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eBook de precificação

Paloma Prado

Lidiane Severiano
Esperamos imensamente que esse material lhe auxilie na hora
que fazer toda a parte importante da sua empresa.

Não existe uma empresa saudável se a sua precificação não


for correta.

É uma parte chata, sabemos! Mas é de suma importância que


ela seja feita com muita responsabilidade e calma.

Não será fácil! Nada é! Tudo que que começamos não é fácil,
mas você irá fazer uma, duas, três, quantas vezes forem neces-
sárias para que você entenda todo o processo e coloque em
prática!

São inúmeros detalhes. Faça com muita atenção! Ah e não saia


perguntando na primeira dúvida! Pense, pesquise, analise! E se
mesmo assim dúvidas permanecer, pergunte!

SAIA DA SUA ZONA DE CONFORTO!

Estude!

Precifique corretamente!

E seja SUCESSO!!

Lidi e Paloma
A IMPORTÂNCIA DA PRECIFICAÇÃO NO
NEGÓCIO ARTESANAL
Uma das maiores dúvidas das nossas alunas, além
da parte técnica que usamos para as produções dos
nossos produtos é com certeza, a precificação. Precifi-
car por muitas vezes parece ser algo simples, porém
se não for bem feito, além de te deixar em prejuízo fi-
nanceiro, faz com que sua empresa (sim, empresa!), não
cresça e assim traga muita frustração do empreender.

Imagine você, que trabalha tanto, mas o dinheiro mal


entra e já sai, ou você acaba dependendo de receber
a segunda parte da entrega, porque ela é “sua parte”.
Você trabalha muito, se cansa, e de repente, o equipa-
mento quebra e infelizmente não há dinheiro pra comprar
um novo ou nem mesmo mandá-lo para manutenção.

Por incrível que pareça, essa é a realidade em


diversos depoimentos de alunas que perderam im-
pressoras, laminadoras, etc... O simples fato de ter
equipamentos novos não significa que não é ne-
cessário ter uma reserva sempre de emergência e
também um outro valor para futuros investimentos.
ENTENDENDO SEUS CUSTOS (FIXOS E VARIÁVEIS)

Antes de começar a precificar seus produtos, é de extre-


ma importância entender que, é não só importante, mas ESSEN-
CIAL saber seus custos fixos e variáveis:

CUSTO FIXO:

Todos os custos que sua empresa trabalhando ou não tem: alu-


guel, água, luz, telefone, impostos, manutenção, prestações, e
sobretudo SEU SALÁRIO. Sim, seu salário, pois independente se
você estiver trabalhando ou não, você precisa ter seu salário
garantido mensalmente (assim como em qualquer outra empresa).

CUSTO VÁRIAVEL:

Custos que podem variar dependendo do mês, do


produto a ser produzido, e também de investimen-
tos (esse você pode decidir se irá colocar como cus-
to fixo ou variável, dependendo do seu planejamento).

Entendendo e colocando em mãos esses custos, toda a base


da precificação será montada com o acrescimo também
de Mão de Obra (é legal colocar também pois no caso fu-
turo de você ter funcionários será a parte do salário deles)
caso você não queira colocar como custo fixo (no caso, por
exemplo de funcionário freelancers); e também de % de lucro.
ATENÇÃO:
MÃO DE OBRA X PRÓ LABORE são coisas diferentes.
Enquanto a mão de obra (MO) é o valor relacionado
a confecção do produto especifico e pode ou não entrar na
precificação já podendo considerar futuramente funcionários fre-
elancers e assim não ter um custo fixo tão alto, como também
pode ser sua MO sobre a confecção de artes por exemplo.
Por outro lado, o pró labore é seu salário fixo, ou seja,
não é uma base mínima que você deve receber (pra com
esse dinheiro pagar suas contas, e não as contas da empresa).
Para separar os seus custos fixos, elaboramos uma tabela
para facilitar o processo de divisão dos custos fixos da sua em-
presa e também conseguir visualizar os custos fixos em presta-
ções, dessa forma podendo assim facilitar ainda mais a progra-
mação de futuros investimentos para sua empresa, sem precisar
usar seu próprio dinheiro para investir em máquinarios. Dessa for-
ma a empresa terá o dinheiro dela, e você o seu dinheiro pessoal.
PASSO 1 - SEPARANDO AS SUAS DESPESAS PESSOAIS DAS
DESPESAS DA EMPRESA

Antes de começar a fazer a base da sua precificação,


liste todos as suas despesas em DESPESAS DA EMPRESA e DES-
PESAS PESSOAIS. Dessa forma, você vai parar de roubar sua em-
presa! Sim, deixar de roubar ela, pois quando você paga com
o dinheiro da sua empresa (lucro) aquela compra do mercado,
ou mesmo o cabelereiro, o passeio do shopping você está rou-
bando ela! A empresa é sua, mas ela precisa ter o dinheiro de
caixa, que vai vir do lucro, para que ela tenha saúde financeira e
possa crescer sempre.
Tabela 1 - Fixos Pessoais x Fixos Empresariais

Data Descritivo Valor Custo

P E

P E

P E

P E

P E

P E

P E

P E

P E

P E

P E

P E

P E

P E

Total Despesas Fixas

Total Fixo Pessoal

Total Fixo Empresa


Desmembrar os seus custos fixos em DESPESAS PES-
SOAIS e DESPESAS DA EMPRESA é essencial para a saú-
de financeira do seu negócio, e é a partir dessas contas
que você vai avaliar se você precisa também cuidar das
suas finanças pessoais, para evitar assim “roubar” sua em-
presa e fazer com que ela possa crescer tranquilamente.

CUSTOS FIXOS X FATURAMENTO

Pronto! Temos agora nosso custo fixo da empresa e


então precisaremos através dele entender qual é a nossa
meta de faturamento. Sim, meta! Essa será nossa meta men-
sal para vender! E está tudo bem se não conseguirmos atingir
ela todos os meses, ou se houver meses que você vai du-
plicar ela! Empreender requer entender que é complicado, e
sempre haverá meses bons e ruins, e com essa organização
financeira, mesmo se você tiver passando por meses ruins
ainda terá uma reserva de emergencia dentro do seu caixa.

RESERVA DE EMERGENCIA: Um valor destinado den-


tro do seu faturamento que servirá num caso emergencial:
doença, meses mais fracos, equipamentos quebrados, etc.
Agora tendo nossos custos fixos que devem ser dividi-
dos e que desses custos a empresa servirão de base para
chegarmos na meta de faturamento, precisamos enten-
der que alguns pontos devem ser levados em conta quan-
do fazemos uma tabela custa fixa da nossa empresa:

- Pró labore: seu salário! Sim seu salário! Parece utopia


ter seu salário como algo fixo no seu negócio mas não é.
Deve ser essencial e ser colocado assim como seu 13o sa-
lário, férias e DAS MEI dentro do seu custo da empresa.

- Reserva de Emergencia/Investimentos: são duas coisas diferentes,


pois uma é para uso emergencial apenas, e outro para planeja-
mento de futuros investimentos (maquinários, cursos, kits digitais, etc).

- Custos básicos da empresa: luz, telefone, internet, aluguel.


Mesmo que você more e trabalhe no mesmo local, a empresa
deve ser responsável por uma parte das despesas! Além do
mais, ter esse custo planejado pode ser muito importante para
que no futuro, quando você tiver um espaço reservado apenas
pro seu negócio criativo você não ter muitas surpresas.

- Divulgação e vendas: aqui você precisa registrar os custos


fixos que você tem com a divulgação (patrocinados em redes
sociais por exemplo), custos do site (domínio, mensalidade...),
taxas de maquininhas (caso você use), etc.
- Investimentos já realizados: prestações que você paga fixo de
insumos, equipamentos e cursos que você já realiza. Lembrando
que: nao engane seu negócio inserindo aqui prestações de
coisas pessoais, e nem se engane pagando coisas da empre-
sa com seu pró labore. Divida tudo direitinho para ter sempre
dinheiro pra seus gastos e pra girar seu negócio.
Tendo todos esses custos muito bem definidos, temos o
valor X que será o seu custo fixo da empresa. Não se assuste!
Calma, os custos fixos as vezes nos assustam, mas ele será
desmembrado de uma maneira que durante o seu mês e ven-
das ele possa ser atingido!
Agora vamos a meta do faturamento! Ela deve ser no
mínimo o dobro (2x) do valor do nosso custos fixo da empresa.
Ou seja, se seu custo fixo der R$ 2.000,00, seu faturamento
(meta) deverá ser R$ 4.000,00.
Mas, por que o faturamento tem que ser o dobro? Vou te ex-
plicar!
Lembra que eu te disse lá no começo que os custos fi-
xos são relacionados a custos que nossa empresa funcionando
ou não temos que pagar? Pois bem, imagine que apenas você
trabalhe e ganhe apenas para pagar seus custos mensais e
não terá % de lucro da sua empresa (esse lucro é guardado,
para melhorias na empresa e sim, você como dono no final do
ano terá uma % sobre o lucro também!). Ela precisa girar não
somente com os investimentos já programados, mas também ter
um caixa sempre guardado. E esse lucro será retirado do fatu-
ramento mensal.
Tabela 2 - Fixos da Empresa e Meta de Faturamento
Data Descritivo Valor

Total Despesas Fixas

Meta de Faturamento
PASSO 2: DIVIDINDO SEU CUSTO FIXO MENSAL

Sem pânico! Sei que você provavelmente tomou um belo


susto ao fazer a tabela anterior e achar sua meta de faturamen-
to. Mas calma, vamos agora desmembrar esse custo para o mês
todo:
Tabela 3 - Desmembrando o custo fixo mensalmente
Descritivo Valor

Custo fixo da empresa (mês)

Horas de trabalho diária

Dias de Trabalho por semana

Semanas do mês

Horas trabalhadas/mês

Proporcional C.F por hora trabalhada

Proporcional CF por minuto*

*proporcional do custo fixo da hora trabalhada dividido por 60


(minutos).
Guarde essas informações, pois ela será extremamente
importante na hora de calcular o preço do seu produto, pois será
a proporção desse seu custo fixo que será incluído no seu custo
váriavel também, e dessa forma você nem perceberá que seus
custos fixos estarão sendo pagos através dos seus produtos
vendidos =)
PRÓ LABORE X MÃO DE OBRA

Entemos que é muito importante colocar nosso Pró Labore


no custo fixo da nossa empresa, e é ele nosso salário sobre a
gestão do nosso trabalho (parte administrativa). Porém ele não
nosso único valor a ser calculado, existe também nosso valor
relacionado ao custo de mão de obra. Esse custo de mão de
obra será o valor sobre a PRODUÇÃO dos produtos que ven-
demos.
Isso mesmo, você tem mais dinheiro a somar aqui sobre
suas horas de trabalho em produção! É muito importante calcular
isso, pois você pode futuramente já usar desse valor de mão
de obra para pagar seus futuros funcionários! Afinal, seu sálario
sobre a gestão e sobre a produção são duas coisas diferentes.
Para calcular é muito simples:

Tabela 4- Desmembrando um sálario no custo de mão de obra


Descritivo Valor

Salário mensal

Horas de trabalho diária

Dias de Trabalho por semana

Semanas do mês

Horas trabalhadas/mês

Valor da hora trabalhada

Valor do minuto trabalhado


Lembre-se: o valor aqui do salário, é o valor que você pagaria
para alguém produzir os produtos pra você, por exemplo, po-
dendo ser igual, maior ou menos que o seu pró labore.

PRECIFICANDO SEU PRODUTO ARTESANAL

Já sabemos nosso custo fixo, nosso custo de mão de obra


e agora vamos entender um pouco como funciona a precifica-
ção quando estamos levando em conta um produto artesanal.
Entedemos que um produto artesanal, é muito mais do que
simplesmente os custos e sim o valor que o produto gera por
ser algo feito manualmente e artesanalmente. Produtos similares
porém feitos de tecnicas diferentes, podem ter mais ou menos
complexos e demandar mais ou menos tempo de produção. E
esse tempo de produção é o que vamos pensar quando calcu-
lamos o preço final de venda do nosso produto.
Na encadernação por exemplo, você pode ou não tra-
balhar com criações de artes exclusivas, ou mesmo com produ-
tos exclusivos pra um cliente especifico que nesse caso, deve ser
cobrado a mais o valor da sua hora trabalhada, a não ser que
posteriormente, essa arte ou produto possa ser revendido para
outras pessoas e ele você pode já ter estabelecido como algo
dentro do seu salário de mão de obra.
Todo negócio pequeno, médio ou grande, deve ter lucro!
E você precisa ter seu salário, seja ele pelo administrativo (Pró
Labore) ou da mão de obra.
Aumentar nossa hora é algo impossivel, já está deter-
minado que temos 60 minutos em 1 hora e isso não pode-
mos mudar. Porém podemos usar essa nossa hora de ma-
neira que nossa produção possa ser muito mais funcional.
Trabalhar com produtos padronizados ajuda e muito a
ser mais funcional e ter processos mais rapidos de produção, e
assim diminuir o custo dos seus projetos na hora da venda final.
Com a padronização, também será possível que você possa
comprar materiais já em uma quantidade, garantindo melhor valor
e assim você adequando seus custos e visando os valores mé-
dios do mercado poderá ter uma margem de lucro ainda melhor!

CALCULANDO O CUSTO VÁRIAVEL


DE UM PRODUTO

Prontinho, já temos os custos fixos da nossa empresa, assim


como o cálculo da nossa mão de obra para produção e agora vamos
chegar no cálculo relacionado ao custo váriavel que um produto tem.

CUSTO VÁRIAVEL é o valor que investimos em insu-


mos, mão de obra na produção de uma determina-
da peça unitária. Ou seja, quanto $$ custa ela em sua base.
Assim o custo variável refere-se a todos os insumos,
tempo de produção, proporção do nosso custo fixo em mi-
nutos, mão de obra, e também uma porcentagem sobre as
perdas que podem ocorrer para a produção: uma folha que
pode ser laminada errada, um miolo que pode sair com man-
chas nas bordinhas, um papelão que sem querer teve a fura-
ção diferente.... na encadernação tudo pode acontecer! Tudo
isso precisa ser levado em conta para que você sempre te-
nha ganhos e não perdas na hora da venda do seu produto.

A porcentagem de lucro sobre o produto também é ex-


tremamente importante, pois é ele que será o lucro da sua em-
presa, e que no decorrer do ano, será repartido com você
com sua parte nos lucros da empresa! Chique isso né? Mas sim,
você precisa levar isso em conta e ter sua participação dos
lucros no final de cada ano, ou a cada seis meses, como você
preferir! Mas lembre-se: não é porque você tem essa participa-
ção dos lucros que pode retirar todos os meses ou usar como
você bem entender! A retirada deve ter tempos determinados.

Na precificação do produto também deve ser leva-


do em conta taxas que podem ser aplicadas dependen-
do da modalidade da sua venda (cartão, pix, transferencias,
etc) relacionando assim um acréscimo por exemplo se o
pagamento for feito no cartão, e caso seja a vista um des-
conto, retirando essa porcentagem de taxa. VOCÊ NÃO PRE-
CISA EXPLICAR SOBRE TAXAS DO SEU CLIENTE, MAS SER
HONESTO COM O DESCONTO NO PAGAMENTO A VISTA!
Tabela 5 - Precificando meu produto com o custo
variável

Nome do Produto:
Insumo/Material Valor

Custo Total dos Insumos

Mão de Obra sobre produtção de uma unidade

Custo fixo (proporção) na produção de uma peça

Lucro sobre o produto (peça final): ____%

Valor do produto para venda sem taxas

Taxa sobre venda do produto : ____%

VALOR DE VENDA POR UNIDADE


CALCULANDO PROPORÇÃO DE CUSTOS VA-
RIÁVEIS

Uma das dúvidas que recebo muito é: “Lidi, como calcular


o preço da impressão, ou do BOPP, ou disso ou daquilo.....?”
Muitas coisas são muito variáveis e precisam ser levadas em
conta pra conseguir calcular certinho, e o tempo é uma delas,
afinal tinta de impressora e BOPP são coisas que demandam um
tempo até finalizarem e você pode colocar na precificação de
duas maneiras:

1) Você pode colocar esses custos dentro de seu custo fixo geral
da empresa e se basear no seu gasto anual desses produtos
dividido pelos 12 meses. Por exemplo:

Vamos dizer que no ano você use 1 bobina de BOPP de 200m


e esse produto custe R$ 70,00. De tinta você tem o custo de R$
360,00/ano. Somando os dois fica o custo de R$ 430,00.

Esse valor você vai desmembrar em 12 meses, sendo assim, ficará


com o custo de R$ 35,84 por mês e estará incluído na sua tabela
sobre custos fixos da empresa.
ou;

2) Você pode se basear na divisão do produto sobre o gasto de


cada produto, porém dessa forma você fará o cálculo linear dos
insumos ou seja, quantas folhas por kit de impressão você imprime,
ou no caso do BOPP, dividir a metragem por X folhas A4/A3 que
você consegue produzir. Por exemplo:

Você comprou um kit de tintas para sua impressora e teve o custo


de R$ 360,00 e com isso conseguiu imprimir 1.200 folhas A4. As-
sim seu custo por impressão de folha A4 sairá por R$ 0,30 cada
- nesse caso, anote também a qualidade de impressão e o custo
para cada tipo.

No caso do BOPP você pagou R$ 70,00 na bobina de 200m e


você conseguiu produzir 500 páginas A4 laminadas, assim seu
custo de BOPP será

de R$ 0,14 por folha A4 laminada.

Existem esses dois modos que você pode calcular, e de-


pendendo da sua realidade, você pode adaptar o que for de
melhor pra você. Em ambos os casos a precificação estará cor-
reta, e você terá tudo muito bem calculado no seu produto!
eBook de precificação

Paloma Prado

Lidiane Severiano

maio/2021

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