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ORIENTAÇÕES PARA

ORGANIZAÇÃO DE ROTINAS
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
2023
ORIENTAÇÕES PARA ORGANIZAÇÃO DE ROTINAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL – 2023
Caros(as) coordenadores(as) e professores(as), considerando a importância de organizar uma rotina
diária que acolha, respeite e garanta os direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos bebês e
crianças matriculados na Rede Municipal de Ensino de Fortaleza, a Secretaria Municipal da Educação
(SME), por meio da Coordenadoria de Educação Infantil (COEI), elaborou orientações para a
organização de possibilidades de rotinas para creches e pré-escolas, no intuito de apoiar os
profissionais em suas práticas pedagógicas e de suscitar novas formas de planejar o cotidiano com as
crianças.

Qual o objetivo de se organizar rotinas na Educação Infantil?


Favorecer oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento para bebês e crianças da Educação
Infantil, a partir de tempos que respeitem o currículo e as especificidades desta etapa.

O que precisamos considerar na rotina da Educação Infantil?


As rotinas devem ser organizadas e planejadas pelos(as) professores(as) considerando tempos, espaços,
interações e materiais a serem utilizados durante as experiências com bebês e crianças;
As rotinas organizadas por cada professor(a) devem considerar os campos de experiências e os objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento propostos na BNCC e na Proposta Curricular da Educação Infantil da
Rede Municipal de Fortaleza;
A organização das rotinas deve ser planejada incluindo todos os bebês e crianças, respeitando as suas
especificidades e singularidades dos diferentes grupos etários: Bebês - 6 meses a 1 ano (Berçário e Infantil I);
Crianças bem pequenas - 2 a 3 anos (Infantil II e Infantil III); Crianças pequenas - 4 e 5 anos (Infantil IV e V);
As experiências e ambientes em que acontecem as rotinas dos bebês e crianças necessitam expor materiais
impressos e objetos nas salas de referência que visibilizem e valorizem as diferentes culturas (regional,
nacional e transculturais) e etnias (negra, indígena, quilombola...), fortalecendo o sentimento de
pertencimento de todas as crianças e combatendo quaisquer formas de discriminação e preconceitos;
Na rotina dos bebês e crianças é necessário realizar atividades/experiências nos espaços internos e externos
da sala de referência, para a vivência de outras possibilidades de exploração (em pátios, parques,
corredores, quadras, jardins, hortas, bibliotecas, sala de inovação e tecnologias, ateliês e outros espaços);
As rotinas na Educação Infantil precisam atender o princípio da continuidade nas experiências propostas aos
grupos de crianças, isto é, as atividades que acontecem nos diferentes tempos podem ser organizadas em
sequências didáticas, projetos investigativos e outras formas de dar continuidade às pesquisas e aos
interesses das crianças;
Na organização das rotinas é importante considerar as microtransições que acontecem entre uma atividade
e outra no cotidiano dos bebês e crianças. Planejar as microtransições demonstra, por parte dos
professores, respeito aos ritmos deles e também uma ética de decidir e compartilhar com eles o que vai
acontecer, onde e por que;
As experiências oportunizadas aos bebês e crianças precisam considerar diferentes formas de organizar os
grupos de crianças (pequenos grupos*, grande grupo, duplas), os ambientes (internos, externos) e que tipo
de atividade será proposta (livre com a supervisão do(a) professor(a) ou dirigida pelo(a) professor(a). O
quadro abaixo apresenta algumas possibilidades de organização/arranjos neste sentido:

atividades direcionadas
grande grupo

atividades livres
Espaço externo
atividades direcionadas
pequeno grupo
atividades livres

atividades direcionadas
grande grupo

atividades livres
Espaço interno
atividades direcionadas
pequeno grupo
atividades livres

1
Quais os tempos da rotina na Educação Infantil são imprescindíveis?
TEMPOS DIVERSIFICADOS
TEMPOS PERMANENTES
Referem-se aos momentos da rotina que devem acontecer todos
Referem-se aos momentos diários da rotina que não
os dias com bebês e crianças para ampliar as possibilidades de
podem faltar com bebês e crianças, em que devem ser
aprendizagens, a partir da observação do professor e registro de
realizadas experiências que são imprescindíveis para o
interesses, necessidades e curiosidades das crianças, garatindo os
desenvolvimento e as aprendizagens infantis.
conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural , artístico,
Ressaltamos que apesar de serem tempos que
ambiental, cientítico e tecnológico. Na rotina das crianças da
acontecem diariamente, as experiências que acontecem
educação infantil, orientamos que sejam realizadas no mínimo
em cada tempo devem ser envolventes e significativas
três (3) tempos diversificados por dia para as turmas em
para as crianças, rompendo com práticas mecânicas e de
atendimento integral e no mínimo dois (2) tempos diversificados
repetição.
por dia para as turmas atendidas em tempo parcial.

Os tempos permanentes e diversificados devem ser trabalhados no cotidiano com bebês e crianças de forma
não fragmentada, entendendo que as experiências e aprendizagens que acontecem nestes tempos se
complementam e não se findam em si mesmas. Por exemplo, a oralidade deve ser estimulada em todos os
tempos da rotina, perpassando por todos eles, desde os momentos alimentação, cuidado e atenção individual até
os momentos de roda de conversa.

Quais tempos são permanentes?


Acolhida (chegada): a acolhida das crianças (tempo de chegada), deve ser pensada e planejada todos os dias,
não apenas no início do semestre. O espaço e os materiais devem ser organizados para esse momento,
atentando para o movimento dos bebês e das crianças que, aos poucos, chegam e se envolvem numa atividade
em andamento. Por isso, as atividades propostas para esse tempo não devem constar de início, meio e fim
delimitados, como uma roda de conversa ou uma leitura de história, visto que as crianças que chegam após seu
início podem ter perdas de informações e, com isso, não se sentirem motivadas a participar.
Algumas possibilidades: organizar contextos com elementos da natureza (galhos, folhas, pedras, conchas, flores, areia
etc), disponibilizar materiais (potes, colheres, peneiras, funis, bacias, etc) para livre exploração do contexto planejado;
organizar um varal com livros e portadores de texto diversos (de acordo com a faixa etária e interesse das crianças);
organizar um contexto no chão com tapetes e brinquedos de construção; disponibilizar cesto com tecidos; organizar
contexto com materiais de largo alcance (bobinas, canos, caixa de ovo, caixas de diferentes tamanhos, argolas, etc)

Brincar livre nos espaços internos/sala de referência: o brincar livre deve estar no planejamento diariamente,
possibilitando às crianças escolherem a brincadeira, o parceiro, o enredo, como também dirigir e controlar sua
atividade. A brincadeira livre é uma importante oportunidade de exploração, de liberdade de movimentos e de novas
descobertas. O papel do professor deve ser o de planejar e propor espaços estruturados, oferecer brinquedos e
materiais diversificados, observar as interações e interesses das crianças, além de brincar juntos, possibilitando
tempo suficiente para o desenvolvimento das brincadeiras pelas crianças. Ressalta-se que a variedade de materiais e
a organização do ambiente diferem de acordo com a faixa etária e a diversidade do grupo. Deve-se priorizar
elementos do contexto social e cultural no qual as crianças estão inseridas.

Algumas possibilidades: organizar contextos com cenários que remetem à vida cotidiana (como a cozinha, com panelas,
embalagens e utensílios diversos); mercadinho; padaria; salão de beleza; escola; baú de fantasias; espelhos; diferentes
recursos de mídia (teclado, telefone, som, lanterna, etc); contextos de exploração de luz e sombras (lanternas, livros,
mesa, tecidos); contextos de construção (peças de madeira, materiais de largo alcance, etc), contextos de jogos, contextos
com bonecas e bonecos, contexto com animais; contexto com elementos da natureza, dentre outros.

Brincar livre nos espaços externos: a oportunidade de brincar livremente nas áreas externas deve ser garantida aos
bebês e crianças diariamente, tendo em vista todos os benefícios que os momentos ao ar livre podem proporcionar. A
brincadeira pode acontecer em pátios, parques, áreas verdes, dentre outros espaços, de acordo com a oferta de cada
unidade escolar. Para isso, o professor irá pensar, planejar e organizar o tempo, o espaço e os materiais que serão
disponibilizados às crianças.

Algumas possibilidades: disponibilizar bacias para brincadeiras com água e sabão, oferecer variados instrumentos para
brincadeira na areia (peneiras, colheres, recipientes plásticos, formas, pedaços de cano etc), ofertar materiais para a
construção de circuitos (pneus, cadeiras, corda, bambolês, cones, tecidos), disponibilizar bolas, peças de madeira, giz
para desenhar no chão, pincéis largos para pintura com água, organizar caixa de brinquedos (bonecas, carrinhos).

2
Leitura de história pelo(a) professor(a): a leitura de histórias é um momento de apreciação, fruição, ampliação
de repertório literário e oportunidade de contato com o mundo da leitura e da narração oral que deve ser
pensado, planejado e organizado. Proporcionar boas situações de leitura e narração de história é sinônimo de
criar hábitos para adquirir o comportamento leitor, ampliar vocabulário, instigar a curiosidade, a imaginação, a
memória e a percepção da diferenciação entre a oralidade e a escrita. Lembramos que todo o grupo deve ser
convidado a ouvir a história, porém nem todas as crianças ficarão interessadas nesse momento ao mesmo
tempo, de forma que a leitura poderá acontecer para um grupo menor.

Algumas possibilidades: organizar a leitura de história em um tapete da sala de referência, com almofadas e outros
itens que possibilitem aconchego, utilizar recursos como lanterna, fantasias e outros; escolher livros variados,
considerando a diversidade da turma; organizar os espaços externos para a leitura (embaixo de uma árvore, com
tapetes, tendas, poltronas de pneus, cadeiras, etc.)

Higiene: as práticas de cuidado com a higiene do corpo são excelentes oportunidades para pensar organizações
que potencializem a autonomia dos bebês e crianças, as interações respeitosas entre crianças e adultos e a
garantia dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos mesmos. Para além de “ensinar” os bebês e
crianças a lavar as mãos, a utilizar o vaso sanitário ou a tomar banho com autonomia, estas ações estão
relacionadas à saúde, ao bem-estar, à formação de bons hábitos e à construção da identidade no cuidado com o
própio corpo. Se estas ações de cuidado acontecem de forma aligeirada e mecânica, os cuidados não
representarão para as crianças uma fonte de prazer, mas de angústia e de insegurança. Portanto, esses
momentos devem ser percebidos pelo adulto como oportunidades privilegiadas, de atenção individualizada,
interação e de fortalecimento dos vínculos com as crianças. Algumas ações em relação à higiene:
Banho: dentro da rotina do atendimento integral, o banho deve acontecer pelo menos duas vezes ao dia
e/ou sempre que for necessário. O banho deve acontecer de forma respeitosa e oportunizando situações de
desenvolvimento da autonomia. Lembrando que a parceria com as famílias é imprescindível nesses
momentos de higiene, pois devem ser respeitadas as singularidades de cada criança (ex.: não lavar o cabelo
duas vezes ao dia, a criança pode não se sentir à vontade embaixo do chuveiro ou ter restrições ao toque de
outros, alergia a algum produto)

Algumas possibilidades: banho de mangueira, banho na bacia, banho em piscina plástica, banho com brinquedos,
banho com bolas, banho com balões, banho com recipientes plásticos, etc.

Escovação de dentes: deve acontecer diariamente após as principais refeições com orientação do adulto.

Algumas possibilidades: brincar de dentista, organizar ajudantes para a entrega de escovas e para colocar o creme
dental, escovação dos dentes de bonecos(as), escovar ao ar livre, entre outras.

Lavagem de mãos: lavar as mãos com água e sabão antes de todas as refeições ou quando houver
necessidade no decorrer da rotina. Salientamos que essa ação é muito importante para evitar doenças.

Uso do banheiro: para os bebês e crianças bem pequenas é importante estar atento(a) para a frequência da
troca de fralda, de forma respeitosa, solicitando autorização e informando às crianças a ação de limpeza. As
crianças pequenas que não usam fralda devem ser supervisionadas ao irem ao banheiro e terem o seu tempo
e necessidades atendidas, precisam ser orientadas progressivamente ao uso independente do vaso sanitário

Para saber mais!


Pensando sobre o desfralde.

Alimentação: o tempo da alimentação precisa ser pensado como momento de construção de aprendizagens ,
devendo ser planejado na perspectiva de respeito às especificidades de cada criança. Portanto, é importante
respeitar o tempo dos bebês e crianças e organizar esse momento de forma que seja possível uma interação
de boa qualidade, atendendo às necessidades, com atenção individualizada, e potencializando a autonomia.
Lembramos que algumas crianças podem apresentar restrições por conta de alergia alimentar ou intolerância
a algum ingrediente, sendo imprescindível a parceria com as famílias.

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Algumas possibilidades: piquenique na área externa, self-service, organizar toalhas e centros de mesa, mobílias nos
diferentes espaços, possibilidade de fazer escolhas, dentre outras.

Para saber mais!


Como a creche pode apoiar as mães que amamentam?

Sono/descanso: O sono é um momento da rotina das instituições de Educação Infantil com atendimento
integral, que também se configura como cuidado e requer um planejamento que compreenda a importância do
respeito, da necessidade de sono dos bebês e crianças, pois ele regula o corpo e mantém o equilíbrio da
energia no organismo. A quantidade do tempo de sono e das sonecas durante o dia terá uma evolução gradual
dos bebês às crianças pequenas e devemos considerar que cada indivíduo é um ser único; cada criança possui
um ritmo próprio em relação à rotina de sono e todos devem ser acolhidos.

Algumas possibilidades: usar canções de ninar e de relaxamento, músicas instrumentais, organizar momento de
massagem nas crianças, usar colchonetes, redes, inserir objetos de apego das crianças etc.

Roda de conversa: é um momento de partilha e construção de ideias em que as crianças relatam sobre suas
experiências vividas, expressam seus desejos, sentimentos, emoções, legitimando seus direitos previstos na
Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017). No momento da roda de conversa é essencial trazer diferentes
narrativas, promovendo as trocas entre as crianças e entre as crianças e o adulto, contribuindo assim para
outras formas de pensar o mundo. É imprescindível que o docente planeje e prepare espaços para que se
efetive esse momento da rotina de forma a contemplar à todos. Vale ressaltar, que a roda de conversa com os
bebês não acontece necessariamente em roda, pois alguns bebês já sentam sozinhos, outros precisam de apoio,
outros ficam em pé, o que não quer dizer, que não estejam prestando atenção na conversa ou na brincadeira.
Já as crianças maiores podem optar pela roda ou outro tipo de organização que lhes for mais aconchegante e já
conseguem introduzir nesse tempo algumas regras, como: esperar a sua vez para falar, ouvir o outro etc.

Algumas possibilidades: organizar ambientes aconchegantes onde todos possam ver uns aos outros, usar tapetes,
caixas, tendas, criar organizações diferentes com o mobiliário existente na sala de referência, roda de conversa na
área externa, entre outras.

Possibilidades de tempos diversificados

Artes visuais: linguagem expressiva que possibilita à criança fruir sua imaginação, criatividade e fantasia
através de desenho, pintura, modelagem, recorte, colagem, construção, escultura, entre outras linguagens.

Algumas possibilidades: desenhos com vários riscantes (lápis preto, lápis de cor, canetinhas, giz de cera, giz de lousa,
carvão); pintura (com pincéis de diferentes tamanhos e larguras, esponjas, trinchas, rolos, folhas de árvores, galhos);
modelagem (massinha caseira, massinha tradicional, slime, argila, papel machê, papel alumínio, gesso) etc.

Movimentos amplos e gestos em jogos e brincadeiras: expressão através do corpo com movimentos amplos
em jogos e brincadeiras.

Algumas possibilidades: circuito com obstáculos (pneus, cones, colchões, cadeiras etc), engatinhar, pular amarelinha,
brincadeiras cantadas e de imitação, brincadeiras com motocas, carrinhos de mão, cordas, rampas, bola ao cesto,
corrida de saco etc.

Teatro: linguagem expressiva que aguça a criatividade e ajuda a construir o senso crítico, promove a
construção da autoestima e a capacidade de se expressar.
Algumas possibilidades: teatro de fantoches, baú com fantasias, máscaras e adereços, cortinas para simular um
palco, encenação de histórias, brinquedos para compor as cenas, filmagem de dramatização e apresentação para o
grupo, brincadeira de mímica, imitação, teatro de sombras, marionetes, apreciação de espetáculos dentro e fora da
unidade escolar etc.

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Conhecendo culturas e etnias: organizar espaços, materiais e tempos que possibilitem às crianças vivências
com a diversidade de culturas (regional, nacional e mundial) e etnias (negros, indígenas, quilombolas)
valorizando a riqueza do convívio com as diferenças.
Algumas possibilidades: explorar com as crianças brincadeiras, músicas, artistas, obras de arte, danças, comidas e
histórias, que retratem sobre a cultura nordestina, brasileira e de outros países, assim como sobre elementos das
diferentes etnias, favorecendo o rompimento com qualquer forma de discriminação e preconceito.

Música: linguagem que promove a capacidade de verbalizar, memorizar, socializar e desenvolver o senso
estético, a imaginação e a criatividade.
Algumas possibilidades: uso de instrumentos musicais, microfone, fantasias, audição de variados sons e estilos
musicais, audição de histórias cantadas, gravação de canções, construção de instrumentos, exploração de sons
produzidos pelo corpo (bater palmas, bater os pés, fazer sons com a boca), uso de recursos midiáticos (datashow,
gravador, som, celular etc.), brincadeira com cantigas tradicionais, exploração de objetos que produzam sons, dentre
outras.

Dança: linguagem expressiva que estimula a consciência corporal, favorece a construção de noções de espaço,
proporciona a expressão de sentimentos e emoções e amplia as possibilidades de interação entre as crianças.
Algumas possibilidades: brincadeiras de roda, imitação de gestos, dançar de forma livre, dançar diferentes ritmos,
conhecer danças de variadas culturas, dançar em diferentes arranjos (em duplas, em grupos, sozinhos) participar da
elaboração de coreografias, participar de espetáculos de dança, apreciar espetáculos de dança, dançar com tecidos,
balões, bolas etc.

Leitura livre: a leitura de variados livros para as crianças favorece a ampliação de repertório e estimula a
criatividade e a imaginação.

Algumas possibilidades: organizar tatames com almofadas, tendas, diferentes arranjos com o mobiliário da sala de
referência, manuseio de panfletos, organização com livros de imagens, encartes, revistas, gibis, cordéis, livros de
pano, livros de borracha, visitação à bibliotecas, promover oportunidades de contato diário com o seu nome e dos
colegas, leitura de imagens, organização de momentos de leitura na área externa, etc.

Registros pelas crianças: possibilitar às crianças experiências que envolvam possibilidades variadas de
registro.
Algumas possibilidades: desenho livre, escrita espontânea de diferentes gêneros (bilhetes, cartas, receita, listas,
abaixo-assinado), utilização de diferentes riscantes e suportes, utilização de diferentes materiais escritos (fichas,
cartazes, crachás, listas, convite), registar o nome próprio com a utilização de diferentes materiais (lixa, tinta, carvão
etc), desenho na areia, proporcionar situações de vida real (mercadinho, posto de saúde, salão, escola, restaurante)
nas quais as crianças possam expressar graficamente ideias, quantidades, palavras, nomes, sentimentos etc.

Faz de conta: a brincadeira de faz de conta oportuniza para as crianças aprendizagens sobre si e sobre o
mundo à sua volta. Ao viverem situações de faz-de-conta cotidianamente as crianças constroem habilidades de
relacionamento, tomada de decisão, autorregulação, entre outras aprendizagens socioemocionais.
Algumas possibilidades: disponibilizar elementos variados para a brincadeira da(s) criança(s) (telefone, panelas,
cadeiras, bolsa, avental, lencóis, peças de roupa/fantasia, chapéus, colares, sapatos, pasta, embalagens, câmera
fotográfica, cestos, bonecos, entre outros

Investigações na e sobre a natureza: o contato com a natureza favorece o bem-estar e oportuniza diversas
possibilidades de pesquisas pelas crianças.
Algumas possibilidades: colecionar elementos da natureza, explorar elementos diversos (sementes, galhos, frutas,
flores), observar o céu, fazer brincadeiras com o vento (catavento, pipa de saco, pipa de mão), brincadeiras com água
e areia, brincadeiras com areia e bacias, pás, funis, peneiras, exploração dos espaços da unidade escolar,
investigações com lupas, observação de animais e insetos no jardim, coleta de folhas diferentes, desenho de
observação etc.

Tecnologias digitais: Planejar momentos/contextos que permitam o contato e experimentação com as


tecnologias digitais.

Algumas possibilidades: exposição de fotografias, fazer registros fotográficos, brincadeiras com fones de ouvido,
teclado, celular, tablet, CDs, sessão de cinema, jogos no chromebook, karaokê, contexto com materiais tecnológicos
antigos (vitrolas, rádio, telefone, máquina fotográfica), brincadeiras com imagens projetadas etc.

Para saber mais!


Contextos investigativos na educação infantil:
provocando as potências das crianças e das educadoras no retorno.
5
A seguir, são detalhadas possibilidades para a organização dos tempos permanentes e diversificados da
rotina diária na Educação Infantil. É necessário que esses tempos fiquem expostos em cartazes/painéis nas salas
de referência, como forma de tornar visível às crianças, às famílias e à comunidade os momentos vividos em
cada turma. Ressaltamos que as sequências de atividades apresentadas nos quadros são flexíveis, devendo
seguir o ritmo e as necessidades de bebês e crianças de cada agrupamento. Por exemplo, os bebês/crianças
podem expressar desejo de dormir em momentos diferentes do cotidiano, o que deve ser acolhido.

Possibilidades de organização da rotina para bebês (berçário e Infantil I) - 7h às 17h

SEG TER QUA QUI SEX


MANHÃ
Acolhida Acolhida Acolhida Acolhida Acolhida
Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação

Brincar livre Brincar livre Brincar livre


Roda de conversa Roda de conversa
espaços externos espaços externos espaços externos

Movimentos amplos e
Investigações na e Linguagens plásticas Conhecendo culturas e
gestos em jogos e Leitura livre
sobre a natureza (espaço externo) etnias
brincadeiras
Higiene Higiene Higiene Higiene Higiene

Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação

Leitura de história Brincar livre Leitura de história Brincar livre


Roda de conversa
pelo professor(a) espaços externos pelo professor(a) espaços externos

Higiene Higiene Higiene Higiene Higiene


Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação
Sono/Descanso Sono/Descanso Sono/Descanso Sono/Descanso Sono/Descanso
TARDE
Higiene Higiene Higiene Higiene Higiene
Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação
Leitura de história Leitura de história Leitura de história
Roda de conversa Música
pelo professor(a) pelo professor(a) pelo professor(a)
Registros pelas
Artes visuais Tecnologias digitais Artes visuais Teatro
crianças
Higiene Higiene Higiene Higiene Higiene
Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação
Movimentos amplos e
Brincar livre
Leitura livre Dança Roda de conversa gestos em jogos e
espaços internos
brincadeiras

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Possibilidades de organização da rotina para crianças bem pequenas (Infantil II e III) - 7h às 17h

SEG TER QUA QUI SEX


MANHÃ
Acolhida Acolhida Acolhida Acolhida Acolhida
Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação

Brincar livre Brincar livre Brincar livre Brincar livre


Artes Visuais
espaços externos espaços externos espaços externos espaços externos

Investigações na e Artes visuais Leitura de história


Dança Roda de conversa
sobre a natureza (espaço externo) pelo professor(a)

Higiene Higiene Higiene Higiene Higiene

Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação

Leitura de história Leitura de história Brincar livre


Roda de conversa Roda de conversa
pelo professor(a) pelo professor(a) espaços externos

Higiene Higiene Higiene Higiene Higiene

Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação

Sono/Descanso Sono/Descanso Sono/Descanso Sono/Descanso Sono/Descanso

TARDE
Higiene Higiene Higiene Higiene Higiene
Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação
Registros pelas Leitura de história Leitura de história
Música Faz-de-conta
crianças pelo professor(a) pelo professor(a)
Conhecendo culturas e Registros pelas Conhecendo culturas e
Artes visuais Teatro
etnias crianças etnias
Higiene Higiene Higiene Higiene Higiene
Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação
Movimentos amplos e
Roda de conversa Leitura Livre gestos em jogos e Roda de conversa Tecnologias digitais
brincadeiras

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Possibilidades de organização da rotina para crianças pequenas (Infantil IV e V)
Manhã - 7h às 11h / Tarde - 13h às 17h

SEG TER QUA QUI SEX

MANHÃ

Acolhida Acolhida Acolhida Acolhida Acolhida

Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação

Brincar livre Brincar livre Brincar livre


Roda de conversa Tecnologias digitais
espaços externos espaços externos espaços externos

Movimentos amplos e
Conhecendo culturas Registros pelas Registros pelas
gestos em jogos e Teatro
e etnias crianças crianças
brincadeiras

Higiene Higiene Higiene Higiene Higiene

Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação Alimentação

RECREIO

Leitura de história Brincar livre Registros pelas Brincar livre


Roda de conversa
pelo professor(a) sala de referência crianças espaços externos

Investigações na e Leitura de história Leitura de história Leitura de história


Artes visuais
sobre a natureza pelo professor(a) pelo professor(a) pelo professor(a)
Movimentos amplos e
Leitura de história Conhecendo culturas e Registros pelas
Roda de conversa gestos em jogos e
pelo professor(a) etnias crianças
brincadeiras

Dança/música Faz-de-conta Música Roda de conversa Roda de conversa

Referências:
BARBIERI, Stela. Territórios em transformação. São Paulo: Jujuba, 2022.
BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação infantil e ensino
fundamental. Brasília:MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017
FORTALEZA. Secretaria Municipal da Educação de. Diretrizes Pedagógicas para a Educação Infantil da
Rede Municipal de Ensino de Fortaleza. Fortaleza: SME, 2023.
________. Secretaria Municipal da Educação de. Proposta Curricular para a Educação Infantil da Rede
Municipal de Ensino de Fortaleza. Fortaleza: SME, 2016.
__________. Secretaria Municipal da Educação de. Proposta Curricular para a Educação Infantil da Rede
Municipal de Ensino de Fortaleza. Fortaleza: SME, 2020.
HORN, Maria da Graça Souza. Brincar e interagir nos espaços da escola infantil. Porto Alegre: Penso,
2017.

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