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Fichamento - História Antiga 2

Aluno: Dyeenmes Procópio de Carvalho

Disciplina: História Antiga 2

As instituições políticas.

2. Resumo:

As instituições políticas romanas cuja existência multiforme e variada


perpassou os períodos da Realeza, República e Império são um dos elementos
que explicam como os romanos tiveram êxito tanto em expandir o seu domínio
pela bacia mediterrânica, bem como conseguiram administrar um vasto território
composto de diversas regiões, povos de variadas raças e culturas.
Essas instituições políticas variaram-se no seu número, composição,
incumbências e competências durante os vários períodos da história romana. No
período da Realeza nota-se a presença de um número menor de instituições (o
rei, o senado e os comícios curiatos, enquanto no período republicano aparecem
as importantes magistraturas, além da figura episódica do ditador e dos tribunos
das plebes. Já no período imperial, o imperator assume várias funções judiciárias
e cíveis, entre outras, e permanece o senado como importante pólo de poder e
os comícios tributos. Essa ampla rede administrativa organizacional dava ao
vasto território dominado pelos romanos um sentido de universalidade.
O governo e a administração das províncias também fizeram necessário
o surgimento outras funções administrativas como do questor que era
responsável pela coleta dos impostos que, por fim, ficou a cargo dos publicanos.
Esse aparato fiscal era uma das formas de manter as províncias sob a égide da
administração romana que foi grandemente facilitada pela construção de
estradas que compunham um dos braços dos sistema de comunicação dentro e
fora da Itália.

3. Identificar os objetivos principais: listá-los em forma de citação.

Introdução

a)- Vamos tentar, nas páginas que seguem, apresentar um quadro sucinto da
evolução da instituições políticas de Roma através das diferentes épocas de sua
História – Pg. 87.

4. Identificação do tema: o tema não é o problema ou o objetivo do texto, mas o


assunto que está sendo tratado. Por isso é só listar os temas principais
abordados pelo (s) autor/es.

5. Tese (s) do autor (es): nem sempre a tese está explicita, nem mesmo no
início do texto; ela pode estar nas entrelinhas ou no final do texto.
Introdução
a)- Encontramos nessas instituições a explicação do êxito obtido pelos romanos
na sua expansão pela bacia mediterrânea e, principalmente, no domínio, na
administração e no governo, durante tantos séculos, de povos localizados nas
mais variadas e distantes regiões do vasto Império, povos esses os mais
diversos sob o ângulo de vista racial e cultural – Pg. 87.
b)- As instituições políticas acompanham essa expansão, influindo-lhe o ritmo e,
reciprocamente, sentindo-lhe os efeitos, codificando-se e tomando um caráter de
universalidade, um valor absoluto – Pg. 87.
6. Ideias

1)- Instituições políticas na Realeza

a)- O rei (rex), o senado (senatus) e os comícios curiatos (comitia curiata), eis as
vigas mestras dos órgãos governamentais da Realeza, tais como são
apresentados por Tito Lívio, Cícero, Plutarco. Examinemos-lhes as respectivas
estruturas e atribuições – Pg. 87.

b)- A Realeza. A Realeza era eletiva e vitalícia, porém não hereditária. A


assembleia das cúrias (comícios curiatos) escolhia o rei e investia-o, pela
chamada lex curiata de império no imperium (totalidade do poder executivo
abrangendo o setor civil, judiciário, militar e religioso). O senado, que havia
proposto o nome do monarca à assembleia, confirmava a escolha do mesmo em
virtude da auctoritas patrum (autoridade do país) – Pg. 87.

c)- Por volta do século VI a.C., as insígnias reais eram a toga de púrpura, a coroa
de ouro, o cetro e a cadeira curul (sella curulis). Precediam-no doze litores
(lictores) que transportavam feixes de varas (fasces) e machadinhas
simbolizando a elevada autoridade de que o rex estava revestido. Quando o rei
falecia, seus poderes eram restituídos ao Estado, representado, então, pelo
Senado que escolhia um dos seus membros para governar – Pg. 88.

d)- O senado. O senado compunha-se, nos últimos tempos da Realeza, de


trezentos membros, chefes das gentes, que funcionavam como conselheiros
reais. Os senadores eram escolhidos pelo rei. A não ser em caso de vacância
do trono, o senado, via de regra, não possuía iniciativa: só se reunia quando
convocado pelo rex que lhe ouvia os alvitres, embora não estivesse obrigado a
segui-los. A grande missão do senado foi manter as tradições dos antepassados
(mos maiorum). Note-se que a palavra senatus vem de senes: homens de
avançada idade (senex, senis = ancião) – Pg. 88.

e)- Os comícios curiatos. Estudaremos, mais adiante, a estrutura social de Roma


durante a Realeza. A composição dos comícios curiatos está relacionada com
essa estrutura. O povo (populus) constituídos por patrícios e, talvez, também
pelos clientes, se divida, primitivamente, em três tribos (Ramnes, Tities,
Luceres). Cada tribo abrangia dez cúrias, somando, portanto, trinta cúrias. A
reunião das cúrias na parte do fórum chamada comitium formava a assembleia
solene do povo ou comitium curiatum. Convocados pelo rei ou por algum de seus
ministros, os comitia curiata contavam entre suas atribuições: a escolha do rei,
a emissão de parecer sobre a declaração de guerra (o rei não era obrigado a
seguir este parecer), a votação de leis, as decisões relativas a matéria de direito
privado, como, por exemplo, testamentos, adoções, etc – Pg. 88.

2)- Instituições políticas na República

a)- Magistraturas – os magistrados romanos detinham, durante a República, o


poder executivo. Competia-lhes, no dizer de Salústio (Jugurtha, cap. II), cuidar
de todos os interesses da república: omnis cura rerum publicarum – Pg. 89.

b)- Os magistrados da mesma ordem possuíam igual poder (princípio de


colegialidade); costumavam, entretanto, repartir entre si os poderes do cargo,
quer reservando-se cada qual uma esfera diferente de ação, quer exercendo
cada um, alternadamente, as respectivas funções. Ao lado do princípio da
colegialidade, figura a intercessio: o poder de qualquer magistrado anular o ato
de um seu colega ou de um magistrado inferior – Pg. 89.

c)- Magistrados cum imperio – Cónsules. Abolida a realeza, o mais alto poder
político do Estado foi confiado a dois magistrados eleitos anualmente e
chamados, no início, pretores ou cônsules, e posteriormente, somente cônsules
– Pg. 90.

d)- As atribuições do cônsules foram, com o decorrer do tempo, limitadas, por


exemplo, pela criação de novas magistraturas. Em caso de ausência da cidade,
os cônsules eram substituídos pelos praefectus urbi, designado pelo cônsul que,
em último lugar, abandonasse a zona urbana. Em caso de vacância do
consulado pela renúncia de um titular, o colega preparava, se quisesse, a eleição
de um suplente que recebia o nome de suffectus. Se ambos os cônsules se
demitissem antes do tempo, nomeava-se, então, para a nova eleição, um ditador.
Se o ano oficial findasse sem que tivesse havido uma nova eleição, começava o
interregnum de senadores patrícios – Pg. 91.

e)- Ditador – Em situações de emergência ou de grande perigo interno ou


externo, era escolhido um ditador (dictator dicitur) com plenos poderes para
debelar a crise. Levar a bom termo uma guerra (rei gerendae causa) ou sufocar
uma rebelião (seditionis sedandae causa), eis as principais razões da
designação de um ditador – Pg. 92.

f)- Tribunos da plebe (tribuni plebis) – A instituição dos tribunos da plebe remonta
aos primórdios da República. Eram antes representantes ou chefes da plebe que
propriamente magistrado, pois não tinham o direito de auspícia, nem possuíam
imperium ou potestas. Nunca puderam usar a toda adornada de púrpura, nem a
cadeira curul. Os tribunos da pleve eram escolhidos somente entre plebeus e,
segundo a tradução, desde 476 a.C., pela assembleia tributa. Os patrícios que
desejassem desempenhar o cargo de tribuno deviam fazer-se adotar
previamente por algum plebeu. Temos um exemplo clássico na atitude de Clódio,
inimigo mortal de Cícero – Pg. 95.

g)- O senado – Em oposição à temporariedade do mandato dos magistrado, o


senado, devido à vitaliciedade da dignidade senatorial, representava a
autoridade permanente e o verdadeiro centro de governo da Roma republicana.
A majestade e imponência do senado romano impressionaram até mesmo os
adversário de Roma: Cíneas, enviado de Pirro, encarou-o como uma assembleia
de reis – Pg. 96.

h)- Os senadores se dividiam, pois, em diversas categorias, de acordo com as


funções anteriormente desempenhadas: senatores consulares, senatores
praetonii, senatores aedilicii, quaestorii. Entre o grupo dos consulares, os antigo
ditadores e censores tinham a preferência e entre esses se costumava escolher
o Presidente do Conselho (princeps senatus) cujo parecer era exposto em
primeiro lugar, na ausência de um consul designatus. Ao lado dos antigos
funcionários, os senadores que haviam ingressado por “eleição” (adlecti) tinham
pouca importância; seu número era, comumente, muito reduzido, a não ser que
em determinadas situações, por exemplo, nas reformas de Sila e de César, se
reforçasse o quadro por nomeações em massa – Pg. 97.

i)- Assim, por exemplo, Cícero pretendia que o senado tivesse o direito de
condenar os cidadãos à morte, no que era energiamente contestado pelo partido
popular. O senado era, antes de tudo, uma assembleia consultiva: publicum
consilium populi romani. Embora não fosse obrigado seguir seus conselhos, a
responsabilidade dos magistrados crescia de um modo considerável ao se
oporem aos mesmos; em troca, é verdade que nunca bastava aduzir a decisão
formal do senado para desculpar perante o povo o funcionário que ao executá-
la, obtinha resultados prejudiciais – Pg. 98.

j)- A sessão era presidida pelo magistrado que a tinha convocado: após um
sacrifício, expunha a ordem do dia (relatio ad senatum), passando, em seguida,
a interrogar os senadores. O princeps senatus era o primeiro interrogado. Os
senadores gozavam de liberdade absoluta da palavra. Cada um manifestava sua
opinião e podia fundamentá-la longamente. As sessões eram animadas com
duelos oratórios (altercatio) – Pg. 99.

k)- As assembleias do povo [...] O conciluim plebis era uma reunião que só
tomavam parte os plebeus sob a presidência dos tribunos da plebe. Foram as
primeiras assembleias da plebe. Essa assembleia, composta exclusivamente de
plebeus, em virtude do mesmo princípio que havia presidido a organização
separatista da plebe, possuía, como as assembleias do Estado, uma tríplice
competência: eleitoral, legislativa e judiciária – Pg. 100.

l)- Passemos, agora, às atribuições dos comícios centuriatos. Convocados pelos


cônsules, pretores ou ditadores, cabia a essas assembleias escolher os
cônsules, os pretores e os censores. Válidos eram todos os votos a favor de um
candidato que tivesse sido anunciado e legalmente admitido como tal. A eleição
de um funcionário ficava decidida ao obter a maioria absoluta das centúrias em
favor do seu nome. Aquele que era anunciado como primeiro eleito desfritava no
collegium de uma consideração particular. Cícero assim o salientava,
especialmente ao referir-se à sua eleição para pretor – Pg. 101.

m)- Comícios tributos – a antiga divisão das três tribos (composta somente por
patrício) foi substituída por uma nova distribuição dos cidadãos em quatro tribos
urbanas: suburbana, palatina, esquilina e colina. As circunscrições territoriais
das três primeiras correspondiam ao domínio das três tribos primitivas; a quarta
abrangia as aldeias sabinas do Quirinal e do Viminal recentemente anexadas.
Esta criação das quatro tribos urbanas constituía uma inovação duplamente
interessante: 1º aplicava-se ao mesmo tempo aos patrícios e aos plebeus, dando
assim, pela primeira vez, quadros comuns às duas grandes classes da
população estabelecidas sobre o solo romano; 2º introduzia na organização da
cidade um princípio novo, o de domicílio, que devia ter na História constitucional
de Roma um destino particularmente brilhante – Pg. 102.

3)- Instituições políticas no Império

a)- Já estudamos a ascensão de Otávio ao poder. O regime por ele instaurado


(o principado) repousava na concentração do poder nas mãos de um só homem
(omnem potentiam ad unum conferi pacis interfui – escreveu Tácito, Hist. I, 1) e
na criação de novos órgãos de administração dependentes do príncipe.
Restaurava-se, praticamente, o poder monárquivo, embora, teoricamente,
fossem mantidas as formas republicanas. Examinemos, em primeiro lugar, os
títulos e poderes inerentes à pessoa do imperador; em segundo lugar, as
magistraturas e, finalmente, o senado imperial - Pg. 103.

b)- O imperador – Imperator, Caesar e Augustus eram os nomes com que se


designava o chefe de Estado (princeps) [...] Imperator – este nome significava
que o princeps detinha o imperium em seu tríplice aspecto: civil, militar e
judiciário. A palavra imperator empregada já neste sentido como sobrenome por
César e, primitivamente, por Augusto torna-se, em seguida, um prenome que
substitui o prenome individual e, sob este título, toma lugar à testa da
nomenclatura oficial – Pg. 104.

c)- As magistraturas – as antigas magistraturas republicanas (por exemplo:


consulado, pretura, edilidade, questura) subsistem, mas carecem de
importância. O consulado era apenas um cargo honorífico. Note-se que existiram
cônsules até a época de Justiniano – Pg. 104.

d)- O senado imperial – o senado republicano subsiste sob o Império, em


condições inteiramente novas e com atribuições cada vez mais limitadas pela
crescente centralização do poder nas mãos do imperador. A perda gradual de
seus privilégios de Estado vai confirmar mais e mais o senado no domínio da
administração urbana; a evolução começada desde o reinado de Augusto,
continuada no decurso dos dois primeiros séculos, será precipitada a favor da
anarquia militar, para findar com Diocleciano e Constantino; o abandon o de
Roma como capital marcará a última etapa desse esbulho gradual. Desde o
terceiro século, afora certas prerrogativas sobretudo honoríficas, o senado não
é mais que um conselho municipal de Roma, mas, mesmo neste domínio restrito,
ele deixa de ser o senhor. Reencontra-se com a autoridade concorrente do
imperador e choca-se, como em outros assuntos, com a ação invasora dos seus
agentes – Pg. 105.

e)- Os comícios – Sob Augusto, os comícios ainda se reuniram, com perda de


seu poder judiciário. Tibério lhes tira o poder eleitoral, transferindo-o para o
senado; finalmente, no fim do primeiro século, perdem o poder de legislar. A
partir dessa época o povo deixou de votar leis, embora o direito de legislar não
lhe fosse cassado. Executa-se – último resquício do poder eleitoral e legislativo
do povo – a lei de investidura (lex regia de imperio), que conferia ao novo
imperante a potestas tribunicia e precisava as suas atribuições. Essa lei era
proposta pelo senado ao povo, que a votava por aclamação, provavelmente em
comício por centúrias – Pg. 106.

f)- A construção de estrada foi um dos meios utilizados pelos romanos para
assegurarem as comunicações através do seu vasto domínio. Na Itália, podemos
citar a Via Latina, a Via Salaria, a Via Appia, a Via Flaminia, a Via Aurelia, e a
Via Aemilia. Nas províncias encontramos a Via Domicia e a Via Egnatia na
Macedônia – Pg. 107.

O governo e a administração nas províncias

a)- Embora, teoricamente, fosse da competência do questor superintender a


cobrança dos impostos, na prática as finanças estavam entregues aos
publicanos, cidadãos da ordem equestre que serviam de intermediários entre o
Estado e os contribuintes. Os censores entregavam-lhes a cobrança de
impostos. Os publicanos adiantavam a soma devida e extorquiam-na dos
provincianos com lucros fabulosos, dividindo o produto excedente com os
governadores. Estes, cuja função era, em princípio, gratuita, podiam contudo,
enriquecer-se de várias maneiras sem violar as leis (por exemplo, recebendo
presentes de seus súditos). A grande preocupação de muitos governadores era
enriquecer antes que findasse o ano de sua gestão. O caso de Verres, propretor
da Sicília, é um dos grandes escândalos da História da administração das
províncias sob a República [...] – Pg. 108.

7. Problematizações principais

8. Listar as fontes e os principais autores (historiografia) mencionados no texto

Tito Lívio
Cícero
Tácito
Plutarco

9. Síntese crítica do texto:

O texto em apreço, embora seja curto e sucinto, contribui para uma visão
rápida e organizada a respeito das instituições políticas de Roma. A divisão e
explicação dessas instituições conforme o seu período de funcionamento na fase
da Realeza, República e Império, ajuda enormemente o leitor a situar as
instituições dentro do correto recorte temporal ao qual pertencem. Além disso, o
texto trata das instituições à luz da tradição textual que é um imprescindível
fundamento para se compreender essas instituições.
A única ressalva a ser feita sobre o texto é a ausência da cultura material
que se, trazida para o contexto da discussão sobre as instituições políticas
romanas, poderia lançar luz sobre várias dessas instituições. Embora se
reconheça que não foi a pretensão do texto trabalhar com a cultura material,
esse tratamento certamente comporia um quadro ainda mais profundo das
diferentes instituições políticas romanas.

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