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DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS

(CAP. 11, PYNDICK RUBENFIELD) PROF. PAULO BURITY)


TÓPICOS PARA DISCUSSÃO 2

 Captura do excedente do consumidor;

 Discriminação de Preços.
INTRODUÇÃO 3

 Na ausência de poder de mercado (competição perfeita), os


preços são determinados pela demanda e oferta de mercado.

 Cada produtor, individualmente, deve ser capaz de prever o


ambiente de mercado e então, se concentrar em administrar a
produção (custo) de forma a maximizar seus lucros.
INTRODUÇÃO 4

 A determinação de preços com poder de mercado (competição


imperfeita) requer que o productor individual conheça muito
bem as características da procura e administre adequadamente a
produção.
INTRODUÇÃO 5

 Enfoque moderno de políticas de preços:

• Decisões proativas, sistemâticas, e analíticas e não reativas e não


planejadas;
• Preço baseado no valor e não no custo;
• Preços diferenciados para produtos adaptados para exigência do
consumidor.
ECONOMIA NO QUOTIDIANO 6

 É comum afirmar que todos os proprietários de firmas desejam o


maximizar os lucros. Mas, algumas empresas usam-se de
estratégias diferentes para consumidores ou mercados diferentes.
PERGUNTA RELEVANTE 7

 Que condições de mercado favorecem a cobrança de preços


diferenciados?
 Será que para a sociedade é bom a existência de preços
diferenciados?

• Por um lado, denota algum grau de poder monopólico Custo


Social;
• Por outro lado, pode permitir a inclusão de consumidores, que
sob certas condições não consumiriam Benefício Social;

 Como obter o máximo resultado entre os distintos consumidores?

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CAPTURA DO EXCEDENTE DO CONSUMIDOR

Pergunta
$/Q Pmax A Como uma empresa poderia
P1 capturar o excedente do consumidor
em A e vender com lucro em B?
P* B
Resposta
P2 Discriminação de preço;
CMg tarifa em duas partes;
PC venda em pacotes

RMg
Q* Quantidade
Slide 8
Então o que é a discriminação de 9
preços?

• A discriminação de preços é a prática de se vender o mesmo


producto a diferentes preços para diferentes compradores, sem
que esta diferença esteja explicada por custos, ou mesmo que o
custo de produção tenha sido exatamente o mesmo;

• A discriminação de preços não é possível no mercado


competitivo, já que é necessário alguma força de mercado para
poder exercer a discriminação de preços.

A ideia é cobrar de alguns consumidores um preço mais alto que outros por um mesmo produto ou serviços;

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DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS 10

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+ EXEMPLOS DE DISCRIMINAÇÃO
11
DE PREÇOS

• Ingressos/ bilhetes de cinema


• Passagens aéreas
• Coupons de desconto
• Ajuda financeira
• Descontos por quantidade

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Discriminação perfeita de Preços 12

• A discriminação de preços perfeita (1º grau) refere-se à


situação onde o monopolista sabe exactamente o preço
que cada comprador indivualmente está disposto a
pagar por seu producto, e cobra de cada um esse preço,
ou seja, consiste na venda de cada unidade do producto
ao preço máximo que o consumidor está disposto a
pagar por essa unidade (o seu preço de reserva).

A ideia é cobrar de alguns consumidores um preço mais alto que outros por um mesmo producto ou serviços;

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Discriminação de Preço
• Discriminação de Preço de Primeiro Grau

– Prática de cobrar de cada consumidor um preço


diferente, equivalente a seu preço de reserva, ou o
máximo que ele estaria disposto a pagar pelo
produto.
Lucro adicional gerado por meio da discriminação
de preços de primeiro grau

• Pergunta
– Quais seriam as dificuldades na prática da discriminação de
preço de primeiro grau?

• Resposta
1) Existência de número muito grande de consumidores (que
torna inviável a cobrança de preços diferentes de cada um)
2) Dificuldade de estimar o preço de reserva para cada
consumidor
Discriminação de Preço de Primeiro Grau na
Prática
A cobrança de seis preços diferentes implica maiores
$/Q lucros. Se apenas um preço P*4, for cobrado, haverá
P1 menos consumidores, e aqueles consumidores que
atualmente pagam P5 or P6 obterão um excedente.
P2
P3
P*4 CMg

P5
P6

RMg

Q Quantidade
Aplicação 1: Discriminação de
Preço de 1º Grau na prática
– Exemplos de discriminação imperfeita de preços surgem em
situações onde o produtor é capaz de segmentar o mercado e
cobrar preços diferentes pelo mesmo produto.

• Advogados, médicos, contabilistas;


• Vendedores de automóveis (que recebem 15% da margem
de lucro)
• Bolsas em Faculdades e universidades privadas;
Discriminação de Preço de Segundo Grau
A discriminação de preço de segundo grau é
a cobrança de preços diferentes por quantidades
$/Q diferentes consumidas.

P1
Na ausência de discriminação: P = P0
P0 e Q = Q0. Sob discriminação de preço
de segundo grau, há três
preços: P1, P2, e P3.
(ex. Fornecimento de energia elétrica)
P2
CMe
P3 CMg

D
RMg
Q1 Q0 Q2 Q3 Quantidade

1° Bloco 2° Bloco 3° Bloco


Aplicação 2: Tarifas eléctricas

– Tarifas de energia eléctrica em alguns países pode ser o


exemplo de discriminação de Segundo grau:

• Valor cobrado por meio do consumo de cada casa;


• Repasse de economias de escala ao consumidor
(benefício);
Discriminação de Preço do
terceiro grau
1) O mercado é dividido em dois
grupos.

2) Cada grupo tem sua própria função


de demanda.
Discriminação de Preço do
terceiro grau
3) Trata-se do tipo mais comum de
discriminação de preço.
• Exemplos: tarifas aéreas, bebidas alcoólicas,
descontos para estudantes e idosos.
Discriminação de Preço do
terceiro grau

4) A discriminação de preço de terceiro grau


é viável quando o vendedor é capaz de
segmentar seu mercado em grupos com
diferentes elasticidades-preço da demanda
(ex. Viajantes a negócios versus turistas)
Aplicação 3: Discriminação de
preços do terceiro grau na prática
– Exemplos de discriminação de preços de terceiro grau:

• Hoteis, Resorts em época de feriado, fim de semana


prolongado; Datas especiais;
• Descontos para estudantes e idosos;
• Descontos para quem chegar mais cedo no “Tchilo”.
Importante 23

Existem dois importantes aspectos no que se refere a discriminação de preços:

• Pode aumentar o lucro;

• Pode reduzir o peso morto:

A ideia é cobrar de alguns consumidores um preço mais alto que outros por um mesmo produto ou serviços;

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Monopolista: Efeito sobre o Bem- 15
estar

Preço (a) Monopolista com preço único

Excedente do
consumidor

Preço Peso
Monopólio Morto
Lucro
Custo Marginal

Receita Demanda
Marginal

0 Quantidade vendida Quantidade


MONOPOLISTA DISCRIMINADOR 16
Efeito sobre o Bem-Estar

Preço (b) Monopolista com perfeita


Discriminação de preços

Lucro
Custo Marginal

Receita Demanda
Marginal

0 Quantidade vendida Quantidade


EM SÍNTESE…DISCRIMINADOR 26
TEM…

 Objectivo: Capturar o excedente do consumidor.

Perceber a capacidade que as empresas têm em maximizar os seus


lucros num mercado com clientes de diferentes potenciais.

 Suposições restritivas:

- Não é possível a revenda;

- O mercado pode segmentar-se.

 Estratégia:

- Subermercado com Ed,p. Baixa Preço alto.


- Subermercado com Ed,p. Alta Preço baixo.

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DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS DE 3º 28
GRAU

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FORMALMENTE… DISCRIMINAÇÃO 16
DE 3º GRAU
FIXANDO… 30

 Para sabermos como a empresa decide qual são os preços


e as quantidades cobrará a cada segmento de mercado
considera –se,

Rmg1=Rmg2
Rmg1=Cmg, Rmg2= Cmg

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...FORMALMENTE A DISCRIMINAÇÃO 31
DE 3º GRAU

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DISCRIMINAÇÃO DE 3º GRAU 32

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DISCRIMINANDO PREÇOS NA PRÁTICA 33

 Um determinado monopolista enfrenta dois mercados com


demandas dada por

q1= 40-2p1
q2= 25-p2

e com um função de custos CT=10q+50 sendo q=q1+q2

 Se o monopolista pode vender separadamente em cada um


dos subermercados, determina a quantidade e os preços que
maximizam seus benefícios em cada mercado e que benefícos
obteria?
 Se o monopolista não pode fixar preços distintos, qual será
escolha maximizadora dos benefícios?

A ideia é saber que beneficios o monopolista obtem quando discrimina preços, e que beneficios o mesmo obtem quando não discrimina
preços?

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DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS NA PRÁTICA 34

NO PRIMEIRO SUBMERCADO (DISCRIMINANDO PREÇO):

A partir da função de custo total obtemos o custo marginal:


CT=10q+50 Cmg=10

A partir da demanda do submercado obtemos as receitas


marginais.
q1= 40-2p, p= 20-0,5q
RT (q)= p(q1)xq1=20q1-0,5q2
Rmg = 20-q1
Igualando a receita Marginal ao Custo Marginal se obtem:
20-q1 = 10
q1+ =10, p1+ = 15

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DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS NA PRÁTICA 35

NO SEGUNDO SUBMERCADO (DISCRIMINANDO PREÇO):

A partir da função de custo total obtemos o custo marginal:


CT=10q+50 Cmg=10

A partir da demanda do submercado obtemos as receitas


marginais.
q2= 25-p, p= 25-q2
RT (q2)= p(q2)xq2=25q1-q12
Rmg2 = 25-2q2
Igualando a receita Marginal ao Custo Marginal se obtem:
Rmg =25-2q2= 10
q2* =7,5, p2* = 17,5

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DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS NA PRÁTICA 36

…quando pratíca a discriminação de preços o benefício:

Benefício (Lucro total) = RT1 + RT2 – CT (q1 + q2 )

Benefício (Lucro total) = 15x10+17,5 x 7,5 -[50+10(10+7,5)]=


150+131,25-(50+175)=56,25

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DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS NA PRÁTICA 37

Se considerarmos que a empresa monopolista não poderá discriminar os


preços:

Temos que tomar como referencia as demandas dos dois mercados (somar
as demandas):
q=q1 + q2 q= 65-3p (demanda total)

A partir da demanda total obtemos a receita marginal.


p=65-q/3; p=65/3 - 1/3xq=21,67q1-0,33q12
RT = p(q)xq1=21,67 – 0,67q
Igualando a receita Marginal ao custo Marginal se Obtem:
21,67 – 0,67q= 10 q* =17,5 p* = 15,8

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DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS NA PRÁTICA 38

QUANDO NÃO SE PRATICA A DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS O BENEFÍCIO:

Benefício obtido (Lucro total) = RT - CT = 15,8 x 17,5 – [50+10X17,5]= 51,5

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DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS NA PRÁTICA 39

Tabela 1. Comparação de preços, quantidades e benefícios com


sem discriminação de preços

Com discriminação Sem


Discriminação
Mercado 1 Mercado 2
Preços 15,8
15 17,5
Quantidades 10 7,5 17,5
Lucro total (benefício
Total )
56,26 51,5

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DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS NA PRÁTICA 40

Estratégia de preços e elasticidade da demanda

A elasticidade da demanda no mercado 1 é:

Ed.p = -(-2) x 15/10 = 3

A elasticidade da demanda no mercado 2 é:

Ed.p = -(-1) x 17,5/7,5 = 2,33

Podemos comprovar que quando a elasticidade é maior 3, o preço é inferior,


15.

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Resumindo… 41

Um monopolista pode conseguir vender as diversas unidades dos productos a preços diferentes.
Nesse caso, diz-se que o monopolista age como discriminador de preços. Existem três tipos de
discriminação de preço: a de primeiro, a de segundo e a de terceiro grau. Qual dos tipos, o
monopolista opera de modo eficiente? Por quê? Finalmente, quais as condições devem existir para
que o monopolista possa praticar a discriminação de preços?

• Discriminação de primeiro grau: ocorre quando é cobrado o preço de reserva a cada


consumidor, ou seja, o preço máximo que ela está disposto a pagar por cada unidade adquirida.
Aquilo que ele exatmante pode pagar.

• Discriminação de segundo grau: ocorre quando o monopolista cobra um preço unitário


diferente, conforme a quantidade comprada por cada consumidor. Ex.: tarifas de água e luz.

• Discriminação de terceiro grau: ocorre quando o monopolista cobra


preços diferentes de pessoas ou grupos de pessoas diferentes independentemente das
quantidades consumidas. Ex.: descontos para reformados/ pensionistas em farmácias.

No primeiro caso, o monopolista opera de modo eficiente, pois cobra de cada consumidor o
máximo que ele está disposta a pagar para obter o bem. Nessa situação, ninguém pode melhorar
sua posição sem que outro agente piore, o que configura uma situação de ótimo de Pareto.

Duas condições devem existir para que se possa discriminar preços com sucesso: deve-se,

• saber identificar os diferentes tipos de consumidores


• não pode haver transferência entre os diferentes tipos de consumidores.
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RESUMO E CONCLUSÕES 42

 o Monopolio tem o poder de fixar os preços dos


productos, e decidir o poder de mercado;
 A demanda do monopólio é inelástica.;
 Pode capturar o excedente do consumidor sem
praticar a discriminação de preços;
 Com a prática da discriminação de preços obtem-se
maior benefício.
 Quando se pratica a discriminação de preçoes cobra-
se o preço mais alto para o segmento ou mercado
com a menor elasticidade preço da demanda..

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TREINE UM POUCO
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Exercício para treinamento

1) Um monopolista atende a dois mercados distintos. A função q1= 32-0,4p1


representa a demanda do primeiro mercado, e a função q2= 18-0,1p2 a
demanda do segundo mercado. A função de custo da firma é dada por CT =
50+40q. O monopolista pode discriminar entre os dois mercados. Encontre os
preços que esse monopolista deverá praticar em cada mercado assim como
as quantidades vendidas. Explique compravando pelo uso das elasticidades
preço da demenda.

Respostas: q1= 8; q2 = 7
p1 = 60; p2 = 110

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TREINE + UM POUCO
44

Exercício para treinamento

 Um determinado monopolista enfrenta dois mercados com


demandas dada por

q1= 40-2p1
q2= 25-p2

e com um função de custos CT=8q+50 sendo q=q1+q2

 Se o monopolista pode vender separadamente em cada um


dos subermercados, determina a quantidade e os preços que
maximizam seus benefícios em cada mercado e que benefícos
obteria?
 Se o monopolista não pode fixar preços distintos, qual será
escolha maximizadora dos benefícios?

A ideia é saber que beneficios o monopolista obtem quando discrimina preços, e que beneficios o mesmo obtem quando não discrimina
preços?

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45

FIM

OBRIGADO

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46

TEORIA DOS JOGOS

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