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SEGURANÇA PÚBLICA.
Caso, Atirador de elite no Rio de Janeiro.
CURITIBA PR – 2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL- UNINTER
Wenderson Souza dos Santos
Wendell Correa Gonsalves
SEGURANÇA PÚBLICA
Atiradores de elite no Rio de Janeiro
CURITIBA PR – 2019
Sumário
3 - Psicologia Jurídica
3.1 - Transtornos Psíquicos.
3.2 - Perfil do sequestrador.
3.3 - Psicopatia.
3.4 - Terror e pânico: Trauma sofrido pelos reféns.
3.5 - Perfil do atirador.
3.6 - Saúde mental de policiais.
3.7 - Prisão, tratamento ou morte? Como é encarado a conduta do
infrator.
4 - Sociologia
4.1 - Violência e insegurança no RJ.
4.2 - Fogo cruzado: população nas favelas.
4.3 - Policiais X Crime.
4.4 - Crime: a única saída?
4.5 - Parâmetros sociais: Centro e Periferias.
5 - Economia Política
5.1 - Combate ao crime: Investimento dos governantes.
5.2 - Segurança pública.
5.3 - “O crime é rentável”.
5.4 - Segurança em países desenvolvidos.
5.5 - “Brasil, um pais de todos”
6 - Referências
7 - Bibliografia
No Brasil o uso legitimo de atiradores de elite em operações de risco ainda é
um tabu a ser debatido, pois envolve muitos fatores que são considerados
favoráveis ao trabalho destes profissionais, designados por uma corporação
policial ou militar, quanto, envolve fatores vistos por lei como afronta ao direito
legitimo à vida desde o momento em que a ação do atirador visa neutralizar de
forma rápida e efetiva qualquer ameaça iminente apresentada pelo individuo
infrator, buscando preservar prioritariamente a vida dos reféns e
necessariamente para isso executar o individuo que apresenta perigo aos
cidadãos de bem. Para isso há vários fatores que influenciam a real
necessidade dos atiradores de elite, um dos principais seria a hipótese de
serem utilizados somente em ultimo caso quando todas as formas de ação
pacificas estejam esgotadas, porem outro fator seria a sua utilização
antecipada visando preservar a vida de policias e demais cidadãos, evitando
confrontos diretos e possíveis tiroteios que poderiam vitimar terceiros que
estejam ao redor do fato. São fatos que levam a um debate bastante denso à
vista de que ao mesmo tempo que se preserva a vida de reféns, inocentes e
policiais envolvidos, confronta-se o direito fundamental do cidadão, ou seja, o
direito a vida, entretanto, o Estado compõe a ideia de que, a ação tanto dos
policias e agentes de segurança quanto dos atiradores de elite seria
premeditada em lei, portanto, esses profissionais da segurança púbica estariam
agindo em legitima defesa ao cidadão de bem, protegendo-o de infratores que
propiciem perigo a sociedade, e a consequência de suas ações seriam
resguardadas em lei.
Se tratando de legitima defesa, temos nossos direitos resguardados em nosso
código de lei, daremos um enfoque principal no artigo 23 do Código Penal, em
que trará a base para começarmos a entender um dos principais problemas
que policiais e outros agentes da segurança pública encontram para exercer
sua função. No Brasil, os policiais tem enfrentado um grande dilema para
desempenhar seu trabalho em proteger os cidadãos e preservar a ordem na
sociedade, atirar ou não atirar? Matar ou não matar? São preceitos que muita
das vezes deixam policias receosos em desempenhar sua função, por leva-los
a pensar, “ Se eu precisar atirar contra um infrator e este vier a óbito, eu serei
penalizado pelo crime de homicídio doloso? “ Se trata de algo que se tornou
uma discussão bastante polêmica, pois para uns, dar o ‘’direito’’ ao policial
matar alguém é visto como um modo abusivo de uso da força, o que
ocasionaria possíveis assassinatos ou mortes por engano, e para os demais,
seria apenas o uso legitimo de força no exercício de sua função, ou seja, seria
assim resguardado pelo artigo 23 do Código Penal. Para dar mais clareza ao
que foi citado, vamos entender do que se trata o artigo 23:
5h30: Willian anuncia sequestro no ônibus que fazia trajeto entre o Jardim
Alcântara no município de São Gonçalo, e o bairro do Estácio no centro do RJ.
5h45: Primeiras menções nas redes sociais sobre o sequestro mesmo antes do
anuncio oficial.
Ou seja, são alterações na sua psique, que podem levar o individuo a agir de
forma considerada inadequada ou fora do comum. Existem diversos tipos de
transtornos, os mais comuns são:
Depressão, Transtorno de ansiedade, Transtorno Bipolar, Demência, Deficit de
atenção, Esquizofrenia, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), Autismo,
Estresse pós-traumático, dentre outros.
São vários, o fato é de que muitos destes tem relações com a forma do crime e
comportamento do indivíduo criminoso.
Willian, não tinha um histórico criminoso, tinha uma família estabilizada, relatos
de reféns que apontam que Willian em nenhum momento falava que queria
machucar alguém, “queria apenas ficar famoso”. Outro relato de um refém é de
que Willian falou que “O único que vai sair morto daqui sou eu”, isso demonstra
um sentimento suicida, o que caracteriza um transtorno de depressão sofrido
por ele, que em um surto psicótico tomou o ônibus. É comum que suicidas
criem situações adversas com o intuito de serem mortos, muita das vezes por
não terem coragem de consumar o ato por si só.
Pelas características observadas e relatadas pelos reféns sobre Willian,
demonstram que ele não pode ser caracterizado um psicopata, pois, não
coincide com as características usada para distinguir um psicopata de uma
pessoal normal, com base na escala de Hare – PCL ( Psychopathy Checklist )
criado pelo psicólogo Robert Hare.
Podemos ver as intenções confusas do sequestrador, pelo relato de alguns dos
reféns:
"Eu fiquei dentro do ônibus, falando com o policial, como ele
era, o que ele queria. Mas ele, em nenhum momento, falava
que iria machucar. Três pessoas passaram mal, ele deixou
sair", afirmou Rafaela.
“De início, eu achei que era um assalto. Mas logo ele falou que
queria fazer algo como o filme do ‘ônibus 174’. Ele começou a
prender as pessoas, pediu batom para colocar o número na tela.
Eu me machuquei um pouco. Ele começou a negociar e estava
meio avoado. Ele falou que queria parar o estado”
"Ele falou que não queria assaltar ninguém, não queria agredir
ninguém. Ele só falou isso, vamos entrar pra história", disse Hans
Miller, na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e
Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio. (Hans Moreno, professor)
Lucas de Leão, marido de uma das reféns, que ainda estava
no ônibus por volta das 8h50, disse que o sequestrador não
ameaçava machucar os passageiros.
(Site: G1 GLOBO)
Podemos ver pelos relatos que a intenção inicial de Willian não era matar
alguém, mas era imprevisível as atitudes do jovem, e a policia recebeu ordens
para priorizar exclusivamente a vida dos reféns.
A varias discussões á questão da conduta do governador em adotar medidas
mais agressivas, sobre qual teria sido a melhor escolha, prisão, tratamento
psicológico ou a morte? Tudo varia de acordo com o andamento do fato,
poderia ser apenas um jovem necessitando de ajuda e tratamento, ou um
individuo potencialmente perigoso e imprevisível, que necessitava ser contido.
O Rio de Janeiro, sofre a anos com a violência, o tráfico, a pobreza nas
favelas, a desigualdade... No âmbito da segurança, o governo vem implantado
programas de viabilidade á segurança em comunidades, um exemplo são as
UPPs (Unidades de Policia Pacificadoras) para dar melhor assistência e
segurança para a população, entretanto o nível de violência está além de um
simples delito ou um criminoso morto em alguma operação policial, trata-se de
roubos e furtos, tráfico de drogas e armas, as favelas dominadas por milícias, a
insegurança que as comunidades, a população sofre diariamente... Os tiroteios
de Policiais contra o traficantes se tornou algo comum nas favelas do RJ, uma
guerra incessante que não tem prazo para acabar.
Por ser algo lucrativo, o crime nas favelas está longe de ter um fim, o comercio
de drogas é um dos principais, para muitos jovens acolhidos pelo tráfico, tal
comercio se mostra uma saída rápida e fácil da pobreza, e uma forma de
crescer na vida do crime, serem respeitados por outros criminosos, pois assim
como uma empresa, o tráfico tem sua hierarquia, onde quem tem mais poder é
que manda, e por vezes é o que motiva estes jovens que são iludidos pela vida
fácil, o dinheiro, o poder, o respeito.
A sociedade está de alguma forma dividida economicamente neste âmbito
social, temos os centros urbanos e as periferias como principais distinções, ao
mesmo tempo que temos o tráfico e o crime organizado nas periferias,
convivemos com os mesmos grupos nos centros urbanos, entretanto não nos
damos conta por ser algo que se camufla em meio a grandeza da metrópole.
Bem, se fica difícil para nós, pense melhor nos policiais, e agentes que buscam
por estes criminosos, arriscando suas vidas, para combater a criminalidade,
entrando em favelas para combater o tráfico de drogas... A população de bem
por vez fica em meio a esta guerra, tentando se proteger como podem, e não
muito incomum, as vezes vitimas desses confrontos entre o Crime e Policiais.
Infelizmente o Brasil é ineficiente para destinar recursos à segurança pública e
suprir as demandas da população, nos últimos anos o custo em segurança
pública tem se elevado muito, isso dar se pelo fato de que os recursos não
acompanham o crescimento exorbitante da criminalidade no país e a
complexidade de combater as organizações criminosas que dominam as
grandes metrópoles. O governo vê a necessidade de realocar verbas,
entretanto as demandas são muitas, o que acaba gerando um colapso na
segurança pública, policiais e agentes trabalhando sem o devido equipamento,
delegacias e presídios sem as devidas estruturas para acomodar os detentos,
ou seja, muita criminalidade para pouca intervenção possível, o que acaba
tornando os servidores da segurança pública incapazes de agir com total
eficácia.
Outro problema encontrado, é a preocupação pela educação de jovens... como
tirar os jovens, decorrentes de comunidade carentes, das mãos do crime? O
Estado integra várias ações sociais visando promover a integração destes
jovens no mercado de trabalho, investindo em educação e auxílios sociais,
entretanto é algo muito complexo de executar, pois como vimos antes, mas não
só na segurança o Brasil detém uma má administração das verbas destinadas,
mas também na educação pública, pois como vimos, são muitas demandas
com problemas a serem sanados, para pouca verba destinada as mesmas.
É um fator predominante ao que leva a escola do crime recrutar cada vez mais
adolescentes e jovens para o exército do tráfico.
“Brasil, um país de todos”. Entretanto nem todos estão pelo Brasil. A sociedade
se institui dividida em vários âmbitos, econômicos, social, ideais. Enquanto
prevalecer as discussões por demandas que abrangem a todos, entretanto por
interesses difusos, a sociedade não entrará em um consenso, por não existir
uma visão altruísta, e todos entendermos que estamos no mesmo barco,
pereceremos...
Referências
https://vitorgug.jusbrasil.com.br/artigos/643952826/sobre-a-polemica-envolvendo-a-
utilizacao-de-snipers-pelo-governador-eleito-do-rio-de-janeiro-para-abater-quem-porta-fuzis
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/746144376/sequestro-na-ponte-rio-
niteroi-o-sniper-agiu-sim-dentro-da-legalidade
http://jusmilitaris.com.br/sistema/arquivos/doutrinas/Diogo-Snipers.pdf
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/08/20/ponte-rio-niteroi-entenda-
como-foi-o-sequestro.htm
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/08/20/sequestro-na-ponte-veja-relatos-
de-refens-e-parentes.ghtml
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49411325
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/09/23/o-que-e-o-excludente-de-
ilicitude-e-o-que-defende-o-projeto-de-moro.htm
https://jus.com.br/artigos/65726/aspectos-juridicos-do-tiro-do-sniper-policial
https://www.tuasaude.com/transtornos-mentais/