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CONTROLE DE INFECÇÃO

HOSPITALAR NAS AÇÕES DE


ENFERMAGEM

PROFª LARISSE PAIVA


COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Uma comissão que é responsável por uma série de medidas como o incentivo da
correta higienização das mãos dos profissionais de saúde; o controle do uso de
antimicrobianos, a fiscalização da limpeza e desinfecção de utensílios e
ambientes.
O QUE É INFECÇÃO?
Uma infecção ou infeção é a invasão de tecidos corporais de um organismo hospedeiro por parte
de organismos capazes de provocar doenças; a multiplicação destes organismos; e a reação dos
tecidos do hospedeiro a estes organismos e às toxinas por eles produzidas.

Uma infecção ocorre quando microrganismos invadem tecidos corporais e causam doenças. As doenças
infecciosas são, em geral, provocadas por bactérias, fungos, vírus, parasitas, etc. que invadem o corpo
multiplicam-se e provocam a infecção.
Algumas das principais funções do controle hospitalar incluem:

❏ Gestão de Recursos: Envolve o gerenciamento eficiente de recursos humanos, materiais,


financeiros e tecnológicos para garantir a prestação adequada de serviços de saúde.
❏ Controle de Custos: Acompanha e monitora os gastos e despesas do hospital, buscando otimizar
os recursos sem comprometer a qualidade do atendimento.
❏ Gestão de Qualidade: Implementa medidas para assegurar a qualidade dos serviços prestados,
monitorando os padrões de atendimento, a satisfação do paciente e a conformidade com
regulamentos e normas de saúde.
❏ Controle de Processos: Organiza e supervisiona os fluxos de trabalho, desde a admissão do
paciente até a alta, incluindo a gestão de leitos, agendamentos, exames, cirurgias, entre outros
processos.
❏ Gestão de Informações: Gerencia sistemas de informação para coletar, armazenar e analisar dados
relevantes, ajudando na tomada de decisões estratégicas e na melhoria contínua dos serviços de
saúde.
LEGISLAÇÃO
● Portaria MS/GM nº 2.616/1998: Dispõe sobre as ações de controle de infecções
hospitalares no âmbito dos serviços de saúde.
● Portaria MS/GM nº 3.916/1998: Estabelece as normas para a prevenção e controle das
infecções hospitalares.
● Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 9/2015: Define os requisitos mínimos para
funcionamento de serviços de saúde, incluindo questões relacionadas à prevenção e
controle de infecções.
O QUE UM TEC DE ENFERMAGEM FAZ?
identificar casos de infecção hospitalar, implementa e avalia programas
de controle. Elabora normas de padronização e capacita colaboradores
da instituição para prevenção. Monitora o uso de antimicrobianos,
germicidas e materiais médico-hospitalares.
MEMBROS DA EQUIPE
Os membros consultores deverão incluir representantes dos seguintes
serviços: médico, enfermagem, farmácia, laboratório de microbiologia e
administração.
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAIS
BIOLÓGICOS
Exposição ocupacional refere-se à situação em que um trabalhador é exposto a
substâncias químicas, agentes físicos, biológicos, condições ambientais ou situações
de risco durante o exercício de suas funções laborais. Essa exposição pode ocorrer em
vários setores, como saúde, indústria, agricultura, entre outros.
A exposição ocupacional pode envolver uma ampla gama de elementos, tais
como:
● Substâncias químicas: Produtos químicos usados em processos industriais, solventes,
produtos de limpeza, entre outros.
● Agentes biológicos: Bactérias, vírus, fungos, entre outros microrganismos que podem
estar presentes no ambiente de trabalho, principalmente em setores como saúde,
agricultura ou alimentício.
● Agentes físicos: Radiações ionizantes ou não ionizantes, ruído, temperatura extrema,
vibração, entre outros.
● Riscos ergonômicos: Posturas inadequadas, esforços repetitivos, levantamento de
pesos, que podem causar lesões músculo-esqueléticas.
● Fatores psicossociais: Estresse, sobrecarga de trabalho, assédio moral, entre outros.
É fundamental que as empresas implementem medidas de prevenção e controle para
minimizar esses riscos, incluindo:

● Identificação e avaliação dos riscos presentes no ambiente de trabalho.


● Implementação de medidas de controle adequadas, como uso de EPIs,
modificações nos processos de trabalho, sistemas de ventilação, entre
outros.
● Treinamento dos trabalhadores sobre os riscos e medidas de segurança.
● Monitoramento regular da saúde dos trabalhadores expostos.
● Cumprimento de regulamentações e normas de saúde e segurança
ocupacional.
ATENDIMENTO AO ACIDENTADO
1. Avaliação da Situação:

● Em primeiro lugar, é fundamental garantir a segurança do ambiente. Verifique se não há riscos iminentes para você
ou para a vítima.
● Avalie a gravidade do acidente ou da exposição. Se houver risco de vida ou lesões graves, chame imediatamente os
serviços de emergência.

2. Prestação de Socorro Imediato:

● Forneça os primeiros socorros conforme sua capacidade e treinamento. Isso pode incluir o controle de
sangramento, a realização de RCP (ressuscitação cardiopulmonar), ou outras medidas de suporte básico de vida, se
necessário.
3. Isolamento e Contenção, se aplicável:

● Se a exposição envolver substâncias ou agentes perigosos, isole a área e contenha a


substância, seguindo procedimentos de segurança estabelecidos.

4. Comunicação com a Equipe Responsável:

● Comunique imediatamente a equipe de saúde ocupacional ou o responsável pela


segurança no trabalho para iniciar os procedimentos específicos para casos de
exposição ocupacional.
5. Encaminhamento para Atendimento Médico:

● Encaminhe a vítima para atendimento médico especializado, preferencialmente em unidades de saúde que possuam
estrutura para lidar com casos de exposição ocupacional. É importante que a pessoa receba cuidados médicos
adequados o mais rápido possível.

6. Coleta de Informações:

● Registre detalhes do acidente ou exposição, incluindo a natureza do incidente, substâncias ou agentes envolvidos,
tempo de exposição, sintomas apresentados pela vítima, entre outros detalhes relevantes. Essas informações são
cruciais para relatórios e investigações posteriores.
7. Acompanhamento e Monitoramento:

● Após o atendimento inicial, é essencial realizar um acompanhamento da vítima para monitorar seu estado de saúde
e garantir que receba o tratamento adequado. Isso também pode incluir avaliações médicas periódicas para
acompanhar possíveis efeitos tardios da exposição.

8. Investigação e Análise do Incidente:

● Realize uma investigação interna para compreender as circunstâncias do incidente, identificar as causas e
implementar medidas corretivas para evitar que o incidente se repita.
FLUXO DE ATENDIMENTO
IDENTIFICAR A
SITUAÇÃO

NOTIFICAR A CCIH

AVALIAÇÃO
PRELIMINAR
COLETA DE DADOS

MONITORAR

MEDIDAS DE
CONTROLE

COMUNICAÇÃO E
TREINAMENTO
GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS
Classificação dos Resíduos:
Os resíduos de serviços de saúde devem ser classificados de
acordo com a RDC 222/2018 da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) ou legislações locais, considerando sua
natureza e riscos. Essa classificação inclui resíduos infectantes,
perfurocortantes, químicos, radioativos, entre outros.
É essencial que os resíduos sejam segregados no local onde são
gerados, utilizando recipientes específicos e identificados para cada
tipo de resíduo. Isso evita a mistura de materiais e reduz o risco de
contaminação.
Acondicionamento Adequado:

Os resíduos devem ser acondicionados em recipientes rígidos, impermeáveis,


resistentes à ruptura e vazamento, devidamente identificados, conforme
legislação vigente.
Armazenamento Temporário:
Os resíduos devem ser armazenados temporariamente em locais
específicos, com ventilação adequada, sinalização, acesso restrito e
segurança para prevenir acidentes.
Transporte Interno:
● O transporte interno dos RSS dentro da unidade de saúde deve seguir
procedimentos seguros, utilizando carrinhos ou contêineres
adequados para evitar vazamentos ou acidentes.
Coleta Externa e Destinação Final:
A coleta externa dos resíduos deve ser realizada por empresa
especializada e licenciada para o transporte e destinação final dos RSS,
garantindo a correta segregação e tratamento de acordo com a legislação
ambiental.
DINÂMICA DE SEPARAÇÃO DE
RESÍDUOS
SEPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO
LAVAGEM DAS MÃOS
TIPOS DE LAVAGENS DAS MÃOS
1. Higienização Simples das Mãos:

● Essa é a lavagem comum do dia a dia, utilizando água e sabão. É indicada para a remoção de sujidades visíveis,
suor e sujidades do cotidiano. Deve ser realizada por pelo menos 20 segundos, cobrindo todas as áreas das mãos,
entre os dedos e sob as unhas, e enxaguando bem.

2. Higienização Antisséptica das Mãos:

● É uma lavagem mais rigorosa, feita com álcool em gel ou solução antisséptica. É mais eficaz na eliminação de
microrganismos, incluindo bactérias, vírus e fungos. Geralmente é usada em ambientes de saúde ou quando não há
disponibilidade de água e sabão. Deve ser aplicada na palma das mãos e espalhada em todas as áreas até secar.
3. Lavagem Cirúrgica das Mãos:

● É uma lavagem mais completa e técnica, realizada por profissionais de saúde antes de procedimentos cirúrgicos.
Envolve uma sequência específica, com uso de escova e sabão antisséptico, cobrindo toda a mão, punho e
antebraço, seguida por enxágue meticuloso.

4. Lavagem Pós-Contato:

● Realizada após entrar em contato com pacientes ou materiais potencialmente contaminados. Pode ser uma
higienização simples com água e sabão ou antisséptica com álcool em gel.
. Lavagem de Longa Duração ou Prolongada:

● Indicada em ambientes de saúde, como unidades de terapia intensiva, onde a higienização das mãos deve ser mais
frequente e prolongada devido ao alto risco de transmissão de infecções.
DINÂMICA DE LAVAGEM
Passos da Dinâmica:

Introdução (10 minutos):


● Explique a importância da lavagem correta das mãos na prevenção de infecções, destacando como isso pode proteger a saúde
pessoal e coletiva.
Demonstração dos Passos da Lavagem das Mãos (15 minutos):
● Demonstre passo a passo a técnica correta de lavagem das mãos. Destaque a necessidade de cobrir todas as áreas das mãos,
entre os dedos, sob as unhas e até os pulsos.
● Use cartazes ou materiais visuais para ilustrar cada etapa da lavagem das mãos e reforce a importância de cada passo.
Participação dos Alunos (15 minutos):
● Divida os participantes em grupos.
● Peça para cada grupo escolher um representante para demonstrar a técnica de lavagem das mãos aos demais membros do
grupo.
● Forneça os materiais (água, sabão líquido, álcool em gel) para que cada grupo possa praticar a lavagem das mãos seguindo os
passos corretos.
Feedback e Discussão (10 minutos):
● Após a prática, promova uma discussão sobre a experiência. Pergunte aos participantes sobre os desafios encontrados, a
importância dos detalhes na técnica de lavagem das mãos e como eles podem aplicar isso em seu dia a dia.
Conclusão (5 minutos):
● Encerre a dinâmica reforçando a importância da lavagem adequada das mãos como uma prática diária para prevenir infecções e
proteger a saúde de todos.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL
CONCEITO
O termo "EPIs" se refere aos Equipamentos de Proteção Individual. São dispositivos, acessórios ou vestimentas utilizados
por um indivíduo com o objetivo de protegê-lo contra riscos à sua saúde e segurança durante a execução de suas
atividades laborais ou em situações específicas.
QUAIS SÃO?
Capacetes: Protegem a cabeça contra impactos ou quedas de objetos.
Óculos de Segurança: Protegem os olhos contra partículas, respingos químicos, radiações,
entre outros perigos.
Luvas: Variam de acordo com o tipo de atividade, protegendo as mãos contra cortes,
queimaduras, substâncias químicas, entre outros.
Protetores Auriculares: Reduzem a exposição a ruídos elevados, protegendo a audição.
Máscaras e Respiradores: Protegem contra partículas no ar, aerossóis, gases, vapores ou
agentes biológicos.
Calçados de Segurança: Oferecem proteção aos pés contra quedas, cortes, produtos
químicos, entre outros riscos.
Roupas de Proteção: Trajes especiais que protegem contra agentes químicos, térmicos,
biológicos, entre outros.
MONITORAMENTO DO PROCESSO DE
ESTERELIZAÇÃO
O processo de esterilização é fundamental na área da saúde para garantir que
instrumentos, equipamentos e materiais médicos estejam livres de
microrganismos patogênicos, prevenindo infecções nos pacientes. Existem
diferentes métodos de esterilização, sendo os mais comuns:
Esterilização por Calor:
● Autoclave: É o método mais utilizado. Funciona por meio do calor úmido
sob pressão. Água é vaporizada para criar um ambiente com alta
temperatura (geralmente acima de 121°C) e pressão, eliminando
micro-organismos. É utilizado para esterilizar instrumentos metálicos,
tecidos, vidrarias, entre outros.
● Estufa: Utiliza calor seco para esterilização. Geralmente, trabalha a
temperaturas entre 160°C e 180°C por algumas horas. É adequada para
materiais que não podem ser expostos ao calor úmido, como vidro, metal
ou plástico.
Esterilização por Radiação:

● Esterilização por Radiação Ionizante (raios gama, raios X): Este método é
usado para esterilizar materiais sensíveis ao calor e umidade, como
plásticos, luvas descartáveis, produtos farmacêuticos, entre outros.
● Esterilização por Radiação não Ionizante (raios UV): É usado
principalmente para superfícies e ambiente, atuando na
descontaminação do ar e em superfícies de equipamentos médicos.
Esterilização por Produtos Químicos:

● Esterilização com Óxido de Etileno: Utiliza um gás para esterilização


de materiais sensíveis ao calor, como plásticos, tecidos, dispositivos
médicos complexos, etc.
● Esterilização por Peróxido de Hidrogênio: Utilizado para materiais
sensíveis ao calor e incompatíveis com outros métodos de
esterilização.
SOLUÇÃO USADAS EM UNIDADES DE SAÚDE
Álcool Isopropílico (IPA):
● Utilizado como desinfetante de superfícies, como bancadas e equipamentos não críticos.
● É eficaz contra uma ampla gama de microrganismos, incluindo bactérias, vírus e fungos.
Soluções Cloradas (Hipoclorito de Sódio):
● Mais conhecido como água sanitária.
● É usado para desinfecção de superfícies, equipamentos e em soluções de limpeza em
unidades de saúde.
● Eficaz contra uma variedade de microrganismos.
Glutaraldeído:
● É uma solução líquida usada para esterilização de equipamentos e instrumentos sensíveis ao
calor, como endoscópios.
● Pode ser usado como esterilizante químico de alto nível.
Peróxido de Hidrogênio (Peróxido de Hidrogênio Vaporizado):
● Esterilizante químico usado em algumas unidades de saúde para esterilização de materiais sensíveis ao calor
e plásticos.
● Pode ser usado em sistemas de gás plasma para esterilização.
Óxido de Etileno:
● Gás altamente penetrante utilizado para esterilizar equipamentos e dispositivos médicos termossensíveis e
sensíveis à umidade.
● É um esterilizante de baixa temperatura.
Formaldeído:
● Antigamente utilizado como um esterilizante químico, mas o seu uso tem diminuído devido a preocupações
com a segurança e a toxicidade.
Soluções de Clorexidina:
● Utilizadas como antissépticos tópicos e podem ser usadas na assepsia da pele antes
de procedimentos médicos.
Solventes Orgânicos (Como Acetona ou Metanol):
● Podem ser utilizados na limpeza de instrumentos e remoção de resíduos, mas não são
esterilizantes.
Soluções Detergentes Enzimáticas:
● Usadas na remoção de sujidades orgânicas e resíduos de instrumentos antes da
esterilização.

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