E INTESTINO

COMO A PRÁTICA PODE AJUDAR A MANTER O ÓRGÃO SAUDÁVEL

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Você sabia que o intestino é considerado o
"segundo cérebro" do nosso corpo? Com até 9
metros de comprimento e uma rede formada
por milhares de células nervosas, esse órgão
é fundamental para a nossa saúde, tanto
física quanto mental. Além de realizar a
absorção e a digestão dos nutrientes, abriga
cerca de 70% do sistema imunológico.
A conexão entre intestino e sistema
imunológico acontece por meio da
microbiota, ou seja, o conjunto de bactérias
que habitam o intestino e são fundamentais
para manter o equilíbrio da flora intestinal,
consequentemente, da nossa saúde. Estudos
científicos já confirmaram que o órgão
afeta também nossas emoções, nosso sono,
nosso comportamento e até nossos estados
emocionais.
O contrário também acontece, o estado
emocional pode influenciar diretamente no
funcionamento do intestino. Prova disso, é a
síndrome do intestino irritável, uma condição
caracterizada por dor abdominal, diarreia
ou constipação que tem sido associada ao
estresse emocional.
A relação entre o intestino e o estado
emocional é tão forte que até mesmo a
biomecânica do órgão pode ser impactada,
causando distúrbios gastrointestinais e outros
sintomas. Por isso, é importante manter uma
microbiota saudável, cuidando não apenas
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do corpo, mas da mente. A prática de exercícios e técnicas
de relaxamento, como o yoga, podem ajudar a aliviar o
estresse e contribuir para o bem-estar intestinal.
Outra característica singular do intestino é sua autonomia de
funcionamento. Ele é capaz de operar independentemente
do sistema nervoso central, mesmo recebendo influências
de áreas do cérebro responsáveis pelas emoções. Isso se
dá porque é comandado pelo sistema nervoso entérico.
Trata-se de uma rede neural que perpassa o abdômen, do
esôfago até o reto, e se comunica com o central.
Quando há desequilíbrio na flora intestinal ocorre a
disbiose, ou seja, há uma quantidade excessiva de
bactérias prejudiciais ou uma quantidade reduzida de
bactérias benéficas no intestino. Ela pode ser causada
por diversos fatores, como alimentação inadequada, uso
excessivo de antibióticos e até mesmo estresse emocional.
Alterações no funcionamento do eixo intestino-cérebro
podem levar a distúrbios gastrointestinais, como a síndrome
do intestino irritável.
A intricada rede neural presente no órgão tem a função de
comandar a liberação de mais de 30 neurotransmissores,
incluindo a dopamina (relacionada ao prazer e à motivação)
e a serotonina (que ajuda a regular humor, sono e apetite).
Por tudo isso o intestino passou a ser conhecido como
"segundo cérebro".
Estudos mostram que cerca de 50% da dopamina do
nosso corpo e quase toda a cota de serotonina (90%) são
processadas no intestino. Quando ele entra em desarmonia,
pode disparar inúmeras condições emocionais como
baixa autoestima, ansiedade, compulsão, depressão e até
alucinações.
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Felizmente, já é possível entender a importância do intestino para a nossa saúde, o poder da

alimentação para manter a saúde do órgão e como usar recursos para manter o equilíbrio
no funcionamento. Nesse sentido, uma prática que tem se destacado é o yoga, pois alguns
cientistas avaliam os benefícios dele para aliviar sintomas de constipação e diarreia,
melhorar a digestão e até mesmo reduzir inflamações.

Essa prática ancestral, que envolve posturas capazes de alcançar todas as áreas do
corpo, também atua no intestino. As posturas de yoga estimulam a circulação sanguínea,
o que ajuda a aumentar o fluxo de oxigênio e nutrientes para os órgãos do corpo, incluindo
o intestino. Os asanas ajudam a estimular o sistema digestivo e aliviar sintomas de
constipação.

Outro aspecto importante do yoga para o intestino é o seu efeito relaxante no corpo e na
mente. A prática pode ajudar a aliviar o estresse e a ansiedade, que, como vimos acima e
veremos nas próximas páginas em detalhes, são fatores que chegam a afetar negativamente
o funcionamento do intestino. Ela atua também para melhorar a qualidade do sono, outro
fator importante para a saúde.

Boa leitura

Francisco Kaiut

"[...] Por tudo isso o intestino

passou a ser conhecido como
"segundo cérebro! "

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INTESTINO
e sua importância para a saúde humana
Surpreendente. Talvez essa seja a melhor definição do
intestino. Tecnicamente, ele é um órgão tubular que faz
parte do sistema digestivo. Ele se estende desde a saída
do estômago até o ânus, e é composto por duas partes
principais: o intestino delgado e o intestino grosso.
A primeira tem entre 6 e 7 metros de comprimento
e dividido em duodeno, jejuno e íleo. Enquanto a
segunda tem 1,5 metro. Tudo isso milimetricamente
compactado dentro do ventre de um ser humano.
Mais ainda, tem milhares de neurônios e trilhões de
bactérias que respondem a processos importantes
para a nossa vida.
O duodeno é a primeira porção do intestino delgado e
onde ocorre a maior parte da digestão dos alimentos.
O jejuno e o íleo são as partes mais longas dessa região
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Y O G A | Y O G A E I N T E S T I N O
e responsáveis pela absorção dos nutrientes dos
alimentos digeridos. Já o intestino grosso, composto
pelo ceco, cólon, reto e ânus, tem, entre suas funções,
o armazenamento e eliminação das fezes.
Outra particularidade é que, como o cérebro,
o intestino tem neurônios próprios e até um
sistema nervoso particular – o entérico - que
funciona de modo independente, apesar de se
comunicar com o sistema nervoso central. Ele
coordena a liberação de substâncias digestivas
e os movimentos que expelem o bolo fecal, sem
necessitar do comando cerebral.
Os neurônios intestinais produzem uma abundante
quantidade de serotonina, molécula que gera bem-
estar e ainda garante o funcionamento correto
do órgão. Além da serotonina, tem ainda mais
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de 30 mensageiros químicos que se comunicam
transmitindo informações de um lado para o outro
entre o intestino e o cérebro.
Talvez você não saiba, mas o impacto da conexão
intestino-cérebro no seu corpo, pode estar
relacionado a sintomas de ansiedade e a problemas
estomacais. Um artigo da Harvard Health Publishing
discutindo que o trato gastrointestinal é sensível à
emoção, explica que tanto raiva, ansiedade, tristeza,
euforia – todos esses sentimentos e outros, podem
desencadear sintomas no intestino.
A autora explica que o cérebro tem impacto direto
sobre o estômago e o intestino, por isso, quando
pensamos em comer, liberamos sucos no estômago
antes mesmo de ingerir alimentos. Por outro lado,
o intestino com problemas pode enviar mensagens
para o cérebro e vice-versa. Isso explica o motivo do
desconforto estomacal ou intestinal sofrido quando
estamos sob efeito da ansiedade, do estresse ou da
depressão.
Assim, é fácil entender por que algumas pessoas
sentem náuseas antes de fazer uma apresentação
importante ou durante momentos estressantes.
São sintomas reais, causados por nossas emoções
e com reflexo no corpo físico. Fatores psicossociais
influenciam a fisiologia do intestino e os sintomas,
enquanto o estresse ambiental pode impactar o
movimento e as contrações no seu intestino. Por isso,
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para tratar questões gastrointestinais, é importante
agir para reduzir o estresse ou saber lidar melhor
com ele, ou com a depressão e a ansiedade.
A conexão entre o intestino e o cérebro se dá também
pela microbiota, ou seja, nossa flora intestinal
formada por trilhões de bactérias que podem
corresponder de 2 a 3 quilos do nosso peso. Elas são
responsáveis por obter os nutrientes necessários
para o corpo e regulam o organismo.
Essa coexistência entre seres humanos e bactérias
é antiga. Afinal, elas foram pioneiras na evolução
dos ecossistemas da Terra há mais de três bilhões
de anos e, nós somos mais do que organismos
multicelulares. Cada um de nós é formado também
por micro-organismos que se relacionam por todos
os espaços do nosso corpo.
A microbiota tem função essencial na nossa saúde.
Em um artigo no portal da Harvard Chan School
of Public Health, os pesquisadores apontam que
ele estimula o sistema imunológico, decompõe
compostos alimentares que apresentam toxicidade
e sintetiza vitaminas e aminoácidos, entre eles
as vitaminas B e K. Um detalhe que nos ajuda a
compreender a importância da microbiota é que as
principais enzimas que formam a vitamina B12 são
encontradas apenas em bactérias, não em plantas
ou animais.
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Outro exemplo mencionado no artigo, e que

comprova o papel da microbiota, é como ele
absorve o que comemos. Açúcares como o
de mesa e a lactose (proveniente do leite)
são absorvidos rapidamente na parte superior
do intestino delgado, mas carboidratos mais
complexos, como amidos e fibras, não são
digeridos com tanta facilidade e podem viajar
para o intestino grosso. É lá que a microbiota
intestinal, composta por bilhões de micro-
organismos, entra em ação e ajuda a quebrar
esses compostos com suas enzimas digestivas.

A fermentação de fibras não digeríveis pela

microbiota intestinal produz ácidos graxos de
cadeia curta, que não só podem ser usados
como fonte de nutrientes pelo organismo,
mas também desempenham um papel
importante na função muscular e
na prevenção de doenças crônicas,
incluindo certos tipos de câncer e
alguns distúrbios intestinais. Estudos
clínicos demonstraram que esses
ácidos podem ser úteis no tratamento
de colite ulcerosa, doença de Crohn e
diarreia associada a antibióticos.

A microbiota intestinal de uma

pessoa saudável protege o corpo da
entrada de organismos patogênicos
quando ela ingere água ou alimentos
contaminados. Ela equilibra o volume
de bactérias intestinais e, graças
a essa característica, mantém a
saúde do sistema digestivo e, por sua
vez, do corpo. Inúmeros cientistas
mergulham em estudos para
entender em detalhes como se dá
a interação da microbiota com o
sistema imunológico dos seres
humanos.

Entre eles estão os pesquisadores

da divisão de biologia do
Instituto de Tecnologia da
Califórnia que revisaram
alguns trabalhos nessa linha

de pesquisa e constataram que o equilíbrio entre a
quantidade de bactérias “boas” e “más” no intestino
pode estar relacionado ao funcionamento do sistema
imunológico.
Eles concluíram que alterações na microbiota intestinal
podem ter um papel fundamental na incidência de
diversas doenças inflamatórias, uma vez que as
bactérias intestinais são responsáveis por instruir o
desenvolvimento e a função do sistema imunológico.
A ausência de microrganismos benéficos pode levar
a respostas inflamatórias e, consequentemente, a
diversas doenças imunológicas.
Em suas análises, os pesquisadores entenderam
que a inflamação parece ser um estado imunológico
padrão na ausência de regulação, especialmente em
doenças inflamatórias intestinais. Estudos recentes
têm mostrado que as bactérias simbióticas evoluíram
para regular os processos inflamatórios prejudiciais
ao hospedeiro.
A interdependência entre bactérias benéficas e o
sistema imunológico é vasta, intrincada e inesperada.
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A composição da microbiota pode ter a interferência
de fatores genéticos e habituais que moldam o
sistema imunológico de indivíduos predispostos
a doenças inflamatórias. Logo, a identificação de
bactérias simbióticas (as boas) com propriedades
anti-inflamatórias potentes sugere que a nossa saúde
pode depender do equilíbrio da microbiota.
Já pesquisadores chineses e australianos publicaram
uma revisão de estudos para entender como o eixo
microbiota intestinal e o sistema imunológico podem
contribuir para a origem de doenças autoimunes
como artrite reumatoide, inflamações da coluna e
lúpus. Eles verificaram que as pesquisas anteriores
evidenciavam que o desequilíbrio da microbiota
intestinal pode indicar uma predisposição genética e
da dieta alimentar ou, ainda, de distúrbios do sistema
imunológico. Segundo eles, a disbiose no estágio pré-
clínico pode iniciar ou piorar esses distúrbios.
Quando se fala de saúde do intestino e a sua
interrelação com a saúde integral humana, um
ponto que tem sido cada vez mais estudado é a
fáscia. De acordo com a Fascia Research Society,
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ela é um tecido conjuntivo fibroso que permeia todo o

corpo humano e integra o que se nomeia de sistema
fascial - um complexo tridimensional de tecidos macios,
contendo colágeno, que envolvem e interconectam
todos os órgãos, músculos, ossos e fibras nervosas. É
composta por diversas estruturas, como tecido adiposo,
bainhas neurovasculares, aponeuroses, cápsulas
articulares, ligamentos, membranas, meninges, tendões,
entre outros.

Basicamente, da cabeça aos pés e do exterior ao interior do

corpo, as fáscias formam um tecido contínuo, resistente e,
ao mesmo tempo, flexível, que envolve todo o organismo e
todas as estruturas nele contidas. A camada mais profunda
da pele (hipoderme) está ligada à fáscia superficial,
fazendo com que os estímulos e efeitos mecânicos gerados
nela sejam transmitidos a ela até a fáscia profunda.

Elas são responsáveis por fornecer suporte estrutural e

proteção aos órgãos e tecidos do corpo humano, mantendo
todos os órgãos no lugar correto, evitando que eles se
movam excessivamente. Além disso, desempenham um
papel na transmissão de forças mecânicas entre diferentes
estruturas, permitindo a coordenação dos movimentos e a
integração dos sistemas do corpo.

Outra função, é promover a comunicação entre os

tecidos, transmitindo sinais biomecânicos e bioquímicos,
possibilitando a interação entre os órgãos e tecidos
adjacentes. Essa troca de informações pode afetar a função
dos órgãos, incluindo o sistema digestivo e o intestino.

A fáscia visceral, além de proteger o intestino, protege de

lesões externas, tendo papel fundamental para transmitir
forças mecânicas entre os órgãos e os tecidos adjacentes.
Os estudos sobre o tema revelam sua importância para
todo o funcionamento do corpo humano.

Um artigo do The Washington Post sobre as fáscias

explica que a função delas vai além de manter os órgãos
no lugar, mas também desempenham um papel na
biomecânica, propriocepção (posicionamento no espaço)
e fluxo de fluidos pelo corpo. O autor chama atenção para
a importância de considerar a elasticidade, pois quanto
mais flexíveis são, melhor será o funcionamento dos
tecidos e órgãos.

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Outro ponto abordado é que pesquisas iniciais sugerem que as fáscias podem ter relevância em áreas que
não são tradicionalmente associadas a elas, como distúrbios digestivos e câncer. Alguns estudos exploram a
conexão delas e condições como linfedema e distúrbios gastrointestinais, levantando a possibilidade de que a
sua manipulação possa ajudar a aliviar esses sintomas.

Em relação ao câncer, ainda há muitos estudos sendo feitos, mas alguns pesquisadores especulam que a rigidez
da fáscia ao redor de tumores pode permitir que as células cancerígenas se movam mais facilmente, enquanto a
flexibilidade dela pode restringir sua disseminação. Tanto que o especialista no tema e professor de medicina física
do Rutgers Cancer Instituto de Nova Jersey, Thomas Findley, realiza diariamente uma série de exercícios como um
dos recursos para impedir que seu câncer avance.

Ele usa as atividades para liberar a fáscia e retardar o desenvolvimento da doença, pois alguns estudos indicam
que a atividade física pode melhorar a longevidade das pessoas mesmo após o diagnóstico. A hipótese para isso
é que a fáscia, como parte da matriz extracelular, poderia envolver o tumor como uma rede em um caranguejo,
impedindo seu movimento. Como pode ver, há muito a ser explorado em relação ao potencial das fáscias na saúde
humana.

Há evidências crescentes sugerindo uma ligação entre as fáscias e a disbiose intestinal. A disbiose pode afetar
a permeabilidade do intestino, permitindo que toxinas e bactérias vazem para o sistema linfático, causando
inflamação crônica. Isso pode prejudicar as fáscias, tornando-as rígidas e, assim, gerar dor crônica.

Como as fáscias são compostas por muitos nervos e linfáticos, a inflamação crônica provocada pela disbiose
intestinal pode afetar negativamente a saúde, prejudicando a função dos músculos, nervos e outros tecidos
conectivos.

Na minha opinião, os médicos precisam considerar a interconexão entre a saúde intestinal e das fáscias, a fim de
fornecer um tratamento bem-sucedido para a dor crônica. Métodos para resolver disbiose, como mudanças na
dieta, suplementos nutricionais, e probióticos podem ajudar a melhorar a saúde da fáscia para aqueles que sofrem
de dores crônicas.

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O que bloqueia ou
tensiona a fáscia?
1. Lesões: Lesões agudas, como quedas ou impactos, podem provocar aderências na fáscia,
que impedem a mobilidade normal dos tecidos.

2. Cirurgias: Qualquer tipo de cirurgia pode causar aderências cicatriciais na fáscia,

restringindo a mobilidade dos tecidos, além de causar dor e desconforto.

3. Postura incorreta: Uma postura inadequada por longos períodos pode levar a tensão
e rigidez na fáscia, resultando em dor e restrições na mobilidade.

4. Estresse emocional: O estresse emocional prolongado pode afetar a fáscia, contribuindo

para o seu bloqueio e tensão.

5. Inatividade: A inatividade prolongada pode levar à perda de mobilidade dos tecidos,

incluindo a fáscia.

6. Disfunções viscerais: Disfunções nos órgãos internos podem criar tensão na fáscia
abdominal, pélvica, torácica ou cervical.

7. Sobrecarga mecânica: Tanto aguda quanto crônica, pode contribuir para o

bloqueio da fáscia.

É importante lembrar que, embora esses fatores possam bloquear a fáscia, o tratamento da dor
crônica é multifatorial e deve ser individualizado. É necessário procurar um médico especialista
em dores crônicas para entender cada caso e desenvolver um plano adequado para curar ou
aliviar os sintomas.

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FÁSCIA e dor crônica

Existem várias técnicas de liberação de fáscia que podem ser úteis no tratamento da dor
crônica. Conheça algumas a seguir:

1. Liberação miofascial: A técnica envolve a aplicação de pressão em pontos específicos da

fáscia para liberar a tensão e restaurar a mobilidade. Pode ser feita manualmente ou com o uso
de dispositivos especiais, como bolas de lacrosse.

2. Terapia de pontos de gatilho: A técnica envolve a identificação e o tratamento de pontos

específicos de dor ao longo da fáscia. Aplica-se pressão sustentada para liberar a tensão
provocada por esses pontos de gatilho.

3. Ventosaterapia: É uma técnica que usa copos de vidro ou plástico aquecidos para criar
vácuo. Ela ajuda a liberar a tensão na fáscia, melhorar a circulação e aliviar a dor.

4. Liberação fascial instrumental: É uma técnica que utiliza ferramentas especiais, como a
gua sha, para soltar a fáscia e promover a circulação.

5. Mobilização neural: Alguns casos de dor crônica podem ter origem em disfunções do
sistema nervoso. A mobilização neural ajuda a liberar a tensão nos nervos para aliviar a dor.

Vale lembrar que o tratamento da dor crônica pode ser complexo e individualizado. Por isso,
a abordagem mais adequada pode variar de acordo com a pessoa e sua história pessoal e
corporal, sendo necessária a combinação de diferentes técnicas de liberação de fáscia. O
acompanhamento médico é essencial para avaliar cada caso e estabelecer o melhor plano
de tratamento.

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Disbiose intestinal
e suas consequências
Como já vimos acima, quando ocorre um a diversidade microbiana e enfraquecendo o sistema
desequilíbrio na quantidade e diversidade das imunológico.
espécies microbianas no corpo, é possível que as
bactérias benéficas sejam reduzidas enquanto as Esses medicamentos geralmente afetam mais a
prejudiciais proliferam. Tecnicamente, o nome dado flora intestinal, mas também podem impactar a
a esse fenômeno é disbiose e ela está relacionada pele e a flora vaginal. Além disso, quanto maior a
à disfunção da barreira intestinal e à inflamação do dosagem e o tempo de administração, maior será
sistema imunológico. o efeito na microbiota. Em relação ao consumo de
alimentos, aqueles ricos em compostos de enxofre,
Muitos pesquisadores já observaram potencial proteínas e açúcar podem ter efeitos prejudiciais
associação entre a disbiose intestinal e algumas na microbiota intestinal. Eles podem alterar o
doenças como diabete mellitus e câncer colorretal. Vale equilíbrio microbiano, causar danos ao muco e
destacar que, em alguns casos, alterações moderadas desencadear inflamações.
podem provocar desequilíbrio no microbioma,
enquanto em outros, apenas um fator não basta para Do mesmo modo, o estresse pode provocar
causar disbiose. mudanças significativas na microflora da pele,
levando a condições como dermatite atópica, e na
Isso porque a microbiota é resiliente e capaz de se microflora do trato gastrointestinal, resultando
adaptar a variações na quantidade de nutrientes e na diminuição de bactérias benéficas, como
até nas mudanças ambientais. Uma combinação Lactobacillus e Bifidobacterium, e no aumento de
de fatores pode, eventualmente, levar a alterações microrganismos potencialmente patogênicos,
significativas na microbiota, dependendo dos como E. coli. Essas alterações podem ser originadas
grupos bacterianos afetados. Entre as causas pelo aumento da norepinefrina em micro-organismos
que influenciam a composição da microbiota gram-negativos ou pelas mudanças no movimento
estão o uso de medicamentos - especialmente e secreções do trato gastrointestinal induzidas
antibióticos -, mudanças na alimentação e estresse pelo estresse.
psicológico e físico.
Agora, você deve estar se perguntando sobre os
O uso de antibióticos é a causa mais comum e sintomas da disbiose. Bem, são vários. Quando ela
significativa de grandes alterações na microbiota acontece no trato gastrointestinal, os sintomas
natural do corpo. O impacto que um medicamento costumam ser leves e podem incluir cáries,
antimicrobiano pode causar depende do seu gengivas doloridas e sangramentos na cavidade
espectro de atividade, da dosagem e do tempo de oral. Já na disbiose intestinal, podem ocorrer
administração. Alguns antibióticos podem eliminar inchaço, desconforto abdominal, arrotos, náuseas
quase todas as bactérias benéficas do corpo, reduzindo e alterações dos movimentos intestinais como
constipação ou diarreia.

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Entretanto, pode haver outros, como dor lombar. É o
que aponta um estudo de pesquisadores australianos.
Eles revisaram a literatura sobre o tema e verificaram
que a principal causa da dor lombar é a degeneração
do disco intervertebral que tem, entre os fatores que
desencadeiam o processo, a disbiose.
Eles descobriram que alterações na composição do
microbioma e as respostas do organismo à microbiota
podem resultar em anormalidades no desenvolvimento
e na involução óssea, dando origem ao conceito de
eixos intestino-medula óssea e intestino-osso. Outro
fator que explicaria, é o eixo intestino-disco.
A partir das evidências coletadas, foi constatado
que o microbioma pode desempenhar um papel
fundamental na indução e agravamento do disco
intervertebral, alterando ou regulando seu ambiente
interno e externo. Três possíveis mecanismos foram
identificados: a translocação das bactérias através
da barreira epitelial intestinal, a regulação da mucosa
e do sistema imunológico sistêmico e a regulação
da absorção de nutrientes, combinada com
formação de metabólitos no epitélio intestinal e sua
difusão no disco.
Os pesquisadores destacam ser necessário aprofundar
os estudos sobre o microbioma, fungos e vírus
relacionados ao disco intervertebral, para ampliar o
conhecimento sobre o papel desses microrganismos no
desenvolvimento da dor lombar. Além disso, acredita-
se que a inibição da inflamação e a interrupção da
reação em cascata no disco intervertebral, através
do direcionamento ao intestino e ao microbioma do
disco, pode ser uma abordagem promissora para o
tratamento da dor lombar.
Essa nova perspectiva desafia os paradigmas
estabelecidos e instiga a comunidade científica a
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explorar mais a fundo as relações entre o microbioma
e as doenças do sistema musculoesquelético. À
medida que desvendam os segredos do corpo
humano, novas estratégias terapêuticas podem
emergir, oferecendo alívio e esperança para milhões
de pessoas afetadas pela dor lombar.
Entender melhor o funcionamento do intestino e
sua relação com doenças pode ser a chave para
a cura. Recentemente, um estudo realizado por
cientistas japoneses trouxe novas conclusões sobre
a importância da microbiota intestinal na saúde do
intestino. Eles explicam que a microbiota comensal
foi descoberta como um "órgão oculto" devido à sua
capacidade de produzir uma variedade de produtos
de fermentação, com impacto significativo nas
funções fisiológicas do corpo humano.
Os metabólitos produzidos por ela são essenciais
para a integridade da barreira intestinal, impedindo
que bactérias prejudiciais ataque nosso intestino
e resulte em doenças. A barreira, aliás, mantém
a a homeostase biológica, ou seja, de garantir que
nosso corpo funcione como deve ser para manter a
nossa saúde.
Os cientistas descobriram que pacientes com
distúrbios inflamatórios apresentaram abundância
de micro-organismos (Patobiontes) capazes de
atravessar a barreira intestinal, desencadeando
inflamação sistêmica ou doenças autoimunes como
lúpus eritematoso sistêmico e hepatite autoimune.
Algumas dessas bactérias nocivas podem acessar o
intestino via oral, facilitando o deslocamento dentro
do corpo até o intestino.
Essas descobertas comprovam a relevância da
microbiota intestinal na saúde do intestino. Os
metabólitos são cruciais na regulação da barreira
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intestinal, conferindo proteção contra translocação funções e mecanismos intestinais periféricos, como
bacteriana e inflamação sistêmica. Além disso, ativação imunológica, permeabilidade intestinal,
a disbiose intestinal e a oral estão intimamente reflexo entérico e sinalização enteroendócrina.
relacionadas, evidenciando a importância de uma Faz parte dessa rede de comunicação os
abordagem holística sobre os cuidados para a saúde. sistemas nervosos central, tanto cérebro quanto
medula espinhal, o autônomo, o entérico e o eixo
A compreensão da função da microbiota comensal hipotálamo-hipófise-adrenal.
e sua interação com a barreira intestinal pode levar
a avanços médicos importantes, melhorando a As informações repassadas entre eles referem-
qualidade de vida de milhões de pessoas em todo se, principalmente, às sensoriais e visceromotoras
o mundo. Assim como o entendimento sobre as que regulam o tônus ​​gastrointestinal, o fluxo
interações sobre a microbiota entérica e o sistema sanguíneo e a secreção do trato gastrointestinal.
nervoso central, tema de uma revisão publicada Para os pesquisadores há fortes evidências que
no Annals of Gastroenterology realizada por sugerem que a microbiota intestinal tem um papel
cientistas italianos. importante nas interações bidirecionais entre o
intestino e o sistema nervoso, pois regula a química
De acordo com o trabalho, a comunicação entre o do cérebro e influencia os sistemas neuroendócrinos
intestino e o cérebro não se trata apenas uma troca associados à resposta ao estresse, ansiedade e
simples de informações, mas também da manutenção função da memória.
adequada da homeostase gastrointestinal e,
provavelmente, tem múltiplos efeitos no afeto, Para eles, muitos desses efeitos parecem ser
motivação e funções cognitivas superiores. Essas específicos e sugerem uma nova estratégia
interações são complexas e acontecem no que se adjuvante para distúrbios neurológicos. Além
denomina de "eixo intestino-cérebro". disso, os efeitos do sistema nervoso central na
composição da microbiota são provavelmente
Nele se dá o monitoramento e integração das mediados por uma perturbação do muco normal
funções intestinais, como também a conexão com os que pode ser restaurado pelo uso de probióticos e,
centros emocionais e cognitivos do cérebro com as possivelmente, pela dieta.

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Yoga para cuidar da
SAÚDE INTESTINAL
Se ainda tem dúvidas sobre o quão relevante é o
cuidado com a saúde do intestino para a sua vida,
lembre-se que ele é responsável pela absorção de
nutrientes dos nossos alimentos; abriga boa parte do
sistema imunológico; em equilíbrio, melhora o humor
e reduz o risco de ansiedade e depressão; pode ajudar
na prevenção de doenças; e regula o trânsito intestinal,
consequentemente a qualidade de vida.
Como vê, o intestino desempenha papel vital em
nosso bem-estar geral. Para garantir uma boa saúde,
considere dedicar cuidado integral ao órgão, como
adotar uma dieta equilibrada e rica em fibras, beber
bastante água, praticar atividade física regular,
reduzir o estresse e manter um estilo de vida saudável.
Sim, há muitos recursos para mantê-lo em perfeito
funcionamento.
Entre eles está o yoga, que é capaz de promover
equilíbrio e conectar corpo e mente. A prática
regular de yoga pode ajudar a reduzir o estresse,
melhorar a circulação sanguínea e estimular o
sistema digestivo e, consequentemente, melhorar o
funcionamento do intestino.
Por ser uma abordagem mente-corpo e combinar
elementos de meditação, atenção plena e recursos
respiratórios em suas posturas, o yoga ajuda a diminuir
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a resposta do corpo ao estresse, equilibrando os
sistemas nervosos simpático e parassimpático.
A prática também pode reduzir a inflamação e
melhorar a saúde da microbiota intestinal.
Vale destacar que a interação entre o cérebro e
o intestino desempenha um papel fundamental
na saúde digestiva, influenciando a função
gastrointestinal, a absorção de nutrientes, a secreção
de sucos digestivos e o nível de inflamação no
sistema digestivo. Isso acontece porque o cérebro se
comunica com o trato digestivo por meio do sistema
nervoso simpático e do parassimpático. É necessário
haver equilíbrio dos sinais dos dois sistemas para
evitar aumento na velocidade que o alimento
passa pelo sistema digestivo, influenciando todo
o seu funcionamento.
Outro ponto é que o estresse e as emoções negativas
podem impactar o sistema gastrointestinal.
Ansiedade, tristeza, depressão, medo e raiva têm
o potencial de afetar os movimentos intestinais,
aumentar a sensibilidade do sistema digestivo,
promover a permeabilidade intestinal e causar
inflamação. Essas alterações podem contribuir para
doenças gastrointestinais, como doença inflamatória
intestinal e síndrome do intestino irritável.
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Neste cenário, o yoga tem contribuído para melhorar os

sintomas gastrointestinais, melhorar o humor e diminuir
a ansiedade. E como faz isso? Diminuindo a resposta do
corpo ao estresse, regulando o sistema nervoso simpático
e aumentando a parassimpática.

Por meio das posturas, é possível fortalecer a conexão

entre o cérebro e o sistema gastrointestinal. A prática já
se mostrou ser um recurso eficaz no manejo de condições
como doença inflamatória intestinal, síndrome do
intestino irritável, doença do refluxo gastroesofágico e
sensibilidades alimentares.

Estudos comprovam os benefícios do yoga. Um deles,

realizado por pesquisadores dos Estados Unidos e da
Índia, buscou entender como o yoga pode ser um recurso
para melhorar o gerenciamento dos sintomas primários e
secundários da síndrome do intestino irritável. O ponto de
partida dos cientistas foi comparar a antiga compreensão
das escrituras indianas com o modelo mental da ciência
médica convencional. Assim, criaram uma base sólida para
combinar o yoga como uma modalidade terapêutica vital
na abordagem holística da gestão da síndrome.

A síndrome costuma se manifestar como um distúrbio

gastrointestinal funcional que faz os pacientes sentirem
dores abdominais, desconfortos, inchaços, além de dores
de cabeça e fadiga. Ela pode afetar pessoas de todas as
idades, mas tem prevalecido em grupos entre 20 e 45 anos,
tendo incidência maior entre homens.

Segundo os pesquisadores, uma abordagem indiana

para gerenciamento da síndrome do intestino irritável é
o Ayurveda. Ele identifica um distúrbio chamado Grahani
muito similar à síndrome, que tem como causa o mau
funcionamento do fogo digestivo (Agni) que regula todos
os processos metabólicos e mantém a saúde geral do
indivíduo. Se o Agni estiver prejudicado, irá refletir em
todas as funções do corpo.

Entre os fatores que prejudicam Agni estão, segundo os

cientistas, jejum excessivo, comer durante a indigestão,
comer demais, alimentos contaminados, emagrecimento
desregulado e supressão dos estímulos naturais. O
tratamento, no Ayurveda, inclui preparos à base de ervas,
um enema de limpeza do cólon com óleo medicinal ou
ghee e yoga.

15

De acordo com textos antigos sobre Ayurveda e Yoga,
a saúde em nível físico só pode ser alcançada pelo
funcionamento equilibrado de todos os aspectos do
indivíduo (samatolanam/homeostase) e, por isso, é
importante tratá-lo na totalidade (“mente, corpo e
respiração”).
Para tratar a síndrome, segundo o estudo, é
necessário desenvolver consciência corporal
disciplina física para apoiar mudanças de hábitos
alimentares, priorizando ingerir ingredientes
saudáveis; associadas às sobretudo aquelas que
estimulam a região inferior do abdômen, que ajudam
no manejo dos sintomas.
A respiração yogui também contribui, pois, reduz
a ativação inadequada do sistema nervoso
autônomo. Há, inclusive, alguns estudos que mostram
irregularidades na função autônoma e nos perfis
psicológicos. Pacientes com a síndrome do intestino
irritável têm a atividade simpática aumentada e, com
os efeitos calmantes da prática, podem criar mudanças
fisiológicas positivas e regulação do sistema nervoso.
Assim, a respiração rítmica do yoga ajuda a aliviar
a ansiedade, depressão e doenças relacionadas ao
estresse, além de aumentar a resposta parassimpática.
Como você pode ver, a ayurveda e o yoga, sistemas
ancestrais de cura, entendem que existe uma estreita
relação entre a mente e o corpo. A saúde digestiva
é influenciada não apenas por fatores físicos, mas
também por fatores emocionais e mentais. O yoga,
em particular, oferece uma abordagem abrangente
para alcançar esse equilíbrio. Ele envolve a prática
de posturas físicas (asanas), técnicas de respiração
(pranayama) e meditação, trabalhando em conjunto
para promover a harmonia interna.
K A I U T Y O G A | Y O G A E I N T E S T I N O
Quando se trata da síndrome do intestino irritável,
pode desempenhar um papel significativo no alívio
dos sintomas e na promoção do bem-estar geral.
As posturas ajudam a fortalecer o sistema digestivo,
melhorar a circulação sanguínea e estimular o
funcionamento adequado dos órgãos internos. E
como já vimos, as técnicas de respiração têm o poder
de acalmar o sistema nervoso, reduzir a ansiedade e
e o estresse, que são fatores desencadeantes comuns
da síndrome.
A recomendação da prática de yoga para pacientes
jovens com síndrome do intestino irritável foi
objeto de estudo de pesquisadores canadenses.
Eles realizaram um estudo randomizado preliminar
para investigar os efeitos do yoga como tratamento
para adolescentes com a síndrome. Os resultados
promissores obtidos em amostras de adultos
comprovaram a necessidade de explorar essa
abordagem terapêutica em pacientes mais jovens.
O estudo envolveu vinte e cinco adolescentes com
idades entre 11 e 18 anos, todos diagnosticados com
a doença. Os participantes foram aleatoriamente
divididos em dois grupos: um realizou sessões
de yoga e outro de controle em lista de espera.
Antes do início da intervenção, ambos os grupos
responderam a questionários avaliando sintomas
gastrointestinais, dor, incapacidade funcional,
mecanismos de enfrentamento, ansiedade e
depressão.
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A intervenção de yoga consistiu em uma

sessão de instrução de uma hora, com
demonstração e prática das posturas.
Após essa sessão inicial, os participantes
foram orientados a praticar diariamente
em casa, com o auxílio de um vídeo com
orientações, ao longo de quatro semanas.
Ao final desse período, os adolescentes
responderam novamente aos
questionários iniciais. O grupo de controle
em lista de espera recebeu a intervenção
de yoga quatro semanas depois e, em
seguida, completou um conjunto adicional
de questionários.

Os resultados do estudo foram

surpreendentes. Os adolescentes do grupo
de yoga relataram níveis significativamente
mais baixos de incapacidade funcional,
menos uso de estratégias de evitação
focadas na emoção e menor ansiedade
após a intervenção, se comparados aos
adolescentes do grupo de controle.

Quando os dados pré e pós-intervenção

foram combinados para os dois grupos,
observou-se uma redução significativa
dos sintomas gastrointestinais e do
uso de estratégias de evitação focadas
na emoção entre os adolescentes que
praticaram yoga. Além disso, os próprios
adolescentes demonstraram aprovação
e satisfação com a prática de yoga como
tratamento para a síndrome do intestino
irritável.

Eles afirmaram que acharam a yoga útil

e indicaram que continuariam a utilizá-
la como forma de controle dos sintomas
da síndrome. Os resultados desse estudo
preliminar sugerem que o yoga pode
ser uma opção terapêutica eficaz para
adolescentes com a síndrome.

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Alimentação e estilo
de vida para um
INTESTINO SAUDÁVEL
Evidências científicas têm demonstrado que a alimentação Um ponto importante a se considerar é que,
e o estilo de vida são essenciais para a manutenção de um aqueles que não apresentam sensibilidades
microbioma intestinal saudável. O equilíbrio adequado dessa alimentares, devem implementar
parte do nosso corpo é fundamental para a digestão, absorção gradualmente uma dieta rica em fibras.
de nutrientes e o funcionamento adequado do sistema Isso porque uma alimentação pobre em
imunológico. fibras não apenas reduz a quantidade de
microbiota benéfica, mas também favorece
A dieta tem impacto significativo na determinação dos tipos o crescimento de bactérias patogênicas em
de micro-organismos que habitam o cólon, especialmente um ambiente intestinal ácido.
se for rica em fibras. Isso porque as fibras alimentares são
decompostas e fermentadas pelas enzimas presentes na Além dos prebióticos, os alimentos
região, um processo que resulta na liberação de ácidos probióticos contêm micro-organismos
graxos de cadeia curta. benéficos vivos que podem influenciar
ainda mais o microbioma intestinal. Entre
A fermentação das fibras reduz o pH do cólon, criando um eles estão: kefir, iogurte com culturas vivas,
ambiente ácido que favorece o crescimento de micro- vegetais em conserva, kombucha, missô
organismos benéficos e inibe o desenvolvimento de bactérias e chucrute. Esses alimentos fermentados
nocivas. Existem alimentos conhecidos como prebióticos, podem fornecer uma fonte adicional de
que estimulam a produção dos ácidos graxos e alimentam a micro-organismos benéficos, auxiliando no
microbiota benéfica. Entre eles estão os carboidratos e fibras equilíbrio do órgão.
não digeríveis, como inulina, amidos resistentes, gomas e
pectinas. A saúde do microbioma intestinal e,
consequentemente, do nosso corpo
É importante ressaltar que muitos alimentos naturais depende da manutenção de uma colônia
saudáveis contêm prebióticos, como alho, cebola, alho-poró, abundante e diversificada de bactérias,
aspargo, alcachofra de Jerusalém, folhas de dente-de-leão, fungos e micróbios. Considere a sua
banana e algas marinhas. Além disso, frutas, vegetais, feijões alimentação para além da nutrição, mas
e grãos integrais, como trigo, aveia e cevada também podem também para um momento de cuidado com
ser acrescentadas na dieta. o intestino. A boa notícia é que a qualquer

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momento da vida você pode mudar seus hábitos
e contribuir para ter mais saúde.
Um artigo publicado no Harvard Health Publishing
esclarece que nos primeiros mil dias de vida de
um ser humano o microbioma é criado, porém,
é possível alterar o ambiente intestinal. E como
fazer isso? Para os autores, a dica de ouro é evitar
alimentos com aditivos químicos e alimentos
ultraprocessados, pois eles são uma composição
de substâncias extraídas de alimentos (como
açúcar e amido), constituintes alimentares
(gorduras hidrogenadas) ou produzidas em
laboratório (potenciadores de sabor e corantes)
que podem aumentar o risco de doenças.
Entre os alimentos processados, típicos da dieta
ocidental, estão enlatados, frutas secas cobertas
de açúcar e produtos à base de carne salgada. Já os
ultraprocessados são os pães, refrigerantes, salgadinhos,
bolos e massas e embutidos. Ideal, conforme os
pesquisadores, é procurar alterar a dieta o quanto antes,
optando por alimentos integrais e frescos e orgânicos.
O texto destaca que ao preferir alimentos saudáveis é
possível melhorar o estado mental. A afirmação é feita a
partir de um estudo que descreve uma Escala de Alimentos
Antidepressivos, composta por 12 nutrientes que ajudam a
prevenir e a tratar a doença. Entre esses alimentos estão
as ostras, os mexilhões, o salmão, o agrião, o espinafre, a
alface-romana, a couve-flor e os morangos.

Intestino saudável
e bom humor
1. Coma alimentos integrais e evite os processados, ricos em aditivos e conservantes
indesejados prejudiciais às bactérias saudáveis ​​no intestino.

2. Aumente a ingestão de frutas e vegetais frescos. Frutas congeladas sem adição de

açúcares/aditivos também são uma boa escolha.

3. Coma fibras suficientes e inclua grãos integrais e legumes em sua dieta.

4. Inclua alimentos ricos em probióticos, como iogurte natural sem adição de açúcares.

5. Para reduzir a ingestão de açúcar no café da manhã, adicione canela ao iogurte natural com
frutas vermelhas ou ao pudim de aveia, ou chia.

6. Adicione alimentos fermentados como kefir (sem açúcar), chucrute ou kimchi pode servir
para manter um intestino saudável.

7. Coma mais frutos-do-mar e aves magras e menos carne vermelha a cada semana.

8. Adicione uma variedade de frutas e vegetais frescos e coloridos à sua dieta e considere a
escolha de certos produtos orgânicos.

Fonte: Harvard Health Publishing

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Uma reportagem do portal BBC, menciona a recomendação da

Dra. Megan Rossi, também conhecida como “médica da saúde
intestinal”, que indica comermos 30 alimentos de origem vegetal
ao longo de sete dias para termos um intestino saudável. De
acordo com a especialista, essa técnica ajuda a manter a
diversidade de micróbios e bactérias no órgão e, ao
contrário do que muitos possam imaginar, é
um hábito barato, fácil e saboroso. Além
de levar a enormes ganhos como
aumento do humor e regulação
hormonal até longevidade e melhor
desempenho geral.

A questão é que a variedade de

micróbios demanda de diferentes tipos
de alimentos vegetais para florescer.
Melhor será o desempenho delas no
aprimoramento da qualidade das
células imunológicas, aumento da
resiliência à infecção, fortalecimento
da barreira intestinal, produção de
vitaminas e regulação dos hormônios,
comunicação com o cérebro e gerar
equilíbrio do açúcar no sangue, reduzindo
as gorduras do sangue.

A médica explica que não se trata de as

pessoas se tornarem vegetarianas, mas
sim, escolher plantas e introduzir este hábito
na alimentação. Segundo ela, existem grupos de
plantas: vegetais (vagens, beterrabas, batatas
doce, abobrinha, cenouras, cogumelos, brócolis e
cebolas vermelhas), frutas (amoras, morangos, kiwis,
maçãs e bananas), grãos integrais (quinoa, trigo-
sarraceno, aveia, cevada e trigo), legumes (grão-de-
bico, feijões e lentilhas) e nozes e sementes (de girassol, de
abóbora, amêndoas, pistache e castanha de caju).

É claro que há pessoas que podem ser sensíveis a fibras, neste e em outros casos, é importante
consultar o médico antes de fazer grandes mudanças na dieta. Outra dica da reportagem da
BBC são os alimentos fermentados, como kefir, kombucha e chucrute, que podem ser fáceis
de cultivar em casa.

Cuidar do intestino reflete em toda a saúde do indivíduo e a alimentação é um ponto

fundamental nessa balança. Com uma dieta saudável você vai conseguir prevenir doenças
autoimunes e ter mais energia e nutrientes para se manter ativo.

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 K A I U T
CONCLUSÃO
Conquiste saúde integral equilibrando seu intestino
O sistema digestivo, conhecido como intestino, é um
dos órgãos mais fascinantes do corpo humano. Com
seus impressionantes 9 metros de comprimento,
ele abriga trilhões de micro-organismos, incluindo
uma infinidade de bactérias. Surpreendentemente,
se fôssemos contar todas as células presentes no
corpo humano, constataríamos haver mais células
bacterianas do que humanas!
É no intestino grosso, também chamado de cólon, que
a maioria desses micróbios reside, formando o que os
cientistas denominam de "microbiota intestinal". Essa
comunidade microscópica desempenha inúmeras
funções vitais. Ela contribui para a digestão dos
alimentos, produz vitaminas e minerais essenciais e
desempenha um papel fundamental no fortalecimento
do nosso sistema imunológico.
A lista de suas habilidades é extensa, sendo que, sem
eles, nossa sobrevivência provavelmente seria inviável.
E esse ecossistema microscópico, que habita no nosso
intestino, tem um impacto muito significativo na nossa
saúde e bem-estar. Esses micróbios são fundamentais
para o funcionamento correto do nosso organismo.
Cada vez mais os cientistas têm se dedicado a
compreender o intestino, assim, buscam conhecer
melhor a microbiota intestinal para desvendar os
segredos de uma vida saudável e, quem sabe, até para
o desenvolvimento de novas terapias e tratamentos
médicos. De fato, o sistema digestivo é um ecossistema
complexo e vital para a saúde humana.
Desde que eu comecei a analisar casos de consultório,
no início da minha clínica como quiropata, há mais de
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20/25 anos atrás, eu percebo que existe um padrão
que conecta a dor crônica a processos de bloqueio
ou, como eu prefiro classificar, congelamento de
fáscias em regiões muito rígidas ou muito doloridas
por um longo período.
Esse congelamento da fáscia me parece gerar o
aumento da toxicidade química no tecido, ou seja,
aquele tecido começa a envelhecer mais rápido,
via envelhecimento oxidativo. Esse fenômeno se
amplia quando existe uma desordem de intestino.
Sinceramente, fico bem feliz de encontrar tantas
referências em trabalhos científicos modernos
falando de intestino e associando degeneração
óssea, degeneração articular e doença inflamatória
com o órgão.
Desde o início da minha carreira, que teve como
base a medicina tradicional chinesa e a medicina
ayurvédica, eu vejo que essa relação intestino - osso,
intestino – articulação, intestino - inflamação é um
fato. E isso já era mencionado nos escritos antigos
da ayurveda e da medicina tradicional chinesa
desde sempre.
É muito libertador ver a medicina moderna trazendo
informações e contexto científico para o paciente,
o indivíduo que sofre, nos documentos antigos.
Assim eles podem, de dentro para fora, impactar as
dores de maneira mais holística e saudável. Como
quiropata, eu percebia que bloqueios articulares
recorrentes geram alteração de fáscias próximas.
E tudo isso se fazia mais claro quando havia uma
alteração de intestino.
 K A I U T Y O G A | Y O G A E I N T E S T I N O

Hoje, dentro do método Kaiut Yoga, minha principal

preocupação é que o indivíduo, ser humano
moderno, esteja regularmente reorganizando e
reequilibrando o seu sistema nervoso autônomo,
através do yoga. Desse modo, ele aprende a
sair de um padrão de estresse e ansiedade para
operar a partir de um lugar interno de equilíbrio. Eu
sei que isso gera um impacto direto na regulação
intestinal e a partir dela, em todos os campos que
abordamos acima.

Sim, a prática é uma ferramenta poderosa para

a manutenção da saúde intestinal, pois tem uma
abordagem abrangente guiada para restaurar
a harmonia entre corpo e mente. Assim é Kaiut
Yoga, um método que tem se revelado eficaz
para a saúde do intestino. Por meio de posturas
que acessam as mais diversas regiões do corpo,
trabalha para desbloquear pontos do corpo
estagnados e restaurar a fluidez em todo o sistema
digestivo. É uma prática gentil que desempenha
um papel fundamental na redução do estresse e
da tensão, fatores frequentemente associados a
problemas intestinais.

A prática de yoga, somada a hábitos saudáveis,

ajudam a promover a saúde intestinal. Neste
cenário a alimentação é importante. Busque
adotar novos hábitos, alimentando-se de maneira
equilibrada e com alimentos naturais e nutritivos,
especialmente aqueles que contribuem para
promover a saúde da microbiota intestinal, como
probióticos, prebióticos e fibras.

Essa combinação é um caminho promissor para

a manutenção da saúde integral. Ao cuidar do
intestino, você irá nutrir e fortalecer todo o seu
ser. Seu corpo e mente se beneficiarão, assim,
será capaz de viver plenamente, com um corpo
cada vez mais disponível. Abrace essa jornada
de autocuidado em busca de mais saúde e bem-
estar. Seja qual for o seu ponto de partida, lembre-
se de que sempre há espaço para crescimento e
transformação.

22
 K A I U T
REFERÊNCIAS
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