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Em todo o mundo, funcionários e empresários tomam consciência de que é preciso ter mais
qualidade - eliminando desperdícios e melhorando o ambiente de trabalho
Neste início de século de muitas viradas, uma coisa fica clara: na política, nos negócios e na
convivência entre as pessoas, não há mais lugar para truques, meias-verdades e improvisação.
O brasileiro recupera princípios esquecidos, exige honestidade, participa mais de perto dos
problemas que afetam o país. O cidadão é mais vigilante. E o consumidor exige qualidade e faz
valer seus direitos.
Nada, porém, impulsiona tanto a busca pela qualidade, no país, quanto a abertura que se faz às
importações: Japão, os Tigres, o Primeiro Mundo são hoje vizinhos de prateleira da empresa
nacional, nas lojas e nos supermercados. Muitos pagam mais pela qualidade do que vem de fora.
Quem entendeu os sinais do tempo está fazendo bons negócios: qualidade gera fidelidade,
expansão de clientela, garante mercado e proporciona maiores lucros. Qualidade é para quem quer
competir.
Mas nem todos têm acesso, especialmente as pequenas empresas, à informação necessária, ao
conhecimento dos métodos e das ferramentas da Qualidade Total.
Seja qual for o ramo de negócio, o empresário não pode estar sozinho nessa batalha. É preciso
mobilizar toda a empresa nessa direção. Qualidade Total exige a participação de todos, empregados
e colaboradores, sem exceção. Representa uma nova cultura a ser introduzida.
Pesquisa revela que empresas desconhecem novas técnicas. Pesquisa realizada pelo Sebrae -
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - revela que 79% dos empresários de
menor porte têm interesse em conhecer processos que aumentem a qualidade de produtos e
serviços. A mesma pesquisa aponta que a grande maioria dessas empresas desconhece ou não
aplica determinados princípios e métodos modernos de gestão pela Qualidade Total , que aqui
serão apresentados. Para a maior parte das micro e pequenas empresas consultadas, o ambiente
de negócios no país não anda bem: 28% consideraram péssimo; 14% ruim e 39% regular. Entre os
contentes, 7% acharam bom e 1% ótimo. Ainda assim, 56% dos empresários mostraram-se
dispostos a investir dinheiro para aumentar a segurança e a eficácia do processo produtivo.
O "papa"dos EUA em programas voltados para o cliente mostra que tamanho não garante eficiência
- RICHARD WHITELEY
Todo mundo já ouviu falar das lendárias "viradas" de negócios. Em 1980, a Ford esteve a beira da
falência e agora lidera o ressurgimento da indústria automotiva nos Estados Unidos. A British
Airways tinha clientes infelizes e empregados descontentes. Depois da privatização, em meados da
década de 80, passou a ditar o padrão de serviços aéreos e no ano passado foi a empresa aérea
mais lucrativa do mundo.
Mas o que acontece aos pequenos, aos negócios familiares? Sem os espantosos recursos de uma
empresa gigante, pode o pequeno empresário esperar os mesmos resultados? A resposta é sim! Na
verdade, as organizações menores têm até algumas vantagens sobre as suas correspondentes
maiores.
A primeira vantagem é que são pequenas. Com menos empregados, menos níveis de gerência e
todos alojados no mesmo local, o líder da pequena empresa pode operar mudanças muito mais
rapidamente do que em uma grande organização. O que as companhias de porte levam anos para
conseguir, um grupo pequeno e mais ágil pode alcançar em poucos meses.
Uma segunda vantagem é que o pessoal da pequena empresa está geralmente mais próximo de
seus clientes. É comum executivos de grandes companhias ficarem isolados dos clientes por
camadas de hierarquia, enquanto na pequena empresa o executivo-chefe é frequentemente também
o chefe de vendas e passa boa parte do tempo fora do escritório, cara a cara com as pessoas que
atende. Esta intimidade garante que a "voz do cliente" esteja sempre presente para servir de guia na
criação de produtos, serviços e políticas.
Se ter visão de sua organização é a chave para o seu sucesso, os pequenos levam vantagem
também aqui. Em uma pequena operação empresarial, a pessoa precisa apenas observar e ouvir o
fundador da empresa. Outra vantagem é que na maioria dos casos a pequena empresa não está
sujeita a metas de grandes ganhos trimestrais, como exigem os acionistas das grandes
corporações. Tal pressão força as grandes companhias a se preocupar com o curto prazo. Já a
pequena empresa tem maior capacidade de equilibrar o longo e o curto prazos. O resultado é que
podem pôr em prática os mecanismos que as habilitará a focalizar sua atenção nos lucros e
principalmente nos clientes.
Mas a pequena empresa, é claro, também tem desvantagens. E por isso nem todas estão mais
voltadas para o cliente do que suas correspondentes maiores. O problema fundamental é que a
pequena empresa não tem os recursos humanos ou financeiros como as grandes companhias.
Enquanto uma empresa bem-sucedida seria capaz de nomear um gerente e fornecer facilitadores
de qualidade para apoiar vários grupos operacionais, esse "staff de luxo" simplesmente não existe
para o pequeno negócio, que não tem meios para ter nem mesmo um staff regular. Também é difícil
suportar as despesas com consultoria e treinamento, que é procedimento freqüente nas grandes
organizações. Nesse caso, o pequeno empresário pode valer-se do treinamento oferecido pelas
No final das contas, com todas as vantagens e desvantagens enumeradas e comparadas, um único
fato permanece: tornar-se uma empresa voltada para o
cliente está ao alcance de grandes e pequenas. Não é o tamanho que faz a diferença. O que
importa, mesmo, é a vontade. A organização, grande ou pequena, que estabelecer a firme intenção
de voltar-se para o cliente e quiser fazer da intenção uma realidade, a despeito das vantagens ou
desvantagens de tamanho, será a vencedora.
O desempenho da empresa brasileira está abaixo do padrão mundial. Resultado: prejuízo e baixa
competitividade. O tigre brasileiro despertou mais tarde para a qualidade. A saída agora é disparar
na pista deixada pelos países de economia avançada e encurtar a longa distância por eles já
percorrida. Essa defasagem ocorre nos vários setores (indústria, comércio e serviços), mas na área
industrial fica mais fácil demonstrá-la.
PEÇAS REJEITADAS
No Brasil, o índice de rejeição de peças defeituosas na fabricação fica entre 23 a 28 mil peças em
cada milhão produzidas. A média mundial não passa de 200 e a do Japão é de apenas 10 peças
rejeitadas por milhão.
Durante a garantia do produto,os gastos que a indústria brasileira tem com assistência técnica
representam 2,7% do valor bruto das vendas, enquanto a média mundial é 0,15 e a indústria
japonesa gasta menos de 0,05% do valor bruto das vendas.
PEÇAS CORRIGIDAS
O número de peças que são corrigidas depois de fabricadas (retrabalho) chega a 30% do total, na
indústria brasileira. A média mundial é de 2% e na indústria japonesa não passa de 0,001% do total
de peças.
ENTREGA DE PEDIDOS
Entre a chegada dos pedidos, na fábrica, e a efetiva entrega dos produtos, a indústria brasileira
gasta, em média, 35 dias. A média mundial é de apenas 3 dias e a do Japão, 2 dias.
No Brasil, 0,1% dos operários das fábricas apresentam sugestões de melhoria aos produtos e
TREINAMENTO DE PESSOAL
A indústria brasileira investe em treinamento menos de 1% das horas trabalhadas durante o ano, por
empregado. É de 6% a média mundial, enquanto na indústria japonesa os empregados passam, em
média, 10% do tempo de trabalho em treinamento.
OS 10 MANDAMENTOS DA QUALIDADE
É necessário adotar novos valores e atitudes; conheça os princípios da gestão pela qualidade e
comece a mudar.
Faça o teste: tire um tempinho para reparar na qualidade do atendimento que você, não sendo
presidente da República nem astro da TV, recebe na padaria, no posto, no banco, nos lugares que
você freqüenta no dia-a-dia.
Se alguém atencioso, gentil e sorridente vier lhe atender, você certamente vai ficar surpreso. Isso
porque estamos ainda muito distantes do padrão em que o cliente é realmente o centro das
atenções.
Por aí se avalia como requer esforço e persistência motivar as pessoas e mudar comportamentos. É
necessária a introdução de uma nova cultura na empresa, o que só é possível com a observância
dos10 Princípios da Qualidade Total.
Novas atitudes, valores e objetivos – os mais importantes – estão presentes nestes 10 Princípios.
Eles devem ser adotados não pela simples imposição (o que não funciona) mas pelo
convencimento, convição e aceitação de todos.
Na estrutura tradicional da empresa, quase sempre os clientes são colocados como receptores
passivos dos produtos e serviços oferecidos. Normalmente, são atendidos por pessoas com a
menor capacidade de decisão dentro da empresa. Não raro, são vistos como aqueles que perturbam
a rotina da empresa. Qualidade Total inverte esse quadro e coloca o cliente como a pessoa mais
importante para a organização. Tudo que a ele se relaciona torna-se prioritário.
. Atendimento ao cliente
. Conhecimento do cliente
. Avaliação sistemática do cliente
. Parceria com o cliente
. Superação de expectativa
. Comparação de desempenho com os concorrentes
A total satisfação dos clientes éa mola mestra da gestão pela qualidade, força em torno da qual a
empresa deve gravitar. Afinal, os clientes são a própria razão de existência de uma empresa. Saber
como eles avaliam os produtos ou serviços que lhes são oferecidos é o primeiro passo.
O "diálogo" com o cliente permite que a empresa busque a excelência no atendimento. Mas deve ir
além: prever suas necessidades e superar expectativas. A gestão pela qualidade assegura a
satisfação do cliente final e de todos aqueles que fazem parte dos diversos processos da empresa:
2-Gerência participativa
Novas idéias devem ser estimuladas e a criatividade aproveitada para o constante aperfeiçoamento
e a solução dos problemas. Dar ordens e exigir obediência é restringir ao mínimo o potencial do ser
humano. No processo de Qualidade Total, gerenciar é sinônimo de liderar. E liderar significa
mobilizar esforços, atribuir responsabilidades, delegar competências, motivar, debater, ouvir
sugestões, compartilhar os objetivos, informar, transformar grupos em verdadeiras equipes. A
participação, muitas vezes, não ocorre porque:
É preciso eliminar o medo. E ouvir sempre o que pensam os subordinados. É preciso estimular a
formação dos Times da Qualidade,com o objetivo de resolver problemas que afetam metas de
trabalho.
O sentido da gestão participativa ultrapassa as fronteiras da empresa, amplia a interação com seus
clientes diretos, fornecedores, acionistas, controladores, sindicatos e comunidade.
As pessoas são a matéria-prima mais importante nas organizações produtivas. Nela, passam a
maior parte do tempo útil de suas vidas,onde buscam não apenas remuneração adequada, mas
espaço e oportunidade de demonstrar suas aptidões, participar, crescer profissionalmente e ver
seus esforços reconhecidos. Satisfazer tais aspirações é multiplicar o potencial de iniciativa e de
trabalho do ser humano. Ignorá-las é condenar os empregados à rotina, ao comodismo, "ao tanto
faz como tanto fez", clima exatamente contrário ao espírito da Qualidade Total, que tem como base
a participação e o aperfeiçoamento dos recursos humanos.
Uma nova postura dos empregados, em relação ao trabalho que desenvolvem nas empresas, com
atitudes e comportamento positivos, pode ser alcançada a partir de:
4 - Constância de propósitos
A adoção de novos valores,dentro da empresa, é processo lento e gradual, que deve levar em conta
a cultura existente na organização. Os novos princípios devem ser repetidos e reforçados,
estimulados em sua prática, até que a mudança desejada se torne irreversível.
. Persistência
. Continuidade
. Coerência nas atitudes e práticas
. Planejamento estratégico
. Alinhamento
. Convergência de ações
5-Aperfeiçoamento contínuo
Acompanhar e até mesmo antecipar as mudanças que ocorrem na sociedade -com o contínuo
aperfeiçoamento– é uma forma de garantir mercado e descobrir novas oportunidades de negócios.
Além disso, não se pode ignorar a crescente organização da sociedade civil que conquista, a cada
dia, novas leis e regulamentos para a garantia dos produtos e serviços colocados no mercado.
Nessa nova ordem, onde o consumidor fala mais alto, não há espaço para acomodação,
passividade, submissão, individualismo ou paternalismo. O sucesso empresarial está comprometido
com a implantação de uma "cultura" de mudança, de contínuo aperfeiçoamento. É o que acontece
quando a empresa oferece mais do que lhe é cobrado, ao superar as expectativas e ganhar a
admiração dos clientes.
Para não perder espaço no setor onde atua, garantir e ampliar seu mercado, a empresa deve estar
sempre atenta:
São estes os caminhos para a excelência em tudo que se faz. Mas é bom lembrar que é mais fácil
melhorar o que pode ser medido. Deve-se criar um conjunto de indicadores que retrate a situação
existente para depois compará-la com outras situações onde as melhoria se inovações introduzidas
possam ser avaliadas.
6-Gerência de processos
. Cadeia cliente-fornecedor
. Mensuração através de indicadores
. Integração de processos
A empresa pode ser vista como um grande processo que tem como finalidade (missão) atender às
necessidades dos seus clientes/usuários, através da produção de bens/serviços, gerados a partir de
insumos recebidos de seus fornecedores e beneficiados e/ou manufaturados, através de seus
recursos humanos e tecnológicos.
O grande processo se divide em outros processos mais simples, até a tarefa individual. Os vários
processos se interligam formando várias cadeias cliente-fornecedor. A partir do cliente externo, os
processos vão se comunicando: o anterior é o fornecedor; o seguinte, cliente.
Gerenciar processo significa: planejar, desenvolver, executar, controlar e agir corretivamente. Para
que seja possível acompanhar, controlar e avaliar, é indispensável que cada processo tenha
indicadores que possam mensurar aspectos relativos à produtividade (eficiência) e qualidade
(eficácia).
7-Delegação
O melhor controle que se pode ter da empresa é aquele que resulta da responsabilidade atribuída a
cada um que dela faz parte.
. Descentralização
. Autonomia para tomada de decisão
. Decisão onde está a ação
. Respaldo para ações delegadas
Mas delegar apenas não basta. É necessário saber delegar: transferir poder e responsabilidade a
pessoas que tenham condições técnicas e emocionais para bem assumir o que lhes for delegado. É
preciso contar ainda com ágil sistema de comunicação, capaz de proporcionar respostas rápidas.
Assim é possível vencer medos, barreiras e preconceitos associados à divisão de poder e
responsabilidade.
Delegar significa colocar o poder de decisão o mais próximo da ação. O que quase sempre é feito
baseado em procedimentos escritos. O regulamento, no entanto, não pode ser embaraço à solução
das situações imprevistas: o bom senso deve prevalecer. A presteza com que o cliente é atendido
determina sua aproximação ou rejeição à empresa.
Elemento facilitador do ato de delegar é o conhecimento, por parte de todos na organização, dos
princípios pelos quais se deve pautar. A delegação parece ser muito mais fácil nas pequenas
empresas. Mas cuidado: isso pode ser ilusão.
8-Disseminação de informações
9-Garantia da qualidade
A formalização dos processos estrutura-se na documentação escrita, que deve ser de fácil acesso,
isto é, permitir rastreabilidade (identificação do caminho percorrido desde a origem). Organizada e
acessível, a documentação da garantia da qualidade permitirá:
10-Não-aceitação de erros
O padrão de desempenho desejável na empresa deve ser o de "zero defeito". Este princípio deve
ser incorporado à maneira de pensar de empregados e dirigentes, na busca da perfeição em suas
atividades.
Todos na empresa devem ter clara noção do que é estabelecido como "o certo". Esta noção deve
nascer de um acordo entre empresa e clientes, com a conseqüente formalização dos processos
correspondentes dentro do princípio da garantia da qualidade. Desvios podem e devem ser medidos
para localizar a causa principal do problema e planejar ações corretivas. O custo de prevenir erros é
sempre menor que o de corrigi-los.
O erro é mais oneroso quanto mais cedo aparece no processo. Um erro na concepção do projeto
pode colocar a perder todo o empreendimento.
Identificar os pontos fortes e fracos de uma organização é o primeiro passo em direção ao sucesso.
Faça o teste!
Não se pode melhorar o que não se conhece bem. Chegou o momento de identificar em que estágio
a empresa se encontra em relação à qualidade, de ter uma visão bem clara do caminho a ser
percorrido para se chegar à Qualidade Total.
É importante que você responda às 10 questões do questionário "Nossa empresa trabalha com
Qualidade Total?". Mas para se obter uma avaliação mais significativa, sugerimos que você aplique
a pesquisa ao maior número de pessoas na empresa, de forma a obter um resultado que
corresponda à média da opinião, incluindo direção, chefias e empregados. Este questionário não
precisa ser assinado.
INSTRUÇÕES
Os quadros a seguir contêm duas afirmativas para cada um dos 10 Princípios da Qualidade Total já
conhecidos. As afirmativas indicam situações extremas com relação a cada princípio. Entre as
afirmativas, encontra-se uma escala com cinco graduações:
- A nota 1 significa que, na sua opinião, a afirmativa da esquerda reflete totalmente a situação da
empresa.
- A nota 5 significa que, na sua opinião, a afirmativa da direita representa exatamente o que
acontece na empresa.
O clientes devem se adaptar a nossos procedimentos e nossas rotinas, sem atrapalhar o trabalho.
Nossa empresa não costuma ouvir os clientes, isso não é importante para o seu sucesso.
Os clientes são a razão de existir de nossa empresa. Buscamos sempre atender plenamente suas
necessidades e até superá-las. Para tanto, utilizamos instrumentos sistemáticos para avaliar o seu
grau de satisfação.
2. GERÊNCIA PARTICIPATIVA
A maneira de agir das chefias não estimula o trabalho em equipe. Solução de problemas, tomada de
decisões e planejamento do trabalho são tarefas exclusivas das chefias.
Recursos Humanos não são valorizados pela empresa. Não há preocupação com a satisfação de
suas necessidades, nem oportunidade para manifestação de idéias e opiniões.
Em nossa empresa, as pessoas são consideradas seu maior patrimônio. Programas de incentivo,
motivação e treinamento são amplamente utilizados. Sentimos orgulho da nossa empresa e
satisfação com o nosso trabalho.
4. CONSTÂNCIA DE PROPÓSITOS
Nossa empresa é como um "barco à deriva" que muda de rumo ao sabor dos ventos. Falta de
objetivos claros e metas bem definidas resultam em dispersão de esforços e descontinuidade das
ações.
Princípios e diretrizes da nossa empresa são definidos e atualizados com base em processo
permanente de planejamento estratégico.Todos os empregados compartilham desta mesma visão e
orientam suas ações em direção aos rumos traçados para a empresa.
5.APERFEIÇOAMENTO CONTÍNUO
Nossa empresa é acomodada, pouco exigente e contra inovações. São comuns comentários tais
como: "está bom assim", "pode deixar passar", "sempre fomos assim e deu certo".
6. GERÊNCIA DE PROCESSOS
Em nossa empresa, cada setor atua isolado dos demais e as relações são baseadas na hierarquia e
controle. A preocupação é atender e satisfazer o nosso chefe. Há muitos conflitos na empresa.
Nossa empresa é vista como um processo onde cada um de nós busca atender às necessidades
daqueles que recebem nossos serviços/produtos, formando assim várias cadeias de clientes e
fornecedores, a partir dos clientes externos. Utilizamos métodos e instrumentos para gerenciar cada
processo.
7. DELEGAÇÃO
Nossa empresa é ágil e flexível. O poder de decisão é sempre delegado para o responsável pela
ação. Para assumir com competência essa responsabilidade, os empregados são informados sobre
os princípios que orientam sua atuação.
8. DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES
Informações sobre a empresa não são disseminadas internamente, gerando boatos e distorções de
fatos. Cada um conhece apenas o seu trabalho, ignorando o quanto ele é importante para os
objetivos da empresa como um todo.
9. GARANTIA DA QUALIDADE
Nossos processos não estão padronizados, nem documentados. Não temos orientações claras e
precisas sobre como fazer as coisas, ocasionando desperdícios e retrabalho.
Os erros são descobertos depois que os produtos e serviços foram executados e, na maioria das
vezes, o que é grave, pelos nossos clientes.
Em nossa empresa, ninguém se conforma com erros. Sabemos claramente o que é certo e
adotamos medidas para evitar erros e retrabalhos.
Empresa que pratica a Qualidade Total mantém e amplia seus clientes, enfrenta a concorrência e
garante bons negócios. É um esforço amplamente
compensador, por muita razões.
Redução de custos - Qualidade Total reduz custos porque racionaliza processos, diminui o
desperdício, elimina o retrabalho e acaba com a burocracia e os controles desnecessários.
Direcionamento certo - O compromisso com a qualidade estreita os laços da empresa com sua
clientela, em permanente e sistemática troca de informações, o que conduz a aperfeiçoamentos e
inovações de sucesso garantido.
Novas oportunidades - A prática da Qualidade Total amplia a percepção do empresário para novos
negócios, novas oportunidades. Isso é resultado do permanente enfoque no cliente, suas
necessidades e aspirações.
Novos mercados - Qualidade Total qualifica a empresa para novos mercados. É o caso das
oportunidades surgidas com o processo de terceirização, que ganha força no Brasil. Empresas de
maior porte transferem a outras, de menor porte, etapas de seu processo de produção e/ou serviços
e com isso se tornam mais ágeis e competitivas.
COMEÇA A MUDANÇA
Mais de 60% das grandes empresas já adotam programas de qualidade. Pesquisa realizada junto às
mil maiores empresas brasileiras mostra que 60,9% estão implementando um programa interno de
Qualidade Total. Em 21,1%, o programa existe mas não está implementado. E em apenas 18% não
foram verificados esforços no sentido da Qualidade Total. Nas empresas que desenvolvem
programa de Qualidade Total, a maioria vem colhendo respostas significativas junto aos
funcionários. O maior índice verificado (85,8%) refere-se à conscientização da necessidade de
treinamento de pessoal. As grandes empresas do país sabem que mão-de-obra barata não
representa mais um diferencial competitivo em um mercado em vias de globalização. Um ponto
igualmente importante é a necessidade de aumentar a motivação e realização profissional dos
empregados.
Outras mudanças significativas dizem respeito à diminuição dos níveis hierárquicos, verificado em
O MOVIMENTO DA QUALIDADE
DOROTHEA WERNECK
A busca da sobrevivência pelas empresas de maior porte começou ainda na década 70,
especialmente para as empresas fornecedoras do programa nuclear, quando a exigência de
garantia de qualidade dos equipamentos obrigou as empresas brasileiras a buscar tecnologia e
gerência de padrão mundial.
Já na década de 80, encontramos exemplos de empresários de visão que perceberam mais cedo o
processo de mudança que estava ocorrendo no mundo.
E outros que procuravam garantir o mercado para exportação de seus produtos, produzindo-os de
acordo com as exigências de certificação (que a partir de 1987 passaram a ser mais conhecidos
com a divulgação da ISO-9000).
A crise da economia brasileira e a mudança de comportamento dos consumidores, cada vez mais
exigentes, também levaram as empresas a buscar maior qualidade e produtividade. O interessante
é que a partir do sucesso de algumas empresas, por efeito demonstração ou por concorrência, o
número de adesões ao movimento multiplicou-se.Para completar, ao buscar a garantia de qualidade
dos produtos, passou-se a exigir a garantia de qualidade das peças, partes e componentes
necessários no processo produtivo - e os fornecedores, empresas muitas vezes de menor porte,
começaram também a mudar. Os mesmos desafios são, portanto, enfrentados por toda e qualquer
empresa, independentemente de seu tamanho. É uma questão de sobrevivência.
O consumidor mais exigente quer produtos e serviços que atendam às suas expectativas. A
possibilidade de comprar produtos importados e a legislação que protege o consumidor reforçaram
essa tendência. E se a empresa quer de fato sobreviver, é preciso tomar ações preventivas - e é
isso que a Qualidade Total preconiza.
Produzir um bem ou serviço com qualidade, com a entrega no prazo determinado, com o
atendimento correto (inclusive na assistência pós-venda) ao menor custo (logo, menor preço), são
as novas regras de mercado. Não basta mais "vender barato".
É nesse novo mundo que as micro e pequenas empresas precisam sobreviver e crescer. É
A indústria começou a investir em qualidade nos anos 20. Hoje, o conceito é sinônimo de liderança
empresarial.
Qualidade Total é uma filosofia de gestão empresarial presente, hoje, nos quatro cantos do planeta:
do Japão aos Estados Unidos, da Europa aos chamados Tigres Asiáticos, da China ao Brasil.
Percorreu um longo caminho, na esteira do sucesso do Japão, até se impor como opção para
viabilizar a administração de micro e pequenas empresas em todo o mundo.
A qualidade começou a ser incorporada à produção industrial a partir da década de 20, para impedir
que produtos defeituosos chegassem às mãos dos consumidores. Com o advento da produção em
massa, para atender a mercados em crescimento, foram sendo introduzidas técnicas de controle
estatístico da qualidade.
Após a Segunda Guerra Mundial, com o desenvolvimento da indústria aeronáutica, começou a ser
adotado o controle de processos, englobando toda a produção, desde o projeto até o acabamento.
Conseguir qualidade nos processos de produção visava, principalmente, segurança e eliminação
dos defeitos.
Esse conceito evoluiu para a garantia da qualidade, que consiste na sistematização, por normas
escritas, dos padrões e requisitos para cada etapa do processo produtivo. O objetivo é garantir
qualidade uniforme para os produtos e serviços. Tais normas são organizadas nos Manuais da
Qualidade das empresas e são requisitadas com freqüência nas relações comerciais entre cliente e
fornecedor, especialmente se a empresa produz bens intermediários.
NOVO PANORAMA
A partir da década de 60, o ambiente de negócios começa a mudar. O mercado nos países
desenvolvidos vai ficando saturado e os consumidores demandam produtos diferenciados. A alta
tecnologia passa a ser adotada nos processos produtivos. As barreiras do comércio internacional
são reduzidas e a competição internacional se intensifica.
O conceito de qualidade, portanto, significou coisas diferentes, nas últimas décadas. É possível que
uma ou outra dessas antigas idéias, agora ultrapassadas, ainda permaneça como definitiva. É
importante saber distingüi-las das idéias condizentes como moderno conceito de QualidadeTotal.
A Qualidade Total revolucionou os sistemas produtivos, antes de tudo, por ser um bom negócio. A
ponto de hoje, nos países desenvolvidos, ser condição essencial para a permanência e
prosperidade das empresas. No Brasil, Qualidade Total significa postura de liderança empresarial.
Um estímulo a mais para quem quer utilizar suas técnicas e ferramentas para desenvolver um
negócio: vai estar, com certeza, à frente de muita gente. Trata-se, sem dúvida, de um diferencial
precioso no mundo dos negócios.
Os paradigmas filtram novas experiências. As pessoas vêem o mundo, o tempo todo, através de
seus paradigmas. Constantemente, selecionam informações do que de melhor se ajusta a suas
regras e regulamentos, e tentam ignorar o resto.
Por isso há tantas divergências na interpretação de um mesmo fato. A versão que cada pessoa dá a
um acontecimento está condicionada a seu paradigma particular.
concentra a atenção e aumenta a confiança em resolver problemas. Mas é preciso cuidado: o efeito
paradIgma pode bloquear a visão de futuro. As pessoas se aprisionam a uma maneira específica de
resolver problemas. E tentam fazer isso usando seus próprios paradigmas. Ao surgir uma nova
maneira de fazer as coisas, tendem a rejeitá-la por não se enquadrar aos padrões sempre utilizados
(e que são tão bons).
Lidamos com paradigmas o tempo todo. Na vida das organizações não é diferente. Entretanto,
pode-se observar na cultura das empresas, uma série de paradigmas que, quando presentes,
dificultam muito a implantação de programas de gestão pela Qualidade Total. É necessário que
todos da organização estejam conscientes das implicações destes paradigmas, para que possam
mudá-los.
A seguir, você vai ver alguns paradigmas famosos. Mas você pode identificar outros, que por certo
estão dificultando a implantação de uma nova mentalidade em sua empresa. Convoque seu pessoal
e faça com eles uma reflexão sobre o assunto. Você verá quanto ainda há por mudar. Mãos à obra.
ERRAR É HUMANO
Quando as pessoas de uma organização partem da premissa que errar é humano, cria-se
permanentemente uma justificativa para todos os erros, falhas, desperdícios, não-qualidades
cometidos, já que estes erros são tidos como da natureza humana. Ora, as pessoas acertam muito
mais do que erram. Se isso não fosse verdade, o homem já teria desaparecido da face da Terra.
Consequentemente, este ditado popular pode muito bem ser alterado para um outro muito mais
próximo da natureza humana: acertar é humano.
As pessoas costumam acreditar que fazem as coisas como fazem porque sempre fizeram assim. A
capacidade de sobrevivência de uma empresa é diretamente proporcional a sua capacidade de se
transformar. Organizações com colaboradores abertos às próprias transformações mudam mais
rápido. Sua capacidade de adaptação depende da percepção de seu pessoal sobre as
transformações no ambiente. A palavra-chave dos tempos de hoje é mudança.
Os velhos modos de fazer as coisas já não satisfazem os clientes, que querem satisfazer suas
expectativas. Investir na transformação do pessoal é urgente e importante. Como ser criativo,
fazendo as mesmas coisas, da mesma forma, durante anos? Quem pensa que as pessoas preferem
a segurança da rotina a novas formas de trabalhar está redondamente enganado. Ao investir na
capacitação dos colaboradores, a empresa perceberá como são ávidos pela transformação, pela
novidade, por fugir da rotina.
Muitas organizações priorizam a qualidade de seus produtos e serviços mas se esquecem que os
processos que geraram estes mesmos produtos e serviços também têm que ter qualidade. Caso
contrário, perceberão, e bem cedo, que a qualidade foi embora. Para que se consiga obter a
qualidade desejada, ou seja, a satisfação total dos clientes, é necessário enraizar no pensamento,
nas palavras e obras os mandamentos da Qualidade Total.
Consequentemente, a organização deve mudar este paradigma, adotando outro muito mais eficaz:
casa de ferreiro, espeto de ferro. E verá que a grande mudança está em mudar a si próprio em
primeiro lugar. Está na coerência entre as palavras e as ações dos executivos ou em praticar aquilo
que prega.
A gestão pela qualidade só terá êxito se houver total comprometimento e empenho dos dirigentes da
organização. A comodidade é o máximo divisor comum da humanidade. Há sempre um boa
desculpa para que as pessoas não alterem a rotina, o seu jeito de fazer as coisas: se tudo sempre
foi assim, para que mudar?
Mudar gera insegurança, defesas e resistências. Se por acaso reações desse tipo acontecerem,
nada mais natural. Bem conduzido o programa, acaba o espaço para a acomodação.
Por isso, o empresário deve estar consciente da importância de seu papel na condução do
processo. E entender bem qual é a origem das resistências a mudanças.
Para implantar a Qualidade Total, é preciso, antes de mais nada,querer e saber implantar. Mas
existem dois outros requisitos:
- Ter vontade política. Entender que a Qualidade Total é o caminho para a sobrevivência e o
desenvolvimento da empresa.
- Compreender as conseqüências práticas do alinhamento de sua empresa aos fatores-chave da
Qualidade Total.
- Criar condições internas para a implantação da Qualidade Total, em especial perante os sócios ou
familiares (se estes participam da empresa).
- Não desanimar ou perder o rumo diante de dificuldades ou retrocessos.
- Explicitar seu compromissoerante a empresa e manter informados todos os funcionários sobre o
desenvolvimento do processo.
Pesquisa realizada entre as maiores empresas norte-americanas que implantaram Qualidade Total
com sucesso revela: esforço para a qualidade que não tem a liderança do executivo principal é
receita para o desastre.
Segundo a pesquisa, são oito as atitudes comuns aos executivos que tiveram
sucesso:
Descubra se você está pronto para encarar as mudanças e implantar um programa de qualidade
Um programa de Qualidade Total daria certo em sua empresa? Antes de mais nada, é preciso
avaliar até que ponto você está preparado para as mudanças. Lembre-se de que o empresário tem
que liderar o processo de transformação organizacional. E mais: se você não mudar alguns
paradigmas sobre como deve ser implantado um programa de qualidade total, não terá resultados.
A seguir, estão relatadas algumas situações que podem surgir quando da implantação de um
programa de qualidade. Para cada situação, existe uma solução mais adequada, mais "feliz". As
outras duas são reações comuns, porém pouco satisfatórias. Leia e analise cada uma das
situações. Pense no que você faria, de fato. Se a sua escolha "bater" com a solução feliz, melhor.
Caso contrário, reflita:
SITUAÇÃO 1
Que não hesitaria em demitir as pessoas que, porventura, tentassem dificultar o processo de
implantação
SITUAÇÃO 2
Alguém lhe pergunta quais seriam os próximos passos da sua empresa na implantação do programa
da Qualidade Total, após as primeiras reuniões de sensibilização. A sua resposta é:
Que acompanharia bem de perto o processo, implantando um programa que divulgue a visão da
organização, premie as pessoas, transforme os processos e promova os resultados.
Que a organização investiu muito tempo e dinheiro na sensibilização para o programa e que, agora,
é com eles.
SITUAÇÃO 3
Se a sua empresa, organização, após iniciar a implantação da Qualidade Total, entrasse em uma
dessas "crises" conjunturais, você:
Não se abalaria, já que a crise é externa e você tem a convicção de que a empresa é capaz de
superar este obstáculo
Eliminaria toda e qualquer despesa que não se relacionasse com a sobrevivência da empresa.
Passada a crise, retomaria a implantação do lugar onde parou
SITUAÇÃO 4
Alguém lhe pergunta quanto tempo você estaria disposto a empregar no processo de implantação
do programa de Qualidade Total na sua empresa. A sua resposta é:
Não muito, pois no momento você está super atarefado, não podendo assumir este compromisso
Nenhum, pois você tem medo que sua presença cause inibição no pessoal
LEMBRETES!!