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Sociologia Do Trabalho
Sociologia Do Trabalho
É uma das sociologias mais amplas e possui algumas definições tais como:
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Começa por fazer investigações sobre as relações de trabalho e os níveis de
produção dos trabalhadores, isto é, de que modo as condições físicas dos
trabalhadores influenciavam o comportamento dos trabalhadores.
As relações humanas e relações sociais compõem uma dimensão informal, e a
partir daí, começa-se a perceber numa dimensão mais distante, que se não
houver uma sintonia entre a organização formal e a informal pode haver
problemas.
Georges Friedmann e Elton Mayo
Estes dois autores permitiram que os sociólogos tivessem uma base, dizendo que
não bastava as questões físicas e estruturais, mas deve-se ter em conta uma
multiplicidade de aspetos quando vamos estudar o trabalho.
Pensemos sobre o modo como se usa mas palavras trabalho e emprego no dia-a-
dia…. Será que foi sempre assim?
Trabalho Emprego
É um termo mais abrangente onde nós estamos a Tudo o que é emprego é
estudar muito mais que o emprego, isto é, esta para trabalho mas nem todo o
além da noção de emprego apesar de incluir trabalho é emprego.
também essa noção. – Ocupação de um posto de
– Diz respeito a atividades com utilidade social que trabalho
podem ou não ser remuneradas. – É remunerado
– Inclui atividades de produção e distribuição de – Implica um estatuto, exemplo,
bens e serviços, passíveis de transação na esfera trabalho por conta de outrem,
económica. trabalho por conta própria.
– Atividades que não sendo passíveis de transação – Não ocorre exclusivamente na
na esfera económica têm utilidade social. Explo: esfera mercantil, há também
trabalho doméstico não remunerado, trabalho uma prestação de serviço
voluntário. público.
É importante esta distinção quando falamos de beneficiários de licença em que
podemos ver que também estão envolvidas questões de género no sentido em
que nos mostra como a sociedade reproduz no sentido em que as mulheres são
aquelas que trabalham e os homens é que estão nos “empregos”.
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Alguns temas atuais de investigação da Sociologia do Trabalho
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– Conciliação trabalho – é necessário incluir a vida privada de modo a concilia-la
com o trabalho.
Marx (1818-1883)
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implica diferentes formas que são negativas para os homens e para os
proletários). Podemos ver isso nas diferentes formas de alienação:
1) Ausência de controlo do trabalhador sobre o produto (aquilo que o
trabalhador produz é apropriado pelo capitalista que depois o vai
vender)
2) Alienação dos trabalhadores em relação às tarefas (deixa de ser criativo e
passa a ter uma alienação em relação à tarefa que faz)
3) As relações sociais são reduzidas a trocas de mercadorias (ele vende a
sua força de trabalho contribuindo para a existência de um
desenvolvimento de dinâmicas de interesses de uns contra os outros)
4) Repetição mecânica dos trabalhadores (aproximar o homem a uma
condição de animalidade)
Exploração – acontece quando há uma relação desigual entre trabalho e
salario. Isto era explicado por Marx através da reflexão sobre os preços das
mercadorias e o preço do mercado e a mais-valia absoluta e relativo. O preço
é definido pelo Marx através do tempo socialmente necessário para
produção de uma mercadoria, esse tempo vai depender das condições
tecnológicas tendo em conta o nível de intensidade e produtividade que
caracterizavam o sector de actividade onde a mercadoria é produzida.
Reflexão do preço desencadeia o preço da mercadoria – o preço de um dia
de trabalho é o equivalente a produção de mercadoria cujo valor assegura a
sobrevivência do trabalhador durante esse dia, ou seja, o preço do
trabalhador corresponde ao valor diário da mercadoria que seria necessário
para a sobrevivência do trabalhador durante um dia.
Trabalho excedente – produz valor que não beneficia o trabalhador.
Mais-valia relativa – produz-se levando o trabalhador a produzir a
mercadoria num tempo de produção mais curto, isto é, pela intensificação
do ritmo de trabalho, e nós só conseguimos isso através de uma organização
do trabalho e da tecnologia.
Mais-valia absoluta – mais horas de trabalho
Decorrências:
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→ Processo universal de desqualificação – o controlo que o trabalhador tinha no
passado sobre o seu trabalho estava a desaparecer e isso gerava uma massa de
trabalhadores em condições semelhantes (excesso universal de desqualificação).
→ Hierarquização salarial – uma forma de dividir os trabalhadores no sentido
contrariar dinâmicas de aproximação.
→ Tecnologia, controlo do processo de trabalho e eficiência técnica – vão
permitir que a exploração do trabalhador se desenvolva e vão extraindo
produtividade ao trabalhador.
→ Exército de reserva – conjunto máximo de indivíduos que estão disponíveis
para trabalhar, isto é, uma massa disponível para trabalhar disposta a receber
salários baixos, bem como, vítimas de uma pressão e obrigação de aceitar as
condições de degradação do trabalho em que encontram para manter os seus
empregos.
Durkheim (1858-1917)
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A racionalização do trabalho – abordagens pré-sociológicas
Elementos centrais:
→ Existe um papel preponderante dos técnicos porque são eles que vão
assegurar a aplicação dos princípios da administração científica.
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→ “Psicologia grosseira” do trabalhador industrial onde afirmam que o
trabalhador fica motivado com ganhos financeiros associados ao nível máximo
de máxima eficiência sobre as áreas a que estão a trabalhar.
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- P3 - No método de pagamento (antes o nível salarial por peça era estabelecido
pelo nível de produtividade de 100 trabalhadores, e no caso deles, era pelo nível
dos 6, isto é, como eles eram menos iriam ter um aumento de pagamento);
- P12 – Retorno às condições iniciais – sem pausas para descanso, almoço, dia ou
semana encurtados
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As alterações que foram sendo introduzidas nas condições de trabalho eram
previamente discutidas com as trabalhadoras.
Verificou-se que com esta experiencia que não houve uma quebra mas sim um
pico de produção.
Alguns elementos que Mayo (1933) destaca nas observações reportadas:
Tendência para um aumento contínuo do output, que era independente das
mudanças nas pausas para descanso, isto é, os níveis de produtividade não
tinham sido negativamente apontados mesmo com o regresso às condições
de trabalho iniciais.
Aumento do sentimento de contentamento entre as mulheres, isto é,
verificou-se uma sensação de contentamento nas juntas trabalhadoras, elas
diziam que se sentiam mais livres e que se sentiam melhor naquele ambiente
amistoso. Verificou-se também uma diminuição de falta de presença das
trabalhadoras em relação ao contexto em que se encontravam
anteriormente.
Diminuição das ausências em cerca de 80% desde entrada no grupo
As condições de trabalho alteradas criaram nas mulheres o desejo de irem
trabalhar de manhã, isto é, criou-se uma vontade de ir trabalhar.
Fatores com importância para o desenvolvimento de uma melhor atitude
mental e maior contentamento com o trabalho: sentimento de maior
liberdade e de uma supervisão menos rígida.
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A sala experimental estava a cargo de um observador responsável que era
interessado e atencioso para com as mulheres. (o observador estimulava
para que elas tivessem desempenhos melhores sendo que ele também
parabenizava-as quando alcançavam bons objetivos. Mesmo retornando às
condições iniciais a produtividade não baixou porque o sentimento de
pertença coletiva já estava lá).
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Importância da participação dos trabalhadores nas decisões que afetam o
seu trabalho (para compreender o individuo temos que saber qual a sua
relação com o grupo, na medida em que o grupo desenvolve coesão entre si)
→ Algumas críticas:
Atua como paliativo para a desigualdade e conflitualidade associadas à
aplicação do taylorismo no sentido em que os administradores usando os
conhecimentos adquiridos na escola podem usa-los para atenuar o
sofrimento dos trabalhadores, isto é, tenta-se criar condições para que o
individuo se sinta integrado em vez de irem resolver a verdadeira questão
em si.
Facilita o exercício de uma ordem autoritária na organização, isto é, dá uma
falsa participação que depois não tem grandes efeitos práticos. Manipula um
sentimento de participação em função de uma ordem autoritária na
organização, o que gera um sentimento de frustração.
A hierarquia da empresa é vista como uma elite que conduz a integração dos
trabalhadores na empresa e a redução dos conflitos através de métodos
persuasivos, ou seja, há uma manipulação dos trabalhadores através de
métodos persuasivos.
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F. Herzberg (1923-2000) – em 1966, Work and the nature of men. New York:
Staples Press.
Para compreender o modo como os trabalhadores se sentem no seu posto de
trabalho que são influenciados por dois tipos de fatores:
1) Fatores higiénicos que influenciam a insatisfação
Quando os trabalhadores não estão em sintonia com os fatores higiénicos
(desejam mais daquilo que lhes é oferecido) o que se verifica são
sentimentos de insatisfação entre os trabalhadores e quando eles estão em
sintonia diz-se que há uma ausência de insatisfação.
– Condições de trabalho
– Segurança
– Recompensas materiais
2) Fatores motivacionais que influenciam a satisfação
O que vai gerar satisfação é a pessoa sentir que aquilo que faz lhe permite
desenvolver no interior do seu trabalho.
– Conteúdo do trabalho Tarefas que as pessoas fazem (se forem
rotinizadas não lhes causará satisfação)
– Criatividade, autonomia, responsabilidade (no desenvolvimento de
condições que permitam o desenvolvimento do conteúdo de trabalho de modo a
permitir o desenvolvimento de aptidões, como a criatividade, a autonomia e
responsabilidade isto para que futuramente possam desenvolver-se no interior
da organização e subir na carreira)
– Possibilidades de desenvolvimento
necessidade de estimulo
necessidade de pertença, amor ( de carater social)
segurança
necessidades fisiologicas e biologicas (ex:sexo)
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– É necessária alguma forma de coerção para assegurar a obediência (tem que
haver uma coerção e um controlo sobre elas para que possam produzir porque
elas são avessas ao trabalho)
– A maioria das pessoas prefere ser controlada a ter autonomia
– Corresponde ao modo como as empresas estavam tradicionalmente
organizadas (é uma maneira tradicional e penalizadora para os trabalhadores
porque não lhes permite desenvolver autonomia).
– Não dá resposta às necessidades mais elevadas dos trabalhadores, que é de
alcançar a autorrealização.
A empresa está preocupada em controlar as pessoas e não com as suas
necessidades de autorrealização.
Princípios da teoria Y
– Não existe uma aversão geral ao trabalho
– A coerção não é o único elemento que motiva o comportamento
– É possível gerar metas organizacionais que satisfaçam a motivação mais
elevada (uma maneira diferente de gerir onde já tem em conta as necessidades
de autorrealização porque se parte do pressuposto de que as pessoas tem uma
aversão ao trabalho e nem que estas tem que ser coagidas para que possam
trabalhar)
– O comportamento responsável resulta da confiança e o evitar da
responsabilidade é uma reação a experiências de negação de responsabilidade
(Existem metas profissionais que permitem que as pessoas possam alcançar as
suas necessidades mais elevadas e que lhes permite desenvolver a sua
criatividade e o seu sentido de responsabilidade mas para tal tem que existir
relações de confiança)
– A criatividade está amplamente distribuída pela população ainda que poucos
empregos a usem
– Crítica a estas propostas: orientação tecnocrática – tem que ver com o facto
deste tipo de abordagens darem a ideia de que estes tipos de gestão são
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melhores, que são melhor forma, em que estes não se limitam a analisar mas
também propõe soluções.
Esta ideia de interação entre esses dois subsistemas diz-nos que a tecnologia só
por si não cria nada.
– Sistema tradicional de extração do carvão – “sistema de autonomia
responsável”:
→ Envolvia um pequeno grupo de trabalhadores que desenvolviam uma relação
de semi-autonomia com a gestão
→ A divisão do trabalho entre os mineiros era reduzida (os mineiros eram
caraterizados por uma tecnologia mais rudimentar)
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→ Cada trabalhador tinha qualificação para fazer várias tarefas (os mineiros
autogerenciavam-se em pequenos grupos qualificados)
→ Os salários eram definidos em função da produtividade do grupo
→ As equipas operavam de uma forma relativamente independente de uma
supervisão direta
Principais conclusões
→ Constatação de que a mesma tecnologia podia ser usada em diferentes
sistemas sociais, isto é, a mesma tecnologia pode estar associada a diferentes
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formas de gerenciar as pessoas e à diferente forma do funcionamento do
subsistema social, o que dá hipótese da participação dos trabalhadores.
→ Os melhores resultados são observados quando existe um processo de
ajustamento e experimentação participado pelos trabalhadores.
“O homem não pode ser considerado apenas como uma mão (trabalhador só
como executante) *…+, nem mesmo sequer como apenas uma mão e um coração
(indivíduos carentes de integração social) *…+. *…+ ele é também e, sobretudo,
uma cabeça (atores capazes de desenvolver a sua estratégia), isto é uma
liberdade, ou mais concretamente, um agente autónomo que é capaz de cálculo
e de manipulação e que se adapta e inventa em função das circunstâncias e dos
movimentos dos seus parceiros.” (Crozier e Friedberg, 1977: 38).
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podemos ponderar um emprego mas o outro seria melhor mas não temos acesso
às informações).
A análise estratégica
O individuo tem a oportunidade para definir uma estratégia própria e há que ter
em conta os constrangimentos e oportunidades tendo este uma margem de
liberdade (esta não é absoluta) contingente às circunstâncias.
Foco: As relações de trabalho são entendidas como o desenvolvimento de jogos
estratégicos de poder
→ Estratégia: “o fundamento inferido ex post das regularidades de
comportamento observadas empiricamente” (Crozier e Friedberg, 1977: 48)
O fundamento que nós vamos inferir através da observação que vamos fazer do
comportamento e das regularidades do mesmo é que nos vai permitir perceber
porque é que se comporta de tal forma, isto é, chegamos à estratégia do
individuo tentando perceber o que esta na base do seu comportamento e as
regularidades do comportamento do mesmo no interior da organização,
perceber o contexto, os constrangimentos e as oportunidades a que os mesmos
são colocados.
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Poder: “a um nível mais geral - o poder implica sempre a possibilidade de certos
indivíduos ou grupos agirem sobre outros indivíduos ou grupos” (Crozier e
Friedberg, 1977: 56).
O poder é feito de relações sociais e este não é um atributo (não é algo que eu
tenha em mim) mas sim uma relação (tem que ver com a minha relação com os
outros),ou seja, é capacidade que os indivíduos têm de agir sobre outros
indivíduos ou grupos. É uma relação que está em constante mudança é que pode
sofrer alterações ao longo do tempo.
– Uma relação de força em que apesar de uma das partes prevalecer sobre a
outra, a outra não esta destituída de tomar decisões.
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– Os recursos de que cada ator dispõe, como também, a pertinência desses
recursos para organização, exemplo, recursos económicos, sociais, culturais,
entre outros, ou seja, tenho de ver quais é que importam para a organização
– Os critérios que definem a pertinência destes recursos e o seu carácter mais ou
menos mobilizável no sentido em que um recurso é importante para o contexto
da organização e para a interação com outras pessoas.
Temos aqui diferentes Fontes de poder: tem que ver com áreas de incerteza que
são importantes para a organização e que são fáceis de manipular.
– Poder decorrente do uso das regras organizacionais que tem que ver com o
facto da utilização das regras pelas próprias pessoas que estão a comandar, isto
é, pessoas que tem a seu cargo a elaboração de regras para levar os outros
(subordinados) a fazer algo (utilizam uma lógica informal).
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A análise culturalista
Fala-nos em diferentes modos de identidade coletiva, permite-nos defender a
tese de que no interior das organizações existem processos de aprendizagem
cultural diferentes.
“A observação prolongada das relações humanas na empresa mostra *…+ que as
situações quotidianas de troca, de poder e de encontros, exigidas pela própria
organização do trabalho, podem produzir *…+ efeitos de aprendizagem cultural”
Sainsaulieu, 1997, Sociologie de l’entreprise, p. 200
O Contributo de Renaud Sainsaulieu:
Sainsaulieu, R. (1977), L’identité au travail, Paris, Seuil.
Sainsaulieu, R. (1997), Sociologie de l’entreprise. Paris, Presses de Sciences PO et
Dalloz.
No anos 70, identifica quatro modos de identidade coletiva no trabalho, isto é,
quatro formas de estar com os colegas e com as chefias.
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− O líder é eleito pela sua capacidade de expressão e de promoção da vida
democrática do grupo sendo que este, normalmente, revela uma boa capacidade
de argumentação
− Valoriza a solidariedade mas também a diferença, isto é, aqui tolera-se a
diferença e valoriza-se a solidariedade
− O ofício está no topo da escala de valores onde o grupo possui mais autonomia
e independência.
3. Afinidades – está associado sobretudo a situações de mobilidade
socioprofissional prolongada em que os indivíduos que estão a desenvolver
uma mobilidade profissional ascendente.
− Relações interpessoais são pouco numerosas mas intensas no plano afetivo e
cognitivo, isto é, o indivíduos relacionam-se com as pessoas que potenciam o seu
projeto pessoal ascendente.
− Os grupos são vistos como um perigo e o líder é rejeitado porque existe uma
seletividade logo o grupo e o líder poderiam ser comprometedores.
− A relação com a chefia tem uma importância considerável porque a chefia vai
ser fundamental para a evolução na organização.
− O trabalho é sobretudo um contexto de evolução profissional.
4. Retraimento – está associado sobretudo a situações de fraca integração na
organização em que há uma posição de recuo dos indivíduos face à
organização. São indivíduos que tem a organização como um meio para
alcançar algo, para ele a organização não é o centro das suas vidas mas sim,
uma necessidade económica ou meio para alcançar um projeto exterior.
− Os indivíduos apresentam poucos amigos entre colegas, e relações superficiais
no trabalho, isto é, desenvolvem poucas relações com os demais indivíduos da
organização sendo que não há empenho na vida social dentro da organização
− Recusa do grupo e do seu líder
− A relação com o chefe central é importante porque é através dessa pessoa que
se relacionam com a organização e tomam conhecimento das necessidades da
organização.
Trabalho e Sociedade Industrial (livro João Freire, ponto 3)
Implica saber o que é a sociedade industrial. Para percebermos como chegamos até aqui temos
que perceber o que aconteceu antes.
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Sociedade industrial – uma forma de organização da sociedade, isto é, um modo de organizar a
sociedade que assume contornos específicos sendo deste forma uma sociedade específica.
Sociedade industrial – alguns elementos característicos segundo os teóricos da sociedade industrial
(Freire, 2002):
Vertente quantitativa: algo que tem a ver com movimentos importantes que determinados
sectores adquirem nesta sociedade.
− Grandes aumentos de produção e de produtividade – por via das inovações tecnológicas que
foram sendo desenvolvidas conseguiu-se a aumentar a produção (níveis de produtividade mais
elevados), e consequentemente, vem diminuir o tempo para a confeção dos produtos
(comparando com as sociedades agrarias).
− Importância da produção industrial para as economias nacionais
− Relação entre industrialização e urbanização em que a industrialização vai promover a
urbanização (a concentração das pessoas em espaços específicos próximos dos seus postos de
trabalho), e vice e versa, (no sentido de que passa a existir mão-de-obra disponível nas cidades
para as empresas)
− Relação entre crescimento económico, produção e consumo – existem condições que favorecem
o crescimento económico que estão associadas ao aumento da produtividade e ao aumento do
poder de compra.
Vertente qualitativa:
− Grandes progressos tecnológicos que vão permitir produzir mais
− Predomínio da produção industrial em larga escala
− Acumulação e concentração de capitais vultuosos, isto é, existe uma concentração do capital nas
organizações para que estas produzam em grande escala o que cria produtos com preços mais
acessíveis para as pessoas.
− Intensificação (por via tecnológica) e diversificação das atividades económicas
− Predomínio das organizações de grande dimensão
− Relação entre a divisão do trabalho assente na qualificação técnica e a hierarquia social, isto é,
haverá uma divisão do trabalho tendo em conta a posição que o individuo ocupa no modelo das
organizações e na hierarquia social.
− Família surge fundamentalmente como unidade de consumo no sentido em que é a família que
vai comprar os produtos, e estes ficaram com valores mais baixos, porque elas é que tem o poder
de compra.
− Generalização do habitat urbano em que existiram culturas próprias de vivência na cidade que
serão resultado de um maior número de pessoas a viver num espaço limitado.
− Papel mais interventor do Estado na economia em que este assume um papel ativo no sentido de
criar infraestruturas económicas e sociais para que a economia possa se exercer e os níveis de vida
se elevar.
− Sociedade diversificada e complexa, isto é, há diferenciação das sociedades tradicionais das
sociedades modernas em que há uma maior complexidade e divisão do trabalho.
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O desenvolvimento do pós-guerra (2ª Guerra Mundial) - A era da prosperidade
→ Período de grande crescimento económico e desenvolvimento das condições de
vida da população
− Dá-se a Reconstrução europeia com ajuda do Plano Marshall, isto é, através de
um plano económico disponibilizado pelos EUA de forma a ajudar a Europa na
construção da mesma após a 2ª Guerra Mundial sendo que estes injetaram dinheiro
nas economias, forneceram apoio a crédito de maquinaria de massa, permitiram
níveis de produtividade maiores e introduziram um novo método de trabalho
(transmissão do método americano de trabalho racionalizado sendo que este tem
que ver com o taylorismo)
− Dá-se também uma difusão do modelo fordista que passa pelo método de fazer
as coisas.
→ Período de prosperidade do pós-guerra na Europa Ocidental:
– Pleno emprego – onde as taxas de desemprego eram muito baixas
– Aumento das preocupações sociais do Estado – construção de escolas, hospitais
sendo que houve um cessamento do Estado-Providência em que o lucro era
direcionado para o bem-estar do povo.
– Imigrações
– Consumo em massa – permite que os bens de luxo passem a estar acessíveis para
consumo da massa.
Temos uma prosperidade quer económica, quer social, ao nível das politicas de
proteção social, o que no seu conjunto faz aumentar a autoestima dos
trabalhadores.
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O modelo do emprego típico
→ Regulação contratual – Vínculo de subordinação jurídica que garante um emprego
estável/permanente.
→ Regulação do tempo de trabalho – Rigidez, regularidade e sincronização,
prevalência do horário a tempo inteiro e a regulação e sincronização dos dias de
descanso.
→ Regulação coletiva das relações laborais e consagração de direitos coletivos –
negociação dos representantes dos trabalhadores e dos empregadores
→ Concentração dos espaços produtivos para haver uma economia de escala
→ Estabilidade e linearidade dos percursos de vida
Educação – emprego – reforma (as pessoas neste modelo tem uma grande
previsibilidade) Hoje em dia esta realidade esta sujeita à transformação, há pessoas
que estudam e trabalham ou param, trabalham e depois voltam a estudar.
→ Modelo tradicional de relações de género – após a segunda guerra mundial é
quando se atingem políticas sociais.
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Transformações socioeconómicas na passagem da sociedade industrial para a
sociedade pós-industrial e implicações no trabalho e no emprego
Mudanças económicas e tecnológicas de fundo
→ Alterações no carácter da concorrência – dá-se uma saturação das
necessidades dos consumidores e uma estagnação dos mercados o que fará com
que o consumidor compre o produto não tão baseado no preço mas mais na
qualidade, no cumprimento do prazo de entrega e na inovação da oferta de
produtos diferentes de forma a acompanhar a exigência do consumidor.
→ Terciarização – há um aumento do uso dos sectores terciários em que há um
desenvolvimento do serviço para o consumidor final.
→ Difusão das Tecnologias de Informação e de Comunicação (TIC)
Posições principais:
1. Posições deterministas prevê um único sentido de desenvolvimento nas
sociedades de informação.
1.1. Posições deterministas otimistas em relação ao desenvolvimento
Foco:
→ As TIC são as grandes forças que modelam as relações sociais, económicas e
políticas através de um determinismo tecnológico.
→ As análises perspetivam cenários otimistas em relação às transformações
socioeconómicas
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Contributos:
Bell, Daniel (1973), The coming of post-industrial society.
A proposta de D. Bell destaca:
→ A passagem de uma economia assente na produção de bens para uma
economia assente na produção de serviços.
→ A importância do conhecimento teórico enquanto princípio estruturante da
economia e da sociedade
→ A proeminência de grupos profissionais que assumem um papel-chave nesta
sociedade
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Ideias-chave das posições deterministas otimistas
→ As TIC levam a uma marcha inevitável em direção à sociedade cognitiva
→ A inovação tecnológica acarreta uma elevação geral dos níveis de qualificação.
→ As TIC levam à era pós-taylorista
→ As TIC libertam as pessoas das tarefas repetitivas onde existem empregos
mais qualificados e mais flexíveis.
→ Atenuam-se os fatores que conduzem à alienação dos indivíduos
→ As TIC promovem o trabalho individual independente, as atividades terciárias
e novas formas de organização do trabalho. Exemplo: uma empresa de
publicidade trabalham em equipa consoante o anuncio quando acaba, fazem-se
novos grupos, há assim uma flexibilidade.
→ O processo de complexificação dos papéis profissionais implica a explosão do
conhecimento.
2. Posições não deterministas – diz-nos que não se esta a prever que existe
apenas um sentido único no desenvolvimento das sociedades de informação
e destaca a complexidade ao nível do emprego e do mundo.
Foco:
→ Existe uma interação entre as TIC e a sociedade pois a tecnologia é
desenvolvida por interesses sociais.
→ Possibilidade de desenvolvimentos diversificados no interior de uma mesma
sociedade e entre diferentes sociedades
→ Enfatiza-se a heterogeneidade e a complexidade das tendências emergentes
em que os desenvolvimentos tecnológicos podem ter efeitos positivos ou
negativos ao nível do emprego e que para os compreendemos temos que os
inserir no seu contexto cultural e social
→ Pluralidade de posições
1. Posição fraca por comparação com os mais tipos de trabalho
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Serviços interpessoais possuem uma posição muito fraca nesta economia
global.
− Compreende indivíduos que prestam serviços de procura final, isto é, serviços
prestados ao consumidor final. Exemplos: empregados de comércio,
cabeleireiros/as, taxistas, mecânicos/as, trabalhadores/as da indústria hoteleira,
bares, restaurantes, hospedeiras, trabalhadores/as de reparações ao domicílio;
seguranças, educadores de infância, pessoal dos serviços domésticos,
vendedores de imobiliário residencial.
− Abrangem qualificações heterogéneas.
− Competências/requisitos exigidos: secundário geral e formação profissional
específica. Adicionalmente ser-se fiável, leal, bem como ter-se simpatia,
confiança e uma aparência agradável.
− Cálculo ou base da remuneração: horas de trabalho ou quantidade do trabalho
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− Especialistas em conhecimento, isto é, serviços que descodificam informação e
que propõe soluções para os problemas, gente que possui inovação. Exemplos:
engenheiros/as de projeto e de software, juristas, investigadores/as
científicos/as, professores/as, técnicos/as de comunicação, relações públicas,
diretores/as de marketing, consultores/as, gestores/as de informação.
− Devido às suas competências intelectuais, qualificações e criatividade, criam
valor acrescentado nas organizações e, consequentemente, possuem níveis
elevados de autonomia e poder, isto é, pessoas com altos níveis de qualificação
que servem para dar respostas a diversos problemas de diferentes naturezas.
Numa economia globalizada são aqueles que acrescentam valor á organização,
por via dessa qualificação dá-lhe mais autonomia e poder dentro da organização.
− Competências/requisitos exigidos: formação superior.
− Cálculo ou base da remuneração: depende da originalidade, qualidade e
velocidade com que resolvem problemas
M. Castells (2002[1998]):
A terminologia sociedade informacional
Enfatiza uma “forma específica de organização social na qual a produção da
informação, o seu processamento e transmissão se tornam nas fontes de
produtividade e de poder em virtude das novas condições tecnológicas
emergentes no atual período da história” (Castells, 2002 [1998]: 25), ou seja,
dedica-se ao estudo da sociedade de informação. Diz que a informação,
enquanto veiculação de conhecimento numa sociedade é algo que existe em
qualquer sociedade. O que orna esta sociedade específica é o papel que esse
processamento e distribuição de informação tem na geração de riqueza e poder.
Existem condições específicas nas sociedades contemporâneas que influenciam
as capacidades de produção, processamento e transmissão sendo que isso passa
pelo desenvolvimento das TIC.
Sociedade informacional e a lógica de rede
Nota que “‘a sociedade em rede’ não esgota todo o significado da sociedade
‘informacional’” (Castells, 2002*1998]: 25) na medida em que esta centra a atenção da
pessoas na rede, ou seja é uma teia que une diferentes pontos) sendo que a sociedade
contemporânea centra-se numa logica de sociedade global.
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Para se compreender a existência de diferentes modelos de sociedade
informacional importa considerar as seguintes dimensões:
Tecnologia – se há a posse de uma sólida tecnologia de informação –
infraestruturas, produção e conhecimento, ou seja, se existe uma sociedade
informacional;
Economia – se existem economias dinâmicas, com empresas produtivas e
inovadoras e competitividade internacional de modo a haver margem para um
consumo indiferenciado baseado no preço.
Bem-estar social – se existe uma proteção social em que o estado garanta aos
seus cidadãos uma estrutura de rendimentos e cobertura em termos de
educação e de saúde;
Valores – se existe uma abertura política, ao nível da sociedade civil, e abertura
aos processos globais, ou seja, se há abertura da sociedade à interação com os
outras sociedades e com a própria liberdade social.
Cf. Cardoso, G., et al. (2005) A Sociedade em Rede em Portugal.
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Modelo de uma sociedade orientada pelo mercado e aberta (Silicon Valley)
Conjuga:
− Desenvolvimento económico e tecnológico avançado, isto é, existe uma alta
modernização tecnológica e um grande dinamismo.
− Pluralismo de valores e abertura da sociedade sendo que possuem níveis de
proteção muito baixos em comparação com o 1º modelo mas direcionado para o
mercado.
− Estado tem um papel mínimo na provisão de bem-estar social sendo as
desigualdades sociais muito elevadas.
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Internacionalização da economia – trocas comerciais (matérias-primas, produtos
acabados e semiacabados componentes e serviços, dinheiro, ideias) entre países
e empresas (Estados-Nação) de diferentes países sendo que aqui os atores são
nacionais – as empresas e o estado (a sua politica fiscal pode ou não influenciar a
entrada das mesmas no espaço nacional).
Empresas em que
O capital pertence a multiplicidade de acionistas (de nacionalidades
diferentes)
Fases produtivas “espalhadas” pelo espaço global
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Um exemplo na indústria automóvel: A Volkswagen
− O Grupo Volkswagen tem a sua sede em Wolfsburg na Alemanha, o Grupo
integra marcas de 7 países Europeus e opera 100 unidades de produção em 19
países Europeus e 8 países na América, Ásia e África. O Grupo Volkswagen vende
os seus veículos em 153 países.
− O que acontece no estrangeiro face à sede, através de quatro indicadores:
1) Entrega aos consumidores (87,04%)
2) Vendas de veículos (87,07%)
3) Produção (74,92%)
Sendo que os 3 primeiros, tem mais percentagem fora da Alemanha do que
dentro sendo que isto ilustra a dimensão que tem estes grupos transnacionais.
4) Empregados (54,62%)
E em relação ao quarto indicador em que há uma responsabilidade/proteção
social ao nível do emprego.
Paradoxos da globalização
Homogeneização/ Oportunidades vs. Diferenciação/ Riscos
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Homogeneização/ Oportunidades Diferenciação/ Riscos
Homogeneização no sentido em que os A globalização é desigual e
países mais pobres conseguiriam chegar esta associada a riscos
mais perto dos países mais ricos e de ecológicos, ao nível do
pudessem provar mais oportunidades. próprio emprego.
A globalização é positiva porque ela ao Essas organizações são
tornar mais participada a atividade de poderosas no sentido: São
troca entre diferentes países promove o mais ricos do que muitos
bem-estar social e o desenvolvimento dos países que estão em
países de um modo geral e vai contribuir desenvolvimento, e isto
para o aumento das competitividades cria um grande poderio
entre as economias, como também, sobre estes países, fazendo
contribui para a tecnologia mais avançada com que estes sejam fracos
possa ser fornecida a economias menos a nível politico.
avançadas.
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Competição excessiva Contratos globais
A globalização carateriza-se por uma São necessários contratos globais
ideologia de competição excessiva que porque seriam uma forma de tentar
leva a que os mais fracos quando regular ao nível global, isto é, estes
confrontam os mais fortes tendem a são princípios institucionais segundo
sair perdedores, ou seja, em vez de os quais a criação de riqueza seria
caminhar para uma homogeneização regulada com vista ao bem geral das
vai para um caminho que gera sociedades no seu conjunto, bem
desigualdades entre diferentes países e como, do desenvolvimento dos países
entre diferentes grupos. mais pobres.
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A importância de uma mobilização sindical global…
Stop ao trabalho precário sendo que existem várias formas precárias de
emprego. Mobilização politica e sindical é algo que existe para contrabalançar as
desigualdades existentes.
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Segmentos de trabalho na empresa flexível (John Atkinson)
Grupo Central – onde existe mercado de trabalho primário, são os
trabalhadores-chave da organização e tem flexibilidade entendida enquanto
flexibilidade funcional sendo que a organização está interessada em retê-los.
Primeiro grupo periférico (mercado de trabalho secundário e tem
flexibilidade entendida enquanto uma flexibilidade numérica) e Segundo
grupo periférico (contratos de curto prazo, subsídio público, recrutamento
atrasado, compartilhamento de trabalho, a tempo parcial)
Agência de temporários, subcontratação, o autoemprego, aumento da
terceirização – tem flexibilidade entendida enquanto distanciação.
Precariedade – Estamos a dar uma conotação negativa, acentuar o lado negativo desses
desenvolvimentos.
Dimensões da precariedade da relação de trabalho:
1. Dimensão objetiva: estamos a falar dos aspetos formais e jurídicos do ponto de vista
contratual tendo em conta se este tem um carater permanente ou não, com nível
reduzido (ou nulo) de proteção social.
2. Dimensão subjetiva: tem que ver com o modo como as pessoas se sentem
relativamente ao seu emprego.
– Consideram-se vários aspetos relativos a essa relação:
→ (In)voluntariedade que subjaz a essa relação, isto é, perceber se as pessoas foram
forçadas a trabalhar naquela situação.
→ Insegurança subjetiva ou incerteza relativa ao seu posto de trabalho
→ Grau de (in)satisfação com as condições de trabalho em geral, isto é, avaliar se a
pessoa sente ou não a insatisfação.
→ Motivações e recompensas intrínsecas decorrentes da situação de trabalho que
tem que ver com a possibilidade de desenvolvimento nas suas carreiras.
Devemos percecionar estes como um indicadores de que essa pessoa esta numa situação
de precariedade, bem como, considerar sempre estas duas dimensões de precariedade
para termos uma visão mais abrangente da precaridade.
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Tipos de precariedade: tem que ver com as duas dimensões e com as
trajetórias individuais no mercado de trabalho.
I. Precariedade de emprego: Estatuto social e legal inerente à situação de
emprego.
II. Precariedade de trabalho: Abordagem mais compreensiva – dimensão
objetiva e dimensão subjetiva e trajetórias individuais.
III. Precariedade social: tem que ver com a vulnerabilidade social a que as
pessoas estão sujeitas em situações de precariedade e de desemprego.
A progressiva erosão dos recursos qualificacionais e económicos, a perda de
motivação para procurar alternativas e de autoestima, a privação de
proteção social, a corrosão dos laços familiares e dos apoios afetivos acaba
por criar uma fragilização ao nível dos laços sociais que o individuo cria com a
sociedade conduzindo-o a um processo de perda de autoestima e de uma
perspetiva de ausência de futuro.
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Desemprego em Portugal
Verificou-se que a taxa em desemprego em Portugal é de 15,6% sendo que a
dos Homens é de 15,3% e de Mulheres é de 15,9% sendo que apesar das
mulheres possuírem uma taxa mais elevada constatou-se que nos mais novos
(15-24) e nos mais velhos (45 ou +) a taxa de desemprego é superior nos
Homens, 36,8% e 12,3%, respetivamente.
Existem mais desempregados que só fizeram o secundário e o pós-
secundário (16,3%) e menos entre os que fizeram o ensino superior (13,2%)
sendo que a taxa mais elevada é a de Mulheres que só fizeram o secundário
e o pós-secundário (17,4%).
Verificou-se que a maioria dos indivíduos permanece 25 e mais vezes a
procura de emprego sendo mais visível nos homens com uma percentagem
de 40,9% sendo que esta é uma problemática difícil de resolver porque
quanto mais tempo ficarem desempregados mais dificuldade terão em se
integrar na sociedade, ou seja, o desemprego é algo que afeta o laço social
dos indivíduos com a sociedade.
Existe um peso de 46,6% de beneficiários com prestações de desemprego na
população desempregada sendo que a percentagem maior verifica-se entre
as Mulheres (46,9%).
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