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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 3

O QUE NÃO É AVALIAÇÃO PSICOSSOCIAL 6

AS NORMAS REGULAMENTADORAS 20,33 E 35 8

RISCOS PSICOSSOCIAIS 12

CENÁRIO PANDÊMICO 17

O FOCO DE ANÁLISE 21

MEDO 22

PERCEPÇÃO DO RISCO 23

HOMESOTASE 24

ESTRATÉGIAS DE COPING 26

AUTOESTIMA 28

ESTRESSE 30

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 38

LOCUS DE CONTROLE 41

COMO PLANEJAR A IMPLANTAÇÃO 45

METODOLOGIA 48

GRUPO FOCAL 49

TESTES PSICOLÓGICOS 54

ANAMNESE 56

VULNERABILIDADE 57

ENTREVISTA INDIVIDUAL ESTRUTURADA 61

APTO OU INAPTO 65

ENCAMINHAMENTOS 69

DEVOLUÇÃO 71

UM NOVO MUNDO PÓS PANDEMIA 73

ANEXOS 90

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INTRODUÇÃO

Vivemos tempos em que o estresse e a ansiedade influenciam intensamente a saúde física e mental das pessoas.
Mas isso não é uma novidade. Antes da Pandemia, o Brasil já era apontado pela OMS, como o país mais ansioso do
mundo. Depois do evento da pandemia, estes números triplicaram, enquanto os índices de depressão e estresse
duplicaram.
Cuidar da saúde mental já não é mais um luxo, mas uma necessidade básica imposta a todos nós por força das
pressões da vida diária. Disso surge a necessidade de compreender o que é RISCO PSICOSSOCIAL. Então vamos lá.
O termo psicossocial refere-se a tudo que interfere no funcionamento psicológico do indivíduo, ou seja, família,
amigos, trabalho repercutindo em seu comportamento. Vamos considerar o princípio básico da ação e reação que
compreende que nosso comportamento é produto de tudo que vivemos, sentimos, pensamos e desejamos e por
isso, este resultado poderá ser favorável ou não as pessoas que expõem a funções perigosas. Assim, risco
psicossocial compreende tudo o que influencia a saúde mental do indivíduo, partindo das tensões de sua vida
diária e de tudo que é vivido pelo indivíduo como algo adverso. Pode ser experimentado do ambiente familiar ou
do trabalho, sendo causador de estresse, diminuição da qualidade de vida, redução da motivação e da
capacidade produtiva.

O antigo paradigma que afirmava que os problemas de casa devem ficar em casa, e assim não se misturar com as
questões do trabalho, já não tem mais eco. A partir deste conceito, fica bem claro que tudo que passa no ambiente
pessoal interfere no desempenho do ambiente laboral, e vice-versa. Portanto, “deixar os problemas do lado de
fora do portão” já não faz mais sentido. Como é possível um indivíduo desempenhar-se deixando de lado suas
preocupações pessoais e angústias familiares? Como o indivíduo que termina um dia de trabalho exaustivo, com
emergências de segurança, cobranças e pressões por produtividades ou ainda com um clima tenso e sem
cooperação entre colegas e líderes, pode chegar bem em casa para conviver com sua família?

A verdade sobre isso é que podemos controlar até certo ponto, e até mesmo em certa medida disfarçar nossos
sentimentos e pensamentos fazendo o ajuste possível para cada situação. Mas não podemos mudar nossos
sentimentos e emoções mais primitivas e profundas. Para exemplificar isso, podemos citar os medos mais básicos
presentes na mente de todo indivíduo em momentos específicos: medo do desemprego, de passar fome, de
fazer dívidas, de perder a família, os amigos, medo de ficar doente, medo de morrer, ou ainda de sofrer alguma
violência ou acidente. Essa emoção não pode ser evitada. E muito menos negada. Devemos reconhecer, aceitar e

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respeitar sua presença, e dar a devida atenção ao tanto que isso pode colocar o indivíduo em uma situação
vulnerável diante do ambiente de risco que se faz presente no trabalho.

Compreender a aceitar a influência do risco psicossocial no trabalho implica em rever conceitos e quebrar
paradigmas. Não é mais possível aceitar a ideia de que as pessoas devam deixar seus problemas em casa para irem
trabalhar tranquilas e felizes e dar o melhor de si produzindo ao máximo. Essa crença impede a gestão do risco
psicossocial na medida em que nega o seu impacto no comportamento laboral de qualquer profissional, prejudica
a saúde mental e toda a possibilidade uma vida com qualidade.

Em 2006 o Ministério do Trabalho divulga a NR33 que pela primeira vez entende que todos os profissionais que
trabalham em espaço confinado sejam observados quanto as suas condições emocionais e psicológicas para lidar
com o perigo, através da avaliação psicossocial. Vamos então, buscar compreender cada termo.

Espaço confinado é todo e qualquer ambiente não projetado para ocupação humana prolongada e que não
possua meios de entrada e saída adequados, e que não haja condições de ventilação suficientes para remover
contaminantes permitindo assim, a oxigenação adequada para garantir a segurança do trabalhador.

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Quanto ao risco psicossocial, diz respeito a todas as pressões da vida diária geradas pelo trabalho e pela vida
pessoal, e que impactam na saúde mental do indivíduo. Bem, isso posto, passamos a ter que revisar a premissa
de que devemos separar vida pessoal e trabalho. E a antiga crença até hoje cobrada pelas organizações, que
afirma que, todos nossos problemas pessoais devem ficar do lado de fora da empresa, passa a ser rejeitada, pois,
a saúde mental do trabalhador é também afetada pelos problemas domésticos, e sendo assim, não pode mais
ser ignorada por aqueles que fazem a gestão das pessoas no trabalho.

A partir do momento que Ministério do Trabalho entende que cada trabalhador de espaço confinado dever ser
avaliado através de um método que observe os riscos psicossociais, para que assim se possa conduzi-lo a um
desempenho seguro, estamos diante de uma nova crença – os riscos psicossociais estão presentes no trabalho e
na vida pessoal igualmente. Assim, não podemos mais desprezar o que se passa na vida familiar e social dos
nossos heróis. É colocada sobre os ombros das organizações, o pesado fardo de ter que considerar que uma
pessoa com dificuldades em casa, terá seu desempenho afetado e seus riscos aumentados, o que passa a
representar que algo precisa ser feito. Mas o que? Como?

A avaliação psicossocial parece ter vindo com o papel de, não apenas assegurar condições de ter pessoas
saudáveis em funções de risco, mas de ampliar a visão sobre gestão de pessoas e resignificar o papel dos líderes
e das organizações no que se refere ao seu compromisso com o bem-estar de todos. No entanto, por tratar-se de
uma prática até então desconhecida e sem uma diretriz que definisse a metodologia, foi necessário que este
estudo tivesse início para atender a esta nova demanda.

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A distinção entre avaliação por competência, avaliação psicossocial e psicodiagnóstico nos permite perceber
exatamente os aspectos que devem ser observados para que não se faça confusões, ou ainda se perca o foco.

Ter claro o objetivo de avaliação psicossocial já permite delinear um caminho distinto de todas as outras
avaliações psicológicas que se costuma fazer dentro de uma empresa.

A avaliação por competência foca nos comportamentos descritos no cargo e é usual nos processos seletivos.
Tem por objetivo ajustar o indivíduo a função. O psicodiagnóstico baseia-se nos sintomas previamente relatados,
e tem por finalidade estabelecer um diagnóstico para dar início a um tratamento. E por fim, a avaliação
psicossocial pretende identificar as condições psicológicas para que o sujeito possa trabalhar sem riscos a sua
segurança, identificando como suas respostas se formam diante das ameaças do dia-a-dia.

No momento em que sabemos para que avaliar riscos psicossociais, todo o processo passa a ser construído para
responder as perguntas iniciais que levarão a resposta desejada. Isso significa que ao escolher os testes, por
exemplo, precisamos ter clareza se este trarão as informações necessárias para a construção de um resultado
seguro e confiável.

Sabendo o que avaliar, tendo os conceitos dos construtos bem conceituados poderemos chegar a uma
conclusão final clara.

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Para que o foco da avaliação psicossocial fique claro é bastante importante que se perceba que é preciso avaliar
além dos comportamentos. Não basta observar o que o sujeito manifesta ou expressa. É preciso ver o que move
seu comportamento, ou seja, atitudes e valores.

Na figura do iceberg podemos visualizar esta compreensão. Avaliar comportamentos, quociente de inteligência
ou aquilo que o sujeito sabe e verbaliza sobre s mesmo, não basta. Quando falo que é preciso ir além, me refiro
aquilo que o sujeito não identifica, ou tem dificuldade em compreender. Falo em ler as entrelinhas de sua fala e
descobrir por exemplo quais são seus medos, o quanto tem consciência destes, o quanto reconhece seus limites,
suas motivações, quais seus valores fundamentais e o quanto age de acordo com estes.

Identificar o que impulsiona os comportamentos do avaliado nos permite compreender de forma clara, o quanto
este poderá ter estratégias adequadas a sua segurança ou não. Os comportamentos seguros que esperamos
encontrar dependem fundamentalmente da estrutura da personalidade, ou seja, do quanto o indivíduo será
capaz de reconhecer seus limites, de agir com controle emocional, de fazer uso de estratégias de enfrentamento
e preservar sua autoestima.

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Atividade Econômica e Espaços Confinados Típicos

Agricultura Biodigestores, silos, moegas, tremonhas, tanques, transportadores enclausurados, elevadores de


caneca, poços, cisternas, esgotos, valas, trincheiras.

Construção Civil Poços, valas, trincheiras, esgotos, escavações, caixas, caixões, shafts (passa-dutos), forros,
espaços reduzidos (onde a movimentação é realizada por rastejamento).

Alimentos Retortas, tubos, bacias, panelões, fornos, depósitos, silos, tanques, misturadores, secadores,
lavadores de ar, tonéis.

Têxtil Caixas, recipientes de tingimento, caldeiras, tanques, prensas.

Papel e Polpa Depósitos, torres, colunas, digestores, batedores, misturadores, tanques, fornos, silos.

Editoras e Impressão Gráfica Tanques

Indústria do Petróleo e Indústrias Químicas Reatores, colunas de destilação, tanques, torres de resfriamento,
áreas de diques, tanques de água, filtros coletores, precipitadores, lavadores de ar, secadores.

Borracha Tanques, fornos, misturadores.

Couro Tonéis, tanques, poços.

Tabaco Secadores, tonéis.

Concreto, argila, pedras, cerâmica e vidro Fornos, depósitos, silos, tremonhas, moinhos, secadores.

Metalurgia Depósitos, dutos, tubulação, silos, poços, tanques, desengraxadores, coletores e cabines.

Eletrônica Desengraxadores, cabines e tanques.

Transporte Tanques nas asas dos aviões, caminhões-tanque, vagões ferroviários, tanque, navios-tanque.

Serviços de sanitários, de águas e de esgotos.

Serviços de gás, eletricidade e telefonia.

Poços de válvulas, cabos, caixas, caixões, enclausuramento, poços, poços químicos, incineradores, estações de
bombas, reguladores, poços de lama, poços de água, digestores, caixas de gordura, estações elevatórias,
esgotos e drenos.

Equipamentos e Máquinas Caldeiras, transportadores, coletores e túneis.

Operações Marítimas Porões, contêineres, caldeiras, tanques de combustível e de água e compartimentos.

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A Engenharia de Segurança aponta para 5 tipos de riscos: os riscos físicos se referem aos riscos provenientes do
ambiente de trabalho e que podem gerar prejuízos a saúde do trabalhador.

Os riscos químicos, também surgem do ambiente de trabalho e podem causar diferentes tipos de intoxicação,
também prejudicando a saúde física de quem se expõe a ela.

Já os riscos biológicos podem contaminar e provocar doenças de todos os tipos, desde as mais graves.

Os riscos ergonômicos, tratam das limitações físicas, cognitivas e psicológicas de seu executor, e por este
motivo, podem prejudicar inclusive, a saúde mental. E aqui, se classificam os riscos psicossocial, embora sem
grande destaque.

Por fim, os riscos de acidentes indicam tudo que pode ameaçar ou prejudicar a integridade física, a saúde e
segurança do trabalhador.

Assim, nesta classificação pode-se perceber claramente o quanto os riscos psicossociais ainda não são tão
estudados e contemplados na gestão dos riscos psicossociais. Eis aí o nosso desfio!

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Aqui cabe esclarecer o que são FATORES psicossociais e o que são RISCOS psicossociais.

Os fatores apontam para elementos que podem ser vividos como forma de ameaça, ou ainda gerar ameaças a
sua saúde e segurança.

Por exemplo: a sobrecarga pode ser para alguns algo irrelevante, e para outros até motivador. Algumas pessoas
sente-se animadas e sentem a sobrecarga como um ativador. Mas para outros, pode ser um fator de estresse e
de adoecimentos gerando estresse físico e mental.

Neste caso, a sobrecarga é um fator de risco, mas a resposta desfavorável, o estresse, passa a ser um risco
psicossocial.

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No ambiente de trabalho é possível observar o que pode ser causador de risco psicossocial. E destaco aqui, a
importância de contextualizar o indivíduo na cultura organizacional, modelo de gestão de pessoas e ainda no sub
clima de seu setor que está sob a influência de seu líder imediato.

Uma empresa com cultura orientada para a produtividade, que não possui políticas e ações orientadas para a
saúde mental e segurança e cujo modelo de gestão não contempla os limites humanos provavelmente irá gerar
riscos psicossociais oriundos de fatores como conflitos nos relacionamentos, ausência de qualidade de vida,
pressões, cobranças, sobrecarga ou superexigência.

Este tipo de cultura, que permite a formação de riscos psicossociais provavelmente terá índices de acidentes de
trabalho e de afastamento decorrentes de causas emocionais e de danos a saúde mental. Porém, esta causa
provavelmente nãos será periciada como causa de acidente de trabalho, por não ser considerado os riscos
psicossociais como um fator aceitável. E assim, comumente ouve-se que causa foi “falha humana” ou “falha
operacional”.

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Do mesmo modo, a cultura familiar traz as características de sua cultura revelada através dos valores que o
indivíduo traz consigo. Fatores muito comuns a família brasileira são: conflitos familiares, problemas com o
desemprego, doenças mal tratadas, endividamento, falta de integração entre outros.

Estes mesmos fatores podem ser vividos de forma diferente entre as famílias. Seu estilo de vida e atitudes diante
das dificuldades indicarão o quanto estes fatores serão vividos em forma de riscos podendo desencadear outras
dificuldades e problemas graves como violência doméstica, por exemplo.

Estes dois ambientes: família e trabalho intervindo entre si poderão estimular o indivíduo a cuidar de sua
segurança e saúde ou não. Tudo dependerá de como este trabalhador assimilará o aprendizado e as experiências
diárias.

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Os fatores psicossociais representam tudo que é demandado pela sociedade e que interfere na resposta
psicológica do indivíduo. Neste momento, a contaminação, a possibilidade de adoecimento pela falta de um
tratamento adequado, o distanciamento e isolamento social, o impacto na economia trazendo desemprego e
redução da renda junto de uma nova crise econômica.

Estes novos fatos que passaram a ser parte da vida diária de todos os brasileiros podem ser vividos de forma a
gerar adaptação e aprendizado, ou ansiedade, desajuste e insegurança.

Quando a resposta a estes fatores não é favorável a saúde mental temos então os riscos psicossociais da
pandemia: medo, solidão, depressão, pânico, alterações de sono, humor ou apetite, que podem levar a formação
de transtornos comprometendo todas as áreas e funções do indivíduo.

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Neste momento, vivemos uma experiência nova, inusitada, sem precedentes e absolutamente inesperada.
Sendo assim, não temos registros e aprendizado prévio, portanto, não temos padrão de resposta.

E por não haver padrão e nem um aprendizado prévio que pudesse trazer uma ideia de como reagir, as respostas
forma as mais confusas possíveis: medo, pânico, insegurança e dúvida. Imediatamente após a orientação de
isolamento social podemos ver as pessoas reagindo de forma a gerar grande estresse emocional devido ao custo
afetivo de ficar longe de todos.

O turbilhão de emoções foi intenso: ansiedade, irritação, mais estresse e depressão. Aos poucos começam as
tentativas de adaptação através do home office, serviços on line e a criação de novos hábitos.

Uma enxurrada de notícias falsas começam a ser trocadas e vem as resistências em aceitar a realidade e a
tentativa de desviar a atenção e o foco para outros temas. Até que aos poucos, alguns já começam a colher
algum aprendizado através da assimilação da realidade e do autoconhecimento.

Temos então um novo cenário que influência na vida familiar e profissional – a pandemia como fator psicossocial
junto com o isolamento social. Em decorrência, os riscos surgem na forma de medo de se contaminar ou
contaminar alguém, medo do abandono, medo da solidão entre outros.

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Estes números revelam o tamanho de impacto inicial do ponto de vista emocional e psicológico na vida os
brasileiros. Historicamente sabe-se que as pandemias geram aumentos significativo dos transtornos de estresse
pós traumático, como aconteceu na pandemia mais recente da SARS em 2002.

Não há como negar que os danos à saúde mental estão fora de controle e além da percepção da maioria das
pessoas. Basta observar a dificuldade de adaptação à nova realidade, as resistências em aceitar o isolamento
social e uso de máscaras.

Nossa cultura e a inexperiência do brasileiro em eventos como este não favorecem ao processo de adaptação e
evolução para lidar com a pandemia. Por consequência, já temos um aumento expressivo e recorde em casos de
transtorno mental, sobretudo ansiedade, depressão e estresse.

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Em princípio, as avaliações psicossociais são consideradas apenas para aqueles trabalhadores cujas funções
envolvem trabalho confinado (NR33), trabalho em altura (NR35) e todo trabalho que envolva líquidos
combustíveis e inflamáveis. Contudo, algumas empresas, por se preocuparem com saúde de segurança e por se
empenharem em ações preventivas, adotaram a avaliação psicossocial para outras funções, ainda que exista
obrigatoriedade. E sendo assim, é possível encontrarmos empresas que adotam a prática da avaliação
psicossocial para, por exemplo, NR10 (eletricidade), NR18(obras e demolições), NR19 (transporte de explosivos),
NR29 (trabalho portuário), NR34 (construção e reparo naval) e NR36 (abate e processamento de carnes e
derivados).

Porém, neste momento em que vivemos todos os fatores psicossociais de uma pandemia e de um isolamento
social não podemos desconsiderar todas as demandas emocionais e psicológicas experimentadas por todos os
trabalhadores. Diante de um cenário de tantas ameaças psicossociais fica bastante claro a necessidade de
cuidados e atenção sobre os aspectos psicossociais visto que a saúde mental passa a ser um sério problema para
todos.

O impacto emocional foi intenso e as respostas bastante prejudiciais interferindo na adaptação, ajuste e
aceitação, e resultando em um aumento considerável nos níveis de ansiedade, estresse e depressão.
Considerando este cenário, seria importante que as avaliações psicossociais passem a ser cogitadas para
qualquer trabalhador que demonstre necessidade de apoio e cuidado com sua saúde mental.

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Toda a avaliação psicossocial precisa ser realizada com vistas ao cenário em que o avaliado se situa. Não seria
adequado olhar apenas o indivíduo e sua função, sem inseri-lo na cena em que vive.

Em tempos de pandemia, temos todos os hábitos, rotinas, costumes e planos desconstruídos colocando o
indivíduo em um horizonte desconhecido, sem perspectivas e sem clareza sobre seu futuro. O impacto da
pandemia ressoa na gestão da saúde pública e por consequência na economia do país, trazendo mais crise, mais
conflito e mais tensão. Sem dúvida, todos estes movimentos afetam a saúde financeira das empresas gerando
desemprego, perda de renda e grande insegurança e instabilidade para a vida de todos.

Todas estas demandas acarretam mais ansiedade, mais depressão, mais estresse e atingem fortemente a
estrutura de toda sociedade e, portanto, de cada cidadão. Alguns se mostram com mais capacidade de
assimilação, de ajuste e de aprendizagem. Outros nem tanto, respondendo com intolerância, agressividade e
resistência.

Sendo assim, é imprescindível que para cada indivíduo avaliado é preciso compreendê-lo de acordo com sua
percepção de realidade e capacidade adaptativa, assim como sua condição de administrar o estresse e assim,
preservar sua saúde mental.

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Nossa história não tem registro de situações de pandemia ou de grandes desastres ou até mesmo guerras. O
brasileiro por natureza é indisciplinado, avesso a regras, dúvida das informações que vem de instituições públicas
e portanto, é resistente.

Em um cenário de pandemia, junto de todas as emoções e conflitos gerados quase que instantaneamente,
podemos perceber a dificuldade do nosso povo para perceber a realidade e se adaptar a esta. Pouco tem após a
decretação da pandemia pela OMS, vimos o cenário político preponderar sobre as questões de saúde. As
divergências políticas e a interminável polarização parecem ter ganho mais importância e se tornado o foco das
atenções.

Diante disso tudo, se soma uma cultura que não favorece a assimilação do evento. Uma cultura que resiste em
aprender, em processar as informações. Somos um povo que olha mais para seus interesses individuais do que
para o coletivo, pensa mais em seus direitos do que em seus deveres, não acredita nas orientações que vem de
esferas superiores e por tudo isso, a adaptação as exigências de uma pandemia se tornam lentas e confusas.

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As avaliações devem ser realizadas com um foco bem claro e conceituado. Basicamente quatro áreas devem ser
exploradas: cognição, saúde, emoções e cultura.

Em relação a cognição, vamos investigar a capacidade do indivíduo em perceber os riscos presentes em seu dia a
dia e suas condições em desenvolver estratégias de enfrentamento.

Quanto a emoções avaliamos se o medo é negado ou reconhecido e como lida com estes medos, avaliamos sua
autoestima e a inteligência emocional que envolve o autoconhecimento, habilidade de relacionamento,
adaptabilidade e gestão do estresse.

Sobre saúde, avaliamos estresse físico, mental e emocional, assim como o histórico de saúde através de
questionário de anamnese.

E quanto a cultura, compreendemos as influências culturais da família e da empresa, considerando também


todos os aspectos referentes a pandemia e suas repercussões.

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O medo é um importante balisador para nos apontar o quanto o indovoduo está lucido sobre sua realifades e os
riscos presentes. Negar o medo representa não perceber os riscos. Do mesmo modo que o pânico tambem não é
adequado devido o desgaste emcional causado. É preciso a presença do medo na medida certa para o processo
perceptivo aconteça.

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A percepção é um processo, e como tal, depende de algumas condições para que aconteça. A Lei de Weber fala
do limiar absoluto, ou seja, as condições mínimas para que o processo se estabeleça e seja processado gerando
assim, uma mudança de comportamento.

As condições emocionais tratam de emoções que motivam o sujeito a identificar algum estímulo. Por exemplo, o
medo de se machucar leva o trabalhador a perceber os riscos de sua atividade.

O estado de saúde cria condições para que as sensações estejam ativas, como por exemplo: o olfato permite a
identificação de um vazamento de gás.

Já as experiências anteriores geram aprendizado de modo que o sujeito saiba os cuidados que deve ter, onde
existem mais riscos ou traz lembranças de acidentes que já presenciou.

E por fim, as expectativas trazem o desejo de manter-se seguro, de não se acidentar e de ter domínio sobre os
riscos de trabalho.

A partir destas condições mínimas, o estímulo externo é assimilado pelas sensações, processado através de uma
recepção neural (sinapse) promovendo o processo completo de percepção e gerado a mudança
comportamental necessária.

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A homeostase é um processo natural em todos os seres vivos. Estamos sempre em busca de equilíbrio e
estabilidade. Diante de algo ameaçador, buscaremos uma forma de nos adaptar e encontrar condições de ajuste
para seguir com nossas necessidades atendidas.

Quando um indivíduo inicia um trabalho perigoso, sua tendência será de ficar atento aos riscos, mas também
buscará adaptar-se e ajustar-se as demandas do mesmo com o intuito de construir até mesmo um certo conforto
neste novo ambiente.

Diante disso, acontece a homeostase. O sujeito se acostuma aos riscos diários até chegar ao ponto de banalizar
os mesmos e perder a atenção devida. Este fenômeno pode ser entendido como um “piloto automático.” O
trabalhador se acomoda, criando a ilusão de já ter dominado os riscos existentes e perde o medo. A perda do
medo e a crença de que já dominou os riscos geram a homeostase do risco, diminuído a atenção aos riscos, a
perda da percepção e abrindo espaço para um acidente.

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Coping é um conceito desenvolvido a partir de um estudo sobre temperamento, e que diz respeito as estratégias
de enfrentamento. A condição de desenvolver meios para lidar com situações que sobrecarreguem os recursos
individuais dependem de sua capacidade cognitiva e de seu controle emocional.

É preciso que, ao perceber uma situação de grande tensão e demanda emocional, este indivíduo consiga pensar
nas soluções possíveis aprendidas nos treinamentos, e é fundamental que tenha autocontrole para evitar
atitudes impulsivas ou impensadas.

Estas condições de reunir todos estes recursos (pensar em soluções e controlar suas emoções) diante de
emergências representam as estratégias de coping, ou estratégias de enfrentamento.

Cabe esclarecer ainda que, em relação a pandemia e suas consequências, os brasileiros em geral não possuem
registro de alguma experiência semelhante e portanto, não possuem padrões de comportamento para
responder a este tipo de situação. Por isso, não podemos esperar respostas de enfrentamento baseado em um
aprendizado prévio por não haver recurso cognitivo suficiente. Estas respostas serão sim, caso o indivíduo
consiga construir estratégias de enfrentamento, baseadas em seus recursos emocionais e comportamentais.

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A autoestima é um importante pilar de sustentação para o comportamento seguro. Espera-se que o indivíduo
que reconhece seu valor pessoal também se sinta merecedor de segurança e bem estar.

Na medida em que seu valor pessoal é vivido, este mesmo sujeito torna-se fortalecido por ser capaz de respeitar
seus limites, acreditar em sua capacidade de obter êxito em seus propósitos e aceita a si mesmo como alguém
que mesmo dentro de seus limites, é um ser de valor e único.

Nestas condições, espera-se ainda, que este trabalhador seja capaz de exercer seu direito de recusa pelo fato de
saber-se merecedor de respeito, de segurança e de qualidade de vida.

Direito de recusa é uma Lei da Constituição Federal que atribui ao trabalhador, o direito de se recusar a realizar
um trabalho caso não se sinta em condições seguras para tanto. Neste caso, o empregador deve respeitar sua
limitação e ajudá-lo a construir condições de segurança para seguir em frente com suas tarefas.

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Ao avaliarmos o estresse, é importante já deixar claro que partiremos do pressuposto de que o estresse já não é
mais uma variável, mas uma constante na vida de todas as pessoas – algumas em grau maior, outras nem tanto.

É fundamental que possamos compreender se o sujeito avaliado reconhece o quanto está prejudicado pelo seu
estresse e o que faz para reduzir seu impacto em sua vida diária e saúde. Ao avaliador cabe mensurar em que
novel de evolução está o estresse mental e emocional.

Essa compreensão permite ao avaliador analisar o quanto o avaliado está com sua saúde comprometida pelos
desgastes diários, o quanto é capaz de administrar seu próprio estresse, o quanto está em condições de
conduzir-se diante dos riscos do trabalho.

CANSAÇO: pode ser superado após uma noite de descanso

ESTRESSE: torna-se repetitivo e acumulativo

SÍNDROME DE BURNOUT (ESGOTAMENTO): ultrapassa o limite do indivÍduo gerando problemas de saúde fisica
e mental comprometendo todas as funções.

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COGNITIVO EMOCIONAL COMPORTAMENTO SAÚDE

• Dificuldade de • Irritabilidade • Hábitos • Ausências mais


lembrar • Mau Humor nervosos prolongadas
• Dificuldade de • Ansiedade • Desastrado ou • Afastamentos
aprender • Dificuldades de negligente mais frequentes
• Dificuldade de relacionamento • Se torna • Baixa no
concentração • Isolamento violento sistema
• Pensamentos • Deixa de ser imunológico
negativos pontual

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Segundo Nelson e Simmons (2003), o estresse pode ser experiementado de forma positiva e construtiva ou, de
forma negativa e prejudicial a saude fisica e mental do indivíduo. De modo geral, os fatores estressores possuem
a mesma origem: na familia, decorrente de conflitos, desajustes, problemas financeiros, desemprego, doenças; ou
no trabalho, gerado por sobrecargas, altas exigências, desentedimento com colegas e lideres ou cobranças
severas.

No entanto, é nítido perceber que algumas pessoas vivem suas demandas estressoras de maneira positiva, com
desgaste reduzido, mantendo atitude otimista e resiliente, extraindo aprendizado das mais duras lições. A
psicologia positiva chama isso de savoring, ou seja, o individuo torna ótimo, o que seria bom, e torna bom o que
sria ruim para outros. Estas pessoas revertem o estresse em alta performance, criatividade e motivação. E fazem
do estresse uma fonte de energia favoravel a sua vida. A este tipo de resposta chamamos de EUSTRESSE.

No entanto, outros podem experiemtar as mesmas situações de forma a gerar desanimo, pessimismo,
respondendo com queixa, desmotivação, reduzindo sua performance e gerando danos a sua saúde física e mental.
E isso independe dos fatores. Os mais propensos ao estresse podem dispender uma resposta negativa ainda que
desprorpcional ao fato por talvez, já estarem predispostos a isso. E a esta reação chamamos de DISTRESSE.

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As questões que avaliam estresse devem ser elaboradas de forma que permita uma melhor exploração do
estresse físico, emocional e mental considerando o desgaste do trabalho em si, mas lembrando de abordas odos
os desgastes causados pelo cenário pandêmico e o isolamento social.

Esta avaliação permitirá uma medida de o quanto o estresse pode estar conduzindo para o adoecimento físico,
mental ou emocional, e se é necessário o encaminhamento para um atendimento especializado.

Sempre é importante lembrar que cada construto deve ser investigado no ambiente familiar e organizacional,
porém, neste momento, cabe incluir as questões referentes a pandemia e isolamento social isto que estas vem
sendo fatores estressantes bastante significativos e de grande custo emocional para a vida diária.

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A intensidade e a frequência dos sintomas poderão contribuir para a identificação do quanto o indivíduo possa
estar ainda em estágio inicial de desgaste, ou se já está avançando e possivelmente se aproximando de uma
condição de transtorno.

Frequências semanal ou mensal com intensidade leve não são preocupantes. Contudo, uma intensidade média
ou alta, com frequência semanal ou diária requer mais atenção e acompanhamento médico. A consciência do
avaliado sobre seu estresse e sua disposição e iniciativa em busca de ajuda, também são determinantes para a
compreensão final.

É importante mais uma vez lembrar que, a avaliação psicossocial não pretende ser um psicodiagnóstico, mas,
caso algum indicador de patologia se apresenta, passa a ser necessário o devido encaminhamento a uma
avaliação mais específica que responda por questões clínicas.

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Goleman, através de seu conceito revolucionário sobre inteligência, nos faz perceber o quanto o controle e uso
das emoções pode ser determinante nos resultados que alcançamos. Para tanto, é essencial partir do
autoconhecimento e identificar como reagimos, porque nos sentimos de tal forma, quais os gatilhos, que valores
nos movem e desta forma, colocamos o pensamento a comandar estas reações e assim, a escolha dos
comportamentos.

Diante de situações de emergência, ou mesmo para agir preventivamente é necessário que o sujeito seja capaz
de minimamente ter controle sobre suas emoções, pensar sobre a situação que vive com consciência e clareza, e
assim, escolher seus comportamentos com discernimento.

A Inteligência emocional é um conjunto de habilidades para lidar consigo mesmo, e não requer nenhum recurso
cognitivo sendo assim, possível de ser aplicada e desenvolvida em qualquer população. No entanto, sabemos
que em nosso país ainda não existe esta cultura e, portanto, sua prática deve ser estimulada e orientada.

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Avaliar a Inteligência Emocional passa por elaborar questões que remetam o sujeito a buscar respostas em suas
experiências já vividas. As questões elaboradas não devem ser previsíveis e nem fechadas, mas amplas e
reflexivas de maneira que precise pensar sobre si mesmo e fazer algumas divagações.

Goleman sugere que sejam avaliadas a habilidades interpessoais que tratam dos padrões de relacionamentos
estabelecidos entre os sujeitos e as demais personalidades com quem convive, observando sobretudo, sua
capacidade de lidar com pessoas que o provoquem reações indesejadas. As habilidades intrapessoais também
devem ser observadas atentando para como o indivíduo lida consigo mesmo, ou seja, controle emocional e
autoconhecimento. A Gestão do estresse também deve passar por este crivo, verificando o quanto o sujeito é
capaz de refrear o impacto do estresse emocional evitando danos a sua saúde e relacionamentos. Outro aspecto
é a adaptabilidade, isto é, o quanto o avaliado é capaz de ajustar-se, integrar-se e inserir-se a n vos grupos,
ambientes e situações de forma positiva e construtiva.

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onjunto de para onjunto de para
lidar com situaç es adversas. lidar com suas emoç es

Envolve capacidade Envolve capacidade

e dá por meio da interação e dá por meio da interação do


do . .

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Tudo que se passa em nossas vidas são de nossa inteira responsabilidade. Os bons e maus resultados que
colhemos dependem das escolhas e decisões que tomamos. Assim trata a teoria do LOCUS DE CONTROLE que
demonstra como age e que resultados obrem, as pessoas que agem com LOCUS INTERNO ou com LOCUS
EXTERNO. Este conceito tem especial importância quando falamos de saúde mental e segurança, visto que deste
depende as ações de prevenção que serão escolhidas por nosso avaliado, ou que serão negligenciadas.

Sujeitos com Locus Externo irão terceirizar sua segurança, se eximindo de responsabilidade e deixando esta a
cargo do seu supervisor, do técnico de segurança ou do RH. Estes, agem de forma a se descomprometer com
seu futuro, com sua saúde e sua segurança abrindo possibilidades de acidentes ou de problemas de saúde devido
a sua ausência de atenção e de cuidado.

Já aqueles que agem com Locus Interno, compreendem que sua segurança e sua saúde não podem ser
terceirizados e assumem total responsabilidade por todos os aspectos que se referem sua vida. Quando
necessário, estabelecem limites, dizem “Não” e se fazem respeitar por suas escolhas e pela atitude responsável
que adotam diante de todos os aspectos de sua vida pessoal e profissional.

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N E NO E E NO

ente se responsável por seu eu destino depende da sorte


destino

Não assume erros, busca


ssume seus erros e en anos culpados

Pe a para si a condição de udar sua vida depende de


mudar sua vida. fatores externos.

l uns autores tem pesquisado que, possuir ocus de ontrole nterno


relaciona se com al uns aspectos positivos da personalidade, por exemplo
nclinam se a solucionar problemas
ratam de melhorar sua vida
ão mais persistentes
em elevado autoconceito e sensação de dom nio do ambiente
alorizam mais o xito e rechaçam mais o fracasso
emonstram maior autocon ança e autoestima.

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Indivíduos que desenvolvem o Locus de Controle Interno tendem a adotar uma posição de protagonista diante
das situações de sua vida, ou seja, agem de maneira a tomar a frente sobre tudo que tenha que ser feito, não
terceiriza responsabilidades e acredita em sua capacidade de resolução.

Já aqueles que adotam o Locus Externo, acomoda-se, tem dúvidas se poderá conseguir bons resultados, sente-se
mais seguro se tiver outra pessoa tomando a frente e prefere ser liderado a liderar.

Em tempos de pandemia, e mesmo diante de situações de trabalho, se faz fundamental que o sujeito
compreenda e assuma a responsabilidade sobre sua saúde e segurança, de modo que tenha a inciativa
necessária para fazer a sua parte e cumprir com seu papel social.

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Antes de dar início as avaliações propriamente ditas, é bastante necessário que o psicólogo conheça a empresa e
sua cultura. Em tender seu jeito de ser, modelo de gestão, políticas e clima permite que o trabalho seja melhor
conduzido trazendo maior clareza sobre os resultados.

Sugiro sempre que seja realizada uma visita de integração, onde passaremos por 3 áreas fundamentais: área de
segurança, onde estão os engenheiros, técnicos e ergonomistas, área de RH, onde termos contato com a
descrição de cargos e a estrutura de saúde ocupacional existente (ou pode ser terceirizada) e a algumas
lideranças, que poderá trazer informações sobre o clima do setor, os relacionamentos, conflitos e o psicólogo
poderá observar o modelo de liderança vigente.

Esta visita trará uma ampla e clara visão sobre a cultura da empresa balizando o trabalho do psicólogo e a
compreensão das respostas do indivíduo encontradas durante a avaliação. Da mesma forma, favorece a
integração e a formação dos vínculos para que o trabalho em equipe aconteça de maneira produtiva e
harmoniosa.

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Ainda antes do início das avaliações, ou na entrega da proposta de trabalho, deve-se salientar alguns aspectos
que permeiam a avaliação psicossocial, por exemplo, o que fazer com o resultado INAPTO? Quando reavaliar? A
importância dos encaminhamentos serem seguidos, e o compromisso de cada um para que tudo aconteça de
forma harmoniosa.

Inapto deve ser afastado do risco, não da função. Demitir nunca! Uma avaliação psicossocial não deve ocasionar
demissões, mas sim ações de cuidado, atendimento, apoio e orientação para que sua saúde se recupere. As
reavaliações devem acontecer em no máximo 12 meses, mas podem acontecer antes, caso o avaliador
compreenda desta forma.

Tudo deve ser pontuado e esclarecido para que a empresa tenha clareza sobre o que estará acontecendo – não
se trata de uma simples avaliação ou de um documento a ser produzido, mas de algo que irá impactar na cultura
e na gestão das pessoas.

É um trabalho multidisciplinar. Todos devem contribuir fazendo a sua parte. Este alinhamento previne problemas
e estimula o trabalho em equipe de maneira que os resultados sejam construídos em conjunto e seu objetivo
maior atingido.

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A metodologia presencial compreende 4 etapas:

- Grupo Focal: onde investiga-se a cultura organizacional aos olhos do avaliado. Como ele a percebe,
como se sente, como reage. Situações vividas de acidentes, de emergência, o aprendizado vivido, os valores
estabelecidos, tudo é conversado e explorado. Anotações são feitas e, se necessário, revisitadas na entrevista.

- Anamnese: investiga-se todo o histórico de saúde do avaliado e de sua família (pai, mãe e irmãos), e
neste momento de pandemia, algumas questões referentes a saúde mental devem ser incluídas.

- Testes Psicológicos: examina-se atenção concentrada, dividida e alternada, características de


personalidade e estresse através de testes validados pelo SATEPSI. Sugiro BFP, PALOGRÁFICO, TEADI, TEALT,
TEACO, EVENT. Mas cada psicólogo deve ter a liberdade de optar pelos testes que lhe traz mais segurança.

- Entrevista Individual: é a etapa final e mais importante, visto que consolida todas as informações
obtidas e conduz a decisão final. A técnica é de entrevista estruturada onde o entrevistador traz um plano de
entrevista prévio e a conduz com o objetivo de compreender a dinâmica de cada construto avaliado.

No caso do método ser utilizado de forma remota, o grupo focal passa a ser opcional, pois dependerá das
condições de operar esta etapa através da tecnologia da informação. Neste caso, se o grupo focal não for
possível, a entrevista deverá dar conta de explorar os conteúdos que teriam sido explorados nesta etapa do
método.

A anamnese e os testes são enviados através do email, com os devidos links, para posterior levantamento e
análise. E a entrevista agendada de forma individual para também ser realizada através de alguma plataforma on
line.

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O Grupo focal é uma etapa incial. O primeiro contato do avaliador com o avaliado. Dura cerca de 1 hora e meia e
serve para conhecer como o sujeto vive a cultura organizacional onde está inserido, e de que forma a percebe.

É bastante importante procurar construir um vínculo de confiança e transparaencia. Oferecer a devolução dos
resultados e deixar claro o objetivo do trabalho ser realizado contribui muito para aproximar e integrar a todos
com o avaliador.

Do mesmo modo, uma atitude simples, despojada, afetiva, proxima expressa atraves de uma comunicação
desobstruida conferem ao avaliador a condição de formar uma imagem favoravel ao relacionamento interpessoal.

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A estrutura ou roteiro para a condução do grupo focal deve ser elaborada tendo em vista os aspectos referentes
a cultura de SST que devem ser explorados. Todos devem responder e participar, evitando o monopólio dos mais
falantes. Do mesmo modo, o foco deve ser respeitando não deixado espaço para desvios com outros temas.

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Em tempos de pandemia, o grupo focal ganha outro enfoque – é preciso neste momento avaliar se o sujeito está
em condições de ser avaliado, ou se vive sofrimento psíquico situacional que o impede de revelar suas forças
para lidar com os riscos psicossociais de seu dia a dia. Neste caso, o grupo focal passa a ser um momento de
triagem para definir se seguirá sendo avaliado, ou se deverá ser encaminhado para um atendimento psicossocial.

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É extremamente importante compreender que ao avaliar alguém, precisamos nos certificar de que esta pessoa
está em condições de ser avaliado – quero dizer, o sujeito precisa estar em condições mínimas de poder
expressar suas forças, suas características e projetar toda sua personalidade. Se algo estiver impedindo essa livre
expressão, então não é um momento adequado e a avaliação deve ser adiada.

Você avaliaria alguém que acabou de chegar do velório de um ente querido? Você avaliaria alguém que acabou
de sofrer um grave acidente de carro? Ou que acaba de receber a informação que foi demitido?

O mesmo ocorre quando vivemos a pandemia e o isolamento social. Muitos estão com grande dificuldade de
adaptar-se a esta nova realidade, muito sequer conseguiram compreender o que está acontecendo. Os níveis de
sofrimento psíquicos dispararam em frequência e intensidade. Encontramos diariamente pessoas ansiosas,
tristes, irritadas, desorientadas com reações desmedidas de agressividade e intolerância, e que muitas vezes
prejudica suas relações e sua capacidade laboral.

Neste cenário, o mais prudente e sábio é contribuir, apoiar e acompanhar estas pessoas a se adaptarem a uma
nova forma de conduzir suas rotinas e sua vida pessoal, ouvindo seu sofrimento com empatia, oferecendo um
trabalho de atendimento psicossocial, onde elas possam se expressar e receber a orientação necessária.

A avaliação pode esperar por mais algumas semanas. E cabe ainda ressaltar, a avaliação não deve ser vista como
um documento a ser produzido, ou visto de forma burocrática, mas como uma ferramenta de gestão de pessoas
e de saúde mental.

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Os testes compreendem uma etapa relevante do processo avaliativo e traz informações que contribuem para o
atendimento da dinâmica de funcionamento do indivíduo.

O avaliador deve se sentir absolutamente à vontade para escolher a bateria eu considera mais adequada e na
qual confia. Entretanto, alguns critérios devem ser observados para que esta bateria de ajuste as necessidades
do avaliador e do avaliado.

Conhecer o tipo de ambiente de risco, ajuda a saber como interpretar do resultado dos testes, por exemplo,
testes de atenção deverão ter um escore mais alto quando a função esperar por melhores condições de
concentração para evitar acidentes.

A bateria deve compor uma quantidade adequada que confira consistência, sem ser muito demorada. Ainda para
ter mais agilidade, os testes devem ser de simples aplicação e com levantamento informatizado. Lembrando que
em caso de pessoas com maior dificuldade de compreensão será necessário recorrer a testes de desenho.

O objetivo da avaliação também é um critério relevante visto que pode implicar em mudanças na bateria. Uma
avaliação periódica é diferente de uma avaliação realizada com um colaborador que volta de um afastamento
por acidente de trabalho ou para tratar algum transtorno mental. Neste último, testes clínicos e projetivos serão
de grande importância.

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No caso de uma avaliação no método remoto, os testes passam a ser escolhidos dento de universo mais
limitado, que provavelmente não atenderá a mesma abrangência que se teria no método presencial. Porém,
neste momento de pandemia, vem sendo permitido pelo CFP que a avaliação seja realizada sem uso de testes,
mas com um maior aprofundamento da entrevista.

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Diante de um cenário de pandemia as pessoas passam a viver e sentir o que nunca haviam vivido. Cabe ressaltar
que jamais viveu-se o que está se passando neste momento. A ameaça de um vírus ainda não estuda traz o risco
de contaminação e morte e cada um de nós. Ao mesmo tempo, a necessidade de isolamento social remete a
sensação de solidão, de abandono e de impotência. A crise econômica inevitável, traz inseguranças de medo de
perda de condições básicas como o emprego e o abastecimento de alimentos.

Nesta perspectiva, reações como medo, tristeza, ansiedade, irritabilidade, intolerância e incerteza passam a ser
esperadas. Desde o início da pandemia estamos vendo em nós mesmos e ao nosso redor, um verdadeiro
turbilhão de emoções que por vezes, podem parecer difíceis de controlar. Mas não podemos esquecer que esta
situação é única e sem precedentes para os brasileiros, e por este motivo, não temos um padrão de resposta. O
custo emocional é grande. Viver longe de quem amamos, não poder abraçar, estar sem interação social é algo
impensável no estilo de vida do brasileiro. Por esta razão, muitas reações emocionais que seriam entendidas
como anormais, passam a ser esperadas. Estranho seria não ter essas reações todas.

Por tratar-se de uma nova experiência, estamos aprendendo, se adaptando e desenvolvendo respostas mais
apropriadas e que não prejudique tanto a saúde mental. Enquanto isso não acontece, é necessário evitar a
patologização precoce e precipitada. Sabemos por estatística de outros países, que a tendência é de
normalização, ou seja, o desfecho mais frequente é de retomada da saúde mental.

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Este é um aspecto de extrema importância – avaliar a vulnerabilidade do sujeito diante da pandemia. É de grande
importância observar quais as condições reais do avaliado para lidar, adaptar-se e superar todos os desafios da
pandemia e do distanciamento social.

Alguns vivem em situação de precariedade social, morando em casas pequenas e com poucas condições de
saneamento junto de vários outros familiares, não possuem rede de apoio para situações de emergências (amigos,
familiares ou vizinhos) e podem viver a tensão e o risco de contaminação com maior dificuldade.

Outra questão que aumenta a sua vulnerabilidade, são casos pré-existentes de depressão, ansiedade ou qualquer
outro tipo de desordem psicológica, assim como diagnósticos prévios de algum transtorno. Estes sujeitos podem
ter seu quadro agravado ou novos problemas podem surgir.

Pessoas com dificuldade de praticar o autocuidado, seja por limitação cognitiva, ou por não acreditar que seja
importante, ou por falta de consciência. Estas podem ter ainda, alguma incapacidade para desenvolver estratégias
positivas e favoráveis ao enfrentamento da pandemia.

O aumento da violência doméstica, riscos de agressividade entre familiares ou entre vizinhos também podem
tornar nosso avaliado ainda mais suscetível a mais problemas. Pode haver situações de desorientação, dúvida,
confusão e dificuldade em compreender o que se passa. E ainda aqueles que recorrem ao uso de álcool, drogas ou
outros elementos psicoativos como forma de controlar sua ansiedade.

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Para que uma avaliação seja bem conduzida e seu resultado final seja fidedigno, o avaliador deve ter todos os
construtos bem-conceituados e compreendidos.

A qualidade de uma avaliação depende muito da capacitação do psicólogo que a conduz, e esta capacitação
começa por saber O QUE AVALIAR. Neste caso, prepare-se para a entrevista estudando detalhadamente cada
construto e elaborando um roteiro de entrevista para que nenhum item fique de fora.

Tenha em mente o objetivo da avaliação, ou seja, a que ela se propõe, porque está sendo realizada. Esta clareza
também contribui muito para a condução da entrevista e para a construção da decisão final.

E ainda, lembre de considerar o cenário e o contexto pessoal, profissional e social que o este indivíduo está
inserido. Toda a compreensão dinâmica de uma personalidade passa por compreender suas reações dentro do
meio ambiente global em que vive.

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Links sobre informações e cadastro para entrevista on line:

Resolução CFP nº 011/2018:

https://atosoficiais.com.br/cfp/resolucao-do-exercicio-profissional-n-11-2018-regulamenta-a-prestacao-de-
servicos-psicologicos-realizados-por-meios-de-tecnologias-da-informacao-e-da-comunicacao-e-revoga-a-
resolucao-cfp-no-11-2012?origin=instituicao&q=11/2018

Resolução CFP nº 004/2020:

https://atosoficiais.com.br/cfp/resolucao-do-exercicio-profissional-n-4-2020-dispoe-sobre-
regulamentacao-de-servicos-psicologicos-prestados-por-meio-de-tecnologia-da-informacao-e-da-
comunicacao-durante-a-pandemia-do-covid-19?origin=instituicao

Informações sobre os critérios de análise do CRP-12 para o cadastro e-psi, entre outras orientações:

https://transparencia.cfp.org.br/crp12/pergunta-frequente/atendimento-terapeutico-mediado-por-
computador/

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A Entrevista para a avaliação psicossocial será do tipo estruturada para que assim, possa atender as demandas
do foco e do seu objetivo. Portanto, deve ter roteiro, um plano para sua condução, com perguntas bem
definidas de acordo com o foco de análise. Deverá buscar obter dados específicos, esperar por respostas
adequadas ao comportamento seguro, e, por ser focada, terá um tempo curto de duração.

No final deste ebook, está um modelo sugestivo de entrevista, no entanto, este modelo poderá ser desenvolvido
pelo profissional de acordo com sua forma de comunicação, e de maneira que ofereça segurança para a tomada
de decisão e para as conclusões finais.

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Analisar o conteúdo de uma entrevista parece ser óbvio em um primeiro momento. Porém, com frequência vejo
isso ser realizado de forma superficial e muitas vezes dissociada.

Para uma entrevista ser desenvolvida com competência costumo dizer que é preciso consistência, ou seja,
análise de conteúdo. Saber claramente o que investigar e o momento de perceber-se satisfeito com as
informações já colhidas é essencial.

O avaliado comunica muita coisa com sua resposta não verbal ou com seu esquema corporal. Observe o quanto
pode estar tenso ou a vontade, atento ou distraído, interessado ou desinteressado, se compreendeu a questão
ou não. Tudo isso e muito mais pode ser observado pelo não-verbal.

Do mesmo modo, ficar atento e conectado as entrelinhas é de grande valia. Muitas vezes temos muito conteúdo
manifesto na mensagem subliminar, ou ainda nas contradições, nas respostas evasivas ou mesmo no conteúdo
emocional colocado naquilo que é dito.

Por isso, ao fazer anotações, não se contente apenas com o que É relatado, mas sobretudo, com aquilo que fica
implícito. Anote tudo. Mas registre com destaque as suas percepções e interpretações diante do que está
ouvindo. Não hesite em perguntar mais e explorar mais a fundo o que não ficou muito claro.

A entrevista é a última etapa da metodologia. É o momento mais importante. A cereja do bolo! Onde todas as
informações irão se reunir para serem compreendidas dinamicamente.

Lembre-se: A ENTREVISTA É O MOMENTO DA DECISÃO!

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Pensando no objetivo e no foco de uma avaliação psicossocial não podemos desconsiderar o efeito que a
pandemia trouxe para a vida, a saúde e a segurança de todos. O impacto emocional é notório e devemos sempre
ter em mente que se trata de uma experiência absolutamente nova para todos.

Desta forma, existem 3 aspectos essenciais de serem avaliados, e que poderão nos mostrar o quanto o indivíduo
está conseguindo preservar sua saúde mental ou não. O primeiro se refere a percepção da realidade. Precisamos
identificar o quanto está conseguindo se manter lúcido, atento a informações verdadeiras e baseando suas ações
nesta realidade. Sua adaptação, ajuste e capacidade de resposta depende disso.

O segundo aspecto importante diz respeito a gestão do estresse. Para lidar com este momento, existe um
desgaste em todas as áreas: física, mental e emocional. E este desgaste requer que se construa estratégias para
minimizar seus efeitos. Os efeitos do estresse físico se percebe por meio de dores nas cotas, alterações do sono,
do apetite, do sono, hipervigilância problemas gastrointestinais. O estresse mental se manifesta por meio de
esquecimentos, dificuldade de concentração, dificuldade de assimilação, erros recorrentes, distrações. E o
estresse emocional reflete irritabilidade fácil, raiva, inquietação, ansiedade, tristeza, crises de choro, intolerância
que refletem nos relacionamentos, sobretudo com seu parceiro de quarentena.

E por fim, a adaptação e capacidade de ajuste são o terceiro item a ser avaliado em relação a pandemia. A
adaptabilidade a situações novas ou a eventos estressantes refletem muito sobre a saúde mental do indivíduo.
Precisamos investigar o quanto a pessoa é capaz de renunciar a tudo que já lhe é conhecido e cômodo para
remeter-se a uma nova experiência, e precisando aprender novas hábitos, rever prioridades e até mesmo
conceitos e valores.

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Decidir entre APTO ou INAPTO é sempre desafiador e de extrema responsabilidade. Mas vamos entender antes
de tudo que, decisão é um processo. E esta decisão teve início desde o primeiro minuto do grupo focal, e deve ser
encerrada na entrevista.

Ao iniciar a entrevista, já temos algumas impressões, mas nenhuma certeza. Estas ideias preliminares foram
colhidas no grupo focal, na anamnese e nos testes que já puderam ser levantados.

Durante a análise que vai ocorrendo durante a condução da entrevista, este processo começa a se concluir. Mas
não raro acontece a dúvida. as precisamos mesmo assim “desempatar” o jo o. Para isso, recomendo que se faça
uma retrospectiva do contexto familiar, sua cultura, a qualidade afetiva dos relacionamentos e a saúde emocional
gerada por este ambiente. Logo em seguida, faça a mesma retrospectiva sobre a cultura organizacional, ou seja,
o quanto tem um modelo de gestão saudável, que comtempla as necessidades e limitações humanas, respeita o
direito de recusa e valoriza a vida. A capacidade de aprender é outro aspecto que pode ajudar a desempatar esse
jogo, que significa o quanto este sujeito consegue corrigir seus erros, aprender com críticas e evoluir. E ainda,
analise seus antecedentes em relação a acidentes, emergências, saúde física e mental.

Se estes 4 aspectos acima comentados forem favoráveis a evolução, ao desenvolvimento e a saúde mental do
sujeito, teremos um APTO, caso contrário, ou seja, se não for favorável a evolução e a saúde mental de nosso
avaliado, teremos então um INAPTO.

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A Decisão final sobre um apto/inapto tem inicio desde o primeiro momento do grupo focal. Este processo segue
passo a passo até ser concluído na entrevista. Porém, nada nos impede de ter dúvidas, ou seja, vemos boas
razões para aptar, mas tambem existem pontos preocupantes que nos faz pensar em inaptar.

Como esclarecer a dúvida e chegar finalmente a uma decisão?

Sugiro iniciar por uma retrospectiva sobre os antecendentes deste avaliado, ou seja como constuma ser sua
disciplina, cumprimento de regras, uso de EPIs, apicação da lei do direito de recusa, historico de acidentes e de
emergencias, e todas as informações pregressas que possam contribuir para a sua conclusão.

No contexto familiar, avalie a acultura, o ambiente a atmosfera afetiva e a colhedora existente ou não. Do
mesmo modo, em relação a culura organizacional: avalie o quanto a cultura vigente pode ser favorável a saúde
mental, ou promotora de estresse e doenças ocupacionais

Por fim, elimine suas duvidas considerando o quan to seu avalaido pe capaz de aprender com as situações
vividas, o quanto pe aberto a mudança e o se sabe receber criticas e recinhecer erros. Esta atitude coloca o
indivíduo capaz de crescer e superar suas dificuldades.

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Vale enfatizar que, a decisão final deve ser tomada em cima dos elementos avaliados durante o processo, sem
desvio ou perda do foco. Havendo condições adequadas nos aspectos pesquisados, temos um apto, mas havendo
a suspeita de algo importante como depressão ou alcoolismo, o sujeito deve ser encaminhado para a avaliação
adequada, com outro profissional.

Em caso de dúvida, avalie o contexto de vida pessoal, profissional e as reais condições do avaliado de superar as
dificuldades observadas. Caso seja favorável, o coloque na condição de apto e faça as recomendações necessárias
para que ele siga por um caminho de melhora, de cura e de evolução pessoal. Caso contrário, o deixe como inapto
e o encaminhe para a terapêutica mais adequada, de acordo com a limitação observada.

Retome o objetivo da avaliação psicossocial e seu maior significado – preservar vidas.

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Estatisticamente, os motivos mais frequentes de não indicação para as funções de risco dizem respeito ao medo
e percepção dos riscos, as crenças limitadoras, a dificuldade na formação de estratégias de coping e nos altos
índices de estresse e sua gestão. Isso não significa que apenas estes motivos contra indicam alguém para as
funções de risco, mas tem sido os mais comuns nas justificativa dos inaptos.

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EN N EN O
E EN E

Os encaminhamentos acontecem com todos os INAPTOS como forma de garantir que será recuperado naquilo
que o fez não ser aceito para funções perigosas.

É sempre importante orientar a empresa, ou o RH que esta pessoa seja acompanhada, orientada e apoiada no que
for preciso e possível para que possa cuidar de sua saúde mental e assim garantir sua segurança no trabalho.

De nada adiantaria avaliar e nada fazer com este resultado. E dependendo da dificuldade identificada, ou seja,
dependendo do motivo que o fez inapto, o encaminhamento deve ser condizente com este. Significa por exemplo,
se o avaliado está com suspeita de transtornos emocionais deve ser encaminhado a um psicólogo ou psiquiatra,
se estiver com dificuldade de percepção dos riscos, talvez se beneficiasse de um treinamento de reciclagem.

Destaco ainda a importância de a empresa garantir condições de que este encaminhamento será orientado, do
gestor de apoiar para que siga as instruções recebidas de encaminhamento, e do próprio avaliado de
comprometer-se com sua saúde e segurança.

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Em caso de encaminhamentos relativos a alguma hipótese clínica, este encaminhamento deve ser feito a outro
psicólogo. No entanto cabe ressaltar que, em hipótese alguma uma suposição clínica pode ser justificativa para
um inapto. Nestes casos, o inapto deve estar sempre explicado através dos conceitos que sustentam a avaliação
psicossocial.

Já nos casos de um apto, cabe uma recomendação que servirá para orientar o avaliado sobre o que pode ser
feito para preservar sua saúde mental e sua segurança no trabalho.

É importante lembrar, não se trata de um psicodiagnóstico, caso contrário a metodologia seria outra. Não é
possível realizar uma avaliação psicossocial e concluir com um psicodiagnóstico. Se queremos um diagnóstico,
partimos de sintomas relatados, a análise é outra e o método também. Mas, se estamos realizando uma avaliação
psicossocial, então nosso objetivo é conhecer as condições psicológicas do indivíduo para lidar com as pressões a
ameaças a sua saúde mental se segurança. Talvez haja a suspeita, mas certamente não teremos a certeza por não
ter sido este o objetivo final.

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A Devolução ao avaliado é um dever do psicólogo e um direito do avaliado. Deve ser oferecida logo no início do
grupo focal, mas agendada apenas quando todas as avaliações já estiverem sido entregues. A empresa deve
orientar o psicólogo se o documento físico pode ser entregue, ou se a devolução será apenas verbal.

Recomendo ao psicólogo a máxima transparência possível de forma a conferir credibilidade ao seu trabalho e
aos resultados obtidos. Inicie pelas expectativas. Saiba o que ele veio buscar com a devolução dos resultados.
Considere o caráter subjetivo de uma avaliação, e destaque que não existem respostas certas ou erradas, visto
que tudo que foi produzido partiu de respostas trazidas por ele mesmo.

Destaque ainda que cabe a ele escolher se quer aceitar os resultados, refletir e crescer a partir disto, ou se
prefere ignorar, se defender e nada evoluir. Desta forma, é possível reduzir as possibilidades de resistência e
comprometer o avaliado com seu próprio desenvolvimento e evolução. Caso seja necessário, esclareça sobre os
pontos cegos (aquelas características que os outros veem, mas a pessoa não) e o quanto pode ser
engrandecedor aprender sobre si mesmo.

Conclua a devolução com orientação sobre seu desenvolvimento e como ele mesmo pode ser condutor de si
mesmo nesta trajetória. Faça isso levando palavras fortalecedoras e encorajadoras.

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Muitas vezes quando o gestor se depara com um resultado desfavorável de algum membro de sua equipe, este
responde com angústia, dúvida e as vezes até mesmo com certa irritação. Por este motivo, um momento de
orientação pode ser importante e elucidativo sobre como ele pode agir a colaborar na recuperação deste
colaborador.

É interessante iniciar deixando claro que lhe cabe fazer, e o que não deve fazer evitando que surjam sentimento
de culpa ou de impotência. Nenhum material ou documento deve ser exposto preservando assim, o sigilo e a
ética da avaliação realizada.

Destaque a importância de apoiar e facilitar o encaminhamento sugerido de forma a recuperar este colaborador
na ocasião da próxima avaliação. Ajude-o a compreender que sempre existe uma possibilidade deste colaborador
voltar a ser apto.

Conclua com orientações para o desenvolvimento do avaliado, esclarecendo o que ele pode fazer, como a
equipe pode ajudar e o que deve ser evitado para não agravar a situação.

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UM NOVO MUNDO PÓS PANDEMIA

A Pandemia do Novo Coronavírus teve início na China em 31 dezembro de 2019, e três


meses depois já havia se espalhado por 203 países. De acordo com o instituto John
Hopkins, em início de abril já eram 1,3 milhões de infectados e mais de 74 mil mortes. Estes
números ainda estão longe de retratar o auge do desastre para que se possa compreender
a complexidade do caos e de suas consequências.

Cabe destacar que esta situação é absolutamente sem precedentes no Brasil. Ainda não
havíamos vivido um ambiente de pandemia que nos exigisse o isolamento social e a
ruptura abrupta de nossa rotina e de velhos hábitos. Diante da notícia e informação clara de
ameaça, todos nós buscamos meios de nos proteger, seja por meio de um isolamento
parcial (que não seria eficaz), seja por meio de uma busca desenfreada e exagerada de
informações, ou ainda através de recursos criados pelo próprio indivíduo que acreditar
estar protegido (por exemplo, tomar vitaminas diariamente).

Realizado o primeiro impacto, uma explosão de emoções acontecem em nossa mente


através de uma frenética conexão de novas sinapses que buscam construir um conceito e
um padrão de resposta para este novo cenário. Muitos relatam: medo, raiva, confusão,
irritação, tristeza, ansiedade, dúvida, insegurança, impotência, apatia e desorientação entre
tantas outras emoções. Mas sem dúvida, o medo é a primeira emoção relatada pela grande
maioria acompanhado de ansiedade e insegurança.

Diante de tanta agitação externa e interna, quero dizer, externa por que parece que o
mundo parou (e de fato parou) e nossa rotina se alterou quase que por completo, e interna,
por que são muitas as emoções para dar conta de controlar e administrar nossas reações
de forma razoável para que possamos nos realinhar a uma nova normalidade.

Mas como já se sabe, toda evolução e crescimento advém de alguma crise, significa que
passaremos por turbulências e dificuldades para depois, e somente depois, alcançarmos
uma condição de crescimento, aprendizado e evolução pessoal e humana.

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Cabe destacar que, a evolução deste processo depende de vencer cada etapa de forma a
construir algum aprendizado, o que significa extrair lições que se apliquem ao nosso dia a
dia mudando e transformando hábitos, crenças e conceitos de maneira a impactar em
nossas relações de um modo geral. E, justamente, a mudança de valores e significados é
que dará condição de uma nova normalidade.

Para entender o processo de adaptação e assimilação deste fenômeno, vamos refletir


sobre como acontece a compreensão, e em que se apoia este processo de forma que
permita uma assimilação lúcida e adequada da realidade que se apresenta.

ZONA DE
CRESCIMENTO:
esperança, empatia,
compaixão,
cooperação

ZONA DE
ADAPTAÇÃO:
autoconhecimen
to, mudança de
hábitos

ZONA DO
MEDO: pânico,
raiva,
intolerância,
insegurança

IMPACTO
EMOCIONAL

Nossas reações diante de fatos novos e inesperados dependem de 3 elementos que


determinam nossas condições de assimilação e compreensão dos fatos, são elas: estrutura
de personalidade, experiências anteriores e percepção da realidade.

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A estrutura de personalidade depende de como outros fatos relevantes anteriores a este
forma vividos e como se deu a adaptação a estes, se foi aceito e compreendido com
abertura e flexibilidade, o quanto abalou ou não os relacionamentos interpessoais, se houve
controle emocional, empatia em relação aos demais, e ainda, se o indivíduo foi capaz de
reconhecer suas reações para melhor lidar consigo mesmo no sentido de buscar a melhor
resposta emocional para cada situação, ambiente e pessoa. Essa condição de lidar com as
emoções poderá definir se o indivíduo irá responder ao evento de forma a favorecer sua
adaptação e acomodação diante do novo, ou se irá sucumbir a reações emocionais de
maior desgaste, sofrimento e resistência prejudicando a construção de novos
comportamentos, novos hábitos e uma nova normalidade. A resistência se revela na forma
de uma negativa em aceitar os fatos e as repercussões advindas. Pode ser percebido pela
reação de diminuição da importância das consequências, minimizando seus riscos e
procurando acreditar que não se trata de nada relevante, ou que exija mudanças de
hábitos ou de comportamentos. Ainda sobre este aspecto, pode haver reações de pânico,
de pensamento catastrófico ou de confusão. Significa uma exacerbação das reações de
maneira que o indivíduo perde a dimensão dos fatos conferindo a estes, uma dimensão
que justifica sua reação de medo exagero e super dimensionado. A confusão se configura
em uma dificuldade de formatar uma resposta emocional que não adota o vetor do
desânimo ou do ânimo, nem do medo ou da coragem. Na verdade, o indivíduo não sabe
em que acreditar, não constrói uma compreensão dos fatos e a busca por informações é
vivida sem foco, portanto sem trazer compreensão. De qualquer forma, todas estas
respostas retratam imaturidade emocional que prejudicam a adaptação ao evento
estressor.

Em relação as experiências anteriores é preciso observar como foram registradas outras


situações semelhantes em que foi necessário adaptação e ajuste emocional, isto é, como
que a pessoa lidou com situações marcantes, se de forma a aprender lições, mudar hábitos
e evoluir, ou se em forma de grande sofrimento psíquico, com traumas e lutos mal
resolvidos. Esta condição de lidar e assimilar experiências difíceis irá determinar como o
evento da pandemia e do isolamento será vivido – se trará evolução ou trauma. Quando a
situação vivida é tratada com abertura ao aprendizado, como uma oportunidade de
autoconhecimento e com uma real disposição de revisar seus comportamento e reações,
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na busca por um novo padrão que possa estar mais bem alinhado com seus valores e seus
propósitos de vida, a experiência é registrada sob a forma de aprendizado. Caso contrário,
a experiência ficará registrada como apenas sofrimento, sem identificar as lições
aprendidas, permitindo que as emoções predominem de forma desfavorável.

A percepção da realidade, ou ainda a forma de construir esta percepção, também será um


fator fundamental na assimilação de um novo evento estressor, neste caso, a pandemia.
Uma variante a considerar neste caso, é a capacidade cognitiva que irá interferir na
condição com compreensão, e, portanto, de compreensão. Alguns fatos referentes a este
evento, podem requerer maior reflexão e aprofundamento, ou ainda interrelação de dados
para um entendimento de suas consequências através do tempo e dentro de uma
perspectiva de futuro. Associado a isto, está a fonte de informações para permitir uma
melhor clareza e fidedignidade de dados. Naturalmente os cuidados com as fakes news se
tornam imprescindíveis, já que este passou a ser um fator relevante e interveniente da
construção do cenário de realidade que se espera compreender.

ESTRUTURA DE EXPERIÊNCIAS PERCEPÇÃO DE


PERSONALIDADE ANTERIORES REALIDADE
Capacidade de se relacionar Crenças e conceitos estabelecidos Clareza sobre os fatos

Capacidade adaptativa
Traumas, lutos ou perdas Fonte de informações
Empatia
Lições aprendidas Processo de Assimilação
Controle Emocional
Capacidade de compreensão
Autoconhecimento Novos Hábitos
(cognição)

Estes aspectos, se bem construídos, permitem a assimilação de um novo evento estressor


através de uma perspectiva positiva, reflexiva, significativa e transformadora com
aprendizado e a construção de novos hábitos mais significativos e alinhados a uma nova
normalidade que já começa a ser instituída em nossa rotina e realidade diária.

Ao que tudo indica, esta pandemia parece ter vindo para encerrar uma fase de nossa
história e dar início a uma nova ordem. Muitas questões já tomam conta em todos os
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fóruns de discussão: Como será o mundo pós-Coronavírus? Que lições teremos
aprendido? Como passaremos a lidar com a saúde? Como será a vida cotidiana? Haverá
mudanças nas relações de afeto, o mercado de consumo, a espiritualidade? Ninguém tem
ainda essas respostas. O resultado vai depender de nossa compreensão dos
acontecimentos, dos posicionamentos da sociedade civil, das atitudes socialmente
responsáveis das empresas, dos caminhos adotados pelos governantes. Mas as mudanças
já estão despontando em alguns cenários.

Historicamente as grandes transformações da humanidade aconteceram depois de;

o GUERRAS
o REVOLUÇÕES
o EPIDEMIAS

Dizendo isso, vocês já devem lembrar da primeira e segunda guerra mundial, A Grande
Depressão, Apartheid, e gripe Espanhola, entre tantos outros eventos. Todas marcando
nossas histórias deixando aprendizado, reflexões, legados e transformações em nossa
forma de ver o mundo e viver a vida.

Eventos como estes são entendidos por historiadores, pesquisadores, antropólogos e


especialistas como sendo um “acelerador” de mudanças que vinham se desenhando em
nossos horizontes.

Como já afirmava Vladimir Lenin: “há décadas que nada acontece, e semanas em que tudo
acontece.” De acordo com a Teoria Geracional de Strauss e Howe, a crise atual pode ser
entendida como a quarta virada, marcando o fim de uma Era. Para alguns vivido como
triunfo, para outros vivido como tragédia. De qualquer forma, estamos diante da angústia
da incerteza e do declínio da sociedade na forma como a conhecemos.

Na primeira guerra vimos o carvão como base para a economia. Na segunda guerra, vimos
uma sociedade se erguer sobre o sustento do combustível fóssil. Logo em seguida tivemos
a ascensão da comunicação digital marcando uma fase que, agora cederá a vez para a

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Inteligência Artificial e das Energias Renováveis. Estamos testemunhando o nascimento do
que vem sendo chamado de Economia Verde e sim, o fim do capitalismo.

Mas sabe-se que o desenvolvimento sustentável é amparada por 3 aspectos: Econômicos,


Sociais e Ambientais. Sendo assim, vamos avaliar passo a passo as mudanças de cenário
que já estão se apresentando, e outras que decorrerão das primeiras.

A Primeira Cena: Empresas, Trabalho e Liderança

Haverá muito desemprego. Estima-se ainda este ano, cerca de 20 milhões de


desempregados. A economia informal ganha espaço e se reinventa. Mas isso só não basta.
A única forma será a cooperação mútua. A automatização das empresas, que já vem
acontecendo, será acelerada e provavelmente irá reduzir e muito, os empregos tradicionais
da forma como o conhecemos já vivem uma tendência de diminuir e vai reduzir ainda mais
– neste sentido é importante que o trabalhador brasileiro pense em meios de não contar
mais com isso. Será estimulado que os profissionais pensem em suas carreiras de forma
independente de forma que possa servir a vários mercados sem aquela vinculação
exclusiva a uma única empresa. Esta condição de independência e autossustentação será
uma condição de sobrevivência e não uma escolha.

O conhecimento passa a ser valorizado na medida em que for inovador e criativo, já que o
rotineiro poderá ser desenvolvido por robôs. Em outros termos, o ser humano deverá
agregar com aquilo que a tecnologia não faz, ou seja, a sociedade pós-crise terá uma base
industrial automatizada. Fala-se em “fábricas no escuro” onde funcionam apenas as
máquinas, sem a taxação abusiva de impostos que teria para contratar um profissional
dentro do regime CLT (consolidação das leis trabalhistas).

Diante disso, o perfil dos líderes muda radicalmente: aquele voltado a maximização do
lucro e ao crescimento obstinado da organização, de competências que gerem mais
crescimento a mesma e de produtividade a qualquer custo passa a ser substituído pelo
líder que, de fato, compreende essa nova visão voltada a sustentabilidade humana e
planetária.

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Neste sentido, a competição passa a dar lugar a cooperação; a liderança no Market Share
cede lugar ao compartilhamento de mercado sem monopólios; a busca por profissionais
workaholic passa a ser uma busca por profissionais com qualidade e competência para
equilibrar trabalho x saúde porque estes, produzem com mais qualidade.

Os Novos líderes que darão vida a Nova Ordem deverão ter um olhar que atenda ao
objetivo de catalisar um novo “humanus digital”. Esse é o renascimento digital, a assimetria
entre o homem e a máquina como base para as empresas seguirem produtivas. Estes
líderes deverão reescrever a concepção de aprendizado e educação. O apoio a produção e
a competência cederá lugar ao estímulo de profissionais criativos, que seja flexíveis e
complacentes para poder seguir inovando, e que atentem para os cuidados com o
ecossistema trazendo a luz novos campos de trabalho para engenheiros, artistas,
psicólogos ou biólogos.

E por falar em profissionais, a formação não será mais pré-concebida pelas universidades,
mas será individualizada e o currículo de disciplinas escolhido pelo sujeito que já definiu
como quer construí seu conhecimento. As profissões passarão a ser concebidas na forma
de especialização, e cada um poderá desenhar o seu modelo. As universidades não terão
mais salas de aula de 60 ou 80 alunos aprendendo a mesma coisa, mas sim salas virtuais,
de ensino on line, onde cada um irá compor suas demandas de conhecimento e
informação, de acordo com seus objetivos, sua ideia inovadora e seus interesses de
especialização e foco de atuação

. Por exemplo, o engenheiro de segurança quer ter disciplinas de medicina, psicologia,


botânica e artes se quiser, e assim o fará, e terá seu trânsito profissional com o diferencial
de acordo com seus valores, potenciais e motivações.

Do mesmo modo que aconteceu no Renascimento Europeu quando os dogmas religiosos


foram substituídos pelo humanismo, o Renascimento Digital tira o foco do mercado para
uma visão espiritual sustentável ecologicamente equilibrada. Encerra-se a Era do
Capitalismo e inicia-se uma Nova Era, ainda a ser escrita por todos nós – governos,
empresas e pessoas.

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A Segunda cena: A Resistência

Os seres humanos precisam se adaptar rapidamente a um novo cenário em busca de


sobrevivência. Esta é nossa natureza: se existe mudança, existe medo, existe relutância em
aceitar, existe dificuldade em se adaptar e de assimilar. O fenômeno da homeostase se
repetindo para que a espécie humana consiga se manter em equilíbrio e estável.

Porém, como já diziam os Xamãs norte-americanos: “Tudo aquilo a que se resiste, persiste.”
A resistência, o medo, a incerteza ou qualquer tipo de insegurança apenas tornará o
processo mais moroso e sofrido. Aceitar a realidade que se descortina, compreender as
necessidades de mudar o que é urgente, e buscar meios de contribuir para que tudo se dê
de forma inteligente, dinâmica e produtiva para todos ainda é a melhor maneira de transitar
por um turbulento processo de evolução.

Mas como toda a crise precede a mudança, e para toda mudança existe alguma dose de
resistência, vivemos este momento na forma de caos, desordem, dúvidas e incertezas. No
entanto, ainda que se resista e se lute contra qualquer ameaça ao nosso conforto e
acomodação, algo parece ser maior e impulsionar com força e velocidade todo o processo
de evolução que já se faz presente.

O que está claro neste momento é que tudo saiu do lugar. O mundo parou! A Pandemia
vem para ser o agente propulsor desta transformação. Se já vivíamos as necessidades de
mudança e de resgate de valores fundamentais, agora mais de eu nunca isso se torna o
único caminho para superarmos o caos deste momento.

A realidade que se instalou repentinamente, nos mostra pessoas em ações ágeis e


eficientes de solidariedade umas com as outras. Governos parando seus projetos e
discussões para fornecer auxílio emergencial aos mais vulneráveis. Estádios de futebol e
arenas de shows se transformando em hospitais de campanha. Indústrias de bens de
consumo se dedicando a produzir respiradores. Vizinhos se oferecendo aos seus vizinhos
idosos para fazer compras em supermercado ou farmácias para que se mantenham em
distanciamento social. Restaurantes e chefs se dedicando a doar alimentos aos mais
pobres. Entre outras tantas ações que não cessam de acontecer a partir de um profundo

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sentimento de compaixão e empatia que assola o coração de todos os seres humanos em
um fenômeno planetário.

É interessante ainda comentar que, paralelo a isso tudo, a natureza passa a se manifestar
de uma forma ainda não vista – as aguas de tornaram mais limpas e claras (os canais de
Veneza são um bom exemplo disso), os animais passaram a se mostrar mais, como se
estivessem retomando a posse daquele planeta que sempre foi seu, javalis andando pelas
ruas de Barcelona, pássaros cantando a plenos pulmões entre o silêncio dos carros
guardados em suas garagens, explica Jérôme Sueur, especialista em acústica do Museu
Nacional de História Natural de Paris. Nos resta apenas refletir – O que fizemos durante
todos estes séculos?

Neste sentido, a Pandemia do Novo Coronavírus se torna uma acelerador de mudanças


que já vinham se mostrando emergentes – cuidados com o planeta, a importância de
resgate de valores essenciais e mais humanizados, um limite ao poder e a ganância que
vem regendo nações e desencadeando guerras. E ainda numa escala individual, podemos
ver a necessidade de praticar estes valores necessários, a vida doméstica e familiar onde
laços de amor e respeito devem ser cultivados diariamente, relacionamentos mais
harmoniosos e cooperativos, estilo e vida menos competitivo e mais colaborativo etc.

Cabe lembrar antes de dar continuidade, a diferença entre mudança e transformação. A


primeira trata de uma simples troca ou alteração, já a segunda fala em algo de nível
espiritual, psicológico e emocional. Para que a transformação aconteça, antes precisamos
de mudanças. Mudança é meio, um instrumento, um facilitador de um processo maior.

A evolução de que falamos, implica em transformação, e não apenas mudança. Penso que
já podemos identificar algumas transformações, embora as mudanças sejam mais fáceis,
como por exemplo, uma nova rotina doméstica em razão do isolamento social.

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Mas as resistências oriundas da necessidade de manter a homeostase leva as pessoas a
buscarem evitar que tais mudanças persistam e gerem transformações. Contudo, diante
das pressões com a força de uma Pandemia e da busca por sobrevivência, nada mais
restará a fazer se não se adaptar e seguir frente, dando lugar ao processo de transformação
global.

ISOLAMENTO RESISTÊNCIA AGRAVAMENTO DA ADAPTAÇÃO


SOCIAL PANDEMIA

•Novos Hábitos •Medo •aceleração da •Revisao de


•Nova Rotina •Incerteza contaminação comportamentos
•Mudanças no •Insegurança •ausência de , estilo de vida,
trabalho tratamento prioridade e
•colapso do valores.
sistema de saúde

TENDÊNCIAS QUE JÁ VINHAM SE APRESENTADO: revisão de valores, crises econômicas,


dificuldades na gestão da saúde pública, necessidade de maior sustentabilidade humana,
preservação ambiental, equilíbrio ecológico,

Além de tudo que já foi comentado, algumas outras mudanças já estão fazendo parte de
nossa realidade e podemos compreendê-las, alguns de ordem prática, outras de ordem
psicológica.

1. Valores fundamentais se revelam em atitudes, não apenas em palavras. Muitos falam

e poucos fazem. Valores devem ser a base de nossas escolhas, comportamentos e

ações. Veremos a compaixão no lugar do ódio, o perdão no lugar do julgamento, a

solidariedade no lugar no egoísmo, o convívio harmonioso com a natureza antes de

destruí-la, a busca por uma vida mais simples e significativo, no lugar de uma vida fútil

e consumista baseada em status social. E tudo pelo simples fato que não é possível

viver de outra forma.

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2. Revisam-se hábitos de consumo: menos é mais. A atitude consumista passará a ser

mais comedida, e não apenas pela falta de recursos financeiros, mas pela falta de

necessidade e de sentido. A ilusão de que ser chique, ter belos carros e ostentar um

padrão de vida luxuoso acaba e a satisfação virá de outros meios e de outros

recursos com significado mais relevante. A vida prática, simples e com qualidade

passa a ser mais valorizada e desejada.

3. Criam-se mais cuidados com saúde física e mental. É possível inclusive, que o uso de

máscaras se torne mais difundido e usual entre todos, mesmo fora de um cenário de

pandemia. Hábitos de higiene que até então não eram observados, passarão a ser

mais frequentes. Falar sobre saúde mental e ter inciativas para dar atenção a este

aspecto de nossa saúde, passará ser mais frequente e tratado maior naturalidade.

Todos os ambientes passarão a ser projetados pensando em saúde e segurança,

sejam ambientes de lazer, doméstico ou corporativo. A estrutura de saúde dos países

do mundo todo estarão sendo revisadas para atender a um novo perfil de cidadão e

um novo cenário socio-econômico-cultural.

4. Menos aglomerações e mais desfrute do ambiente doméstico e ao ar livre. Teremos

aprendido o valor de estar em casa, do prazer, da segurança e de o quanto uma vida

ao ar livre pode ser mais prazerosa do que uma vida em ambientes aglomerados. Isto

também se dará por conta da diminuição do poder aquisitivo da grande maioria da

população.

5. Experiências mais virtuais e menos presenciais. O deslocamento cederá lugar a

prática de atividades remotas e online, como serão atividades comerciais, educativas,

palestras, reuniões, e muitas atividades em grupo que já se pôde experimentar

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durante o distanciamento social. Um bom exemplo disso é o home office, as lojas

virtuais e a telemedicina.

6. O agronegócio terá uma lente voltada a sanidade e segurança alimentar. Haverá um

cuidado bem maior com a segurança dos alimentos, seu cultivo, produção,

distribuição e comercialização tendo em vista a saúde pública. Não vamos mais

querer uma nova pandemia.

7. Avanço na robótica e na tecnologia pensando na sustentabilidade humana e

planetária. As empresas irão ter mais robôs em linhas de produção ou atividades

rotineiras e as pessoas serão contratadas para atividades especializadas. A

automatização será acelerada, porém com a necessidade de humanização do uso

dos recursos digitais, sem perder de vista novos valores humanos que se resgatam.

8. A saúde mental ganhará maior importância e valorização levando as pessoas a

cuidarem mais de sua qualidade de vida e da qualidade de suas relações

interpessoais. O tipo workaholic já não faz mais sentido. Não será mais aceito pelas

empresas pessoas que não cuidem de sua qualidade de vida e saúde mental. Assim

como não será mais aceito pelas pessoas, empresas que não respeitem este limite.

9. A telemedicina e a os atendimentos psicológicos online terão se tornado um caminho

sem volta. Esta prática não será mais adotada apenas para situações de desastres,

mas se tornará uma modalidade simples, comum e acessível a todos.

10. O Emprego não existirá mais da forma como o conhecemos. As pessoas terão que

produzir o seu labor, criar meios de atender a novas demandas que surgirão. O

trabalho será compartilhado e desempenhado de forma cooperativa atendendo as

necessidades de carreira de cada um, e oferecendo as empresas uma mão de obra

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especializada que atenderá a várias empresas, sem mais haver aquela exclusividade

de trabalhar apenas para uma organização.

A AVALIAÇÃO PSICOSSOCIAL NA PANDEMIA

Antes de abordar este tema especificamente, e sob o ponto de vista técnico e metodológico

preferi passar por esta reflexão para que se tenha a clareza da abrangência necessária que

o momento exige. Quero dizer com isso, que não se trata apenas de escolher o melhor teste

ou de fazer um cadastro no CFP. Trata-se sim, e acima de tudo, de um olhar respeitoso e

compassivo ao ser humano que está em sua frente e que necessita acima de tudo de ajuda

e amor.

Não podemos tornar nossa prática tarefeira e alienada. Mas sim, cheia de significado e efeito

sobre a vida de quem está exposto em nossa frente, sem saber em que acreditar ou o que

fazer. É verdade, existe um ajuste feito no método. Mas existe antes de tudo, um ajuste a ser

feito nas organizações, na gestão das pessoas e na nossa contribuição diante dessa tão

necessária mudança cultural. A tão falada humanização das empresas passa pelo

significado que imprimimos em nosso trabalho – profissionais da ciência do comportamento.

Quero dizer com isso, que neste momento tão complicado e difícil em alguns momentos

poder necessário ajudar, apoiar, escutar, orientar e acompanhar para depois avaliar. O

atendimento psicossocial pode ser a solução mais eficaz, obvia e inteligente a ser feita, para

então depois, realizar a avaliação psicossocial. Penso que é necessário que se retire a “névoa

do sofrimento pandêmico” para que se possa então conhecer a força psíquica e as

condições disponíveis no indivíduo para lidar com os riscos psicossociais.

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Para isso, antes de mais nada, avaliamos a vulnerabilidade, ou seja, investigamos o quanto

este indivíduo possa estar exposto as pressões e as mazelas do isolamento social e do risco

de contaminação com poucas chances de se defender. É extremamente importante que se

considere antes de avaliar aspectos como por exemplo, as condições pré-existentes, ou seja,

condições familiares, precariedade social e financeira, ausência de uma rede de apoio

próxima, diagnósticos ou dificuldades emocionais pré-existentes, risco de agressões

familiares, pessoas que tenham passado por luto ou que tenha contraído o COVID19, hábito

do uso de álcool ou drogas contínuo, dificuldades para o autocuidado, desorientação e

confusão pela falta de uma fonte de informação segura, e ainda aqueles que tenham

dificuldade de autocuidado, ou que adotaram uma polarização negativa e pessimista frente

ao evento. Todos estes aspectos devem ser observados antes do início da avaliação

psicossocial, como sendo uma forma de assessment – será avaliado neste momento ou

não?

Assim, se pensar no sentido do trabalho e não apenas na produção de um documento

percebemos que existe algo maior a ser feito antes – ajudar as pessoas a diminuir o

sofrimento e viver com mais qualidade.

Bem, vencida esta etapa, a avaliação psicossocial segue e o método se ajusta. O que muda?

Tudo que for possível ser feito de forma remota, deve ser assim. No entanto, o conteúdo a

ser avaliado também deve contemplar os efeitos do isolamento social e da pandemia.

O grupo focal deverá observar fundamentalmente aspectos como: percepção da realidade,

gestão do estresse e adaptabilidade. Estes trarão uma melhor compreensão da saúde

mental do individuo e de sua condição de suportar as demandas emocionais para seguir na

avaliação. Ainda dentro do grupo, deve ser feito um questionário de anamnese que
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aprofundará informações sobre a saúde do avaliado permitindo assim, uma conclusão

consolidada. Caso o sujeito não seja avaliado, encontra-se uma oportunidade da empresa

abrir espaço para atender a questões de saúde mental que passam a se evidenciar no pós-

pandemia. Seria de grande valia um espaço de conversa sobre as agruras dos momentos,

suas dúvidas, medos e incertezas. Assim como, para buscar aconselhamento para lidar com

o estresse emocional e mental do distanciamento, ou ainda para orientar em situações de

risco de contágio ou de luto que tenham sido vividas.

A próxima etapa são testes psicológicos. E está, com certeza, é a etapa que fica mais

empobrecida pelas poucas opções de aplicação on line que temos. Para avaliação

psicométrica temos algumas opções razoáveis e que atendem a necessidade de avaliar as

3 atenções: concentrada, dividida e alternada. Para avaliação de personalidade algumas

alternativas como Human guide, Mapa e NEOPI podem contribuir. Já para avaliar estresse

não restam alternativas, cabendo a anamnese e a entrevista cumprir com este papel.

E para a entrevista, várias plataformas estão disponíveis para a este momento. Mas antes é

preciso verificar o quanto o avaliado possui acesso a internet, ambiente adequado e os

equipamentos necessários. É extremamente importante que ele seja orientado para que tudo

ocorra de forma que o sigilo, a privacidade e a atenção ao momento da entrevista sejam

respeitados.

Sugiro que se tenha em mãos os resultados dos testes e uma leitura atenta as respostas da

anamnese para que se possa explorar na entrevista e aprofundar o entendimento. Do mesmo

modo que no grupo focal, a entrevista também deverá passar pelos conteúdos referentes ao

efeito emocional da pandemia, para só então focar nas questões pertinentes ao risco

psicossocial do trabalho.
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CONCLUSÃO

Enfim, de modo geral haverá uma mudança de cultura onde novas prioridades surgirão

ressignificando nossa existência no planeta, e os relacionamentos em geral.

A transformação que já teve início, atingirá as pessoas em seus valores fundamentais, e por

este motivo, os relacionamentos, as famílias, os casamentos, as amizades, as relações de

trabalho e a forma como vivemos terá sofrido alterações significativas e estruturais.

E para terminar esta leitura, convido você a refletir sobre algumas questões básicas que

ajudarão você a ajustar diante deste momento, esclarecendo sobre seus valores e atitudes,

e o que você pretende adotar como posicionamento para o nosso NOVO MUNDO!

1. O que faz você feliz?

2. Do que você se arrepende?

3. O que é imprescindível para você?

4. O que você não tolera?

5. Porque a mudança é importante, e o que você espera que isto te proporcione?

“O próprio conteúdo – felicidade, fluidez, sentido, amor, gratidão, realização, crescimento,

melhores relacionamentos – constitui o florescimento humano. É transformador descobrir

que você pode ter mais destas coisas. É transformador vislumbrar a imagem de um futuro

florescimento humano.” (Martin Seligman)

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Entrevista Individual Estruturada – Avaliação Admissional

ASPECTOS INTRÍNSECOS

Resuma suas experiências anteriores.

Quais suas expectativas?

O que te motiva?

O que te estressa?

Como está estruturada sua vida pessoal?

Quais seus planos de vida?

EM RELAÇÃO A VALORES E CRENÇAS

O que é mais importante para você?

O que pensa sobre segurança e as causas de acidente?

Acredita que problemas pessoais possam ser causadores de acidentes no trabalho?

O que mais causa acidentes? Acredita que possam ser evitados?

EM RELAÇÃO A CULTURA

Como avalia o ambiente de trabalho em relação a sua segurança?

O que a empresa faz por sua segurança?

Sente-se importante para a empresa? Protegido por ela?

O que te estressa no trabalho?

O que te motiva?

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EM RELAÇÃO A SEGURANÇA

Relate um acidente/emergência recente que tenha te deixado assustado.

Por que estes fatos aconteceram? Como se sentiu e o que fez logo em seguida?

Como você poderia ter evitado?

RELAÇÃO AS EMOÇÕES E COGNIÇÃO

Que riscos você percebe em seu trabalho? O que é mais tenso? Como lida com isso tudo?

De quem depende sua segurança? O que pode fazer para proteger-se?

Como são os relacionamentos no trabalho?

O que você considera uma pessoa difícil? Como lida

com ela?

O que te deixa muito irritado? O que faz para se

acalmar?

EM RELAÇÃO A SI MESMO

Está satisfeito com sua Qualidade de vida? Vida Social? Lazer?

Como está sua saúde? Tem ido ao médico regularmente?

O que você mais gosta em você mesmo, e o que menos gosta? Por quê?

EM RELAÇÃO A FAMÍLIA

Como está estruturada sua vida pessoal?

Sente-se satisfeito com sua vida familiar?

O que te estressa no ambiente familiar?

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Entrevista Individual Estruturada – Avaliação Periódica
EM RELAÇÃO A VALORES E CRENÇAS

O que é mais importante para você?

O que pensa sobre segurança e as causas de acidente?

Acredita que problemas pessoais possam ser causadores de acidentes no trabalho?

O que mais causa acidentes? Acredita que possam ser evitados?

EM RELAÇÃO A CULTURA

Como avalia o ambiente de trabalho em relação a sua segurança?

O que a empresa faz por sua segurança?

Sente-se importante para a empresa? Protegido por ela?

O que te estressa no trabalho?

O que te motiva?

EM RELAÇÃO A SEGURANÇA

Relate um acidente/emergência recente que tenha te deixado assustado.

Por que estes fatos aconteceram? Como se sentiu e o que fez logo em seguida?

Como você poderia ter evitado?

RELAÇÃO AS EMOÇÕES E COGNIÇÃO

Que riscos você percebe em seu trabalho? O que é mais tenso? Como lida com isso tudo?

De quem depende sua segurança? O que pode fazer para proteger-se?

Como são os relacionamentos no trabalho?

O que você considera uma pessoa difícil? Como lida

com ela?

O que te deixa muito irritado? O que faz para se acalmar?

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EM RELAÇÃO A SI MESMO

Está satisfeito com sua Qualidade de vida? Vida Social? Lazer?

Como está sua saúde? Tem ido ao médico regularmente?

O que você mais gosta em você mesmo, e o que menos gosta? Por quê?

EM RELAÇÃO A FAMÍLIA

Como está estruturada sua vida pessoal?

Sente-se satisfeito com sua vida familiar?

O que te estressa no ambiente familiar?

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QUESTIONÁRIO DE ANAMNESE
1.Dados Pessoais:

Nome:

CPF: RG:

Data de nascimento: / / Idade: Sexo:

Escolaridade: Profissão/Ocupação Atual:

Estado Civil:

Naturalidade: Religião:

Endereço:

Cidade:

Possui Dependentes: ( )Não ( )Sim Quantos?

1. Em relação a hábitos alimentares

Marque a categoria que tenha mais itens ou mais semelhança com seus hábitos:

( ) 1 (Não como nenhum tipo de vegetal, nem frutas. Pulo refeições. Como muitos doces e guloseimas sem horário determinado.
Gosto de frituras. Gosto de biscoitos recheadas. Gosto de salgadinhos refrigerantes. Gosto de bebidas alcoólicas. Tomo muito café
preto. Dou preferência a comidas rápidas e alimentos industrializados.)

( ) 2 (Faço pelo menos três refeições por dia. Como ao menos uma porção de fruta e vegetais por dia. As vezes como guloseimas.
As vezes tomo refrigerantes. Tomo bebidas alcoólicas somente nos finais de semana. Como carne vermelha. As vezes como alguma
fritura. As vezes tomo café preto. Com alguma frequência semanal como alimentos industrializados)

( ) 3 ( Faço três refeições ao dia. Como pequenas porções entre as refeições. Como frutas, verduras, legumes. Dou preferência
a carne branca. Como carne vermelha com moderação. Tomo Leite. Como pão. Como pequenas guloseimas. Eventualmente
como bolachinhas. Como iogurte. Raramente como alimentos industrializados.)

( ) 4 (Faço três refeições ao dia, sempre nos mesmos horários. Entre as refeições sempre como alguma coisa que considero
saudável. Como frutas e vegetais, dou preferência às comidas que contenham alto valor nutritivo. Dou preferência aos alimentos
orgânicos. Como carne vermelha raramente. Dou preferência às carnes brancas. Dou preferência aos alimentos naturais, evito os
industrializados.)

( ) 5 Sou Vegetariano. Sou Ovo lacto vegetariano como ovos e leite além de frutas e verduras. Sou Lacto Vegetariano não como
ovo. Sou Vegetariano e não como nenhum alimento de origem animal (Vegan). Sou Frugívoro, não como raízes ou tubérculos.
Sou Crudívoro, não como nada cozido, frito nem aquecido.

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( ) 6 Sou intolerante ao glúten. Sou intolerante ao glúten e à lactose. Sou intolerante ao glúten, à lactose e a clara de ovos.
Tenho baixa tolerância ao glúten. Tenho baixa tolerância ao leite. Tenho baixa tolerância a clara de ovo. Tenho média ou baixa
intolerância a algum dos itens citados acima. Tenho alergia ou alguma intolerância à______________________.

( ) 7 Minha dieta é de acordo com minha crença e religião.

Faz quantas refeições por dia?  1  2 3 4 5  Mais de 5

Faz dieta ou suplementação alimentar?  Sim  Não

3. Em relação a família

Pai, Mãe e Irmãos Alguém de sua família possui algumas Quem? Há quanto tempo? Está em tratamento?
destas doenças?

Diabetes

Hipertensão

Asma

Problemas cardíacos

Dores de cabeça

Dificuldades visuais

Dificuldades auditivas

Probl. ortopédicos

Convulsões

Doença mental

Trat. psicológico

3.1 Algum membro de sua família necessitou / necessita cuidados hospitalares? Quem e Por que?

4. Em relação a você mesmo:

4.1 Sua Saúde Já teve alguma destas doenças? Está em tratamento? Desde quando? Obteve melhora?

Diabetes

Hipertensão

Asma

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Problemas cardíacos

Dores de cabeça

Dificuldades visuais

Dificuldades auditivas

Problema ortopédico

Convulsões

Doença Mental

Tratamento
psicológico

4.2 No trabalho sim não quando resultado

Fraturas

Queimaduras

Intoxicação

Queda

hospitalização

4.3 Atividade Física?  Sim  Não

Qual(is) e a quanto tempo?

Quantas vezes por semana?

Se não pratica, já praticou?  Sim  Não

Qual(is) e por quanto tempo?

E a quanto tempo deixou de praticar?

4.4 Sobre o sono: Como você avalia seu sono:

( ) Tranquilo

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( ) Acorda várias vezes

( ) Inquieto

( ) Agitado

( ) Com pesadelos

Quantas horas dorme por dia?

( ) Menos de 2 horas

( ) de 2 a 4 horas

( ) de 4 a 6 horas

( ) de 6 a 8 horas

( ) mais de 8 horas

Como você acorda?

( ) Cansado

( ) Com muito sono

( ) Descansado

( ) mau humorado

( ) com dores no corpo

5. Informações gerais

Você fuma?

Não ( )

Sim ( ) Quantos cigarros por dia?

Convive com fumantes?

Bebida alcóolica. Consome?

Não ( )

Sim ( ) Qual?____

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Com que frequência? ( ) Diária

( ) Semanal

( ) Ocasional

O que você faz nas horas de lazer?

Você possui algum hobby?

EM RELAÇÃO A PANDEMIA

1. COM QUEM TEM FEITO A QUARENTENA?

( )sozinho

( )família

( )com animal de estimação

2. SABE COMO AGIR CASO PRECISE DE AJUDA EM UMA EMERGÊNCIA?

( ) Sim. Como?

( )Não

3. QUEM SÃO AS PESSOAS QUE PROCURARIA CASO PRECISASSE DE AJUDA?

___________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

4. COMO FAZ PARA SE DIVERTIR:

___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

5. CONHECE ALGUÉM QUE JÁ SE CONTAMINOU PELO NOVO CORONAVIRUS?

( )SIM. QUEM? _______________ COMO FAZ PARA AJUDAR?

( )NÃO

6. FAZ USO DE ALGUMA SUBSTÂNCIA PSICOATIVA?

SIM. QUAL? COM QUE FREQUÊNCIA?

7. JÁ FEZ ALGUM TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO? QUAL E POR QUANTO TEMPO?

___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________

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8. MARQUE COM UM X COMO VEM SE SENTINDO NA ÚLTIMA SEMANA

NUNCA AS VEZES COM FREQUENCIA SEMPRE

TRISTEZA ACENTUADA

IRRITABILIDADE

CULPA

MEDO

ANSIEDADE

INSEGURANÇA

DÚVIDA

CONFUSÃO

EXAUSTÃO

INQUIETAÇÃO

INTOLERÂNCIA

DIFICULDADE DE
CONCENTRAÇÃO

PERDA DE MEMÓRIA

DESÂNIMO

DESCONFIANÇA

9. MUDOU SUA ROTINA?

( ) SIM. Como?

( ) NÃO

10. ADQUIRIU NOVOS HÁBITOS:

11. COMO FAZ PARA SE MANTER INFORMADO?

( )TV

( ) REDES SOCIAIS

( ) AMIGOS

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( )JORNAIS E REVISTAS

( )PREFERE NÃO SE INFORMAR

QUANTAS VEZES POR DIA ACESSA INFORMAÇÕES?

( ) 1 VEZ

( ) 2 VEZES

( ) VÁRIAS VEZES

( )NENHUMA

12. COMO SE SENTE EM RELAÇÃO AO FUTURO?

( )Otimista

( )Pessimista

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PARECER PSICOLÓGICO
(Avaliação Psicossocial)

1. Identificação do avaliado:
Avaliado: Mário

Idade: 42 anos

Escolaridade: Ensino Médio

Cargo: Vulcanizador

Setor: Vulcanização

Data: 19 de novembro de 2019

Validade: 12 meses

2. Motivo da Avaliação: ( x ) Exame Periódico


( ) Brigada de Emergência

( ) Porte de arma

( ) Altura

( ) Espaço confinado

( ) Retorno de afastamento

( ) Outros: _______________________

3. Aspectos Avaliados
Aspectos Cognitivos: atenção concentrada, atenção dividida e atenção alternada.

Capacidade de Coping, Percepção dos Riscos e Lócus de Controle.

Aspectos Culturais: Estresse no Trabalho e Familiar, Cultura familiar e organizacional.

Aspectos Emocionais: Autoestima, Medo, Homeostase do Risco, Inteligência Emocional e Controle Emocional.

Aspectos referentes a Saúde: refere-se ao histórico de saúde e o quanto impacta no momento atual.

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Objetivo: avaliar as condições psicológicas do profissional de atuar diante de situações de risco

atendendo as exigências das NR 20, 33 e NR 35, e ainda minimizar as chances de acidente de trabalho.

4. Metodologia utilizada
Grupo Focal: avaliar a percepção do risco, do medo, as motivações, cultura organizacional e a inter-
relação do grupo e com seus líderes.

Testagem psicológica:

Bateria Fatorial de Personalidade (BFP) – Manual Técnico/ Carlos Henrique Sancineto da Silva
Nunes, Claudio Simon Hutz, Maiana Farias Oliveira Nunes – São Paulo/SP Casa do Psicólogo/2010.

Teste Palográfico na Avaliação de Personalidade /Irai Cristina Boccato Alves, Cristiano


Esteves, 2.ed, São Paulo, Vetor, 2009.

Escala de Vulnerabilidade ao Estresse no Trabalho – EVENT/ Fermino Fernandes Sisto [et.al]


São Paulo/SP, Vetor, 2012.

Teste de Atenção Dividida (TEADI) e Teste de Atenção Alternada (TEALT / manual Fabian
Javier Marín Rueda – São Paulo/SP, Casa do Psicólogo, 2010.

Entrevista Individual Estruturada: valida os resultados já apurados e aprofunda as questões


observadas no grupo focal.

ANÁLISE RESUMIDA DOS DADOS

Mário mostra algumas limitações em suas condições para focar sua atenção obtendo escores baixos nos
itens de atenção dividida e alternada. Observa-se ainda, clara propensão ao estresse neste momento,
sobretudo no que se refere a infraestrutura do trabalho e as pressões oriundas do mesmo.

Sua motivação parece residir nos desafios do dia a dia quando sente a necessidade de aprender algo novo.
Não refere maiores ambições no sentido de crescimento, mas sim de estabilizar-se e seguir na empresa
preservando o bom ambiente de trabalho que percebe atualmente.
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Sua atitude reflete pessoa humilde e simples, com clareza dos riscos de sua função e de si mesmo.
Reconhece seu medo e o quanto este se faz necessário para que se mantenha em uma atitude de cautela.
Sua percepção dos riscos aliada a atitudes de segurança geradas pela capacidade de aceitar seu medo o
colocam em condições de adaptar-se a sua função atual. Por outro lado, o elevado estresse observado, exige
que Mário busque meios de melhor administrar as pressões sofridas, minimizando assim, as chances de
acidente.

CONCLUSÃO

Mário está apto a continuar desempenhando atividades críticas, neste momento.

RECOMENDAÇÕES
Recomenda-se apenas, que seja acompanhado de forma a evitar que perca as boas condições
observadas acima. Recomenda-se ainda que busque meios de minimizar os efeitos do estresse, melhorando
sua qualidade de vida.

Data da próxima avaliação: 19/11/2020

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ROTEIRO DE ENTREVISTA EM CENÁRIO DE PANDEMIA

CULTURA FAMILIAR E ORGANIZACIONAL


EMPRESA

 Quais as características que mais chama sua atenção sobre o jeito de ser da empresa?

 O que você acredita que a empresa considera mais importante?

 O que mais te agrada no ambiente da empresa em geral? O que menos agrada?]

 Como sua empresa vem lidando com a pandemia? Sente-se seguro desta forma?

FAMÍLIA

 Como é o ambiente familiar?

 Como são os relacionamentos?

 Como são as reuniões familiares?

 Quais os conflitos atuais? Como estão sendo tratados?

 Como estão suas relações familiares desde o início da pandemia?

MEDO
• O que mais te assusta?

• Quais os riscos presentes em sua rotina?

• Como vem tentando proteger-se?

• Acredita estar se protegendo de forma adequada?

• Em que acredita com relação a sua saúde e segurança? Como busca informações? Confia em sua fonte?

• Do que você tem medo? No trabalho? E na Pandemia?

• Alguma preocupação é mais frequente?

• Acredita que suas preocupações são adequadas ou exageradas?

HOMEOSTASE | PERCEPÇÃO
• Como sente-se diante dos riscos do trabalho?
• Acredita no risco de se infectar ou acha pouco provável? (estimule que fale mais)
• Que riscos existem neste momento e como faz para proteger-se?

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• Acredita estar fazendo tudo que pode?
• De que forma os riscos se fazem presentes em seu dia a dia?
• Em que situações os riscos aumentam?

AUTOESTIMA
• O que tem sido sua prioridade?

• Sente-se apoiado pela empresa?

• Sente-se apoiado pela família?

• Está satisfeito com sua capacidade de lidar com o distanciamento social?

• O que tem feito pelo seu bem-estar?

• Sente-se responsável por algo de ruim? Por quê?

• Fez algo de que se arrependa?

• Está satisfeito com sua adaptação até este momento?

ESTRATÉGIAS DE COPING
• Relate um acidente de trabalho.

• Como se sentiu no momento que percebeu o que estava acontecendo?

• Como resolveu?

• O que aprendeu?

• Como percebe o momento atual e as necessidades de isolamento social?

• Como se sente em relação a isso?

• Como procura enfrentar os riscos e as necessidades de ajuste?

• Como lidar com isso? Como me defender? Como enfrentar?

• Como se sente?

• Como reage?

• Como controla o que sente e suas reações?

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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
• Como se sente diante das mudanças? Como tenta lidar consigo mesmo?

• Qual foi o momento ou fase mais difícil? Como resolveu?

• Como vem tentando lidar com a nova rotina?

• Como está sendo sua relação com seu parceiro de quarentena? Melhorou ou piorou? Comente

LOCUS DE CONTROLE
• Quem você considera ser o principal responsável por:
• sua segurança?
• sua saúde?
• solução de problemas familiares?

ESTRESSE
• FÍSICO
• Como avalia a carga de trabalho?
• Como está sua saúde física?
• Costuma ir a médico e dentista periodicamente? Quando foi a última vez? Qual foi o motivo da
consulta?
• EMOCIONAL
• Como vem se sentido?
• O que o incomoda no trabalho e como lida com isso?
• O que faz para se divertir e espairecer?
• MENTAL
• Como está sua motivação?
• O que mais cansa no trabalho e como lida com isso?
• O que mais o preocupa hoje?

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SOBRE A PANDEMIA APENAS
Adaptação e saúde mental

• Como foram as alterações em sua rotina?

• Quais novos hábitos adquiriu?

• Deixou de fazer alguma coisa?

• Passou a fazer algo que antes não fazia?

• Como age para atender as suas necessidades pessoais?

Gestão do Estresse

• Como se sente diante deste momento?

• O que vem sendo mais difícil?

• O que mais preocupa?

• O que tem feito para lidar com sua ansiedade? Ou para melhorar a qualidade de vida?

Percepção da realidade

• Como você está compreendendo este momento?

• Como vem tentando lidar?

• Como percebe as pessoas ao seu redor?

• O que acha mais importante?

Momento atual

• Como está entendendo

• Como se sente

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