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TEA-TDAH / TEA-DISLEXIA

GISLEY SARIS HERNANDES


PSICOPEDAGOGA
PSICOMOTRICISTA
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
@gihhernandes
CONCEITOS SOBRE O AUTISMO
• Grupo de transtornos do
neurodesenvolvimento que têm em comum
uma díade bem definida de sintomas,
caracterizada por déficits na interação
social e comunicação, bem como um
repertório restrito de interesses. Rotta
(2016)
Definido como transtorno do desenvolvimento que
surge na infância e que se caracteriza por
importante atraso na aquisição da linguagem, na
interação social, com interesses restritos e
comportamentos estereotipados ou repetitivos. É
um distúrbio complexo que pode estar associado a
sintomas com características fora do domínio
social, como dificuldades na coordenação motora
ampla e fina, no equilíbrio e anormalidades
sensoriais.
Atualmente, os TEA são considerados
transtornos complexos, heterogêneos e de
etiologia multifatorial. Diferentes
combinações de fatores de risco
ambientais (principalmente intrauterinos) e
genéticos, bem como anormalidades na
sinalização molecular e celular parecem
estar envolvidas na sua etiologia.
Raramente, um único fator genético ou
ambiental é reconhecido como a causa do
transtorno. Rotta (2016)
• Aspectos hereditários;
• O risco de recorrência em irmãos de
crianças afetadas é 15 a 20 vezes
maior em comparação à população
geral
• Associação com outras síndromes
por questões genéticas •
Conhecimento das síndromes
associadas é uma melhor alternativa
para manejo adequado.
Fatores ambientais;
•Idade avançada do pai e da
mãe;
•Diabetes gestacional;
• Exposição intrauterina a tóxicos
• Depressão e infecção
maternas.
• Fatores pré-natais
• Esses fatores, em períodos
vulneráveis do
desenvolvimento, poderiam
funcionar como gatilhos para
vias patofisiológicas que
poderiam desencadear os TEA.
No entanto, pouco se conhece
sobre os limiares desses
possíveis fatores tóxicos.
Diagnóstico precoce
• São indicações absolutas para
referir imediatamente uma
criança para avaliação mais
detalhada quando:
• Não balbucia aos 12 meses;
• Não gesticula aos 12 meses
(não aponta, não abana);
• Tem ausência de palavras com
significado aos 16 meses;
• Não consegue fazer frases de
duas palavras espontaneamente e
não ecolálicas aos 24 meses;
• Sofreram alguma perda de
linguagem ou habilidades sociais
em qualquer idade.
COMORBIDADES
• TDAH
• Deficiência Intelectual
• Ansiedade
• Neurose Obsessiva
• Tiques
• Distúrbios do Humor
• Distúrbios do Sono
• Epilepsia
• Dislexia
A questão das emoções e dos
sentimentos no TEA
RECURSOS PARA TEA
COM COMORBIDADE DE
TDAH
Recursos Principais
• Terapia psicológica;
• elementos da Musicoterapia;
• elementos da Arteterapia; Hidroterapia;
• Técnicas de modificação do
comportamento;
• Programas educacionais e/ou de
trabalho;
• Medicamentoso.
TEORIA DAS CORES ATENÇÃO E
AUTISMO
• Cada pessoa no espectro terá uma resposta
sensorial diferente em relação as cores.
• • Psiqueasy (2020) Quando se trata de pessoas
com autismo a percepção das cores não
necessariamente se manifesta de acordo com
essas experiências, pois a cor pode causar
uma sobrecarga sensório-visual, ou ser objeto
de obsessão e alívio, de acordo com a hiper ou
hipossensibilidade de cada indivíduo.
Em testes sobre a
percepção das cores em
pessoas com autismo onde
85% das crianças viram as
cores com maior intensidade
do que as neurotípicas, 10%
viram da mesma forma que
as outras, e 5% não
conseguiram distinguir as
cores, enxergando tudo em
tons de cinza.
A cor azul está associada à alegria e na
influência da verbalização das pessoas. No
autismo, o azul estimula o sentimento de
calma e de maior equilíbrio para as
pessoas.
Em uma sobrecarga sensorial, o
azul auxilia para o bem-estar da
criança, trazendo mais
tranquilidade e leveza ao Autista.
As cores laranja e amarela, por
serem muito próximas, pode ajudar
no estímulo social dos pequenos.
Quebrando uma monotonia, e sendo muito
usada ao despertar a alegria e bom-humor
de uma maneira relevante na criança;
• As cores conseguem ultrapassar as
barreiras da mente, levando um pouco de
equilíbrio emocional ao autista.
DICAS PARA TRABALHAR
CORES
• Ensinar cores pode ser algo difícil quando se trata de crianças
autistas, já que é difícil a elas fazer associações. Se a criança
estiver cercada por diversos itens de cor similar, essa pode acabar
sendo uma situação bastante confusa.
• Comece com uma única cor, juntamente a suas tonalidades.
Mantenha três imagens à frente da criança, para mostrar a ela a
diferença entre verde-claro, verde escuro e o verde comum.
• Dessa forma, ela será capaz de aprender que há diversas
tonalidades da mesma cor.
• Esteja ciente de que algumas crianças podem ter
fortes reações a cores determinadas.
• Algumas crianças autistas podem ter fortes
preferências quando se trata de cores. Esses
sentimentos fortes de desejo ou desgosto podem
interferir em sua aprendizagem.
• Logo, é de grande ajuda entender a criança e suas
preferências individuais antes de apresentá-la a
muitas cores. Até que você tenha identificado as
preferências da criança, as cores devem ser mantidas
simples, únicas e puras, ao invés de usar padrões
bicoloridos ou multicoloridos. Em alguns casos, usar
imagens em preto e branco será a opção mais segura.
http://silvanapsicopedagoga.blogspot.com/2012/03/dicas-de-atividades-de-habilidades-
para.html
Acervo pessoal
Acervo pessoal
Por que as cores e o
desenho são importantes?
• Revelam o inconsciente;
• Expressão e associação livre;
• Apoio nas intervenções.
Musicoterapia enquanto
recurso de apoio ao TEA

https://www.migalhas.com.br/quentes/384708/stj-plano-deve-cobrir-tratamento-de-autismo-
incluindo-musicoterapia
• Interdisciplinaridade entre arte, saúde, musicalização,
motricidade humana, linguística e expressão e
comunicação.
• Avaliação inicial.
• Como a musicoterapia poderá melhorar a vida da pessoa
com TEA.
• Já existe relação da pessoa com TEA e a música?
• Queixa e avaliações
Caixa de areia como instrumento
de intervenção

https://www.psicologameiredelfino.com.br/2020/10/25/san
dplay-junguiana/
Acervo pessoal
Acervo pessoal
Acervo pessoal
Acervo pessoal
Acervo pessoal
MINDFULNESS
O termo mindfulness é
uma tradução para o
inglês da palavra sati em
pali. O pali era a língua da
psicologia budista 2,5 mil
anos atrás, e mindfulness
é o ensinamento central
dessa tradição. Sati
sugere estar atento
(awareness), atenção e
lembrar.
MINDFULNESS
• O termo mindfulness pode ser
usado para descrever um
construto teórico (a ideia de
mindfulness), exercícios para
cultivar mindfulness (como a
meditação) ou processos
psicológicos (mecanismos de
ação na mente e no cérebro).
Uma definição básica de
mindfulness é “estar alerta
momento a momento”
O mindfulness deve ser
vivenciado para ser conhecido.
• Não conceituais. O mindfulness é a percepção
incorporada, intuitiva, desembaraçada dos processos de
pensamento.
• Não verbais. A experiência de mindfulness não pode ser
capturada por palavras porque o alerta ocorre antes que
elas surjam na mente.
• Centrados no presente. O mindfulness é sempre no
momento presente. A absorção em pensamentos nos
remove temporariamente do momento presente.
• Sem julgamento. Estar alerta não pode ocorrer
livremente se não gostarmos do que estamos
vivenciando.
• Participativos. O mindfulness não é testemunho
separado. É a experiência da mente e do corpo de
uma maneira íntima, contudo, livre de inibições.
• Libertadores. Cada momento de estar alerta
consciente fornece uma porção de libertação do
sofrimento condicionado, um pequeno espaço em
torno do nosso desconforto.
Recursos tecnológicos de
comunicação
• O que é tecnologia?
• Quais os autores que embasam?
Recursos tecnológicos de
comunicação
• Informática na educação como recurso de apoio
psicopedagógico e psicológico.
• Promove autonomia
• Colabora na aprendizagem
• Aprendizagem baseadas em problemas
• Fatos do cotidiano
• Designer
• A Base Nacional • Compreender, utilizar e criar
Comum Curricular,
tecnologias digitais de informação e
estabelece a
necessidade de um comunicação de forma crítica,
letramento digital, significativa, reflexiva e ética nas
onde, diversas práticas sociais (incluindo as
escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.” (BNCC, 2018)
• O que é necessário aos Profissionais de
Psicopedagogia, Psicologia, TO, Serviço
Social e Fono, no contexto das
tecnologias?
• selecionar e avaliar criticamente os dados
e informação, para aproveitar o potencial
tecnológico com o fim de representar e
resolver problemas, e construir
conhecimento compartilhado e colaborativo,
enquanto se fomenta a consciência de suas
próprias responsabilidades pessoais e o
respeito reciproco dos direitos e obrigações.
Calvani, Cartelli, Fini e Ranieri (2009, p. 186)
ATIVIDADE PRÁTICA

Selecione um aplicativo
e faça o download;
• Faça a avaliação da
tecnologia, utilizando o
formulário entregue pelo
Professor, colocando
seu parecer se é um
aplicativo válido para o
uso e os motivos que lhe
fizeram a crer isso.
ATIVIDADES PARA
SALA DE AULA
• Organização da rotina visual antecipadamente

• As modificações na rotina devem ser


antecipadas e demonstradas
visualmente através do quadro de rotina,
com a retirada ou colocação da figura
representativa da tarefa e sua
substituição por outra, podendo o
processo ser realizado pela própria
criança com ajuda dos pais. (Araripe et
al., 2019, p. 3)
Atividades remotas em casa
• Manejos adequados

• Segundo Windholz (2016), o ambiente físico para


desenvolver as estimulações precisa apresentar
algumas características específicas, afinal, para que o
local facilite a condução dessas atividades, sejam elas
estruturadas ou não, a organização do ambiente pode
atuar favorecendo ou desfavorecendo sua realização e
a própria aprendizagem. (Araripe et al., 2019, p. 4).
Atividades remotas em casa
• Acompanhamento dos pais

• "possam acompanhar todo o processo descrito


acima: avaliar habilidades, conduzir treino de pais,
dispensar reforçadores e organizá-los, usar
rotinas visuais e modelar respostas na criança"
(Araripe et at. 2019, p. 6)
CONCEITOS, CARACTERÍSTICAS
E DIAGNÓSTICO DA DISLEXIA
Dislexia e DSM-5
• 315.00 (F81.0) Com prejuízo na leitura: • Nota: Dislexia é um termo alternativo
Precisão na leitura de palavras usado em referência a um padrão de
Velocidade ou fluência da leitura
Compreensão da leitura
dificuldades de aprendizagem caracterizado
por problemas no reconhecimento preciso
ou fluente de palavras, problemas de
decodificação e dificuldades de ortografia.
Se o termo dislexia for usado para
especificar esse padrão particular de
dificuldades, é importante também
especificar quaisquer dificuldades adicionais
que estejam presentes, tais como
dificuldades na compreensão da leitura ou
no raciocínio matemático.
Dificuldades apresentada –
conhecer para intervir na escola
• Na idade escolar, o indivíduo:
• atraso linguístico; • consegue ter bom desempenho em
• dispersão; avaliações orais;
• dificuldade com • faz confusão com a lateralidade;
jogos de quebra- • evidencia comprometimento
cabeças, canções e comportamental, buscando ser o centro
rimas; falta de das atenções com atitudes inquietas e
interesse pelos livros. agitadas;
• é desatento e disperso.
• tem uma escrita que
• apresenta dificuldades de
pode apresentar:
coordenação motora (fina e/ou grossa);
troca, inversões,
da memória de curto prazo; com
omissões de letras,
matemática (geometria, memorização
junções e separações
sequencial da tabuada, compreensão
silábicas.
de enunciados); com o aprendizado de
uma outra língua além da sua língua
materna; com a aquisição da leitura e
escrita; desorganização com o tempo e
com o lidar com símbolos e sequências
(por exemplo: alfabeto, manuseio de
dicionários e mapas etc.)
RECURSOS PARA TEA COM
COMORBIDADE DE DISLEXIA
Intervenção na linguagem
escrita
• Manipulação deliberada de palavras em sentenças
• Identificação de palavras faltando. Por exemplo: “O
_______ está miando porque quer leitinho.”
• Completar com palavras as sentenças lidas pelo
adulto. Por exemplo: “Vou à feira comprar _____.”
“Cheguei tarde porque estava ______.”
• Contar palavras ouvidas. Por exemplo: “Eu gosto de
comer sanduíche” – cinco palavras.
• Rearranjar palavras para formar sentenças. Por
exemplo: “Vou falar umas palavras misturadas,
vamos pôr em ordem e ver que sentença elas
formam: gosto, sanduíche, de, eu, comer.”
Resposta: “Eu gosto de comer sanduíche.”
• Inverter palavras compostas. Por exemplo:
“roupa-guarda”, “moleque-depé”, “costas-guarda”
etc.
Intervenção na linguagem
escrita - fonologia
• Atividades de escuta para aumentar a consciência do fonema
• Ouvir histórias que enfatizem fonemas específicos e identificá-
los.
• Identificar palavras que iniciem com determinado fonema.
Exemplo: “Vou falar uma série de palavras. Quando eu falar uma
que inicie com /s/, você joga a bola para baixo: cola, mela, sola,
chuta, soco etc.”
• Identificar palavras que possuam determinado fonema.
Exemplo: “Vou falar umas palavras. Quando alguma delas tiver o
som do erre forte, você joga a bola vermelha; quando tiver o som
do erre fraco, a azul.”
• Identificar fonemas específicos em letras
de música. Uma boa fonte de letras e
músicas de diversos gostos musicais é o
site , onde se pode também imprimir a
letra da música faltando palavras para o
paciente preencher ouvindo a música.
Estimulação em sala de aula
• vogal aberta e a vogal fechada.
Fazer uma atividade de
discriminação auditiva com
palavras que tenham essa
oposição mínima, como, por
exemplo: ovo, ódio, olho, roda,
homem, hora, avô, avó, dominó,
coco etc. Chamar a atenção do
paciente para a abertura maior ou
menor da boca.
Estimulação em sala de aula
Fazer uma atividade de
discriminação auditiva com
palavras que tenham essa
oposição mínima, como, por
exemplo: Eva, ema, era, medo,
eu, essa, esse, chalé, você, meia
etc. Chamar a atenção do
paciente para a abertura maior
ou menor da boca.
Estimulação em sala de aula
Baseando-se na propriocepção do ponto e
do modo de articulação de cada um deles,
com apoio dos “carimbos das boquinhas”
da PróFono, estimular o traço de
nasalidade para o , a língua elevada para
o e os lábios arredondados para o em
seguida, fazer discriminação auditiva,
incentivando o paciente a usar sua própria
articulação na frente do espelho para a
realização dessa tarefa. Depois passar
para a leitura das palavras contendo
esses dígrafos, que podem estar
realçados em uma cor diferente do resto
da palavra.
Atividades de
memória, o
que é isso?
• selecione seis figuras de um mesmo campo
semântico, como, por exemplo, na seção
“vestuário”. Deixe seu paciente memorizá-las por
alguns minutos. Avise-o que depois vai cobrir as
figuras e fazer perguntas sobre elas. Depois de
cobrir as figuras, faça perguntas do tipo:
• Quais roupas só as mulheres usam?
• Quais roupas só os homens usam?
• Quais roupas tanto homens como mulheres usam?
• Quais são roupas íntimas ou roupas de baixo?
• Quais são usadas quando está frio?
Atividades de Memória e
atenção auditivas com
recepção de ordens
envolvendo noções temporais
• Selecione seis figuras de quaisquer campos
semânticos e coloque sobre uma superfície plana;
troque todas as figuras ou pelo menos algumas
delas a cada ordem e dê os comandos seguindo a
sequência a seguir. Cada tipo de ordem deve ser
repetida ao menos cinco vezes ou de acordo com a
dificuldade do paciente ou estudante:
• Aponte para as figuras _____ e _______.
• Aponte para a figura _____ ou ________.
• Aponte para uma figura que não seja _______.
• Aponte para a figura que você ouvir no
início:
• Aponte para a figura que você ouvir no
final: _____,_____,_______.
• Aponte para a figura que você ouvir no
meio: ______,_____,______.
• Antes de apontar para a figura ______,
aponte a figura __________.
Discriminação visual
Transtornos da aprendizagem : abordagem neurobiológica e Multidisciplinar [recurso eletrônico] /
Organizadores, Newra Tellechea Rotta, Lygia Ohlweiler, Rudimar dos Santos Riesgo. – 2. ed. –
Porto Alegre : Artmed, 2016.

https://ipog.edu.br/wpcontent/uploads/2020/12/renata-scarano-pietra89829.pdf

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

https://www.researchgate.net/publication/330946082_A_CRIANCA_COM_TRANSTORNO_GLO
BAL_DO_DESENVOLVIMENTOAUTISMO_A_ATUACAO_DA_EQUIPE_MULTIPROFISSIONAL
_DE_UMA_INSTITUICAO_ESPECIALIZADA

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13146.htm
ARARIPE, N. Novos arranjos em tempos de covid-19: apoio
remoto para atendimento de crianças com transtorno do
espectro autista. Revista Brasileira de Análise do
Comportamento, [S.l.], v. 15, n. 2, maio 2019. ISSN 2526-6551.
Disponível em: . V. . Acesso em: 5 maio. 2021.

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