Você está na página 1de 7

TRF2

Fls 207
Apelação Cível - Turma Espec. III - Administrativo e Cível
Nº CNJ : 0000569-48.2013.4.02.5110 (2013.51.10.000569-3)
RELATOR : Desembargadora Federal NIZETE LOBATO CARMO
APELANTE : ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PROCURADOR : Procurador do Estado do Rio de Janeiro
APELADO : GUIOMAR ARAUJO DE OLIVEIRA E OUTROS
DEFENSOR PUBLICO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO E OUTROS
ORIGEM : 05ª Vara Federal de São João de Meriti (00005694820134025110)

Documento No: 121667-99-0-207-1-377846 - consulta à autenticidade do documento através do site http://portal.trf2.jus.br/autenticidade


RELATÓRIO
A DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO embarga de declaração[1] apontando
omissão no acórdão de minha relatoria[2] que lhe negou honorários advocatícios, sob pena de
confusão (Súmula 421 do STJ).
Alega que o acórdão embargado não se manifestou sobre as alterações do art. 134 da
[3]
Constituição, decorrentes das emendas constitucionais 74 e 80 “que conferiram autonomia
funcional, administrativa e orçamentária à DPU”.
É o relatório. Em mesa para julgamento.
assinado eletronicamente (lei nº 11.419/2006)
NIZETE ANTÔNIA LOBA TO RODRIGUES CARMO
Desembargadora Federal

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Nizete Antonia Lobato Rodrigues Carmo.
[1]
Fls. 198/199.
[2]
Fls. 191/192.
[3]
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e
instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus,
judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º
desta Constituição Federal. (Artigo alterado pela Emenda Constitucional nº 80/2014, DOU 05/06/2014)
[...] § 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional
nº 74, de 06/08/2013)
4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que
couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 80/2014,
DOU 05/06/2014)

1
TRF2
Fls 208
Apelação Cível - Turma Espec. III - Administrativo e Cível
Nº CNJ : 0000569-48.2013.4.02.5110 (2013.51.10.000569-3)
RELATOR : Desembargadora Federal NIZETE LOBATO CARMO
APELANTE : ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PROCURADOR : Procurador do Estado do Rio de Janeiro
APELADO : GUIOMAR ARAUJO DE OLIVEIRA E OUTROS
DEFENSOR PUBLICO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO E OUTROS
ORIGEM : 05ª Vara Federal de São João de Meriti (00005694820134025110)

Documento No: 121667-100-0-208-5-158573 - consulta à autenticidade do documento através do site http://portal.trf2.jus.br/autenticidade


VOTO
Nenhuma razão favorece a embargante.
A ementa do acórdão atacado é do seguinte teor (fls. 191/192):
DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO E
REMESSA NECESSÁRIA. TRATAMENTO MÉDICO. HOSPITAL FEDERAL
DE BONSUCESSO. FILA DE ESPERA. PRINCÍPIO DA ISONOMIA E
ECONOMICIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
1. A sentença determinou a imediata internação da autora, 44 anos, vítima de AVC-
Isquêmico, em hospital da rede pública de saúde com suporte neurológico,
preferencialmente no Hospital Federal de Bonsucesso ou no Hospital Estadual de
Saracuruna ou, subsidiariamente, o custeio do tratamento na rede privada, fundada
na responsabilidade solidária pela saúde (art. 196 da Constituição) e da gravidade
do quadro clínico da paciente, condenando os réus, solidariamente, a pagar
honorários advocatícios de mil reais.
2. Internada em abril/2013, no Hospital Federal de Bonsucesso, força do

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Nizete Antonia Lobato Rodrigues Carmo.
provimento antecipatório, não se tem notícia sobre o estado atual de saúde da
autora ou do término do tratamento médico, justificando-se, ademais, a análise da
tutela jurisdicional, para não consolidar como definitiva a decisão de primeiro grau.
3. Compete à Justiça Federal decidir pretensão a tratamento médico em hospital
federal, mantendo-se no polo passivo, nada obstante, o Estado do Rio de Janeiro e
o Município de São João de Meriti, para cumprir decisão do STF que, em
25/2/2015, no RE 855178 RG/SE, proclamou a solidariedade passiva dos entes
públicos arrolados na inicial, e “eventuais questões de repasse de verbas atinentes
ao SUS devem ser dirimidas administrativamente, ou em ação judicial própria”.
4. Mantém-se, pontualmente, o tratamento médico fora dos critérios previamente
estabelecidos pelo SUS, em ofensa à isonomia e a separação dos poderes, com
alteração da distribuição dos recursos públicos, o que estimula a esperteza de uns
sobre outros, com o grave risco de elitizar os serviços públicos a favor daqueles
melhor aquinhoados, sem racionalizar, no limite do possível, a distribuição dos
bens e serviços públicos.
5. O direito à saúde, positivado no art. 196 da Constituição, não significa acesso
irrestrito a todo tipo de assistência médico-hospitalar, sem juízo de ponderação e
indiscriminadamente, comprometendo a governança das redes públicas de saúde, e
vulnerando o ideal republicano da igualdade de todos perante a lei.

1
TRF2
Fls 209
6. De rigor, o Poder Judiciário só pode intervir nos critérios do SUS para afastar
ilegalidades, sendo insuficientes a tal desiderato a mera exibição de laudos
médicos, particulares ou oficiais, visto que na saúde pública os tratamentos
sujeitam-se a múltiplos fatores, a saber: indisponibilidade momentânea do
tratamento ou falta de leitos hospitalares; carência de recursos orçamentários;
limitações terapêuticas e de ofertas de remédios; insuficiência de médicos,
enfermeiros e auxiliares; a fase evolutiva de medicamentos até a sua aprovação
definitiva pelos órgãos competentes.

Documento No: 121667-100-0-208-5-158573 - consulta à autenticidade do documento através do site http://portal.trf2.jus.br/autenticidade


7. No quadro geral das tutelas de urgência, mesmo o sensível direito fundamental à
saúde não justifica intervenções casuísticas do Judiciário, pondo em xeque as
políticas públicas e os modelos de gestão administrativa, a favor de alegações
personalíssimas, ainda que verossímeis, e em desfavor da imperiosa sujeição de
todos os enfermos aos critérios uniformes do SUS, única via capaz de assegurar
assistência médica e hospitalar igualitárias, proporcionais aos meios existentes,
acorde ao princípio da reserva do possível.
8. É censurável o acesso à Justiça para obter tratamento imediato e privilegiado, em
detrimento de centenas ou milhares de outros que ordeiramente jazem à espera da
sua vez de atendimento, confiados na higidez e razoabilidade dos parâmetros
administrativos, não podendo, por essa mesma razão, serem usurpados do igual
direito à vida e à saúde, tanto pior se a usurpação é oriunda de avaliações judiciais,
a pretexto do exercício do ofício jurisdicional.
9. No julgamento da lide, urge considerar o estado fático atual da paciente, a teor
do art. 462 do CPC, não sendo razoável interromper tratamento médico, iniciado
em abril/2013, devendo-se assegurar, em definitivo, a sua continuidade até quando
se fizer necessário, inclusive por não haver registro de outro paciente em estado

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Nizete Antonia Lobato Rodrigues Carmo.
mais grave, preterido na ordem de atendimento preestabelecida pela instituição
hospitalar. Precedente da Turma.
10. Não são devidos honorários advocatícios pela União à Defensoria Pública, que
no caso atuou contra pessoa jurídica de direito público que integra a mesma
Fazenda Pública. Súmula 421 do STJ. Precedentes do STJ e TRF's da 2ª e 4ª
Regiões.
11. Pelo princípio da causalidade, o Estado do Rio de Janeiro e o Município de São
João de Meriti devem suportar os ônus da sucumbência, reduzidos os honorários de
R$1.000,00 para R$ 500,00, a ser rateado entre os entes, atendendo a norma do § 4º
do art. 20 do CPC e aos contornos qualitativos das alíneas do § 3º.
12. Apelação e remessa necessária parcialmente providas.

A embargante não convence de omissão no acórdão que lhe foi desfavorável, pois o
detalhado voto condutor, com clareza e objetividade, registrou o seguinte (fls.186/188):
[...] No que se refere aos honorários advocatícios, merece parcial reforma a
sentença.
Quando a parte assistida pela Defensoria Pública é vitoriosa na demanda, deve-
se averiguar se o vencido é o ente público à qual pertence, pois, neste caso, ocorre
a confusão, instituto previsto no art. 381 do Código Civil/2002 que atrai a

2
TRF2
Fls 210
incidência da Súmula 421 do STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à
Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à
qual pertença.
É cediço que após a EC nº 45/2004 as Defensorias Públicas dos Estados
passaram a ter autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta
orçamentária (art. 134, § 2º, da CF), e com a EC n.º 69/2012, concedeu-se essa
mesma autonomia à Defensoria Pública do Distrito Federal.

Documento No: 121667-100-0-208-5-158573 - consulta à autenticidade do documento através do site http://portal.trf2.jus.br/autenticidade


Tocante à Defensoria Pública da União, sua autonomia não foi consagrada
princípio da igualdade, reconhecer a mesma autonomia das defensorias públicas
distrital e estaduais.
O STJ, sob o regime dos Recursos Repetitivos (art. 543-C do CPC), no REsp
1108013/RJ, entendeu descabidos honorários advocatícios à Defensoria Pública
quando atua contra pessoa jurídica de direito público que integra a mesma Fazenda
Pública. Tome-se por paradigma o acórdão do Exmo Min. Og Fernandes:
[...] Assim, descabe condenar a União em honorários, mas, força do princípio da
causalidade, os demais réus, Estado do Rio de Janeiro e Município de São João de
Meriti devem suportar o pagamento da verba, que reduzo para R$ 500,00 (R$
250,00 para cada um), atendendo a norma do § 4º do art. 20 do CPC e aos
contornos qualitativos das alíneas do § 3º.
Ante o exposto, dou parcial provimento à apelação e à remessa necessária para
afastar a condenação da União em honorários advocatícios e reduzir
o quantum para R$ 500,00, a ser rateado entre o Estado do Rio de Janeiro e o
Município de São João de Meriti.

Na verdade, pretende a embargante modificar o julgamento, prequestionando a

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Nizete Antonia Lobato Rodrigues Carmo.
matéria, mas mesmo declaratórios desse jaez exigem os requisitos do art. 535 do CPC, inexistentes
na hipótese.
Confira-se o seguinte julgado:

[...] 1. O acórdão que, ao julgar recurso ordinário em mandado de segurança,


reconhece o implemento do prazo decadencial, não incorre em omissão por deixar
de examinar alegação referente ao mérito da demanda.
2. Embora admitidos os embargos de declaração com a finalidade de
prequestionamento, o debate pretendido deve necessariamente advir da prévia
configuração da omissão, contradição ou obscuridade.
[4]
3. Embargos de declaração rejeitados.

A justiça ou injustiça das decisões judiciais prescindem de embargos de declaração


com os mais variados pretextos, e legitimam a imediata interposição dos recursos cabíveis às
instâncias superiores, pois foram concebidos para aprimorar a prestação jurisdicional e não podem
contribuir, ao revés, para alongar o tempo do processo, onerando o já sobrecarregado ofício
judicante.
O juiz não está vinculado à classificação normativa das partes e todos os argumentos

3
TRF2
Fls 211

foram apreciados com clareza. A orientação jurisprudencial que se impõe é a seguinte:

[...] 1. A omissão, contradição ou obscuridade, quando inocorrentes, tornam


inviável a revisão em sede de embargos de declaração, em face dos estreitos limites
do art. 535 do CPC. 2. O magistrado não está obrigado a rebater, um a um,
os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham
sido suficientes para embasar a decisão. 3. A revisão do julgado, com manifesto

Documento No: 121667-100-0-208-5-158573 - consulta à autenticidade do documento através do site http://portal.trf2.jus.br/autenticidade


caráter infringente, revela-se inadmissível, em sede de embargos. (Precedentes: AI
n. 799.509-AgR-ED, Relator o Ministro Marco Aurélio, 1ª Turma, DJe de
8/9/2011; e RE n. 591.260-AgR-ED, Relator o Ministro Celso de Mello, 2ª Turma,
DJe de 9/9/2011). [...] (STF, Rcl 16533 AgR-Ed, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma,
public. 17/12/2014).

Mesmo o mero inconformismo da parte vencida, total ou parcialmente, sob qualquer


título, deve ser manifestado em recurso próprio e na instância adequada para novamente considerar
a pretensão.
Assim orientam o STF e o STJ:
[…] Não se prestam os embargos de declaração, não obstante sua vocação
democrática e a finalidade precípua de aperfeiçoamento da prestação jurisdicional,
para o reexame das questões de fato e de direito já apreciadas no acórdão
embargado. Ausente omissão justificadora da oposição de embargos declaratórios,
nos termos do art. 535 do CPC, a evidenciar o caráter meramente infringente da
insurgência. Embargos de declaração rejeitados (STF, ARE 825798 AgR-ED, Rel.
Min. Rosa Weber, 1ª Turma, public. 7/5/2015).

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Nizete Antonia Lobato Rodrigues Carmo.
[...] Os embargos de declaração têm como objetivo sanar eventual existência de
obscuridade, contradição ou omissão (CPC, art. 535), sendo inadmissível a sua
interposição para rediscutir questões tratadas e devidamente motivadas e
fundamentadas na decisão embargada, já que não são cabíveis para provocar novo
julgamento da lide. [...] (STJ, AgRg no AREsp 557399, Rel. Min. Raul Araújo, 4ª
Turma, DJe 3/8/2015)

[...] 1. De acordo com o artigo 535 do Código de Processo Civil, os embargos declaratórios são cabíveis
quando houver omissão, contradição ou obscuridade na decisão prolatada, sendo certo que a contradição
que enseja os aclaratórios é aquela verificada entre a fundamentação do julgado e sua conclusão. 2. No
caso, as supostas contradições apontadas por um dos embargante refletem, na verdade, seu inconformismo
quanto ao conteúdo do decisum. [...] 4. Embargos de declaração rejeitados (STJ, EDcl no CC 133426, Rel.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, Corte Especial, DJe 11/12/2014).

Por tudo isso, nego provimento aos embargos declaratórios.


Este é o meu voto.
assinado eletronicamente (lei nº 11.419/2006)

4
TRF2
Fls 212
NIZETE ANTÔNIA LOBA TO RODRIGUES CARMO
Desembargadora Federal

Documento No: 121667-100-0-208-5-158573 - consulta à autenticidade do documento através do site http://portal.trf2.jus.br/autenticidade


[4]
EDcl no AgRg no RMS 43265 / SC, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julg. 26/11/2013, DJe 04/12/2013.No
mesmo sentido:
Embargos declaratórios que, a pretexto de apontar omissão no acórdão, meramente visam à revisão do julgado. O julgador não está obrigado a
analisar explicitamente cada um dos argumentos, teses e teorias aduzidas pelas partes, bastando que resolva fundamentadamente a lide.
Mesmo os embargos de declaração manifestados com explícito intuito de prequestionamento exigem a presença dos requisitos previstos no
artigo 535 do CPC. Os embargos não se prestam a provocar o Colegiado a repetir em outras palavras o que está expressamente assentado, ou
modificar o aresto nas suas premissas explicitamente destacadas. Tampouco são a via adequada para a concessão de antecipação de tutela. Se a
parte não se conforma, deve interpor o recurso cabível, porque, nos estritos limites dos embargos de declaração, não há vício a ser sanado.
Embargos de declaração de ambas as partes desprovidos. (TRF-2ª Região, AC 201051010133620, Des. Guilherme Couto, E-DJF2R
28/5/2012)

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Nizete Antonia Lobato Rodrigues Carmo.

5
TRF2
Fls 213
Apelação Cível - Turma Espec. III - Administrativo e Cível
Nº CNJ : 0000569-48.2013.4.02.5110 (2013.51.10.000569-3)
RELATOR : Desembargadora Federal NIZETE LOBATO CARMO
APELANTE : ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PROCURADOR : Procurador do Estado do Rio de Janeiro
APELADO : GUIOMAR ARAUJO DE OLIVEIRA E OUTROS
DEFENSOR PUBLICO : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO E OUTROS
ORIGEM : 05ª Vara Federal de São João de Meriti (00005694820134025110)

Documento No: 121667-101-0-213-1-118070 - consulta à autenticidade do documento através do site http://portal.trf2.jus.br/autenticidade


EMENTA

PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRATAMENTO MÉDICO.


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DPU. CONFUSÃO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO,
CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE.
1. Os embargos declaratórios só se justificam quando relacionados a aspectos que objetivamente
comprometam a inteligibilidade e o alcance do pronunciamento judicial, estando o órgão julgador
desvinculado da classificação normativa das partes. É desnecessária a análise explícita de cada um
dos argumentos, teses e teorias das partes, bastando a resolução fundamentada da lide.
2. O mero inconformismo, sob qualquer título ou pretexto, deve ser manifestado em recurso
próprio e na instância adequada para considerar novamente a pretensão. Embargos declaratórios
manifestados com explícito intuito de prequestionamento não dispensam os requisitos do artigo
535 do CPC. Precedentes jurisprudenciais.
3. O acórdão embargado consignou que “os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria
Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença”, Súmula
421, STJ.

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a Nizete Antonia Lobato Rodrigues Carmo.
4. O recurso declaratório, concebido ao aprimoramento da prestação jurisdicional, não pode
contribuir, ao revés, para alongar o tempo do processo, onerando o já sobrecarregado ofício
judicante.
5. Embargos de declaração desprovidos.

ACÓRDÃO
Decide a Sexta Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da Segunda Região,
por unanimidade, negar provimento aos embargos de declaração, nos termos do voto da
Relatora.
Rio de Janeiro, 14 de setembro de 2015.

assinado eletronicamente (lei nº 11.419/2006)


NIZETE ANTÔNIA LOBA TO RODRIGUES CARMO
Desembargadora Federal

Você também pode gostar