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FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO: “BIOLOGICAMENTE CULTURAL”

Aluna: Yasmin Estevez Cardoso


Professor: Rhuan
Disciplina: Antropologia Cultural
Curso: Psicologia

Referência completa da obra e BUSSAB, Vera Silvia e RIBEIRO, Fernando


do texto específico (capítulo de Leite – “Biologicamente Cultural”, in: Psicologia:
livro ou artigo) reflexões impertinentes, São Paulo, Casa do
Psicólogo, 1988. (pp. 182-193).
Informações sobre os autores: Graduada em Psicologia pela USP. Realizou seu
Vera Silvia Bussab mestrado e doutorado em Psicologia Experimental
também pela USP. Atualmente atua como
professora na USP e possui como linha principal
de pesquisa a Psicologia Comparativa com foco
intercultural. Também se interessa pelo
desenvolvimento humano e o apego, abordagem
etológica, dentre outros temas.

Fernando Leite Ribeiro Bacharel e licenciado em Psicologia pela


faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP.
Realizou seu doutorado em Psicologia
Experimental também pela USP. Atualmente
ministra algumas disciplinas de Pós-Graduação
em Psicologia Experimental e possui como linha
de pesquisa principal a Psicologia Evolucionista,
comportamento animal, natureza e cultura e a
abordagem etologia.
Temática Geral  O autor inicia o texto apresentando a
Temas centrais (¹) importância da cultura para o
Temas secundários (²) compartilhamento de informações de
geração em geração. Isso é feito pelo uso
de diversos mecanismos sociais e
simbólicos, tais como a linguagem,
inteligência, as relações sociais, dentre
outros. ¹
 Isso demonstra como a cultura é essencial
para a sobrevivência de um grupo, visto
que os comportamentos culturais mais
adaptáveis ao contexto também podem ser
selecionados pela seleção natural. ¹
 Um dos sinais de que o ser humano é
cultural está no uso de instrumentos.
Descobertas sobre sítios fósseis revelaram
que um modo de vida sócio-cultural existe
há muitos anos, onde as análises
mostraram uma complexa rede de eventos
com trocas sociais e transmissão de
conhecimentos. ²
 O cérebro humano também parece crescer
e se especificar a partir da evolução
cultural e biológica do ser humano. Além
disso, é preciso colocar esse avanço dentro
de um contexto que exige o cumprimento
de funções e ajustamentos. ²
 A complexidade cultural exigiria constante
processamentos de informações. Logo,
observa-se que o cérebro humano evolui
para resolver problemas sociais. ¹
 A hominização, além de demonstrar uma
evolução cerebral a partir do contato com a
cultura, também alterou a organização
social, divisão do trabalho, os cuidados
parentais, ligações afetivas, estratégias
ontogenéticas de desenvolvimento, dentre
outros aspectos da vida social. ¹
 O desenvolvimento da linguagem
extensiva aparece com os Homo Sapiens.
Além de ser importante para a cultura, ela
também possui bases biológicas. Isso pode
ser visto nos bebês que nascem com
estruturas cognitivas, fisiológicas e
anatômicas para iniciar o desenvolvimento
linguístico no seu meio social. ¹
 Ainda em relação aos bebês, pode-se
observar comportamentos voltados para a
vinculação afetiva desde o início, como
quando ocorre o direcionamento da
atenção do bebê ao adulto que demonstra
afeto por ele. ¹
 As sociedades de caça e coleta trazem
evidências da iniciação cultural dos jovens.
Nesses ambientes a criança tem, em
abundância, oportunidades para interagir,
estabelecer vínculos, explorar por meio da
brincadeira, etc. Além de também os
adultos passarem muito tempo com as
crianças, seja brincando, dançando,
cantando ou até levando elas durante a
caça e coleta. ²
Citações Observações e comentários gerais do texto
“Sem dúvida, o homem se
distingue dos demais seres vivos
do planeta pelo seu modo de vida
cultural altamente especializado,
caracterizado pela transmissão de
informações de geração a geração
via experiência, e pelo uso da
linguagem e de outras
representações simbólicas” (p. 01)

“Um cérebro maior permitia É curioso como não podemos analisar questões
novos desenvolvimentos culturais; anatômicas e fisiológicas de forma isolada. Assim
um contexto cultural mais como investigar os fenômenos culturais sem levar
desenvolvido promovia a seleção em conta o impacto que condições biológicas tem
de nova especialização cerebral neles.
[...] pode-se dizer que biologia e
cultura caminharam juntas” (p.
04)

“O ser humano é biologicamente Me recordou as matérias com os “meninos lobos”


lingüístico; nasce com os recursos e da teoria da aprendizagem de Vygotsky.
cognitivos, motivacionais,
fisiológicos e anatômicos para
entender e usar a linguagem
humana que se estiver falando em
seu ambiente. Por sua vez, as
línguas humanas são construídas,
mantidas e transformadas por
esses mesmos seres humanos que
as adquirem a cada geração. E
todos os seus aspectos - sonoros,
rítmicos, melódicos, léxicos,
sintáticos, etc -decorrem das
características dos indivíduos que
as produzem” (p. 04)

“A crescente literatura sobre os Me recordou a Teoria do Apego de John Bowlby e


bebês mostra o quanto à seleção os experimentos com macacos separados de suas
natural atuou favorecendo mães de Harry F. Harlow
ligações afetivas individualizadas
e outras relações entre os
indivíduos e que é neste contexto
que a iniciação cultural se
processa. Tanto os indicadores
ontogenéticos quanto os
filogenéticos mostram que a
cultura humana tornou-se possível
através de um viver sócio-afetivo
intensificado, de vínculos grupais
fortalecidos e, entre muitas outras
coisas, do estabelecimento, no
jovem, de uma tendência para a
educabilidade, busca de
referenciamento no adulto
significativo, compartilhamento e
brincadeira” (p. 06)

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