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Instituto para a Qualificação,

IP-RAM
Centro de Formação
Profissional da Madeira

Curso:
Esteticista
1º ano

6686 – Processos de Aprendizagem Formadora: Cristina Jesus


(25horas) Ano: 2023/24
Dinâmica de
Apresentação
Considerações
Gerais

- Regras
- Procedimentos
- Dúvidas
Trabalhos / Compreensão
Fichas e Expressão
Escrita
10%
15%
Aquisição e
Assiduidade Aplicação de
5% Conhecimentos
20%

Avaliação da Comportamento
10%

UFCD - 6686 Pontualidade


5%
Compreensão
e Expressão
Oral
15% Exposições
Responsabilidade Orais,
Apresentaçõe
10% s e Debates
10%
• Reconhece as principais estratégias de
Objetivos:
aprendizagem com base nos conceitos de
condicionamento operante e de aprendizagem
vicariante.

• Identifica os fatores e processos de aprendizagem


para compreender o próprio desenvolvimento.

• Reconhece as estratégias a utilizar em sala de aula,


ou durante o estudo, para a própria aprendizagem.
• Aprendizagem:
• Aprendizagem: Conceito de aprendizagem;
• Processos de aprendizagem: Características; Fatores que
influenciam o processo de aprendizagem
• Condicionamento operante: Importância do reforço
Conteúdos
• Aprendizagem vicariante: Importância da modelação
• Processamento de informação: Memorização e
esquecimento, Transferência de aprendizagem
• Dificuldades de aprendizagem: Situações de dislexia
• Insucesso escolar: Fatores para transpor; Estratégias para
superar
• Aprender a aprender:
• Estilos de pensamento;

• Estilos de aprendizagem;

• Aprendizagem na sala de aula;


Conteúdos
• Aprendizagem pela descoberta;

• Motivação para o estudo e para a aprendizagem;

• Ativação cognitiva e aprendizagem

• Treino de métodos de estudo: Gestão do tempo;


Gestão do espaço de estudo; Treino da concentração
Aprendizagem
 Processo de aquisição de conhecimentos, habilidades, valores e
atitudes, possibilitado através do estudo, do ensino ou da
experiência.
 É a aquisição de novos comportamentos ou a mudança de
comportamentos pré-existentes.
 Aprender envolve processos de maturidade, pensamento,
comportamento e mudança.
Aprendizagem  É um processo dinâmico, ativo e evolutivo.
 Está sempre ligada ao Homem e à sua construção enquanto ser
social e adaptável.

A Aprendizagem corresponde, portanto, ao processo através do qual


as nossas experiências geram mudanças relativamente permanentes
no nosso comportamento ou nos processos mentais.
 A Aprendizagem corresponde, portanto, ao processo através do
qual as nossas experiências geram mudanças relativamente
permanentes no nosso comportamento ou nos processos mentais.

Aprendizagem  Para que estas mudanças possam ser consideradas aprendizagem


terão de:
 Ser estáveis;
 Afetar o comportamento ou os processos mentais.
 Processo Dinâmico: porque faz-se através do aprendiz envolvendo
a participação total e global do individuo;
Processo de  Processo contínuo: porque acontece desde a idade escolar, na
Aprendizagem adolescência, na idade adulta e até em idade mais avançada, na
terceira idade;
Características
 Processo global: o comportamento humano é considerado como
global, pois inclui sempre aspetos motores, emocionais e ideativos
ou mentais;
 Processo pessoal: a aprendizagem é considerada intransferível de
um individuo para outro; ninguém pode aprender por outra
pessoa.
Processo de  Processo gradativo: cada aprendizagem se realiza através de
Aprendizagem operações crescentemente complexas, ou seja, em cada nova
situação, envolve maior número de elementos.
Características
 Processo cumulativo: a aprendizagem resulta de atividade
anterior, ou seja, da experiencia individual, onde ninguém aprende
se não por si e em si mesmo, pela auto modificação.
 Fatores genéticos ou herança
 Fatores neuro-endócrinos
Processo de  Fatores ambientais
Aprendizagem  Nutrição
Fatores que Influenciam
 Variáveis sócio-econômico-culturais
 Família e fatores psicossociais
 O condicionamento corresponde a uma associação aprendida
entre dois estímulos ou entre um estímulo e uma consequência e é
Aprendizagem por muito comum na forma como interagimos com o mundo.
Condicionamento
 Existem duas formas de condicionamento:
 Condicionamento Clássico
 Condicionamento Operante
 É utilizada a associação entre estímulos para antecipar um evento.
Condicionamento
Clássico  Exemplo: quando se aproxima uma tempestade, sabemos que o
relâmpago é seguido do trovão, por isso, mal o céu se ilumina,
contamos os segundos para o estrondo que se seguirá.
 É utilizada a associação entre o nosso comportamento e as suas
consequências, repetindo-o ou evitando-o consoante produza bons
ou maus resultados respetivamente.

Condicionamento  Exemplo: se estudaste muito e tiveste uma boa nota num teste,
tenderás a fazer o mesmo na preparação do teste seguinte.
Operante
Resulta da associação entre um estímulo e a sua consequência,
podendo esta ser um reforço ou uma punição. Se o reforço procura
aumentar a probabilidade de ocorrência da resposta, a punição visa
o contrário.
Como ter
 Não aprendemos apenas por condicionamento. Tanto os humanos
como os não humanos são capazes de aprender, por exemplo, por
Observação e Imitação.
 Aprender pode ocorrer não só por experiência direta mas também
pela observação do comportamento de outra pessoa (modelo);
Aprendizagem  A aprendizagem por observação e imitação é uma extensão do
Vicariante condicionamento operante, na medida em que observamos
alguém a receber uma recompensa, mas agimos como se nós
também a recebêssemos.

 Exemplo: Imaginem que estão a tirar carta de condução. Muito


provavelmente entram no carro e, sabem onde fica a ignição e põem
a chave na ignição. Como aprenderam? Na maior parte das vezes,
por observação.
 Existem 4 fatores-chave para a modelação do comportamento
(aprendizagem vicariante):

 Atenção
 Retenção
 Reprodução
 Reforço
 Atenção
 O primeiro passo para a aprendizagem é a atenção prestada ao
comportamento que está a ser realizado;
 Exemplo: queres aprender a fazer um bolo que a tua mãe faz. Ela
concordou em partilhar a receita, mas faz tudo a olho por isso tens
de prestar atenção.

 Retenção
 Para aprendermos o comportamento temos de memorizar e recordar
o que observamos;
 Exemplo: tens de decorar os ingredientes, as quantidades e os
procedimento que a tua mãe segue parra conseguires repetir;
 Reproduçao
 A aprendizagem vicariante só ocorre se tivermos a motivação e as
competências necessárias para imitar o modelo;
 Exemplo: tens um lanche em casa e queres fazer o bolo repetindo
tudo o que aprendeste;

 Reforço
 Temos maior probabilidade de repetir o comportamento vicariante
se o modelo for recompensado;
 Exemplo: o bolo que fizeste ficou fantástico e todos gostaram.
Provavelmente irás repeti-lo;
Processamento  As teorias do processamento da informação encontram
fundamento em processos cognitivos como a atenção, a perceção
de Informação e a memória, pois reconhecem que a aprendizagem ocorre quando
a informação é arquivada na memória a longo prazo.
Memorização

 A informação é percebida e entra no sistema de processamento na forma


de registo sensorial;
 A atenção permite que a informação permaneça ativa, isto é, que seja
transferia da memória sensorial para curto prazo;
 A repetição facilita a transferência da informação até à memória de longo
prazo e a sua ausência conduz ao esquecimento.
Esquecimento

 É a incapacidade de recordar ou de reconhecer uma informação vista ou


aprendida; ocorre nos diferentes níveis de memória e é a sua condição
indispensável.
 O esquecimento acontece quando as informações se intrometem na
aprendizagem através de um processo retroativo (se as aprendizagens
novas interferem com as antigas) ou proativo (se as aprendizagens antigas
interferem com as atuais)
Transferência

 Há transferência quando uma aprendizagem prejudica outra. Desta forma,


a interferência é uma forma de transferência com um efeito negativo.
 Por oposição, a transferência será positiva quando as aprendizagens
anteriores facilitam ou reforçam as aprendizagens posteriores ou quando
as novas aprendizagens beneficiam as anteriores.
 As dificuldades de aprendizagem interferem com a capacidade
do cérebro receber, processar, armazenar, responder e comunicar
informação.
Dificuldades de  As dificuldades de aprendizagem são consideradas como o
Aprendizagem conjunto de problemas de aprendizagem que afeta a forma como a
criança processa a informação, resultando em dificuldades quanto
à sua capacidade de falar, soletrar, escutar, ler, escrever, raciocinar,
organizar informação ou realizar cálculos matemáticos,
interferindo com o seu desempenho escolar.
 Uma criança com dificuldades de aprendizagem é aquela que
manifesta uma discrepância significativa entre o seu potencial
intelectual estimado e o seu nível atual de realização.
 Sintomas:

 Leitura de palavras imprecisa ou lenta e esforçada (por


exemplo, lê alto palavras únicas incorretamente ou lenta e
hesitantemente; muitas vezes supõe palavras; dificuldade em
pronunciar palavras);

 Dificuldade em compreender o significado do que lê (por


exemplo, pode ler o texto com precisão mas não
compreender a sequência, relações ou significados mais
profundos do que é lido);

 Dificuldades em soletrar (por exemplo, pode adicionar, omitir


ou substituir vogais ou consoantes);
 Dificuldades na expressão escrita (por exemplo, comete
múltiplos erros gramaticais ou de pontuação; organização de
parágrafos pobre; expressão escrita de ideias com pouca
clareza);

 Dificuldades em dominar o sentido dos números, factos


numéricos ou o cálculo (por exemplo, pobre entendimento
dos números, sua magnitude e relações; conta pelos dedos
para adicionar números de dígito único; perde-se no meio do
cálculo e pode trocar procedimentos);
Dislexia

 É uma dificuldade da leitura que resulta lenta, silabada ou com


erros e que não pode ser explicada por ensino deficiente, défice
cognitivo ou razões socioculturais. As pessoas com dislexia têm
dificuldade na consciência fonológica: compreender que as
palavras são divididas em silabas ou compostas por fonemas.
Resulta de uma disfunção cerebral.
Disgrafia

 É uma dificuldade na escrita e que não pode ser explicada por


ensino deficiente, défice cognitivo ou razões socioculturais. É
diferente de disortografia (escrever com erros). Resulta de uma
perturbação de origem neurológica.
Manifesta-se através de:
• diferença entre a capacidade de expressão oral e escrita;
• pontuação inexistente ou errática, erros frequentes de
ortografia com omissão ou troca de letras;
• ilegibilidade da escrita;
• espaços inconstantes entre as leras e as palavras;
• posição anómala ou força excessiva das mãos e dedos;
• atenção excessiva aos movimentos da escrita;
• mistura de maiúsculas e minúsculas, letra manuscrita e de
imprensa;
• copia lenta;
• e dificuldade em pôr os pensamentos no papel.
Disortografia:

 Disortografia é uma incapacidade específica de aprendizagem


caracterizada por dificuldades em escrever sem erros ortográficos.
Esta dificuldade coexiste frequentemente com a dislexia.
 Ex: Dificuldade em organizar parágrafos, Falta de clareza na escrita
de ideias, Erros de gramática frequentes, Planificação ruim de
texto, Maneira inadequada de segurar o lápis, Desconexão das
letras, Traço irregular, Espaço irregular.
Discalculia:

 Dificuldade que envolve o cálculo matemático e surge por vezes


associada a um mau desempenho da memória de trabalho, da
perceção visual e habilidade visuoespacial.
 Diagnóstico:
 avaliação rigorosa dos elementos obtidos através de diversas fontes:
pais, professores, médicos, psicólogos, terapeutas da fala e,
naturalmente, da própria criança.

 A identificação das dificuldades de aprendizagem deve ser feita o


mais precocemente possível, devendo pais e educadores estar
muito atentos aos sinais evidenciados pelas crianças, de modo a
que através dessa identificação se possam levar a cabo
intervenções específicas.
 O insucesso escolar apresenta-se como um conceito teórico
evidente e facilmente objetivado como sendo uma situação em
que não se atingiu um objetivo educativo.” Contudo esta conceção
pode ser mais abrangente e relativa, consoante o contexto onde o
aluno se insere.

Insucesso  O Meio Social de Origem;


Escolar  Fatores culturais e socioeconómicos

 O Género;
 Rapazes vs Raparigas;

 A Estrutura e Organização Escolar.


 Currículos gerais e uniformes; Conteúdos abstratos;
Avaliação; Expetativas dos professores;
Estratégias

 Pais: envolvimento na vida escolar, articulação com a escola,


parentalidade positiva e consciente (empatia, regras e limites),
Insucesso conhecendo e estando atento aos sinais (mudança de
comportamento, humor, sono, alimentação).
Escolar
 Professores: desenvolvimento planos de aprendizagem específicos,
avaliando as dificuldades, motivando o aluno, articulação com a
família.

 Aluno: implementação de medidas de estudo adequadas.


Aprender a Aprender
 O estilo de pensamento é a forma que o indivíduo processa informações e
age, de modo geral.

 Tendo em consideração a análise de dois fatores:


 Foco: diz respeito a onde está a sua atenção — ideias, processo,
Estilos de atenção ou relacionamentos? Por exemplo: de manhã, pensa nos
problemas que precisará resolver, nos planos que precisa fazer, nas
Pensamento ações necessárias ou nas pessoas que precisa ver? Não é necessário
escolher apenas uma opção. Afinal, é a combinação que vai
determinar o seu tipo de pensamento.

 Orientação: prende-se aos detalhes ou prefere ter uma visão mais


ampla da situação? Isso determina para onde estão guiando a sua
atenção.
 Pensador Analítico: é o “prático”, que está sempre pronto para entrar em
ação e fazer as coisas acontecerem. O pensador analítico trabalha
diretamente com dados e fatos para decidir o que deve ser feito.

 Pensador Estrutural: planeamento é a palavra-chave para pessoas com


pensamento estrutural. Para chegar ao objetivo final, é necessário ter um
Estilos de plano bem definido e segui-lo, sem desperdício de tempo.
Pensamento
 Pensador Conceitual: mais abstrato, o pensador conceitual é também mais
flexível. O objetivo final está sempre na mente, mas a forma de chegar lá
pode não ser tão claro clara quanto a do pensador estrutural.

 Pensador Social: O modo de decidir do pensador social está em sua


experiência e na sua intuição, não somente em dados.
 O estudos demonstram que cada pessoa tem uma forma própria para
ensinar e aprender.
Estilos de
Aprendizagem  Observem as vossas colegas e verão que todas são diferentes e caberá ao
formador, conhecer cada uma deles e suas formas de aprender, os seus
métodos de assimilação do conhecimento ou memorização, para conseguir
ensinar-lhes o mesmo conteúdo de diferentes formas, permitindo a todas,
que o conteúdo possa ser assimilado e aprendido.
 Na literatura, os estilos de aprendizagem são apresentados de diferentes
formas e classificações. Dentre estas formas destaca-se o método VAC
(VISUAL, AUDITIVO e CINESTÉSICO).
Estilos de
Aprendizagem  Esta teoria VAC, foi desenvolvida por Fernald e Keller e Orton- Gilingham e
pressupõe que a aprendizagem ocorre por meio dos sentidos visual,
auditivo e tátil, ou seja, a maioria dos alunos possui um estilo
preponderante ou predileto para aprender os conteúdos das mais variadas
disciplinas, podendo ainda haver alguns em que há a mistura equilibrada
dos três estilos: visual, auditivo e cinestésico.
 ESTILO VISUAL: Neste grupo estão os alunos que possuem habilidades de
conhecer, interpretar e diferenciar os estímulos recebidos visualmente. A
partir da visualização das imagens, é possível estabelecer relações entre
ideias e abstrair conceitos.

Estilos de  ESTILO AUDITIVO: alunos com estilo auditivo possuem habilidades de


Aprendizagem conhecer, interpretar e diferenciar os estímulos recebidos pela palavra
falada, sons e ruídos, organizando suas ideias, conceitos e abstrações a
partir da linguagem falada.

 ESTILO CINESTÉSICO: Encontramos neste grupo alunos que possuem


habilidades de conhecer, interpretar e diferenciar os estímulos recebidos
pelo movimento corporal.
Treino de  Gestão de Tempo:

Métodos de  Identificação do seu gasto de tempo;


Estudo  Definição de objetivos;
 Implementação de estratégias: lista de prioridades, anular
interferências.
Treino de
Métodos de  Gestão de Espaço de Estudo:
Estudo
 Espaço específico para o estudo com mesa e cadeira próprios,
organizado e sem ruido.
Treino de  Treino de Concentração:
Métodos de
Estudo  Autoconhecimento (horas em que é mais produtivo)
 Planeamento das horas e matérias de estudo
 Dormir bem e fazer intervalos
 Meditação e relaxamento
“Eu não sou um
produto das minhas
circunstâncias.
Eu sou um produto
das minhas
decisões!”

Stephen Covey
Gratidão
 Alaiz, V. & Barbosa, J. (1995). Aprender a ter sucesso na escola. Lisboa: Texto Editora. 1ª Edição.

 Fachada, M.O. (2010). Psicologia das Relações Interpessoais. Lisboa: Edições Sílabo, Lda. 1ªEdição.

 Gleitman, H., Fridlund, A., Reisberg, D. (2007). Psicologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

 Nunes, A. & Silveira, R. (2015). Psicologia da Aprendizagem. Fortaleza-Ceará: UAB/UECE. 3ª Edição


Bibliografia Revisada.

 Pinto, J. (2003). Psicologia da Aprendizagem. Concepções, Teorias e Processos. IEFP: Coleção


Aprender.

 Zenhas, A.; Silva, C.; Januário, C.; Malafaya, C. & Portugal, I. (2008). Ensinar a estudar. Aprender a
estudar. 2º e 3os ciclos. Porto: Porto Editora. 2ª Edição.

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