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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA DA

PARAÍBA
CAMPUS CAMPINA GRANDE
CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA

DISCIPLINA: Filosofia da Educação


PROFESSORA: Aluska Peres Araújo
ALUNA: Francyelle da Silva Pereira

Educação Platônica: por uma Paideia que forme o homem para a Justiça

PAGNI, Pedro Ângelo; SILVA, Divino José da. O Desejo de Sabedoria e a


Paideia Justa em Platão. In: PAGNI, Pedro Ângelo; SILVA, Divino José da.
(Orgs.). Introdução à Filosofia da Educação: temas contemporâneos e
história. São Paulo: Avercamp, 2007, v. 1, 1 ed. p. 34-58.

Os apontamentos aqui apresentados giram em torno do capítulo “O


Desejo de Sabedoria e a Paideia Justa em Platão”, desenvolvido pelos autores
Pedro Ângelo Pagni e Divino José da Silva, em sua obra “Introdução à Filosofia
da Educação: temas contemporâneos e história”, publicada em 2007. Nas 25
páginas do capítulo, Pagni e Silva se debruçam em situar as principais
reflexões de Platão. O texto em questão transcorre de forma coerente e coesa,
e os pontos apresentados não deixam margem para qualquer dúvida, pois, de
forma objetiva, apresenta os assuntos a que se propõe desenvolver sobre a
filosofia da educação.
Inicialmente, os autores apresentam Platão como um grande discípulo
de Sócrates, fator que torna todo o ideário do seu mestre como base para as
suas obras. É por isso que das reflexões herdadas por Platão, merecem
destaque a ideia de uma Paideia em que a Educação concede libertação ao
homem e o forma enquanto cidadão, dando-lhe sabedoria para construir a
sociedade a sua volta.
Ademais, é apresentado o cerne da Paideia platônica, centrado na
justiça do Estado e na postura virtuosa do homem. Nesse sentido, a cidade
ideal seria aquela constituída de três estratos: artesões ou trabalhadores;
guardiões ou sentinelas; magistrados ou governantes; com todos vivendo em
perfeita harmonia.
Um ponto que merece destaque é quando os autores apresentam o que,
para Platão, seria o bom funcionamento do Estado justo: o desenvolvimento
das virtudes de cada cidadão respeitando sua natureza. Isso ocorreria,
segundo ele, através da reforma da cultura e da Educação com base na
constituição da Paidéia justa. Dessa forma, a preocupação de Platão repousa
na ideia de educar os indivíduos para a justiça, mesmo reconhecendo que há
muitas formas do educador se desviar desse caminho.
Além disso, neste ponto é apresentado um dos principais fundamentos
platônicos: a dialética, que consiste em um “processo de acesso ao
conhecimento do mundo sensível, em que este se processa apenas como
opinião para o mundo inteligível, em que se alcança o conhecimento da
ciência”. Pode-se dizer que, para Platão, através dessa teoria, os pensadores e
o Estado deveriam nortear a postura ética e a política, em sociedade. Mas para
atingir tal desejo, Platão acredita que o homem deve ser educado em sua total
amplidão, em que através do exercício da arte, justiça, ética, política etc. possa
purificar sua alma e caminhar rumo à direção do Bem. Ou seja, o homem é um
ser de varias dimensões que somente são incorporadas e entendidas quando
ele as vive na pratica , construindo para si um caráter social e intelectual que
conduz à justiça.
A forma como o texto se desenvolve, abordando questões pertinentes
acerca de um filósofo tão importante e que contribuiu bastante em diversos
campos do conhecimento não gera arrependimentos aos leitores que apreciam
uma boa discussão sobre educação e filosofia. Haja vista que, da forma como
o texto se apresenta, é possível constatar os recortes históricos que a filosofia
da educação passou ao longo dos anos até se consagrar nos estudos mais
contemporâneos.

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