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Conceito de finanças corporativas e alinhamento das principais áreas do setor financeiro dentro
das organizações. Definição dos tipos de receita e despesa e conceituação de risco e retorno.
PROPÓSITO
Definir os conceitos iniciais de finanças, isto é, as principais noções sobre receita, despesa e
finanças corporativas e como o estudo das finanças pode ser útil na vida de qualquer pessoa.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os principais tipos de receitas e despesas e a importância do fluxo de caixa
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
O físico Neil deGrasse Tyson tem um comentário muito interessante sobre Matemática. Ele diz
que:
Essa é a única matéria em que as pessoas se divertem ao falar que não entendem ou
não sabem quase nada. Sempre que alguém pergunta qual era a matéria mais difícil da
escola, nove entre dez pessoas respondem Matemática (e ainda soltam uma leve
gargalhada depois de responder).
Foto: Dominio Publico/Wikimedia commons/licença CC0 1.0
Apesar deste tema não ser de Matemática, nem ter nenhuma conta, ainda assim a palavra
finanças carrega o medo que a maioria das pessoas tem de Matemática e acaba criando uma
reputação ruim, o que é muito difícil de ser evitado. No entanto, veremos que estudar Finanças
é fácil e importante para todos, seja um administrador, seja um dentista, seja um professor, seja
um artista, seja uma dona de casa, pois todos nós devemos entender, pelo menos, o mínimo
sobre Finanças para administrarmos nossas contas de casa, decidir se vale a pena ou não
comprar algo ou onde investir nosso dinheiro.
MÓDULO 1
VENDER UM PRODUTO
Quando uma padaria vende um pão, quando uma pessoa vende os bolos que fez, quando
recebe a oportunidade de comprar agora e pagar depois etc.
PRESTAR ALGUM SERVIÇO
Quando alguém ganha por maquiar uma noiva, quando um salão de beleza recebe o
pagamento de uma cliente, quando usa um serviço de aplicativo e só paga por ele na fatura do
cartão de crédito no final do mês etc.
Agora que entendemos o que é uma receita, é importante saber que ela pode ser caracterizada
de diferentes formas. Veja a seguir.
CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA
Então, podemos dizer que o dinheiro que entra da venda de hambúrgueres, batatas fritas e
refrigerantes é a receita principal ou primária de uma hamburgueria, pois essa é a sua
atividade-fim.
RECEITA SECUNDÁRIA
Podemos entender a receita secundária como um produto ou serviço que a organização vende
ou presta, mas que é diferente da receita principal.
Imagine que a venda de ração de cachorro é a atividade-fim de uma organização, com 90% de
sua receita. Como já aprendemos, a venda de ração de cachorro é a receita principal (ou
receita primária) da organização. No entanto, a organização imaginária também promove
exposição de cães de raça e ganha um dinheiro extra com a inscrição dos donos para esses
eventos. Sendo assim, 10% da receita da empresa correspondem à organização de eventos de
cães.
ATENÇÃO
É importante, no entanto, não confundir receita primária com receita secundária por causa do
produto (ou serviço) que gera mais dinheiro para a empresa. Se uma empresa produz lápis e
canetas, mas ela é mais famosa por suas canetas, não significa que a receita pela venda de
canetas seja sua receita principal e a venda de lápis, sua receita secundária, pois a proposta
da empresa é vender os dois produtos, mesmo que um deles seja mais requisitado do que o
outro.
É basicamente o produto ou serviço que a empresa busca realmente vender ou prestar (receita
principal) e o produto ou serviço que a empresa faz para “ganhar um extra”.
RECEITAS FINANCEIRAS
Agora que sabemos que existe receita principal e receita secundária, podemos entender o que
são receitas financeiras. Você concorda que, após a hamburgueria receber o dinheiro de um
mês inteiro pela venda de hambúrgueres (e pagar seus funcionários), ela fica com bastante
dinheiro em caixa?
Uma hamburgueria pode, com esse dinheiro, fazer várias coisas: comprar mais maquinário,
contratar mais funcionários e investir na bolsa de valores.
Sim! Uma empresa de hambúrguer pode aplicar na bolsa de valores, emprestar para outras
empresas e até mesmo comprar ações. Assim, chamamos de receita financeira todo dinheiro
que entra na empresa proveniente de juros de receita financeira (a não ser que a empresa
do exemplo em questão seja um banco).
Para que não restem dúvidas, precisamos pensar que a atividade-fim varia de organização
para organização, ou seja, precisamos sempre analisar a atividade em si para entendermos a
aplicação desses conceitos.
CAIXA
EXEMPLO
Veja, por exemplo, uma situação que é similar em termos de negócios, mas o entendimento do
que é receita financeira pode ser bem diferente do que usamos no exemplo de uma empresa
que vende hambúrguer.
Para esse tipo de receita, foi criado, então, o conceito de receitas não operacionais.
Porém, quando aplicamos a palavra despesa nas organizações, em termos financeiros, ela
ainda representa uma saída de dinheiro da organização, mas há outros conceitos também
relacionados a gastos. Assim, o conceito de despesa nas organizações tem um entendimento
mais específico do que aquele que usamos.
Despesa é tudo o que se refere à saída de dinheiro da organização na compra de produtos ou
serviços que não estão diretamente ligados à produção do produto final.
EXEMPLO
Um bom exemplo que podemos usar para entender essa definição é a compra de um ar-
condicionado. Em uma empresa de plásticos, é necessário que a temperatura seja de
exatamente 18ºC, caso contrário o plástico irá derreter ou congelar. A compra do ar-
condicionado não é uma despesa, mas um custo, pois, se não ocorrer, impactará no processo
de produção da empresa.
Despesa, entretanto, é toda saída de dinheiro que não está diretamente ligada à produção do
bem ou à prestação de serviço.
Gastos com telefonia, Internet, energia elétrica, água e demais contas de pagamento
mensal.
Material de escritório.
Porém, percebam que ainda temos uma relação de tipos de despesa, e uma prática muito
comum é reunir esses tipos em agrupamentos mais abrangentes, como, por exemplo:
DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS: TODAS
AQUELAS NECESSÁRIAS AO FUNCIONAMENTO
ADMINISTRATIVO DA ORGANIZAÇÃO.
DESPESAS COMERCIAIS: TODAS AQUELAS QUE
RELACIONAMOS AO ESFORÇO DE VENDAS.
OUTRAS DESPESAS: TODAS AQUELAS QUE NÃO SE
ENQUADRAM NOS EXEMPLOS ANTERIORES.
Por fim, em relação ao entendimento de como classificar as despesas, ainda temos várias
situações na gestão contábil e financeira, em que classificamos as despesas em fixas e
variáveis.
As despesas fixas são aquelas que ocorrem todo mês, como, por exemplo, o aluguel de uma
instalação (sala, prédio, galpão etc.) e variam apenas em função de condições contratuais
(como no caso de um aluguel, que é reajustado anualmente).
As despesas variáveis podem ter valores diferentes de um mês para o outro em função de
situações relacionadas, como a variação de determinado gasto ou do próprio volume de
produção (ou prestação de serviços) da organização. Um exemplo é a comissão sobre vendas
realizadas. Se vendemos mais, essa despesa é maior; se vendemos menos, é menor.
ATENÇÃO
Ainda existe a possibilidade de uma despesa ter um comportamento simultâneo, com despesas
fixas e variáveis; neste caso, ela é chamada de semivariável. Um exemplo simples é a conta de
energia elétrica. Mesmo que nosso gasto de energia no mês seja nulo, existe um valor mínimo
a ser pago mensalmente; porém, dependendo do consumo real de energia, esse gasto varia.
Assim, o gasto com energia elétrica é uma despesa variável.
Imagine uma empresa que produz três tipos de chocolate que vendem bem (ao leite, com
nozes e branco). Essa empresa conta com aproximadamente cem funcionários e possui um
galpão alugado bem extenso.
Você concorda que o fluxo de dinheiro nessa empresa deve ser grande e constante?
Imagine que o dono dessa companhia não controla nenhuma das entradas e saídas de caixa, o
que significa que ela pode estar com um problema sério de fluxo de caixa.
Fluxo de caixa é um controle utilizado para registrar todas as entradas e saídas de dinheiro da
empresa. Esse controle serve para que a empresa saiba, diariamente, se tem dinheiro em
caixa para pagar o salário de seus funcionários, os fornecedores, as contas de luz, água etc.
Quando uma empresa vende a prazo, isto é, entrega o produto hoje para receber o dinheiro no
mês seguinte, o controle de fluxo de caixa é muito importante. Por exemplo, quando acontece
uma venda de R$100 em mercadorias, o dinheiro só será recebido 30 dias depois. Enquanto
isso, a empresa precisa lidar, no mês atual, com diversos gastos. Se ela não souber
exatamente se pode ou não vender a prazo, poderá “meter os pés pelas mãos” e ficar devendo
a alguém.
Para entender melhor esse assunto, assista ao vídeo abaixo com o professor Matheus Moura,
que explica os assuntos já vistos neste módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Receita financeira.
B) Receita secundária.
D) Receita principal.
A) Despesa principal.
B) Despesa secundária.
C) Despesa comercial.
D) Despesa variável.
GABARITO
1. Dona Gisele decidiu abrir uma fábrica de bolos. Depois de dois anos, a fábrica cresceu
e se tornou a empresa mais comentada do bairro. No entanto, além do bolo, todos
adoravam a calda de chocolate usada na produção e começaram a pedir que a calda
fosse vendida separadamente também. Enxergando a oportunidade, a empresária
continuou comercializando bolos (principal negócio da empresa) e passou a vender
caldas de chocolate (para ganhar um extra). Os lucros da venda do novo produto
correspondem a que tipo de receita?
A receita secundária diz respeito a toda receita que provém de uma atividade econômica
constante, que não é a atividade-fim da organização. Dessa forma, como a atividade-fim da
empresa da dona Gisele era a fabricação e venda de bolos, a venda de caldas de chocolate
passou a ser um “extra” e, por isso, deve ser classificada como receita secundária, conforme a
alternativa B.
PAGAMENTO DO SALÁRIO DOS FUNCIONÁRIOS
COMPRA DE MATÉRIA-PRIMA
VENDA DE PRODUTOS
PAGAMENTO DE FORNECEDORES ETC.
Objetivos das finanças das organizações
Gerir as finanças nas organizações é um dos pilares de sustentação das empresas, pois,
assim, é possível controlar a entrada e saída de recursos financeiros, bem como se expandir
(interação das Finanças com outras áreas, como Estratégia e Marketing). Então, sempre que
pensar em finanças nas organizações, lembre-se das diversas áreas que servem para controlar
as atividades e dar apoio ao gestor na hora de tomar decisão.
Imagem: Shutterstock.com
CONTAS A PAGAR
Essa área é responsável por administrar todas as despesas da empresa e garantir que tudo
seja pago dentro do prazo, com o cuidado de saber se a empresa tem dinheiro em caixa para
fazer os pagamentos no dia estipulado.
Imagem: Shutterstock.com
CONTAS A RECEBER
Da mesma forma que o setor de contas a pagar é responsável pelo dinheiro que sai da
empresa, a área de contas a receber é responsável por controlar o dinheiro que entra. Sendo
assim, os funcionários da área de contas a receber têm a responsabilidade de verificar se
estão pagando no dia certo (se não, buscar entender o motivo), se o dinheiro está indo para a
conta correta, se tem dinheiro em caixa suficiente para o setor de contas a pagar usar, entre
outros.
Imagem: Shutterstock.com
TESOURARIA
Além disso, é essa área que cuida para que a empresa não perca dinheiro em situações
externas (como importações, que sofrem impacto das taxas cambiais). Sendo assim, a
Tesouraria, quando eficiente, evita que a empresa perca dinheiro, desperdice oportunidades
com relação ao dinheiro e fornece informação valiosa aos gestores, para que eles tomem
decisões rápidas.
Imagem: Shutterstock.com
CONTROLADORIA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) Contas a receber é uma área responsável apenas pela entrada de dinheiro na empresa,
enquanto a Tesouraria é responsável pelo controle da saída desse dinheiro.
C) A Tesouraria é uma área estratégica, que busca a eficiência na aplicação dos recursos
financeiros, enquanto o setor de contas a receber cuida das entradas e saídas do dinheiro da
empresa.
D) Não existem grandes diferenças entre as duas áreas, pois ambas cuidam dos recursos
financeiros da empresa.
GABARITO
1. Dentre as respostas a seguir, qual se assemelha mais à definição de finanças
corporativas?
MÓDULO 3
NOÇÕES DE INVESTIMENTO
A noção de investimento começa a surgir quando a organização conta com um recurso que
não precisará ser gasto no processo produtivo nem para pagar despesas existentes.
Dessa forma, investimento pode ser definido como toda aplicação de dinheiro em algo que
gere mais dinheiro no futuro. Isto é, suponhamos que o país entre em uma crise e uma
empresa precise fechar as portas, fazendo com que cada funcionário receba 30 mil reais de
indenizações. Veja dois cenários, onde Maria e Ricardo tomaram a decisão de como investir
esse dinheiro:
CENÁRIO 1
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
LÁ, ELA GANHARÁ, POR MÊS, MIL REAIS E PODERÁ
ARRANJAR OUTRO EMPREGO.
CENÁRIO 2
Imagem: Shutterstock.com
Imagem: Shutterstock.com
CURTIRÁ O CARRO NOVO, ENQUANTO ESPERA SER
CONTRATADO POR OUTRA EMPRESA.
Não existe uma resposta certa ou errada para as decisões da Maria e do Ricardo. Cada um faz
o que achar melhor com o seu dinheiro.
Quem respondeu Maria acertou, pois investimento é tudo aquilo que é feito para gerar
mais dinheiro no futuro (nem que seja um real a mais). Por outro lado, comprar um bem
(nesse caso, um carro) é apenas um gasto, pois esse patrimônio não vai se valorizar
com o tempo. Então, nunca caia na conversa fiada de amigos e familiares de que
comprar um carro é investimento, pois, a cada ano que passa, o valor do carro diminui, e
aqueles 30 mil do Ricardo logo serão 20 mil, 10 mil, e assim sucessivamente.
NOÇÕES DE FINANCIAMENTO
Você, provavelmente, conhece alguém que sempre compra no cartão de crédito e diz fazer isso
sem se preocupar, pois pagará suas dívidas em várias parcelas. Há também aqueles que
compram tudo à vista, para não pagar juros ou ter uma dívida “eterna”. Esse processo de
comprar em um momento e pagar depois é chamado de financiamento, e é muito comum entre
pessoas, empresas e até países.
Você sabia que um país pode comprar algo de outro país e pagar depois?
Em Finanças, é explicado que, muitas vezes, é mais vantajoso pagar por um produto ou
serviço depois, pois o dinheiro pode perder seu valor com o tempo. Não pretendemos ensinar
conceitos matemáticos, mas explicaremos, de maneira rápida e simples, porque isso acontece.
Existe algo na economia chamado inflação, que faz com que os preços dos produtos e
serviços aumentem.
EXEMPLO
Por exemplo, se, nos anos 2000, você conseguia comprar um refrigerante por R$1, hoje, ele
custa, em média, R$2,50. Então, o mesmo R$1 que comprava uma bebida no passado não
compra nem meio refrigerante atualmente.
A inflação serve de argumento para quem prefere comprar tudo a prazo, pois, dessa forma,
conseguimos comprar mais quantidades hoje do que no futuro. Desse modo, empresas se
beneficiam comprando produtos a prazo e no maior número de parcelas possível, pois a área
de Tesouraria pode pegar o dinheiro que seria usado para pagar os produtos à vista e investir
em algo a curto prazo, gerando um pequeno lucro para a empresa.
Isso não é nenhuma sugestão para que todos passem a comprar a prazo!
ATENÇÃO
É muito comum pessoas perderem o controle no cartão de crédito e, no final, sofrerem grandes
problemas financeiros. Caso decida comprar a prazo, faça contas antes de sair comprando, a
fim de saber se terá dinheiro para pagar a fatura do cartão de crédito no futuro!
Assista ao vídeo abaixo com o professor Matheus Moura, que explica e exemplifica melhor
esse assunto.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
D) Comprar uma obra de arte que pode triplicar de valor em cinco anos, conforme especialistas
da área sugerem.
Conforme explicado em Noções de investimento, investimento é tudo aquilo que é feito para
gerar mais dinheiro no futuro. Dessa forma, todas as respostas apresentam alguma forma de
investimento, pois partem do pressuposto de que se ganhará mais dinheiro no futuro com o
desembolso de dinheiro hoje, com exceção da resposta B, que se refere exclusivamente à
compra de um bem de consumo que não tem a intenção de gerar mais riqueza no futuro.
MÓDULO 4
Sendo assim, entre vários riscos, há alguns que precisamos entender e aprender para evitá-
los. São eles:
RISCO FINANCEIRO
Risco operacional
Riscos de crédito
Riscos de liquidez
Riscos de mercado
Riscos legais
RISCO OPERACIONAL
Esse risco se refere ao fato de a empresa começar a dar prejuízo. Suponha que um
empresário tenha uma padaria e venda seus pães a R$0,10 cada. No entanto, como não
estudou esse conteúdo, ele não sabia que existe algo chamado fluxo de caixa e, por isso, não
se lembrou de controlar as entradas e saídas e verificar quanto custava produzir um pão. No
final de um ano, ele percebeu que cada pão custava R$0,15 para ser produzido, ou seja, ele
tinha prejuízo e precisava fechar a sua padaria. Dessa forma, risco operacional se refere ao
risco que qualquer empresa tem de seu negócio dar prejuízo, seja por vender mais barato do
que deveria, seja por não ter clientes suficientes.
RISCOS DE CRÉDITO
Riscos de crédito, como o nome diz, ocorrem quando um empreendedor ou seu cliente não
consegue pagar uma dívida e acaba pagando multa por isso. Se uma padaria comprar muita
matéria-prima para produzir pão a prazo e não conseguir vender sua produção, ela não terá
dinheiro para pagar a sua dívida. No final, a padaria terá de pagar multa, podendo até falir.
RISCOS DE LIQUIDEZ
Quando uma empresa não sabe se está recebendo mais do que gastando (mesmo que haja
garantias de receber mais dinheiro no futuro), existe a possibilidade de que a empresa não seja
líquida (não tenha dinheiro rapidamente) e, com isso, não possa pagar os gastos do momento,
como salários, fornecedores etc. Então, é preciso ter cuidado com a ideia de que receberá
muito mais dinheiro do que o gasto para produzir, pois, se a empresa receberá esse dinheiro
apenas no final do ano, é bom que separe uma boa reserva de dinheiro para pagar seus
funcionários até lá.
RISCOS DE MERCADO
Os riscos de mercado se relacionam à economia como um todo, embora não estejam
relacionados à influência de um empresário pequeno. Vamos supor que um empresário venda
celulares e compre as peças da China. Se o Brasil brigar com a China, pode ser que o preço
dos produtos chineses se torne bem mais caro e, com isso, será necessário aumentar o preço
do celular. Assim, é possível que seus clientes prefiram os celulares do concorrente, por serem
mais baratos. Dessa forma, risco de mercado é bastante perigoso, pois não depende muito da
sua boa gestão. No entanto, existem atitudes que um gestor pode tomar para não se prejudicar
com esses riscos, como ter vários fornecedores, uma boa quantidade de dinheiro em caixa etc.
RISCOS LEGAIS
Os riscos legais aparecem quando alguém é processado. Imagine que você tenha criado a
mais nova empresa de tecnologia, que você sabe que dará lucro na certa. Após dois meses
funcionando e ficando famoso, vem o “banho de água fria”, isto é, uma empresa está
processando você com a alegação de que está copiando suas ideias (em outras palavras, eles
chegaram primeiro). Por mais que eles estejam errados, você mereça ter aquela empresa ou,
até mesmo, que o juiz lhe dê razão, existe a chance de você constituir um advogado e até
mesmo parar de funcionar até o meritíssimo chegar a uma conclusão.
Enquanto isso, você precisa pagar o salário dos funcionários, o aluguel da sua sala, entre
outras despesas. Por fim, você pode chegar à falência simplesmente porque alguém não
concordou com o seu negócio. Dessa forma, é preciso se preocupar com os riscos legais e
fazer tudo dentro da legalidade, se possível com a ajuda de um advogado experiente.
Além disso, é necessário entender que, quanto mais arriscado é um investimento, mais retorno
ele deve dar. Em outras palavras, você apostaria uma quantia grande de dinheiro no cavalo de
corrida que ficou em último colocado na corrida passada? Provavelmente, não, pois o risco de
perder é muito alto. Para que as pessoas se sintam mais atraídas a investirem nele, o prêmio
pago tem de ser mais alto também. O inverso acontece com o cavalo campeão da corrida
passada, que paga um prêmio mais baixo, já que ele tem grandes chances de ganhar.
NOÇÕES DE RETORNO EM FINANÇAS
Imagem: Shutterstock.com
Desse modo, se você depositou R$1.000 na poupança em dois de janeiro de 2018, você
obteve R$1.042,36 no último dia daquele ano, isto é, um retorno de R$42,36. Para muitos,
esse retorno não é muito alto, pois a taxa de juros é muito baixa, e o prazo investido é de um
ano. Além disso, a taxa de juros é altamente influenciada pelo risco. Então, como o risco de o
banco não pagar o investidor é muito baixo, ele dará uma taxa de juros muito baixa também.
Caso você consiga uma taxa de juros mais atraente (com um risco um pouco maior) e invista
por um prazo maior, você poderá obter um bom retorno.
Sendo assim, todas as pessoas que desejam trabalhar com finanças ou administrar suas
finanças pessoais devem estudar um pouco de Matemática Financeira, principalmente juros
compostos, para poder juntar uma riqueza para a aposentadoria.
EXEMPLO
No livro de finanças pessoais Casais inteligentes enriquecem juntos, escrito por Gustavo
Cerbasi, ele demonstra que, com uma pequena aplicação mensal de R$100, pode se formar
um bom dinheiro a longo prazo, com uma taxa de juros de 1% ao mês.
Primeiro
1 R$ 100,00 R$ 1,00 R$ 101,00
Ano
Primeiro
2 R$ 200,00 R$ 3,01 R$ 203,01
Ano
Primeiro
3 R$ 300,00 R$ 6,04 R$ 306,04
Ano
Primeiro
4 R$ 400,00 R$ 10,10 R$ 410,10
Ano
Primeiro
5 R$ 500,00 R$ 15,20 R$ 515,20
Ano
Primeiro
6 R$ 600,00 R$ 21,35 R$ 621,35
Ano
R$ R$
121 10 anos R$ 12.100,00
11.467,25 23.567,25
R$ R$
240 20 anos R$ 24.000,00
75.914,79 99.914,79
R$ R$
360 30 anos R$ 36.000,00
316.991,38 352.991,38
R$ R$
480 40 anos R$ 48.000,00
1.140.242,02 1.188.242,02
Quando falamos de empresas, há diversas formas de medir o retorno financeiro, bem como
variados tipos de aplicações financeiras para ganhar um dinheiro extra (que seriam
classificadas como receita financeira).
Foto: Shutterstock.com
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POUPANÇA
Essa forma de investir o dinheiro é a mais conhecida entre os brasileiros. Nesse tipo de
investimento, o cliente coloca dinheiro no banco, e ele, mensalmente, renderá uma
porcentagem a juros compostos. Porém, essa porcentagem é bem baixinha. Então, não espere
ficar milionário com isso, a não ser que você espere algumas décadas e deposite mensalmente
uma boa quantia em dinheiro.
Foto: Shutterstock.com
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CDB
O CDB é, basicamente, um empréstimo do cliente ao banco. Vamos dizer que você esteja com
dinheiro sobrando e queira emprestá-lo a alguém. Concorda que é muito difícil um banco
grande lhe dar um calote? Então, por que não emprestar para ele. No entanto, como o risco de
o banco não pagar você (dependendo do banco) é muito baixo, a taxa de juros cobrada
também é muito baixa.
Foto: Shutterstock.com
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Nesse tipo de investimento, você empresta dinheiro para o governo. Apesar de, no passado, o
governo já ter dado um calote nos cidadãos, o sistema financeiro e governamental evoluiu
muito, o que torna esse tipo de investimento muito atraente e com risco muito baixo. No
entanto, para investir nessa modalidade, é necessário saber que o dinheiro deve ficar
emprestado por bastante tempo.
Foto: Shutterstock.com
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AÇÕES
Esse tipo de investimento é recomendado apenas para aqueles que estudaram sobre o
assunto e têm dinheiro que nunca fará falta, caso eles o percam. Como é possível que o preço
de uma ação varie muito, o investidor poderá perder muito dinheiro. No entanto, como existe
certo risco, o ganho costuma ser maior do que as outras oportunidades mencionadas acima.
Ressalto que, se você quiser investir em ações, é necessário estudar bastante sobre o tema.
Agora que entendemos os conceitos de riscos e retornos em Finanças, assista ao vídeo que
explica e exemplifica mais esse assunto.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) Risco de crédito.
C) Risco de mercado.
D) Risco de liquidez.
A) O CDB é um papel que você recebe do banco, informando que você emprestou dinheiro e
que ele irá pagá-lo em determinado tempo acrescido de juros.
B) O CDB é uma forma de investimento em que você empresta dinheiro para empresas, e elas
irão pagá-lo em determinado tempo acrescido de juros.
C) O CBD é um título que você recebe por emprestar dinheiro para o governo, e ele irá pagá-lo
em determinado tempo acrescido de juros.
D) O CDB é um investimento bancário em que o banco pega o seu dinheiro na conta corrente e
o devolve quando você precisar dele, sem o acréscimo de juros.
GABARITO
1. Quando um empresário vende a prazo e não tem os devidos controles, ele pode
acabar recebendo menos dinheiro do que precisa por mês para quitar seus gastos
mensais. Sendo assim, que risco seria esse?
No tópico Noções de risco em Finanças, são explicados os principais riscos que a empresa
pode enfrentar, como risco operacional, risco de crédito, risco de mercado e risco de liquidez. O
risco de liquidez ocorre quando uma empresa não possui dinheiro para pagar suas dívidas no
momento, mesmo quando possui a expectativa de receber mais dinheiro no futuro (como
ocorre na venda a crédito).
2. O CDB é uma forma de investimento muito famosa. Qual é a melhor definição de CDB?
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste tema, estudamos conceitos de Finanças corporativas e suas principais áreas.
Com isso, você se torna capacitado a entender e exercer diversas funções dentro da área
financeira, uma vez que conhece de forma abrangente as principais atribuições que cada área
exige.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CERBASI, G. Casais inteligentes enriquecem juntos. 1. ed. São Paulo: Sextante, 2004.
GITMAN, L. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2010.
EXPLORE+
Caso tenha se interessado em aprender mais sobre o fluxo de caixa, recomendamos que
você invista em softwares de planilhas eletrônicas. Assim, você pode criar planilhas
gerenciais bem bonitas e práticas, que irão auxiliá-lo e ajudá-lo a saber se você tem
dinheiro ou não no momento.
Além disso, busque vídeos sobre fluxo de caixa, pois, assim, será possível ver, na prática,
como ele é feito.
CONTEUDISTA
Matheus Moura
CURRÍCULO LATTES