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UC – ECONOMIA MONETÁRIA E FINANCEIRA
Capítulo 2
Gestão da Carteira
DO
Objectivos Específicos
CAPÍTULO
• Explicar conceitos básicos de gestão de carteiras
identificados
DO
Gestão da Carteira
CAPÍTULO
2. Carteira de Títulos
O que é risco e
o que é
retorno?
Definição de “Risco”
▪ Um investidor racional (não saciável e avesso ao risco) procura maximizar a rentabilidade das
suas aplicações e simultaneamente minimizar o risco das mesmas.
▪ O comportamento do investidor, assim, estará condicionado por duas forças de sinal contrário:
▪ A taxa de rendibilidade deste activo, determinada a posteriori ou ex-post, é dada pela seguinte
expressão:
𝑷𝒕 − 𝑷𝒕−𝟏 + 𝑫𝒕
𝑹𝒕 =
𝑷𝒕−𝟏
▪ A rendibilidade obtida de forma ex-ante, que um activo financeiro gera durante o horizonte
temporal de investimento, é uma variável aleatória, assumindo distintos valores aos quais
associamos determinadas probabilidades.
▪ Assim, a estimativa da rendibilidade esperada para o título deve ser baseada na expectativa de
rendibilidades de cenários de evolução do activo financeiro:
E(𝑹𝒊 ) = σ𝒏𝒊=𝟏 𝑷𝒊 𝑹𝒊
▪ Sendo
n o número de cenários futuros admissíveis para o activo financeiro;
𝑷𝒊 a probabilidade (subjectiva) de ocorrência de cada cenário;
𝑹𝒊 a rendibilidade gerada pelo título i em cada cenário.
DO
Gestão da Carteira
CAPÍTULO
2. Carteira de Títulos
▪ Para tal, o investidor terá de identificar os títulos em que deve investir, bem como as proporções
do investimento total a aplicar em cada título.
▪ A rendibilidade esperada da carteira de títulos é dada pela média dos valores esperados das
rendibilidades dos títulos que compõem a carteira, ponderadas pela proporção do montante
monetário investido em cada um desses títulos, ou seja,
Com 𝜎𝑖𝑗 a covariância entre as rendibilidades esperadas dos títulos i e j. a covariância mede a relação
linear existente entre as duas taxas de rendimento: nula, se for igual a zero; directa, se positiva; ou,
inversa, se negativa.
▪ A covariância é dada pela expressão seguinte:
𝝈𝒊𝒋 = E 𝑹𝒊 − 𝑹𝒊 𝑹𝒋 − 𝑹𝒋
▪ O coeficiente de correlação linear entre as rendibilidades dos títulos i e j é dado por:
𝝈𝒊𝒋
𝝆𝒊𝒋 = , sendo -1 ≤ 𝜌𝑖𝑗 ≤ +1
𝝈𝒊 𝝈𝒋
✓ Se 𝜌𝑖𝑗 = +1, existe uma correlação linear positiva perfeita entre as taxas de rendibilidade dos
títulos i e j;
✓ Se 𝜌𝑖𝑗 = -1, existe uma correlação linear negativa perfeita entre as rendibilidades;
✓ Se 𝜌𝑖𝑗 = 0, as rendibilidades dos títulos i e j são linearmente correlacionadas.
DO
Gestão da Carteira
CAPÍTULO
2. Carteira de Títulos
No gráfico abaixo é apresentado o risco de uma carteira em função do número de títulos que são
incorporados nessa carteira. Como se pode observar, o risco da carteira (desvio-padrão) diminui à
medida que se introduzem mais títulos numa carteira (n aumenta), efeito diversificação.
σ
2,8
2,6
2,4
Risco Diversificável ou Risco não 2,2
Sistemático ou Risco Específico do 2,0
1,8
activo
1,6
Risco Único
1,4
toal
1,2
1,0
0,8
Risco
Observa-se então que, à medida que n cresce, a contribuição da variância individual das taxas de
rendibilidade de cada activo para a variância da carteira tende para zero. Por outro lado, a contribuição
das covariâncias aproxima-se da covariância média.
Concluímos, por isso, que o risco total de uma carteira pode ser reduzido via diversificação. No entanto,
uma carteira completamente diversificada possui um determinado nível de risco, o risco de mercado.
▪ Risco Específico (ou Não Sistemático) – resulta de factores que afectam apenas o
comportamento do título em análise (ou de um conjunto limitado de títulos) e nunca a totalidade dos
títulos transaccionados no mercado, como sejam o risco de empresa, risco de sector, etc.
DO
Gestão da Carteira
CAPÍTULO
1. Estratégia de Diversificação do Risco da Carteira
Um investidor consegue atingir uma qualquer combinação, incluindo as que correspondem aos pontos
da linha fronteira, alterando a composição da carteira (proporções), no espaço média-variância.
O ponto mvp (minimum variance portfolio) representa a carteira de variância mínima, ou seja, a
combinação de títulos com menor variância entre todas as carteiras que é possível construir, dado o
conjunto de títulos individuais disponíveis.
Ε(Rp) Combinações Eficientes
mvp
Combinações Possíveis
σp
18 Manuel Café Bamba & Edmiro Vaz Domingos
CARTEIRAS EFICIENTES POSSÍVEIS
DO
Gestão da Carteira
CAPÍTULO
1. Estratégia de Diversificação do Risco da Carteira
O investidor considera as carteiras eficientes, ou seja, o conjunto de carteiras que formam a Fronteira
Eficiente.
Uma carteira é eficiente quando não existe nenhuma outra que proporcione maior rentabilidade para
igual nível de risco ou, alternativamente, menor risco para idêntica rentabilidade.
Carteira Óptima – carteira que maximiza o nível de satisfação do investidor, dadas as suas
preferências e as condições de mercado.
Em termos de rentabilidade e risco, as preferências do investidor podem ser formalizadas com base
numa função de utilidade, que pode ser representada graficamente através de curvas de indiferença.
As carteiras situadas sobre a mesma curva de indiferença possuem igual utilidade esperada.
Assim, o investidor deverá escolher a carteira que se situe sobre a fronteira eficiente e,
simultaneamente, se situe sobre a curva de indiferença mais afastada do eixo horizontal do espaço
rentabilidade-risco.
A carteira óptima é dada pelo ponto de tangência entre a fronteira eficiente e a curva de indiferença
mais afastada do eixo horizontal.
UB
Ε(Rp)
UA Título 2
Carteira Óptima do Investidor B
Título 1
σp
25 Manuel Café Bamba & Edmiro Vaz Domingos
03
PLANO Novembro
DO
Gestão da Carteira
CAPÍTULO
1. Estratégia de Diversificação do Risco da Carteira
Para qualquer ponto entre A e B, está a investir-se positivamente em ambos os activos. Neste caso, diz-
se que o investidor está a emprestar ao comprar o activo sem risco (lending). Posições à direita do
ponto B significam que o investidor está a pedir emprestado (borrowing), pois endivida-se no activo
sem risco com vista a angariar fundos para investir no activo 1.
Como se pode saber, qualquer investidor prefere mais rendimento a menos e menos risco do que mais.
Assim, para que uma carteira seja eficiente não pode existir outra carteira com (i) a mesma taxa de
rendimento e menor risco; (ii) ou com o mesmo risco e uma taxa de rendimento superior; (iii) ou ainda
com menos risco e uma taxa de rendimento mais elevada.
Ε(Rp)
borrowing
B
Ε(R1)
lending
A Rf
σ1 σp
29 Manuel Café Bamba & Edmiro Vaz Domingos
ACTIVO SEM RISCO
Como se viu, a carteira deverá pertencer à fronteira eficiente. Sabe-se também, através da teoria da
escolha, que a carteira óptima deve maximizar a utilidade esperada, isto é, atingir a curva de
indiferença mais alta. Combinando estes dois resultados, podemos concluir que a forma de determinar
a carteira óptima passa pela determinação do ponto de tangência entre a fronteira eficiente e a mais
alta curva de indiferença. Para determinar este ponto é necessário igualar a inclinação da fronteira
eficiente à inclinação da curva de indiferença. O mesmo é dizer que se deve igualar a taxa marginal de
transformação à taxa marginal de substituição (que aprendemos em microeconomia), ou seja,
Carteira Óptima
Ε(Rp) I3
I2
I1
Ε(Rp*)
σp* σp
30 Manuel Café Bamba & Edmiro Vaz Domingos
ACTIVO SEM RISCO
Ε(Rp)
T FΕ
Ε(Rp)
mvp
Rf
σp σp
31 Manuel Café Bamba & Edmiro Vaz Domingos
ACTIVO SEM RISCO
Questões?