problema nas relações internacionais é a tentativa de olhar para uma
coisa ou outra, que para ele são coisas mutuamente dependentes.
➔ Problema de agente-estrutura é a necessidade de adotar, para explicar comportamento
social, algum conceito da relação ontológica e explicativa entre atores sociais
(agentes) e estruturas sociais (SI). Esse é o grande problema das RI para Wendt, pois
tem teorias que vão dar ênfase nas estruturas sociais e outras que vão dar nos agentes
para entender a política internacional.
➔ Ele não acredita nessa separação, mas sim na co-constituição dos dois.
Problema agente-estrutura é problema ontológico e epistemológico. Como resolver?

• OU fazendo uma unidade de análise ontologicamente primitiva(objeto que vem primeiro),


começando a análise por uma das duas formas de abordar a política internacional ou por
agente ou por estrutura. (Uma abaixo e outro acima)

• OU dando mesmo status ontológico, trabalhando com as duas juntas.(Colocar as duas no


mesmo patamar).

Wendt diz que dependendo de quais dessas duas formas a teoria vai utilizar, existem 3
possibilidades de resposta para essa ideia de questão ontológica.
➔ Sendo elas individualista, estruturalista e estruturacionista.

Individualistas: Neorrealistas reduzem estrutura do SI às propriedades e interações de seus


elementos constituintes(individualista) - Wendt diz que o Neorealismo olha os
Estados(agentes) como sua ontologia primitiva, os agentes.

Estruturalista: Sistema mundo reduz os agentes (Estados e classes) aos efeitos da


reprodução do sistema capitalista mundial. (estruturalista) - Wendt diz que a teoria do sistema
mundo olha a Estrutura como sua ontologia primitiva.

Estruturacionista: A abordagem estruturacionista (a do autor), tenta evitar as consequências


negativas de ambos, dando status ontológico igual para agente e estrutura. - Ideia de
co-constituição.
➔ Estruturacionismo : (co-constituição)
➔ Exige conceitualizar bem relação agente-estrutura
➔ Exige repensar as propriedades fundamentais dos agentes (Estados) e das Estruturas
do SI.
➔ Ajuda a explicar as principais propriedades de cada um e os efeitos de um no outro.
➔ Enxerga entidades como "co-determinadas" ou "mutuamente constituídas"

Neorrealismo e Sistema Mundo- críticas.

➔ Apesar das diferenças, Neorrealismo e Teoria do Sistema mundo compartilham


abordagem comum ao problema de agente-estrutura.
➔ Ambos tentam tornar ou agentes ou estruturas unidades primitivas.
➔ Para o autor, nem agentes nem estruturas devem ser tratados como unidades dadas ou
primitivas
➔ Mas pesquisa deve começar de algum lugar, e certas coisas devem ser dadas (MAS
problematizadas)
➔ Partir de uma das duas unidades, acaba trazendo reducionismos e impede melhores
relatos teóricos de agente-estrutura como co-constituídos.
➔ Realismo Científico (Construtivismo Estrutural) é a base do pensamento de
Wendt para Teoria Estruturacionista.

WENDT ANARQUIA

Wendt faz uma crítica à Waltz. Ele inclui um 4º elemento na definição de estrutura:
identidade e interesses. Ou seja, a auto-ajuda é uma instituição, é uma ideia compartilhada
entre Estados. Logo, a anarquia não significa nada, o que importa é a prática que os Estados
fazem da anarquia. A auto-ajuda não é a única lógica possível na anarquia; ela é uma das
possibilidades institucionalizadas de relação entre Estados; ela não é dada a priori; outras
práticas poderiam desenvolver outros tipos de interação (por exemplo, não há mais
possibilidade de guerra na Europa ocidental).

Quando nasce a auto-ajuda? Da interpretação que o Estado A faz da ação do Estado B.

1º princípio: A ação depende do significado que se dá ao objeto. Tal significado depende da


identidade do objeto e também da própria identidade. A identidade se dá sempre em relação
ao outro; é na relação entre A e B que se forma a identidade.

As mudanças no sistema vem da estrutura de ideias.

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