Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pesquisador
Coordenador
Introdução
Problemas:
1.3 Perspectivas
Parte 2
lugar, isso reduz consideravelmente riscos futuros, visto que demandas ambientais e
sociais tornar-se-ão cada vez mais determinantes para o sucesso de um negócio. Ou
seja, uma visão de longo prazo deve se preocupar em não acumular passivos futuros
que possam inviabilizar o empreendimento no futuro, ainda que correntemente tais
problemas sócio-ambientais não sejam ainda considerados rotineiramente no
processo decisório. Por exemplo, empresas hoje podem ser processadas pelos danos
causados pelo acúmulo de resíduos tóxicos, ainda que tais resíduos tenham se
originado em um momento em que havia pouca efetividade na implementação das
normas ambientais.
A experiência internacional
1
Louette, Anne (org.) Gestão do Conhecimento: compêndio para a sustentabilidade: ferramentas de gestão
de responsabilidade socioambiental. São Paulo: Antakarana Cultura Arte e Ciência, 2007.
2739
l) impactos socioeconômicos;
Na esfera das Nações Unidas, o Pacto Global é uma iniciativa com o objetivo
de mobilizar a comunidade empresarial internacional para a promoção de valores
fundamentais nas áreas de direitos humanos, trabalho e meio ambiente, ajudando as
organizações a redefinirem suas estratégias e ações, a fim de que todas as pessoas
2741
1. Valores e Transparência.
2. Comunidade Interna.
3. Meio Ambiente.
4. Fornecedores.
2743
5. Consumidores.
6. Comunidade.
7. Governo e Sociedade.
Porém, não foi estabelecida uma agência de controle sobre seus resultados e
ações, e cada instituição financeira passou a agir de forma separada nas questões
relacionadas ao desenvolvimento sustentável. Assim, apesar do compromisso formal
declarado com a adesão ao Protocolo Verde, poucos resultados efetivos foram
2745
Parte 3
• Espera-se grande expansão da área de negócios que tem por base a questão
ambiental. Existe forte potencial para ações em áreas como financiamento a
ações de recuperação florestal: (a) BNDES florestal - linha de financiamento
para apoiar reflorestamento com espécies exóticas para florestas energéticas,
reflorestamento com espécies nativas, e manejo florestal - incluindo as
concessões florestais (BNDES já tem modelo para financiar a concessão da
Floresta Nacional de Jamari e outras concessões florestais); (b) compensação
florestal: permite o financiamento da compra de áreas florestadas ou para
mecanismos de servidão florestal, visando o cumprimento das exigências de
reserva legal previstas no Código Florestal; (c) eficiência energética -
PROESCO: linha de financiamento para projetos de eficiência energética das
ESCOs (a inovação para as ESCOs é abrir mão das garantias reais para as
ESCOS em cima do contrato de fornecimento), financiamento não está restrito
as ESCOs, pode ser também para empreendedores diretos; (d) linha de meio
2
Uma análise mais detalhada sobre o Protocolo Verde encontra-se em Parreira e Alimonda (2005).
2746
• Busca de novas formas de captação (por exemplo, CPRs "verdes") que vão
exigir a atuação da área de meio ambiente para definir os critérios de aplicação
do que é ou não "socioambiental”.
Contudo, essa resistência deve ser transitória: uma vez que as diretrizes e
normas sejam efetivadas na rotina do financiamento, os projetos já virão adequados
às novas exigências, e o papel do BNDES na transformação do financiamento
produtivo será alastrado às demais instituições financiadoras.
(b) constituição de uma base de dados, que deverá ser adequada para ser
alimentada a partir de questionários padronizados a serem preenchidos durante o
processo de solicitação de financiamento.
Acompanhamento de projetos
Políticas de indução
Nessa rede, que pode ser promovida com o auxílio do MMA e liderada pelo BNDES,
que dispõe de maiores recursos humanos, seriam realizadas atividades de
treinamento contínuo dos gestores, a partir de workshops, palestras e cursos, visando
ampliar o conhecimento dos agentes relacionados e criar uma cultura de
desenvolvimento sustentável entre os participantes. Também poderiam ser oferecidos
cursos específicos para os gestores dos fundos, visando à ampliação da experiência
na área de meio ambiente, o que diminuiria a heterogeneidade dos projetos
aprovados, facilitando sua padronização e adequação aos moldes pretendidos.
Uma segunda razão para a atual popularidade dos PSAs foi a “descoberta” do
potencial de arrecadação de recursos financeiros pela prestação de serviços
ambientais. Esse processo aconteceu devido ao maior envolvimento de cientistas
sociais com a questão ambiental, fornecendo o embasamento teórico de princípios de
Economia e Gestão que passaram a ser incluídos em um debate antes restrito às
áreas de ciências naturais. Discutir idéias, como o princípio do usuário/poluidor-
pagador e a maximização da eficiência no uso dos recursos naturais, tornou-se algo
cada vez mais comum no cotidiano dos ambientalistas, culminando com a enorme
curiosidade despertada pelos mecanismos de comércio de direitos de emissão de
gases de efeito estufa previstos pelo Protocolo de Quioto, o chamado mercado de
carbono. Esses temas “migraram” também para outras áreas da agenda verde,
resultando em um número cada vez maior de estudos voltados para o
desenvolvimento e análise de PSAs.
Limpo) quanto nos incipientes (por exemplo, créditos por redução de desmatamento, e
o BNDES já acumula experiência no tema através da gestão do Fundo Amazônia).
Nessa linha, Gutman (2003, p.11) sugere cinco “princípios de senso comum”
que deveriam ser considerados para o financiamento de projetos sustentáveis de
manejo de recursos naturais:
O BNDES não está isolado em suas ações, e por isso deve haver papel ativo
para os demais entes federais e para o restante da sociedade. Nesse sentido, vale a
pena revisar as recomendações estabelecidas no Protocolo Verde para os gestores
ambientais (no caso, o Ministério do Meio Ambiente), que permanecem extremamente
atuais: