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Orientação Escolar e Profissional significa algo mais do que simplesmente obter uma
profissão (Chamberlain, 1994). É um processo contínuo, que se estende ao longo da vida.
Esta afirmação é especialmente verdadeira na sociedade contemporânea, em que o
individuo se vê frequentemente confrontado com problemas complexos relacionados com a
sua profissão, muitas vezes ocasionados, entre outras razões, pelo ritmo e quantidade
crescente de alterações no mercado de trabalho.
Nos tempos que correm, as pessoas devem aceitar a ideia de que terão de mudar de
actividade profissional, talvez mesmo diversas vezes, durante a sua vida activa, ou a de que
terão de se habituar a grandes mudanças no modo de desempenhar as suas funções.
Actualmente verificam-se situações de Job – sharing, interrupções de carreira e um número
cada vez maior de contratos de termo certo. Além disso, as qualificações exigidas pelo
mercado de trabalho mudam tão rapidamente como as profissões a que dizem respeito.
Simultaneamente, os sistemas de ensino iniciaram um processo de mudança,
começando a mostrar-se mais flexíveis e atentos às mudanças nas necessidades individuais,
dotando-os de um variado leque de opções no campo da educação/formação.
Á medida que o ensino se vai tornando mais flexível, a orientação escolar e
profissional deverá também tornar-se parte integrante da educação, de modo que seja dada
aos alunos a oportunidade de, a qualquer da sua trajectória educativa, explorar o seu
relacionamento com o mundo da educação/formação e/ ou das profissões. E isso sobretudo
se considerar a relação do indivíduo com o trabalho como a questão crucial no capítulo da
orientação escolar e profissional (Vähämöttönen, Keskinen & Parrila, 1994).
Assim sendo, a orientação escolar e profissional já não pode ser entendida como um
incidente ocasional, que se esgote num único acto de escolha, com base em instrumentos
clássicos como o teste psicológico (Van de Beck, 1994). Ela terá de ser concebida como um
processo que se desenvolve ao longo da vida do indivíduo, o qual está constantemente a
edificar o seu projecto de vida. Na verdade, todo o processo de orientação escolar e
profissional deve ser concebido de forma a permitir ao indivíduo a criação e implementação
do seu projecto de vida, atribuindo ao próprio o desempenho do papel principal no
desenvolvimento do mesmo.
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“COMO ESCOLHER O MEU FUTURO?”, insere-se numa linha de intervenção
vocacional ao longo do período escolar correspondente ao ensino básico em Portugal.
Destina-se a ser utilizado ao longo de três anos que constituem o 3º ciclo desse nível de
ensino, frequentado por estudantes, na sua maioria, no inicio da adolescência.
Este período corresponde a uma fase da vida dos jovens particularmente importante
para a intervenção vocacional, tendo em consideração as transformações rápidas e
profundas que ocorrem no seu desenvolvimento pessoal, bem como a natureza das tarefas
que enfrentam, designadamente a preparação e a concretização das decisões a tomar quanto
à continuidade da formação ou ao ingresso no mundo do trabalho, após a conclusão da
escolaridade obrigatória.
Tomando, e valorizando cada estudante na sua individualidade singular, o programa
centra-se na formação do auto – conceito, interactivo e evolutivo, e na análise da sua
incidência na interpretação das actividades propostas revestem frequentemente a forma de
narrativa dos participantes, abordada ao nível descritivo e interpretativo. Proporcionando
condições e meios para uma exploração activa das oportunidades, o programa favorece a
contextualização desses projectos, ao mesmo tempo que promove a agência pessoal dos
estudantes, sensibilizando-os e preparando-os para formular projectos vocacionais que
possam constituir-se como organizadores cognitivos, motivacionais e accionais do seu
papel de estudante e da preparação para uma participação activa na vida da comunidade.
A implementação do programa implica condições de aceitação e disponibilização de
tempos e espaços de vida escolar, o acordo dos encarregados de educação, a formação
específica dos utilizadores e a preparação de materiais conforme constantes deste manual.
OBJECTIVOS
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SESSÃO I
INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO
OBJECTIVOS:
1. Ter tomado conhecimento dos objectivos e das actividades propostas nos módulos
seguintes;
2. Ter ficado sensibilizado à importância de participar nas actividades propostas,
individualmente e em grupo;
3. Ter aderido às condições de organização e funcionamento das sessões;
4. Ter ficado sensibilizado à importância de explorar os seus contextos de vida e de
perceber os papéis que desempenham ou podem vir a desempenhar nesses contextos.
5. Contribuir para o estabelecimento de uma relação de confiança entre o profissional
de orientação e os participantes
MATERIAL
1. Ficha: Orientação Escolar e Profissional: Porque?
2. Ficha: “Entrevistando os teus colegas”.
3. Ficha: “Contrato de participação”.
4. Ficha: “Avaliação da Sessão” .
5. Quadro: “Apresentação das Sessões”.
6. Questionário de Orientação Escolar e Profissional
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SESSÃO II
PAPÉIS E CONTEXTOS DE VIDA
OBJECTIVOS:
MATERIAL
Ficha: “Avaliação da Sessão”.
Recortes de revistas e jornais.
Cartolinas.
ACTIVIDADE I – Caracterização de contextos e papéis de vida.
1 Apresentar aos jovens recortes de revistas sobre diferentes personagens públicas
(atletas, políticos, cientistas, actores, grupos musicais, etc.) em diferentes contextos e
papéis da sua vida (como profissionais, como membros de uma família, pais, filhos,
etc.).
2 Pedir aos participantes que identifiquem as actividades desenvolvidas pelas
personagens, assim como os papéis desempenhados.
3 Pedir aos participantes que exponham as imagens num painel, juntando as que se
situam no mesmo tipo de contexto.
4 Promover a reflexão de cada participante acerca da identificação dos contextos, da
caracterização dos papéis e respectiva interacção, bem como da importância relativa
que têm para si.
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SESSÃO III
EXPLORAÇÃO DE ÁREAS DE ACTIVIDADES PREFERIDAS
OBJECTIVOS:
No final da sessão III, os participantes deverão:
12 Ter adquirido conhecimentos sobre áreas de actividades e tipos de profissões exercidas
nessas áreas;
13 Ter desenvolvido atitudes favoráveis à exploração de áreas de actividade profissional e
outras;
14 Ter ficado sensibilizados à importância de relacionar as suas características pessoais
com as suas preferências por áreas de actividade.
15 Analisar a relação que os participantes têm com os diferentes aspectos de eventuais
futuras profissões;
16 Estabelecer relações entre tarefas específicas e determinadas profissões;
MATERIAL
Ficha: “Resumo da informação sobre profissões”.
Ficha: “Áreas de actividades preferidas”.
Ficha: “O que preciso saber? Como vou procurar?”.
Ficha: “Tarefas e profissões”.
Ficha: “Avaliação da sessão”.
Quadro: “Áreas de actividades”.
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ACTIVIDADE III - “Tarefas e profissões”
1 Pedir aos participantes para escolherem da ficha: “Tarefas e profissões”, as tarefas
que não se importariam de realizar, de acordo com as instruções constantes da sua
ficha. Em caso de necessidade de esclarecer alguns dos termos da lista, indicando
exemplos.
2 Discutir com os participantes as respectivas preferências e suas razões. Explorar as
associações que se estabeleceram entre tarefas e profissões.
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SESSÃO IV
OBJECTIVOS:
MATERIAL
Ficha: “Análise de entrevistas”.
Ficha: “Análise de livros/manuais”.
Ficha: “Registo de observação de uma aula”.
Ficha: “Entrevista a um professor”.
Ficha: “Entrevista a um aluno do ensino secundário”.
Ficha: “Avaliação da sessão”.
Quadro: “Fontes e meios de informação acerca das áreas de
actividades”.
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ACTIVIDADE III - Entrevista a um professor, a um estudante do ensino secundário,
registo de observação de uma aula e análise de livros/manuais (trabalho fora da sessão)
6 Solicitar aos participantes que façam uma entrevista a um professor, a um estudante
do ensino secundário, com base nos guiões realizados na sessão, registo de
observação de uma aula e análise de livros/manuais. Trabalho em grupo, de quatro
elementos.
7 Solicitar aos participantes que no final das entrevistas, façam uma análise das
mesmas. Ficha: “Análise de entrevistas”.
8 Apresentar no fim da sessão, as fichas: “Análise de livros/manuais”,”Registo de
observação de uma aula”, “Entrevista a um professor”, “Entrevista a um estudante do
ensino secundário”, como guiões mais completos de entrevista aos mesmos.
SESSÃO V
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PERCUSOS DE FORMAÇÃO
OBJECTIVOS:
MATERIAL
Materiais de informação sobre percursos de formação e
estrutura do sistema educativo.
Cartolinas
Ficha: “Cursos e agrupamentos”.
Ficha: “História do meu percurso educativo”.
Ficha: “Avaliação da sessão”.
Quadro: “Esquema de Cursos de Agrupamentos do Ensino
Secundário”.
Quadro: “Profissões das áreas de actividade”.
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ACTIVIDADE 3 - Exploração de percursos de formação
1 Distribuir cartões contendo cada um a designação de uma disciplina dos
agrupamentos e cursos do ensino secundário.
2 Promover a construção de cartazes, pedindo aos participantes que coloquem os
cartões no cartaz relativo a cada agrupamento ou curso, em função da estrutura
curricular do ensino secundário. A actividade pode revestir a forma de jogo
cronometrado.
3 Pedir a cada participante que escolha agrupamentos que mais lhe interesse explorar e
que preencha a ficha: “Cursos e agrupamentos”, sintetizando a informação mais
importante sobre esses agrupamentos e relacionando-os com áreas de actividade e
com disciplinas escolares.
SESSÃO VI
PROFISSIONAL NA SALA
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SESSÃO VII
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APROFUNDAMENTO E CLARIFICAÇÃO DO AUTO-CONCEITO: APTIDÕES,
INTERESSES E VALORES
OBJECTIVOS:
MATERIAL
Bateria de Testes de Aptidões – BPRD.
Ficha: “Aquilo que tenho jeito”.
Ficha: “Avaliação da sessão”.
Quadro: “Grupo de aptidões”.
SESSÃO VIII
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CONTINUAÇÃO DO APROFUNDAMENTO E CLARIFICAÇÃO DO AUTO-
CONCEITO: APTIDÕES, INTERESSES E VALORES
OBJECTIVOS:
MATERIAL
Inventário de Preferências Profissionais - COPS.
Ficha: “Os meus interesses”
Ficha: “Avaliação da sessão”.
SESSÃO IX
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CONTINUAÇÃO DO APROFUNDAMENTO E CLARIFICAÇÃO DO AUTO-
CONCEITO: APTIDÕES, INTERESSES E VALORES.
FORMULAÇÃO DE PROJECTOS VOCACIONAIS
OBJECTIVOS:
MATERIAL
Ficha: “O que é importante para mim”.
Ficha: “O meu projecto vocacional”.
Ficha: “Avaliação da Sessão”.
Quadro: “Valores de vida”.
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ACTIVIDADE II – Formulação do projecto vocacional
1 Em diálogo com os participantes, retomar o conceito de projecto vocacional,
salientando a sua natureza evolutiva e interactiva.
2 Promover o preenchimento da ficha: “O meu projecto vocacional”.
3 Dialogar com os participantes sobre os seus projectos vocacionais, analisando
como cada um considerou os diversos componentes na construção do seu projecto
pessoal.
SESSÃO X
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PLANOS PARA O FUTURO
OPTIMIZAÇÃO DE RECURSOS PESSOAIS E FORMULAÇÃO DE PROJECTOS
VOCACIONAIS
OBJECTIVOS:
No final da sessão X, os participantes deverão:
34 Ser capazes de reflectir sobre a sua história de vida, papéis desempenhados em
diferentes fases e a respectiva incidência nos projectos vocacionais.
35 Ter tomado consciência da importância de planear o futuro.
36 Ter adquirido conhecimentos sobre elementos e passos de processos decisórios.
37 Ter ficado sensibilizados à importância de optimizar diferentes alternativas de formação
para a formulação dos seus projectos vocacionais.
38 Ter desenvolvido competências de preparação e implementação de alternativas de
formação após a conclusão da escolaridade obrigatória.
39 Ter assumido a responsabilidade pela formulação de um projecto vocacional próprio a
implementar no final da escolaridade obrigatória.
MATERIAL
Ficha: “O futuro”
Ficha: “Para onde vou e como é que vou?”.
Ficha: “O meu projecto vocacional”.
Ficha: “Avaliação global das sessões”.
Ficha: “Avaliação da Sessão”
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1 Em diálogo com os participantes, exemplificar decisões que se tomam na vida
quotidiana e os passos normalmente seguidos: definição de objectivos, identificação e
avaliação de alternativas, antecipação de consequências, implementação, reavaliação,
etc.
2 Introduzir a ficha: “Para onde vou e como é que vou?” e explicar a sua estrutura
em quatro partes correspondentes a : objectivos (“Para onde quero ir?”); identificação
de alternativas (“Aspectos positivos e aspectos negativos” de cada alternativa
considerada); antecipação de consequência e implicações (“Para ter sucesso preciso
de …”).
3 Promover o preenchimento da ficha por cada participante, com recurso ao
material já fornecido em outras sessões.
SESSÃO XI/XII
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RELATÓRIO INDIVIDUAL DE RESULTADOS
OBJECTIVOS:
MATERIAL
Relatório final de resultados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Chamberlain, J. (1994). Joint quality standarts in educational and vocational
guidance. Comunicação apresentada numa “Reunião de especialistas no interesse do
projecto PETRA”. Dublin.
Janeiro, I. & Pinto, H. (2002). Construir o futuro - Parte III. Descobrir caminhos.
Santarém: CEGOC.
Van de Beck, E.C. (1994). Joint quality standarts in educational and vocational
guidance – Introductory paper. Comunicação apresentada numa “Reunião de
especialistas no interesse do projecto PETRA”. Dublin.
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