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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
INSTITUTO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA
BELÉM
2021
II
BELÉM
2021
III
AGRADECIMENTOS
Gostaria de dedicar esse trabalho, como forma de gratidão, primeiramente aos meus pais,
Edna dos Santos e Alexandre Ramos, que nunca mediram esforços para investir na minha
educação e sempre apoiaram minha vida acadêmica. Ao meu filho Rafael Ramos, que mesmo
sem compreender é a minha força diária e a razão de me fazer nunca desistir de ser cada dia
melhor, para conquistar o nosso futuro. Ao Dr. Loreno, que me incentivou e me ensinou
muito durante a graduação. A todos os meus professores e orientadores que foram
responsaveis pelo meu aprendizado e são exemplos de profissionais a se seguir. A todos os
meus familiares que me deram suporte, direta e indiretamente, para eu nunca precisar parar a
faculdade. E por último, mas não menos importante, à Deus que me sustenta todo dia e nunca
me abandonou.
IV
CDD 614.098113
V
(Romanos, 12:12)
VI
RESUMO
Brucellosis and Tuberculosis are bacterial diseases considered zoonoses with worldwide
distribution, which affect cattle and buffaloes, and can contaminate their milk and meat, being an
economic and public health problem frequently found in herds in Brazil. This study aims to
identify the prevalence of these diseases in the municipalities of Soure, Salvaterra, Cachoeira do
Arari, Ponta de Pedras and Muaná by screening Acidified Buffered Antigen (AAT) for Brucellosis
and by Tuberculinization of Bovine and Avian Tuberculosis for Tuberculosis. The tests were
performed by a private veterinarian qualified by the Ministry of Agriculture, Supply and
Agriculture (MAPA), from January 2018 to June 2021. 1547 animals were tested, between males
and females, 4,87% reagents for Brucellosis and 2,37% positive for Tuberculosis. According to
the present study, it is possible to affirm that Brucellosis and Tuberculosis still affect the buffalo
herd in the region, and than it needs to be controlled/erradicated with a view to collective health.
LISTA DE FIGURAS
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12
2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 13
4.2 Diagnósticos................................................................................................................20
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Estimar a prevalência de brucelose e de tuberculose nos rebanhos bubalinos da
microrregião do Arari – Ilha do Marajó/PA.
manter os animais livres das doenças que comprometem a saúde dos consumidores, como a
Brucelose e a Tuberculose. No país, estudos comprovaram a redução da soroprevalencia da
Brucelose nos estados que adotaram as recomendações do PNCEBT (LEAL FILHO et al., 2016;
CASSEB et al., 2015). Embora, tenha reduzido os focos da doenças na década anterior, ainda é
possível diagnosticar a Brucelose em diversos Estados do Brasil (BAPTISTA et al., 2012;
CELESTINO et al., 2017; LEAL FILHO et al.,2016; OLIVEIRA et al., 2016).
FARIAS et al., (2019) definiu a Brucelose como uma doença infectocontagiosa com alto
potencial zoonótico, de caráter crônico e disseminada facilmente no ambiente. Assim como, a
Tuberculose é considerada um problema sério nos rebanhos leiteiros, diferentemente da Brucelose
que afeta tanto a pecuária de corte quanto de leite. E quanto a prevalência, a Tuberculose teve
aproximadamente 1,3% dos animais acometidos no Brasil e a Brucelose entre 4 e 5% de animais
soropositivos (BRASIL, 2006).
Por sua vez, Garcia et al., (2021) realizou um estudo da prevalência de Tuberculose em
bovinos na América do Sul, tendo como resultado o Brasil com uma média de 0,02% de casos,
sendo baixa quando comparada a outros países, como a Argentina que ficou em primeiro lugar
com 257766 casos e Chile com 28864, ficando em segundo lugar. No mesmo trabalho, ele
demonstrou a prevalência dos casos de 2012 a 2019 de todos os Estados brasileiros, tendo o Norte
os seguintes dados da Tabela 1. Dessa forma, pode-se afirmar que no período estudado, o Amapá
teve o maior numero de casos (0,18%), ficando o Pará em 3º posição, empatado com Amazonas,
Rondônia e Roraima (0,12%).
Amapá 0,18%
Tocantins 0,17%
Pará 0,12%
Amazonas 0,12%
Rondônia 0,12%
Roraima 0,06%
Acre 0,02%
De acordo com a Tabela 2, no Rio Grande do Sul, um estudo demonstrou 0,87% de animais
positivos, tendo tido uma maior prevalência em animais com mais idades (TODESCHINI, 2008).
No Estado da Paraíba, uma pesquisa revelou 0,25% de positividade, sendo 0,32% fêmeas e 0,04%
machos (FIGUEIREDO, 2010). No Mato Grosso do Sul, um estudo mostrou 0,12% dos animais
positivos para Tuberculose (NESPOLI, 2012), haja visto que a prevalência diminui quando
comparada a 2009 que teve 1,3% (GUEDES et al., 2016). Barbieri et al., (2016), encontrou em
Minas Gerais uma prevalência de 0,56% e Bahiensi et al., (2016), encontrou na Bahia 0,21% de
animais positivos para Tuberculose em seu estudo. No Distrito Federal, em 2016, obteve-se 3,44%
de casos (NASCIMENTO, 2016). No municipio de Ibitrama – ES, foi encontrado 4,44% de
animais positivos sendo relacionado a aquisição de novos animais no rebanho sem exames previos
(NETO, 2018). No Maranhão no período de 2013 a 2018 um estudo revelou 0,009% de casos
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positivos (OLIVEIRA, 2020).
Tabela 2: Prevalência de tuberculose bovina em alguns estados do Brasil nos anos 2008 a 2018.
ESTADOS PREVALÊNCIA
PARAÍBA 0,25 %
BAHIA 0,21 %
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Coletas
Para realização desde trabalho, foram analisados dados de Janeiro de 2018 a Junho
de 2021, referentes a exames de Brucelose e Tuberculose em búfalos, realizados nos
municipios de Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari, Muaná e Ponta de Pedras, por um
médico veterinário habilitado pelo MAPA.
Para o diagnóstico de Brucelose, foi coletado sangue total da jugular dos animais,
armazenados em tubo de coleta sem EDTA, identificados por números correspondente ao
brinco dos animais, mantidos em temperatura ambiente inclinados em angulo de 45º para a
completa formação de coagulo, separando-se do soro, para posteriormente serem
processados pelo Teste de Soroaglutinação com Antígeno Acidificado Tamponado (AAT)
na Unidade de Diagnóstico Veterinária, localizada em Salvaterra. Todos os animais
possuiam idade superior a 24 meses para evitar reações soro positivas caso os mesmos
fossem vacinados contra brucelose entre 3 e 8 meses idade.
O mesmo procedimento foi realizado para todos os animais, sendo cada amostra no
seu quadrante. Após os minutos, a placa foi colocada na caixa de fundo preto com luz
indireta para a leitura. A análise é de acordo a presença de grumos: Reagente; Ausencia de
grumos: Não reagente (Figura 3). Os resultados foram todos anotados em planilhas
eletrônicas.
O calculo é realizado pela subtração do valor obtido após 72h do valor obtido no
dia da aplicação, em ambas as tuberculinizações (ΔA e ΔB). A diferença de aumento da
dobra da pele provocada pela inoculação da tuberculina PPD bovina (ΔB) e da tuberculina
PPD aviária (ΔA) será calculada subtraindo-se ΔA de ΔB. Os resultados das diferenças
(ΔB – ΔA) serão interpretados de acordo com os critérios do Regulamento Técnico do
PNCEBT.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a tabela 3, podemos afirmar que 5,2% das fêmeas da Microregião
do Arari foram reagentes para Brucelose, e apenas 0,85% dos machos reagiram. Tal
resultado foi signitificativo tendo o qui quadrado < 0,05. Segundo Minervino (2011), ele
encontrou no Pará 10,25% de brucelose bovina, sendo 10,8% em fêmeas e 3,5% em
machos, com a prevalencia maior em vacas e novilhas quando comparadas aos touros. Tais
dados podem ser explicados devido a vaca prenhe ser considerada a principal fonte de
infecção da Brucela abortus, as quais eliminam grande quantidade de agentes no aborto ou
no parto, assim como facilita a infecção outras femeas terem o contato ao se aproximar para
lamber as membranas fetais e os restos placentarios (LAGE, 2008; ROMANI, 2012).
Segundo a tabela 4, pode-se afirmar que 2,43% das fêmeas deram positivo para
Tuberculose e 1,69% dos machos. Isso representa 35 animais positivos do total de 1477,
sendo apenas 2 machos. De acordo a análise estatistica, o resultado dessa diferença não foi
significativo sendo o qui quadrado > 0,05. Bezerra (2019) testou 16.889 bovinos no Rio
Grande do Norte, sendo 0,26% positivos para Tuberculose, dentre 0,25% fêmeas e 1,16%
machos. Entretanto, os resultados não apresentaram diferença significativa entre machos e
fêmeas ( P < 0,05). POLLOCK et al. (2006) e MICHEL et al., (2009), encontraram
diferença nos casos de Tuberculose em animais criados de forma intensiva, tendo
prevalência maior do que aqueles criados de forma extensiva, como é o caso do presente
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estudo.
De acordo com os resultados obtidos dos exames realizados, podemos verificar que
houveram diferenças significativas entre a prevalência da Brucelose entre machos e fêmeas,
tendo maiores casos nas fêmeas bubalinas, diferentemente da Tuberculose que não teve
resultado significativo entre os gêneros. Assim como, entre os municipios, tanto a prevalência
para Brucelose quanto Tuberculose foi significativa, demonstrando que ainda há casos dessas
enfermidades na região do Marajó, sendo mais prevalente em alguns municipios do que em
outros. Tal fato pode ser justificado pelo entrave no acesso em algumas propriedade devido
alagamentos ou estradas precárias que dificultam a fiscalização, assim como as falhas no
sistema implementado para controle. Mesmo com o PNCBET instituido desde 2001 no país,
as doenças ainda estão nos rebanhos paraenses e o conhecimento a cerca da atual situação
epidemiologica dessas zoonoses é de suma importância para os orgãos responsaveis atuarem,
a fim de elaborarem um plano estratégico para cada região, tendo em vista a diferença de
casos nos municipios, assim como promover correções em programas de controle já
implementados.
Diante disto, vale ressaltar a importancia dos produtores adotarem todas as medidas
necessárias, como a vacinação e os exames, a fim de terem suas propriedades livres das
enfermidades, aumentando a qualidade dos seus produtos finais destinados ao consumo
humano.
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7. REFERÊNCIAS
BAHIENSE, L.; ÁVILA, L. N.; BAVIA, M. E.; AMAKU, M.; DIAS, R. A. et al. Prevalence
and risk factors for bovine tuberculosis in the State of Bahia, Brazil. Semina: Ciências Agrárias,
v. 37, n. 5, p. 3549-3559, 2016. Disponível em: . DOI: 10.5433/1679-
0359.2016v37n5Supl2p3549.
BAPTISTA, F.; CERQUEIRA, R.; AMARAL, J.; ALMEIDA, K.; PIGATTO, C.. Prevalence
and risk factors for brucellosis in Tocantins and Brazilian national program to fight this
disease. Revista de Patologia Tropical, v. 41, n. 3, p. 285 -294, 2012
COELHO, OLIVEIRA K.; SILVA. N. Brucelose bovina: aspectos gerais e contexto nos
programas oficiais de controle. Revista científica de medicina veterinária. Vol. 10, n. 30, 2018
MINERVINO, A. H. H., CALHAU, A. S., FILHO, A. A., BARBOSA, R. S., NEVES, L. A.,
BARROS, I. O. BARRETO, R. A., ORTOLANI, E. L., Estudo retrospectivo da ocorrencia de
bovinos soro reagentes à brucelose no Estado do Pará. Acta Veterinária Brasilica, v.5, n.1,
p.47-53, 2011.
OLIVEIRA, I.A.S. et al. Prevalência de tuberculose no rebanho bovino de Mossoró, Rio grande
do Norte. Brazilian Journal Veterinary Research Animal Science, São Paulo, v. 44, n. 6, p. 395-
400, 2007
OLIVEIRA, L. F.; DORNELES, E. M. S.; MOTA, A.L. A. A.; FERREIRA, F.; DIAS, R. A.;
TELLES, E. O.; GRISI - FILHO,J. H. H.; HEINEMANN, M. B., AMAKU, M.; LAGE, A. P.
Seroprevalence and risk factors for bovine brucellosis in Minas Gerais State, Brazil. Semina:
Ciências Agrárias, Londrina, v. 37, n. 5, suplemento 2, p. 3449 - 3466, 2016
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O’REILLY, L. M.; DABORN, C. J. The epidemiology of Mycobacterium bovis infections in
animals and man: a review. Tubercle and Lung Disease, Anenel, v. 76 (Supplement 1), p. 1-46,
1995
QUEIJO de Búfala do Marajó Recebe Registro de Indicação Geográfica e Selo Arte, 2021.
Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/queijo-de-bufala-de-
marajo-recebe-registro-de-indicacao-geografica-e-selo-arte. Acesso em: 20 de jul. de 2021