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18/06/2018 TEXTUS.

TEXTOS Raízes do Brasil

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Segunda-feira, 18 de Junho de 19118

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FICHAMENTO DO LIVRO RAÍZES DO BRASIL


SÉRGIO BUARQUE DE HOLLANDA

I - FRONTEIRAS DA EUROPA

COLONIZAÇÃO X A colonização e a implantação da cultura européia em ambiente muitas vezes


AMBIENTE desfavorável e hostil, trouxe aos países distantes novas formas de convívio.
O fruto do nosso trabalho ou da nossa preguiça parece participar de um sistema
de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem.

HIERARQUIA O princípio de hierarquia nunca chegou a importar de modo cabal, entre nós.
Toda hierarquia funda-se necessariamente em privilégios. E a verdade é que,
bem antes de triunfarem no mundo as chamadas idéias revolucionárias,
portugueses e espanhóis parecem ter sentido vivamente a irracionalidade
específica, a injustiça social de certos privilégios, sobretudo dos privilégios
hereditários. O prestígio pessoal, independente do nome herdado, manteve-se
continuamente nas épocas mais gloriosas da história das nações ibéricas. (pp. 6
–7)
Portugal salientou, com apoio em ampla documentação, que a nobreza, por
maior que fosse a sua prepoderância em certo tempo, jamais logrou constituir
ali uma aristocracia fechada; a generalização dos mesmos nomes a pessoas das
mais diversas condições, não é um fato novo na sociedade portuguesa (p. 6).

ÉTICA RELIGIOSA As teorias negadoras do livre arbítrio foram sempre encaradas com
desconfiança e antipatia pelos espanhóis e portugueses. Nunca se sentiram à
vontade em um mundo onde o mérito e a responsabilidade individuais não
encontrassem pleno reconhecimento (p. 6).
As doutrinas que apregoam o livre arbítrio e a responsabilidade pessoal são
tudo, menos favorecedoras da associação entre os homens. Nas nações ibéricas,
à falta dessa racionalização da vida, que experimentam as nações de origem
protestantes, o princípio unificador foi sempre representado pelos governos.
Nelas predominou, incessantemente, o tipo de organização política

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artificialmente mantida por uma força exterior, que, nos tempos modernos,
encontrou uma das suas formas características nas ditaduras militares (p. 9).

MORAL DO TRABALHO Repulsa em toda moral fundada no culto ao trabalho. O que todos admiram
como ideal é uma vida de grande senhor, sem qualquer esforço ou preocupação.
O trabalho é algo exterior ao indivíduo.
Reduzida capacidade de organização social.
Onde prevaleça uma forma qualquer de moral do trabalho dificilmente faltará a
ordem e a tranqüilidade entre os cidadãos... entre os espanhóis e portugueses, a
moral do trabalho representou sempre fruto exótico (p. 10).
Moral do trabalho – Idéia de solidariedade. Onde a Moral do Trabalho fosse
efetivada haveria sempre a idéia de solidariedade.

II - TRABALHO & AVENTURA

COLONIZAÇÃO DAS Portugal foram pioneiros na conquista dos trópicos.


TERRAS TROPICAIS
Condições para se aventurar à exploração e intensa das terras próprias a linha
equinocial.
Exploração se não processou de um empreendimento metódico e racional, mas
emanou de uma vontade construtora e enérgica: fez-se antes com desleixo e
certo abandono (p. 12).

COLETIVA X Dois princípios que regulam a vida coletiva: o do aventureiro e a do


AVENTUREIRO trabalhador.
Nas sociedades rudimentares: coletores e lavradores.
Portugal e Espanha se encaixam no tipo aventureiro.

ADAPTAÇÃO Os colonizadores portugueses absorveram rapidamente os costumes locais, da


Terra.
Tentativa de recriar o meio de sua origem. Quando não conseguiam se
adaptavam.
Onde lhes faltassem o pão de trigo, aprendiam a comer o da terra, e com tal
requinte, que a gente de tratamento só consumia farinha de mandioca fresca,
feita no dia. Habituaram-se também a dormir em redes à maneira dos índios (p.
16).
A casa peninsular, severa e sombria, voltada para dentro, ficou menos
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circunspecta sob o novo clima, perdeu um pouco de sua aspereza, ganhando a


varanda externa: um acesso para o mundo de fora (p. 16).

LATIFUNDIOS E Adotadas depois por outros povos nas colônias situadas nas zonas tropicais.
MONOCULTURA
Extensões de terras férteis e mal desbravadas fez grandes propriedades rurais.
Tentativa frustada do emprego de mão-de-obra indígenas.
Introdução de escravos africanos.
O negro africano como fator obrigatório para o desenvolvimento latifundiário
nas coloniais tropicais.
Os antigos moradores da terra contribuíam para a indústria extrativa, na caça e
na pesca e em determinados ofícios mecânicos e na criação de gados.
Não se acomodavam em trabalhos metódicos e acurado.
Atividades menos sedentárias e que pudessem exercer sem regularidade
forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos.
Versáteis ao extremo eram-lhes inacessíveis certas noções de ordem, constância
e exatidão, que no europeu formam como uma segunda natureza e parecem
requisitos fundamentais da existência social e civil (p. 17).

CANA DE AÇUCAR Produção semicapitalista orientada para o consumo externo.


Base de trabalho escravo.
Grandes propriedades

AVENTUREIROS Português vinha buscar riqueza que custava ousadia, não riqueza que custava
trabalho. A mesma que tinha alcançado nas índias com as especiarias e metais
preciosos.

EMPREENDIMENTO Não foi uma civilização agrícola que os portugueses instauraram no Brasil com
COLONIAL a lavoura açucareira.. Não foi, em primeiro lugar, porque a tanto não conduzia
o gênio aventureiro que os trouxe à América; em seguida, por causa da escassez
da população do reino, que permitisse emigração em larga escala de
trabalhadores rurais, e finalmente pela circustância de atividade agrícola não
ocupar então, em Portugal, posição de primeira grandeza (p. 18).

MESTIÇAGEM Mestiçagem étnica - Os portugueses, já no tempo do descobrimento do Brasil


era um povo de mestiços.
O Brasil não foi teatro de nenhuma grande novidade. A mistura de gente de cor
tinha começado amplamente na própria metrópole, já antes de 1500, graças ao
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trabalho de pretos trazidos das possessões ultramarinas.

NEGROS EM PORTUGAL A carta de Clenardo a Latônio (p. 23), revela-nos como pululavam os escravos
em Portugal. Todo serviço era feito por negros e mouros cativos, que não se
distinguiam de bestas de carga, senão na figura. "Estou em crer — nota ele —
que em Lisboa os escravos e escravas são mais que os portugueses" (p. 23).

ACEITAÇÃO DO NEGRO O escravo das minas e das plantações eram simplesmente manaciais de energia,
um carvão humano, que esperava ser substituído na época das indústrias.
As relações iam da dependência do escravo ao de protegido. A influência negra
penetrava no recesso doméstico, agindo como dissolvente de qualquer idéia de
separação de castas ou raças. Essa regra não impedia que tenham existido casos
particulares, como a de 1726, que vedava qualquer mulato, até a quarta
geração, o exercício de cargos municipais em Minas Gerais, tornando tal
proibição extensiva aos brancos casados com mulheres negras.

CONSEQÜÊNCIAS Hipertofria da lavoura latifundiária na estrutura da economia colonial, com


ausência nas demais atividades produtoras, oposto nas outras colônias,
inclusível nas da América espanhola.
Falta da capacidade empreendedora no Brasil.
Busca do lucro fácil.

III - HERANÇA RURAL

ESTRUTURA COLONIAL Estrutura da sociedade colonial brasileira teve base fora dos meios urbanos.
BRASILEIRA
Civilização de raízes rurais.
Abolição, marco divisor entre duas épocas: passagem da sociedade rural para a
urbana (pp.41- 43).
Período Republicano: tentativas de reformas.
A sociedade girava entorno da propriedade rural: patriarcal e individualista.
Pátrio poder era ilimitado.

PÚBLICO X PRIVADO O quadro familiar torna-se, assim, tão poderoso e exigente que sua sombra
persegue os indivíduos mesmo fora do recinto doméstico. A entidade privada
precede sempre, neles, a entidade pública (p. 50).

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O declínio da lavoura e a vinda da família imperial e depois a Independência


transforma a sociedade e desenvolve os centros urbanos.
Ascensão das atividades liberais, políticas e burocráticas.

BURGUESIA URBANA Dependência dos meios urbanos das áreas rurais.


Formada por antigos senhores rurais e seus filhos, com diplomas de bacharéis.

IV - O SEMEADOR E O LADRILHADOR

FUNDAÇÃO DAS A construção das cidades tinha como objetivo a dominação.


CIDADES
Portugal não cuidou de construir, planejar ou plantar alicerces, .ao contrário da
Espanha.
O método português tinha como base as feitorias, por causa da riquezas fáceis
a alcance das mãos.

DOMINAÇÃO Cidades como meio local de poder.


Colonização espanhola caracterizou-se largamente pelo que faltou a
portuguesa: Assegurar o predomínio militar, Econômico e Político da
metrópole.
Portugal utilizou das feitorias para a defesa das terras coloniais, não havia
necessidade de cidades. Território tipicamente de propriedades rurais.

TRAÇADO URBANO O traçado dos centros urbanos na América espanhola denuncia o esforço
determinado de vencer a paisagem agreste.
O plano regular, as linhas retas não nasce como idéia religiosa, mas como
triunfo da aspiração de ordenar e dominar o mundo conquistado.
Verificar regiões saudáveis, abundância de homens velhos e de animais sãos,
frutos e mantimentos sadios, céus claro e benigno, ar puro e suave.
Marina – abrigo, profundidade, capacidade de defesa do porto, quando
possível o mar não bater na parte do sul ou do poente. Não escolher lugares
demasiados altos, expostos aos ventos e de acesso difícil, nem baixo, que
poderia ser enfermiços, mas uma altura mediana, descoberto para os ventos do
norte e sul. Se houvesse serras, que fosse pela banda do levante e poente. Caso
recaísse a escolha sobre a localidade à beira de um rio, ficasse ela de modo
que, ao sair o sol, desse primeiro na povoação e só depois nas águas (p. 63).
Praça - seria o local onde começaria a cidade. Quadrilátero – 2/3 do
cumprimento para que pudesse correr cavalos em dias de festas.
Se a cidade fosse próximo ao mar: Praça começaria na área de desembarque do
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Se a c dade osse p ó o ao a: aça co eça a a á ea de dese ba que do
porto.

Em zona mediterrânea – ao centro da povoação.


PLANEJAMENTO DA A forma da praça seria de um quadrilátero, cuja largura correspondesse pelo
PRAÇA menos a dois terços do comprimento, de modo que, em dia de festa, nelas
pudessem correr cavalos. Em tamanho, seria proporcional ao número de
vizinhos e, tendo-se em conta que as povoações podem aumentar, não mediria
menos de duzentos pés de largura por trezentos de comprimento e nem mais de
oitocentos pés de comprido por quinhentas e trinta e dois de largo; a mediana e
boa proporção seria a de seiscentos pés de comprido por quatrocentos de largo.
A praça servia de base para o traçado das ruas: as quatro principais sairiam do
centro de cada face da praça. De cada ângulos olhassem para os quatro ventos.
Nos lugares frios as ruas deveriam ser largar; estreitas nos lugares quentes. No
entanto, onde houvesse cavalos, o melhor seria que fossem largas (p. 63).
OBJETIVOS Reproduzir as cidades espanholas nas colônias, como força de dominação.
Fugir do litoral, preferindo as terras do interior e os planaltos.

COLONIAS Os jesuítas foram exceções, fizeram planejamento urbano.


PORTUGUESAS
Os colonos portugueses não tinha qualquer vontade de fazer o traçado urbano.
Caráter de exploração comercial. Ao contrário dos castelhanos que desejam
fazer das cidades coloniais um prolongamento do seu país.
Portugal simples feitorias.
Litorânea e tropical.

UNIVERSIDADES 1538 – Universidade de São Domingos e a de São marcos, em Lima.


1551 – Salamanca e a da Cidade do México.
Vinte e três universidades, seis de primeira categoria (sem incluir as do México
e Lima).
Por esses estabelecimentos passaram, ainda durante a dominação espanhola,
dezenas de milhares de filhos da América que puderam assim, completar seus
estudos sem precisar transpor o Oceano (p. 65).

MODELOS Colônia Portuguesa simples lugar de passagem.


Espanha colonização usando modelos da metrópole.
Os portugueses criavam dificuldades as entradas a terra a dentro, tinham
receios de despovoar a marinha.
Estimula ocupar o litoral com as cartas de doações. Junto ao mar ou a rio
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st u a ocupa o to a co as ca tas de doações. Ju to ao a ou a o
navegáveis.

Somente com a descoberta de ouro em Minas Gerais é que inicia o fluxo para o
interior (p. 68).
A descoberta de ouro e diamante faz Portugal por ordem em sua colônia com o
uso da tirania.
Portugal encontrou facilidade para colonizar o litoral, havia uma única família
indígena no litoral, de norte ao sul, falavam o mesmo idioma.
Proibição de produção na colônia que competisse com a metrópole.

ESTRANGEIROS Portugal permitia a entrada de estrangeiros a fim de trabalhar, a Espanha não


permitia. Somente em 1600, sobre a administração Espanhola, o rei Filipe II
ordena a expulsão dos estrangeiros do Brasil.

V - O HOMEM CORDIAL

ANTIGONA E CREONTE Creontes encarna a noção abstrata, impessoal da Cidade em luta contra essa
realidade concreta e tangível que é a família. Antígona, sepultando Polinice
contra as ordenações do Estado, atrai sobre si a cólera do irmão, que não age
em nome de sua vontade pessoal, mas da suposta vontade geral dos cidadãos,
da pátria... (p. 101). encarna a noção abstrata, impessoal da Cidade em luta
contra essa realidade concreta e tangível que é a família. Antígona, sepultando
Polinice contra as ordenações do Estado, atrai sobre si a cólera do irmão, que
não age em nome de sua vontade pessoal, mas da suposta vontade geral dos
cidadãos, da pátria... (p. 101).
A estrutura da sociedade pode ser afetada por crises mais ou menos graves,
quando a lei geral suplanta a particular.

ANTAGONISMO DE Foi o moderno sistema industrial que, separando os empregadores e


CLASSES empregados nos processos de manufatura e diferenciando cada vez mais suas
funções, suprimiu a atmosfera de intimidade que reinava entre uns e outros e
estimulou os antagonismos de classes (p. 102).
A abolição da velha ordem familiar por outra, em que as instituições e as
relações sociais, fundadas em princípios abstratos, tendem a substituir-se aos
laços de afeto e de sangue (p. 103).

LAÇOS FAMILIARES As teorias modernas tendem a separar os indivíduos da comunidade doméstica.

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Onde quer que prospere e assente em bases muito sólidas a idéia de família – e
principalmente onde predomina a família de tipo patriarcal – tende a ser
precária e a lutar contra fortes restrições a formação e evolução da sociedade...
(p. 103).
O sistema de ensino superior contribuíram para a formação de homens públicos
capazes de viver por si, libertando-se progressivamente dos velhos laços
caseiros.

PATRIARCADO NO No Brasil, imperou o tipo primitivo da família patriarcal, o desenvolvimento da


BRASIL urbanização, que não resulta unicamente do crescimento das cidades, mas
também do crescimento dos meios de comunicação, atraindo áreas rurais para a
esfera de influência das cidades acarreta num desequilíbrio social, cujos efeitos
ainda permanecem vivos (p. 105).
A escolha dos homens que irão exercer funções públicas faz-se de acordo com
a confiança pessoal que merecem os candidatos, e muito menos de acordo com
as suas capacidades próprias (p.106).
No Brasil as funções públicas foram baseados em interesses impessoais.
O HOMEM CORDIAL A hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos
BRASILEIRO visitam representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro, na
medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos
padrões de convívio humano, informados no meio rural e patriarcal. As
virtudes de boas maneiras são de caráter emotivos extremamente ricos e
transbordantes.
O desconhecimento de qualquer forma de convívio que não seja ditada por uma
ética de fundo emotivo representa um aspecto da vida brasileira que raros
estrangeiros chegam a penetrar com facilidade (p. 109).
A vida íntima dos brasileiros nem é bastante coesa, nem bastante disciplinada
para envolver e dominar toda a sua personalidade integrando-a, como peça
consciente, no conjunto social. Ele é livre, pois, para se abandonar a todo
repertório de idéias, gestos e formas que encontre em seu caminho,
assimilando-os freqüentemente sem maiores dificuldades

VI - NOVOS TEMPOS

BACHARÉIS Raros são, no Brasil, os médicos, advogados, engenheiros, jornalistas,


professores, funcionários que se limitem a ser homens de sua profissão.
As academias diplomam centenas de bacharéis que só excepcionalmente farão
uso, na vida prática, dos ensinamentos recebidos.
Exaltação da personalidade individual através dos títulos acadêmicos
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Exaltação da personalidade individual através dos títulos acadêmicos.

Uso privilegiado do título de doutor (pp. 117 - 119).

POSITIVISTAS Os positivistas foram apenas os exemplares mais característicos de uma raça


humana que prosperou consideravelmente em nosso país, logo este começou a
ter consciência de si (p. 119).
A ideologia impessoal do liberalismo democrático jamais se naturalizou entre
nós.

HIERARQUIA Horror a hierarquia.


Independência e conquistas liberais vieram quase de surpresa à grande massa
do povo, que recebeu com displicência, ou hostilidade.
O culto aos títulos de doutores, anéis e símbolos de hierarquia não corresponde
a realidade popular, é apenas vista como um modo familiar de tratamento e
notoridade.

VII - NOSSA REVOLUÇÃO

REVOLUÇÃO Em 1888 foi o momento decisivo de todo o nosso desenvolvimento nacional, é


que ap partir dessa data tinha cessado de funcionar alguns freios tradicionais
contra o advento de um novo estado de coisas, que só então se faz inevitável.

RURAL X URBANO Transformação dos centros rurais em centros urbanos.


Cultura ainda permanece ibérica.
O americano ainda não existe.
O declinio dos centros agrários é o fator decisivo da hipertofria urbana.
Cidades ligadas ao meio rural.

CAFÉ Cafezais do Oeste paulista, 1840, adquire caráter e modelo da lavoura


canavieira.
Lavoura como o único meio de vida.
A fazenda resiste com menos energia à influência urbana, e muitos lavradores
´passam a residir permanentemente nas cidades (p. 129).
As ferrovias acentuam e facilitam a relação de dependência das áreas rurais e as
cidades.

É compreensível que a abolição não tivesse afetado desastrosamente as regiões


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ABOLIÇÃO onde a cultura do café já preparara assim o terreno para a aceitação de um


regime de trabalho remunerado. Aqui a evolução para o predomínio urbano fez-
se rápida e com ela foi aberto o caminho para uma transformação de grandes
proporções (p. 130).

É freqüente imaginarmos os princípios democráticos e liberais quando, em


realidade, queremos é um personalismo ou contra outro.
ZONA DE 1 - Repulsa dos povos americanos, descendentes dos colonizadores e da
CONFLUÊNCIAS população indígena, por toda hierarquia racional, por qualquer composição da
sociedade que se tornasse obstáculo grave à autonomia do indivíduo;
2 - A impossibilidade de uma resistência eficaz a certas influências novas (por
exemplo, do primado da vida urbana, do cosmopolismo), que, pelos menos até
recentemente, foram aliadas naturais das idéias democrático-liberais;
3 - A relativa inconsistência dos preconceitos de raça e de cor.

CORDIALISMO Noção de bondade natural combina com o nosso cordialismo.


Articulação entre sentimentos e as construções dogmáticas da democracia
liberal.

HOLLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. 7 ed. Rio de Janeiro, José Olympo, 1973.

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