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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NAS

DOENÇAS NEUROLÓGICASE IMUNES Aula 9


Prof.ª Karoline Vieira
Esclerose Lateral Amiotrófica - ELA
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

• Uma das principais doenças neurodegenerativas ao lado das doenças de


Parkinson e Alzheimer;

• Sua incidência na população varia de 0,6 a 2,6 por 100.000 habitantes;

• Idade é o fator preditor mais importante para a sua ocorrência;

Mais prevalente entre 55 e 75 anos de idade;

• Trata-se de um distúrbio progressivo que envolve a degeneração do


sistema motor em vários níveis: bulbar, cervical, torácico e lombar.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

• Também conhecida como doença do neurônio motor;

• É uma doença que causa a morte dos neurônios de controle dos


músculos voluntários;
• É caracterizada por rigidez muscular, espasmos musculares e,
gradualmente, piora da fraqueza, devido a atrofia dos músculos;

• Esse quadro resulta em dificuldade de fala, deglutição e eventualmente,


da respiração.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

• Em 90% a 95% dos casos a causa não é conhecida;

• Cerca de 5-10% dos casos são herdados a partir dos pais da pessoa;
• A doença pode afetar pessoas de qualquer idade, mas geralmente
começa em torno dos 60 anos de idade e em casos herdados, em torno
de 50 anos de idade;

• A sobrevivência média de início para a morte é de 3 a 5 anos;

• Cerca de 10% sobrevivem mais de 10 anos.


Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

• Os sinais físicos desse distúrbio incluem achados de ambos neurônios


motores superiores (NMS) e inferiores (NMI);

• A disfunção sensitiva é incompatível com o diagnóstico de ELA, a não ser


que faça parte de um distúrbio subjacente;

• Os achados físicos correlacionam-se com as diferentes topografias da


degeneração dos núcleos motores: bulbar, cervical ou lombar.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

• Pacientes com início bulbar apresentam disartria, disfagia ou ambas;


• A paralisia bulbar está associada a paralisia facial inferior e superior e
dificuldades de movimento palatal, com atrofia, fraqueza e fasciculação
da língua;

• A paralisia pseudobulbar é caracterizada por labilidade emocional


(também conhecida como risada ou choro patológicos), aumento do
reflexo mandibular e disartria.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

• Redução de massa adiposa;

• Redução de massa livre de gordura;

• Redução de força muscular;

• Aumento na energia basal gasta conforme a doença evolui;

• Aumento do gasto energético;

• Hipermetabolismo.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
Perda progressiva
da função bulbar e
Doença progride Disfagia
dos músculos
respiratórios

• Suporte nutricional pode ser necessário;


• Prevenir complicações secundárias de má nutrição e desidratação
(contribui com a fadiga e deixa a saliva mais espessa);
• Avaliar capacidade funcional de cada indivíduo.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

1 – Hábitos alimentares normais (gravidade 10-9)

• Momento adequado para começar a educar o paciente – antes


do desenvolvimento dos sintomas na fala e na deglutição;
• Estimular o consumo de líquidos (muitas vezes limitado devida
a dificuldade de ir ao banheiro);
• Pelo menos 2l de líquido ao dia;
• Perda de peso de 10% ou mais Risco nutricional.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

2 – Problemas alimentares precoces (gravidade 8 – 7)

• Começam a relatar dificuldades para se alimentar;


• Relatos de tosse e refeições extremamente longas estão associados
com fraqueza dos músculos da língua, faciais e mastigatórios;
• Intervenção alimentar começa a focar na modificação da
consistência dos alimentos Alimentos mais fáceis de mastigar e
engolir;
• Evita-se líquidos ralos.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

3 – Alterações na consistência alimentar (gravidade 6-5)

• Consistência mole ou em forma de purês;


• Refeições pequenas e frequentes;
• Líquidos espessos com bom teor de água;
• Líquidos adicionados de espessantes;
• Ênfase ao gosto, à textura e à temperatura dos alimentos (fria facilita
o mecanismo de deglutição)
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

4 – Alimentação por tubo (gravidade 4-3)


• Desidratação de forma aguda antes que a desnutrição, um estado
mais crônico, se apresente;
• Pode ser um indicador precoce para a necessidade de suporte
nutricional;
• Preferência pela TNE;
• Nutrição adequada pode manter a saúde do indivíduo por mais tempo
e pode ser um alívio para o paciente.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

5 – Nada pela boca (gravidade 2-1)

• Nenhuma ingestão oral;


• Não consegue lidar com as próprias secreções orais (saliva tende
acumular na frente da boca em decorrência da diminuição da resposta
de deglutição);
• Alimentação por tubo se torna permanente.
Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

• O uso de antioxidantes (vitamina C, E, selênio) é bem tolerado;

• Cúrcuma;

• Quercetina;

• Gengibre;

• Folha do maracujá.
Artrite reumatóide
ARTRITE REUMATÓIDE

• Doença crônica, autoimune, inflamatória;

• Frequentemente incapacitante, com esmagadores efeitos pessoais,


sociais e econômicos;
• Ocorre a inflamação das articulações, assim como também pode
comprometer outros órgãos;
• Afeta tecidos intersticiais, vasos sanguíneos, cartilagem, osso, tendões,
ligamentos e membranas sinoviais que revestem as superfícies
articulares.
ARTRITE REUMATÓIDE
ARTRITE REUMATÓIDE
ARTRITE REUMATÓIDE
ARTRITE REUMATÓIDE

• Caracterizada por apresentar sinovite;

- Envolve principalmente as articulações periféricas das mãos e punhos;

• Afeta entre 0,5% e 1% da população mundial adulta e cerca de 3x mais


mulheres;

• Ocorre a inflamação crônica que começa na membrana sinovial e


progride para danos subsequentes na cartilagem articular.
ARTRITE REUMATÓIDE

• Dor;

• Rigidez articular;

• Sinovite;

• Comprometimento da função
articular.
ARTRITE REUMATÓIDE
• Pode haver limitação da capacidade funcional:

- Compra, preparo e ingestão de alimentos;

• Articulação temporomandibular:

- Capacidade de mastigar e engolir;

• Redução e manutenção do peso corporal pode propiciar algum benefício;

• Necessidades energéticas: deve ser modificada conforme necessário


para alcançar o peso corporal ideal.
ARTRITE REUMATÓIDE

• Proteínas:

- Indivíduos bem nutridos DRI para idade e sexo;

- Maior proteólise 1,5 a 2 g/kg de peso/ dia.

• Lipídeos
- Ômega-3 auxilia na melhora das articulações inchadas, duração da
rigidez e dor.
ARTRITE REUMATÓIDE

Minerais, vitaminas, antioxidantes:


• A má absorção de cálcio de vitamina D e a desmineralização óssea são
características de estágio avançados da doença, levando a osteoporose
ou fraturas;
• Cálcio e Vitamina D;
• Vitamina E auxilia na diminuição de citocinas inflamatórias.
ARTRITE REUMATÓIDE
Doença de Crohn
DOENÇA DE CROHN
• Doença inflamatória séria do trato gastrointestinal;
• Afeta predominantemente a parte inferior do intestino (íleo) e intestino
grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do TGI, desde a boca até
o ânus;

Manifestações frequentes:

• Diarreia e dor abdominal;

• Febre, perda de apetite e perda de peso.


DOENÇA DE CROHN
DOENÇA DE CROHN

Etiologia – Desconhecida e multifatorial. Relaciona-se 4 aspectos:

1. Influência de fatores ambientais e genéticos;

2. Luminais:

• Relacionados a microbiota intestinal;

• Seus antígenos;

• Produtos metabólicos e os antígenos alimentares;


DOENÇA DE CROHN

3. Relacionados à barreira intestinal:


• Incluindo os aspectos referentes à imunidade inata e à
permeabilidade intestinal.

4. Relacionados à imunorregulação:
• Incluindo a imunidade adquirida.
DOENÇA DE CROHN
• Exacerbações cíclicas:

- Levam a perda significativa da função do trato intestinal;

- Frequente comprometimento do EN.

• Verificar a perda de peso:

- Mascarada pelo uso de corticosteroides (levam à retenção hídrica);

• Verificar anemia, falta de vitaminas e minerais (Fe, ác. Fólico, B12, Ca) e
deficiência no crescimento de crianças.
DOENÇA DE CROHN
DOENÇA DE CROHN
DOENÇA DE CROHN
DOENÇA DE CROHN
DOENÇA DE CROHN - Recomendações
DOENÇA DE CROHN - Recomendações
DOENÇA DE CROHN - Recomendações

Doença de Crohn
Lembrar que a – Recomendações
formação de
gases é muito nas doenças
individual,
mantendo relação
inflamatórias
com a flora
bacteriana
intestinal
DOENÇA DE CROHN - Recomendações
DOENÇA DE CROHN - Recomendações
DOENÇA DE CROHN - Recomendações
Prebióticos e probióticos e ação no TGI

• Ecossistema intestinal é formado por mais de 50 gêneros de bactérias;

• Dentre essas bactérias estão algumas patogênicas e as benéficas;

• Em condições saudáveis micro-organismos benéficos “Controlam”


as
bactérias nocivas, mantendo o equilíbrio do intestino;
- Competição por nutrientes com as patogênicas;
- Produção de antimicrobianos;
- Ativação da resposta imune e inflamatória.
Prebióticos e probióticos e ação no TGI
• Quando o alimento apresenta um ingrediente que resiste à digestão
pelas enzimas e chega ao intestino, sendo capaz de estimular o
crescimento seletivo das bactérias benéficas, esse alimento é dito
prebiótico.

• Outros alimentos contêm as bactérias benéficas e são ditos probióticos;

• Alimentos que contêm prebióticos e probióticos são chamados de


simbióticos.
Aulas: Prof. Me. Luísa Cedin

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