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Questão 1
ERRADO
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NOÇÕES GERAIS SOBRE O TRADE DRESS
Antes de explicar o que decidiu o STJ, irei fazer uma breve revisão sobre o
trade dress. Se estiver sem tempo, pode ir diretamente para os comentários
ao julgado.
Ao contrário de outros países, no Brasil ainda não existe uma legislação que
proteja, de forma específica, as violações ao trade dress. Apesar disso, a
jurisprudência tem protegido os titulares das marcas copiadas. Nesse
sentido:
(...) A despeito da ausência de expressa previsão no ordenamento jurídico
pátrio acerca da proteção ao trade dress, é inegável que o arcabouço legal
brasileiro confere amparo ao conjunto-imagem, sobretudo porque sua
usurpação encontra óbice na repressão da concorrência desleal. Incidência
de normas de direito de propriedade industrial, de direito do consumidor e
do Código Civil. (...)
Marca
Desenho industrial
Trade dress
O denominado trade dress, não disciplinado na legislação nacional atual,
tem por finalidade proteger o conjunto visual global de um produto ou a
forma de prestação de um serviço. Materializa-se, portanto, pela associação
de variados elementos que, conjugados, traduzem uma forma peculiar e
suficientemente distintiva de inserção do bem no mercado consumidor,
vinculando-se à identidade visual dos produtos ou serviços.
EXPLICAÇÃO DO JULGADO
A J&F entendeu que o Tradex possuía uma semelhança muito grande com o
Neutrox e que estaria havendo violação de seu direito de marca.
Diante disso, a J&F ajuizou ação inibitória por violação a direito de marca e
prática de concorrência desleal, cumulada com indenização por perdas e
danos e antecipação de tutela contra a Dragão Química, a fim de compelir
esta última a se abster de usar os produtos e materiais informativos ou
publicitários que contenham o sinal Tratex, idênticos ao produto Neutrox,
além de condená-la ao pagamento de indenização por danos morais e
materiais decorrentes do uso indevido da marca.
A autora requereu que a ré se abstivesse de utilizar os elementos
característicos e essenciais de sua marca, sob pena de multa diária, assim
como a condenação ao pagamento de perdas e danos pelo uso indevido da
marca e de danos morais.
NÃO.
(...)
(...)
Por força do art. 124, VIII, da Lei n. 9.279/1996 (LPI), a identidade de cores
de embalagens, principalmente com variação de tons, de um produto em
relação a outro, sem constituir o conjunto da imagem ou trade dress da
marca do concorrente - isto é, cores “dispostas ou combinadas de modo
peculiar e distintivo” -, não é hipótese legalmente capitulada como
concorrência desleal ou parasitária.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.376.264/RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe
de 4/2/2015.
f) especialização do público-alvo; e
g) diluição.
Nenhum desses elementos deve se sobrepor aos demais, sendo certo que o
resultado da avaliação de um critério isoladamente não confirma nem
elimina a colidência das marcas sob exame. O grau de relevância de cada
item do teste só poderá ser sopesado pelo examinador diante do caso
concreto (O Teste 360º de Confusão de Marcas. Revista da Associação
Brasileira da Propriedade Intelectual, nº 132, set/out de 2014, p. 17).
Supressio
Além disso, o STJ entendeu que a pretensão da autora estaria fulminada
pela supressio.
- o credor de uma relação jurídica não exerceu seu direito por longo tempo,
J&F.
Portanto, é evidente a generalização das trade dresses examinadas que,
embora similares, valeram-se de elementos e caracteres de domínio comum,
seguindo a tendência de mercado ditada pela líder internacional: embalagem
cilíndrica com corpo ou conteúdo amarelo, carregando nome, sinais e tampa
na cor vermelha - ao longo de todo esse período, sem notícias de confusão
ao consumidor ou desvio de clientela, até porque, sequer se destinavam ao
mesmo público.
Em suma:
Diante desse quadro, o STJ reconheceu que havia o risco de a empresa Red
Bull, notoriamente mais antiga e conhecida, ser indevidamente associada
ao produto concorrente.
O STJ entendeu também que havia risco de diluição da marca. Isso porque
não existem, no Brasil, outras bebidas registradas com o elemento “bull”,
de forma que a utilização pela marca concorrente gera um da expressão na
classe de bebidas.
Vale ressaltar que o fato de haver marcas com o elemento “bull” no exterior
não interessa se no Brasil não existe. Isso porque a diluição da marca no
exterior não é suficiente para afastar a distintividade do registro no Brasil.
STJ. 3ª Turma. REsp 1922135/RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 13/04/2021 (Info 692).
Questão 2
ERRADO
Comentários
Recuperação judicial
Plano de recuperação
(...)
(…)
STJ. 4ª Turma. REsp 1.992.192-SC, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Rel.
para acórdão Ministro Raul Araújo, julgado em 6/12/2022 (Info 760).
Questão 3
Ao produtor rural que exerça sua atividade de forma empresarial, é facultado requerer a
recuperação judicial, desde que esteja inscrito na Junta Comercial há mais de dois anos.
CERTO
Comentários
Recuperação judicial
Fases da recuperação
Então, o produtor rural é regido pelo Código Civil, enquanto não registrado e,
querendo, passa ao regime jurídico empresarial, após a inscrição é
facultativa.
Em suma:
STJ. 3ª Turma. REsp 1.811.953-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado
em 06/10/2020 (Info 681).
STJ. 4ª Turma. REsp 1.800.032-MT, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min.
Raul Araújo, julgado em 05/11/2019 (Info 664).
Tema
STJ. 2ª Seção. REsp 1.905.573-MT, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado
em 22/06/2022 (Recurso Repetitivo – Tema 1145) (Info 743).
Lei nº 14.112/2020
(...)
O ponto mais importante está no novo § 3º do art. 48 porque ele permite que
o produtor rural pessoa física (e não apenas o que atue como pessoa
jurídica) possa pedir recuperação judicial. Nesse caso, ele verá obedecer a
regra do art. 70-A:
Art. 70-A. O produtor rural de que trata o § 3º do art. 48 desta Lei
poderá apresentar plano especial de recuperação judicial, nos termos
desta Seção, desde que o valor da causa não exceda a R$
4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). (Incluído pela
Lei nº 14.112/2020)
Questão 4
ERRADO
Comentários
Imagine a seguinte situação hipotética:
Exemplo:
A Beta, com base nos cálculos que ela fez, pagou R$ 600 mil, mas a Alfa
afirma que o pagamento foi incompleto e que ainda falta quitar R$ 400 mil.
A Alfa pediu, então, a habilitação de seu crédito (R$ 400 mil), requerendo que
fosse incluída como credora quirografária na recuperação judicial.
A Beta impugnou este crédito reafirmando que não havia mais nada a ser
pago para a Alfa.
SIM.
No caso concreto, o órgão julgador entendeu que os documentos
destinados à habilitação de crédito não faziam prova do crédito, sendo
necessário apurar a própria existência do crédito e seu valor no Juízo
arbitral, tendo em vista a existência de cláusula compromissória.
Em suma:
Questão 5
CERTO
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Falência
Falência é o processo coletivo de execução forçada de um empresário ou
sociedade empresária cuja recuperação mostra-se inviável.
Finalidade
Legislação aplicável
Realização do ativo
Essa venda dos bens da massa falida é chamada pela lei de “realização do
ativo” e está disciplinada nos arts. 139 a 148 da Lei.
Feita essa revisão, veja agora o caso concreto apreciado pelo STJ:
SIM.
Esse dispositivo legal estabelecia que, mesmo não aprovada a proposta pela
assembleia-geral, o juiz poderia autorizá-la, com base em seu poder
discricionário, devendo, no entanto, levar em consideração as manifestações
do administrador judicial e do comitê de credores, caso exista.
Luiz Antonio Guerra afirma que “essa regra, excepcional, é uma das poucas
hipóteses contempladas na Lei de Recuperações e de Falências em que o
juiz poderá adotar posição divergente da decisão adotada em assembleia”
(GUERRA, Luiz Antonio. Falências & Recuperações de Empresas. Crise
econômico-financeira. Vol. 3. Brasília/DF: Guerra editora, 2011, p. 848).
O art. 145, § 3º, devia ser analisado conjuntamente com o disposto no art.
144, que exige motivo justificado para autorização judicial de modalidade
alternativa de realização do ativo.
SIM.
(...)
(...)
Em suma: