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EQUILÍBRIO
Cuidar da mente para uma vida mais harmônica
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03/02/2022 16:44 'Segundo cérebro', intestino tem influência na saúde mental; veja por quê - 07/10/2021 - UOL VivaBem
Imagem: iStock
Marcelo Testoni
Colaboração para VivaBem
07/10/2021 04h00
Tudo porque estudos recentes revelaram que o intestino tem influência sobre nossas emoções,
nosso sono, nossos comportamentos e até transtornos mentais —um papel que ele já deve
desempenhar há muito tempo, desde quando algumas transformações evolutivas possibilitaram o
desenvolvimento de uma rede de neurônios digestivos para "compreender" melhor a variedade de
alimentos que ingerimos.
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A vantagem dessa evolução era enorme: "entendendo" os tipos de alimentos que ingeríamos, o
intestino conseguia repelir ou eliminar aqueles considerados tóxicos ou mais perigosos, e
aproveitar melhor aqueles mais ricos em nutrientes, vitaminas, minerais e energia.
"Batizada de sistema nervoso entérico, essa rede neural percorre todo o abdome, do esôfago até o
reto, interagindo com o sistema nervoso central, permitindo o envio e o recebimento de mensagens
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entre cérebro e intestino", explica Júlio Barbosa Pereira, médico pela UFBA (Universidade Federal
da Bahia) e neurocirurgião com especialização pela UCLA (Universidade da Califórnia em Los
Angeles). Juntos, os dois órgãos trabalham pelas atividades voluntárias e involuntárias do
organismo.
Reforçando as defesas
Atuando de forma autônoma, essa rede de neurônios assumiu uma série de tarefas importantes
para o nosso corpo. É dela, por exemplo, a responsabilidade de regular e modular a atividade
endócrina das células do trato gastrointestinal. Também age sobre o sistema imunológico,
estimulando a produção e transporte de células de defesa (os chamados linfócitos).
Essa parte, aliás, também é influenciada pelas bactérias que povoam o intestino e formam a
microbiota (antigamente conhecida como "flora intestinal"). Além de terem um papel importante na
digestão e absorção de nutrientes, produzindo substâncias que ajudam na digestão para, em troca,
conseguirem os nutrientes de que precisam para viver, elas também reforçam nossas defesas
impedindo que agentes infecciosos penetrem no nosso corpo e provoquem doenças.
Para se ter uma ideia, alguns estudos mostraram que a falta de bactérias intestinais boas ou o
aumento das consideradas ruins (quando há um desequilíbrio na microbiota, problema chamado de
disbiose) pode levar a inflamações e distúrbios gastrointestinais. Esse desequilíbrio também está
relacionado com problemas como diabetes, obesidade e úlceras gástricas.
A disbiose também já é considerada uma das causas para problemas que envolvem o sistema
nervoso, como a insônia. "Também parece influenciar em doenças do sistema nervoso como
Alzheimer, neurodegenerações e acidente vascular cerebral (AVC), além de apresentar ligação
com o transtorno do espectro autista", acrescenta Luana Luz, gastroenterologista da BP - A
Beneficência Portuguesa de São Paulo e da clínica Gastrofig.
Mas não é apenas o aspecto físico do sistema nervoso que sofre a influência do intestino.
Comportamentos e sentimentos também podem ser induzidos por ele. Isso porque a rede neural
presente no órgão é responsável por comandar a liberação de mais de 30 neurotransmissores,
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Com toda essa influência, não é à toa que o intestino tenha ganhado o apelido de "segundo
cérebro". Para se ter uma ideia, estima-se que 50% da dopamina do nosso corpo e 90% da
serotonina (ou seja, quase toda a cota dela) sejam processadas no intestino, afirma Júlio Barbosa
Pereira. Por isso, não é exagero dizer que um desequilíbrio no funcionamento desse órgão serve
de gatilho para quadros de baixa autoestima, ansiedade, compulsão, depressão e até de
alucinações.
E alguns estudos comprovaram isso. Em 2011, por exemplo, um estudo da Universidade Cork, na
Irlanda, atestou que o Lactobacillus rhamnosus, uma das bactérias que vivem no intestino, foi
capaz de alterar as condições físicas e emocionais de ratos que receberam doses extras do
microrganismo na comida. O resultado é que os animais ficaram mais dispostos e relaxados após
ingerir os bacilos.
Para ter certeza, outros testes foram feitos e de fato o efeito se confirmou. Depois, em 2013, os
experimentos evoluíram para humanos. O veredito de um estudo da Universidade da Califórnia,
nos EUA, foi de que as bactérias Bifidobacterium, Streptococcus, Lactococcus e Lactobacillus
causaram mudanças no sistema digestivo que repercutiram também no cérebro: as áreas
responsáveis pelas percepções de dor, temperatura, fome e tato tiveram uma redução das
atividades, enquanto as que gerenciam atenção e controle emocional tiveram suas conexões
ampliadas.
Alimentando as bactérias
Compreender a conexão entre cérebro e intestino e como ela tem impacto na nossa saúde física e,
especialmente, mental, só reforça a importância de se manter hábitos de vida saudáveis. Manter
uma alimentação diversificada, equilibrada e de boa qualidade, além de praticar exercícios físicos
de forma regular e ainda usar ferramentas como a meditação para gerenciar o estresse e as
emoções do dia a dia são atitudes que contam para manter a estrutura positiva da nossa
microbiota, afirma Edvânia Soares, nutricionista especialista em nutrição clínica, geral e esportiva
da Estima Nutrição, em São Paulo.
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Para evitar essas complicações e favorecer a proliferação das bactérias consideradas boas, a
nutricionista recomenda a manutenção de uma alimentação variada, já que o consumo de poucos
alimentos com frequência costuma empobrecer a microbiota. E, se for preciso reorganizar o
ecossistema de bactérias, é possível utilizar (sempre sob orientação especializada) a ingestão de
alimentos ou cápsulas de probióticos (que contém microrganismos vivos para povoar o intestino) ou
prebióticos (alimentos que favorecem a proliferação de bactérias intestinais). Em último caso,
síndromes e inflamações mais sérias também podem utilizar o transplante de fezes para
reequilibrar os microrganismos da microbiota.
Por causa da religião, minha mulher não se interessa por sexo. O que faço,
Jairo?
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