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131
Capítulo

Os shopping centers
e os supermercados

5.1 n Considerações iniciais


5.2 n Definições de shopping center
5.3 n Classificações
5.4 n Evolução histórica
5.5 n Considerações finais
Bibliografia

Parte II
Capítulos 6, 7, 8, 9, 10 e 11
132 Os shopping centers e os supermercados

5.1 n Considerações iniciais


Dentre os pólos geradores de tráfego (PGTs) existentes nas principais áreas urbanas do
país, destacam-se os shopping centers e os supermercados, cujo número de empreendi-
mentos bem como a expressiva área construída atraem para si a preocupação dos plane-
jadores de transportes de órgãos públicos e empresas privadas que atuam nos setores de
tráfego e transportes.
Embora shopping centers e supermercados exibam características distintas, tanto em
sua concepção e funcionamento quanto na nomenclatura técnica utilizada para definir as
variáveis envolvidas, diversas semelhanças podem ser percebidas quanto aos impactos cau-
sados pelos mesmos no sistema viário.
Em virtude disso, enfatizam-se neste capítulo informações preliminares sobre os sho-
pping centers e os supermercados. Para os primeiros, também denominados como centros
comerciais, apresentam-se informações de três países distintos: EUA, Brasil e Espanha.
Para os supermercados, conhecidos genericamente como lojas de alimentação, restringiu-
se apenas à realidade brasileira.

5.2 n Definições de shopping center


Segundo a definição adotada pelo ICSC — Internacional Council of Shopping Centers (ver
Grando, 1986), “shopping é um grupo de estabelecimentos comerciais unificados arquite-
tonicamente e construídos em terreno previamente planejado e desenvolvido. O shopping
center deverá ser administrado como uma unidade operacional, sendo o tamanho e o tipo
de lojas existentes relacionados diretamente com a área de influência comercial a que essa
unidade serve. Deverá também oferecer estacionamento compatível com todas as lojas
existentes no projeto”.
De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), fundada em
1976 (ver Grando, 1986), “o shopping center é um centro comercial planejado, sob admi-
nistração única e centralizada, e que:
1. seja composto de lojas destinadas à exploração de ramos diversificados de comércio e
prestação de serviços, e que permaneçam, em sua maior parte, objeto de locação;
2. estejam os locatários sujeitos às normas contratuais padronizadas, visando à manuten-
ção do equilíbrio da oferta e da funcionalização, para assegurar, como objetivo básico,
a conveniência integrada;
3. varie o preço da locação, ao menos em parte, de acordo com o faturamento dos loca-
tários;
4. ofereça a seus usuários estacionamento permanente e tecnicamente bastante”.
Segundo a AECC — Associação Espanhola de Centros Comerciais, shopping center é
um conjunto de estabelecimentos comerciais independentes, planificados e desenvolvidos
Classificações 133

por uma ou várias entidades, com critério de unidade, cujo tamanho, mistura comercial,
serviços comuns e atividades complementares estão relacionados com seu entorno, e que
dispõe permanentemente de uma imagem e gestão unitária. É o lugar de encontro, em
cujo espaço aberto, o público busca satisfazer suas necessidades, tanto de consumo como
de lazer e relação social, em um cenário no qual consumidores e comerciantes interagem,
dentro de um esquema integrador de equilíbrios e qualidade. Del Rio et al. (1987) forne-
cem informações bastante úteis a uma melhor compreensão dos shopping centers e de sua
evolução no Brasil e exterior.

5.3 n Classificações
5.3.1 Shopping centers brasileiros

Para a Abrasce, os empreendimentos localizados no País e membros dessa entidade, que re-
presentam cerca de 70% do total existente, seguem a classificação apresentada a seguir.

Shopping regional
Esse tipo de shopping fornece mercadorias em geral — uma boa porcentagem de ves-
tuário — e serviços completos e variados. Suas atrações principais são âncoras tradicionais,
lojas de departamento com desconto ou hipermercados. Um shopping regional típico é
geralmente fechado, com as lojas voltadas para uma rua interna.

Shopping comunitário
O shopping comunitário geralmente oferece um sortimento amplo de vestuário e
outras mercadorias. Entre as âncoras mais comuns estão os supermercados e as lojas de
departamentos com descontos. Entre os lojistas do shopping comunitário, algumas vezes
encontram-se varejistas de off-price vendendo itens como roupas, objetos e móveis para
casa, brinquedos, artigos eletrônicos ou material esportivo.

Shopping de vizinhança
É projetado para fornecer conveniência na compra das necessidades do dia-a-dia dos
consumidores. Tem como âncora um supermercado. A âncora tem o apoio de lojas ofere-
cendo outros artigos de conveniência.

Shopping especializado
Voltado para um mix específico de lojas de um determinado grupo de atividades, tais
como moda, decoração, náutica, esportes ou automóveis.

Outlet center
Consiste, em sua maior parte, de lojas de fabricantes que vendem suas próprias marcas
com desconto, além de varejistas de off-price.
134 Os shopping centers e os supermercados

Festival center
Está quase sempre localizado em áreas turísticas e é basicamente voltado para ativida-
des de lazer, com restaurantes, fast-food, cinemas e outras diversões.
Apresentam-se na Tabela 5.1 a classificação e o número correspondente de shopping
centers filiados à Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), para o ano de
2001.

TABELA 5.1 Número de shopping centers, por tipo


(Abrasce, 2001)
Classificação Número de shopping centers
Regional 94
Comunitário 50
Vizinhança 12
Especializado 7
Outlet Center 3
Festival Center 2
Total 168

Verifica-se uma predominância de shopping centers do tipo regional no país: represen-


tam 56% daqueles filiados à Abrasce.

5.3.2 Shopping centers americanos


Segundo o ICSC — Internacional Council of Shopping Centers, os shopping centers
americanos obedecem a uma classificação básica, de acordo com o seu tamanho, expresso
em metros quadrados de área bruta locável (ABL). Temos assim:
∑ classificação 1: shopping centers de 15.000 m2 ou menos de ABL;
• classificação 2: shopping centers entre 15.000 e 40.000 m2 de ABL;
∑ classificação 3: shopping centers entre 40.000 e 75.000 m2 de ABL;
∑ classificação 4: shopping centers entre 75.000 e 100.000 m2 de ABL;
∑ classificação 5: shopping centers com mais de 100.000 m2 de ABL;
∑ classificação 6: corporação, companhia ou joint centre effort .

Já o ITE (apud Peyrebrune, 1996) sugere a seguinte classificação:


Classificações 135

Shopping center de vizinhança


Ocupa-se da venda de bens de conveniência — alimentos, remédios, diversos —, com
presença de lavanderias, barbearias e consertos de sapatos e outras necessidades do
dia-a-dia. A loja âncora é um supermercado.
Seu tamanho típico é 5.000 m2, variando de 3.000 a 10.000 m2.

Shopping center de comunidade


Dedica-se à venda de roupas para homens, mulheres e crianças, equipamentos e uten-
sílios ou instrumentos, bem como bens de conveniência.
Seu tamanho típico é 15.000 m2, variando de 10.000 a 40.000 m2.

Shopping center regional


Volta-se à venda de mercadorias em geral, móveis e variedades de objetos para o
lar, ao serviço e à recreação. Possui como âncora uma ou duas lojas de departa-
mento.
Seu tamanho típico é 45.000 m2, variando de 30.000 a 85.000 m2.

Shopping center super-regional


É similar ao regional, com a diferença de dispor de três ou mais lojas de departamento
como âncora.
Seu tamanho típico é 80.000 m2, variando de 60.000 a 150.000 m2.

Realizado o agrupamento dos shoppings americanos, de acordo com a citada classifica-


ção do ITE, apresenta-se na Tabela 5.2 a distribuição de tais empreendimentos, conforme
o seu tamanho e compatibilizada com as propostas do ICSC (2001).

TABELA 5.2 Distribuição dos shopping centers americanos (ICSC, 2001)

Shopping centers
Tipo Tamanho (m2)
Número Percentagem
Vizinhança < 10.000 26.001 63,1
Comunidade 10.000 a 40.000 13.319 32,3
Regional 40.000 a 80.000 1.234 3,0
Super-regional > 80.000 681 1,6
136 Os shopping centers e os supermercados

5.3.3 Shopping centers espanhóis


Conforme a classificação da AECC — Associação Espanhola de Centros Comerciais, os sho-
pping centers espanhóis atendem a divisão apresentada a seguir.
Centro comercial regional
Apresenta uma área bruta locável com mais de 40.000 m².

Centro comercial grande


Apresenta uma área bruta locável entre 15.000 m² e 40.000 m².

Centro comercial pequeno


Apresenta uma área bruta locável entre 4.000 m² e 15.000 m².

Centro comercial fundamentado em hipermercado


Apresenta galeria comercial de até 40 comércios.

Parque de atividades comerciais


Tem um espaço comum urbanizado, realiza atividades comerciais menores e é forma-
do, principalmente, por médias e grandes superfícies.

Galeria comercial urbana


Apresenta uma área bruta locável de até 4.000 m².

Centro temático de fabricantes e/ou de lazer


São centros formados por locais individuais, agrupados sob o mesmo tema de ativi-
dade.

Mercado
Apresenta características e categorias que propiciam, quando reunidas, a condição de
centro comercial, cuja maioria das unidades é voltada à alimentação. Não há limite
máximo de superfície.

Estatísticas adicionais sobre esses tipos de shopping são apresentadas na Tabela 5.3 e
nas Figuras 5.1 e 5.2.
Classificações 137

TABELA 5.3 Distribuição de shopping centers segundo tipologia da AEEC


(2001)

Número Número
Tipo de centro % ABL (m2) % Locais % %
de centros de vagas
Regional, ABL superior a
32 7,9 1.976.385 28,6 4.801 20,7 97.890 21,8
40.000 m2 (RE)
Grande, ABL entre
15.001 m2 e 40.000 m2 79 19,6 1.953.976 28,3 6.537 28,2 127.118 28,4
(GR)
Pequeno, ABL entre
4.001 m2 e 15.000 m2 112 27,7 894.737 13,0 6.931 29,9 39.239 8,8
(PE)
Fundamentado em
107 26,5 1.235.038 17,9 2.264 9,7 132.452 29,6
hipermercado (HI)
Galeria comercial, ABL
49 12,1 114.699 1,7 1.763 7,6 2.926 0,7
inferior a 4.000 m2 (GC)
Parque de atividades
14 3,5 585.737 8,5 540 2,3 35.199 7,8
comerciais (PC)
Centro temático de
11 2,7 138.552 2,0 379 1,6 13.060 2,9
fabricantes e lazer (CT)
Totais 404 100,0 6.899.124 100,0 23.215 100,0 447.884 100,0

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FIGURA 5.1 Distribuição dos centros por tipo para os shopping centers espanhóis
(AECC, 2001).
138 Os shopping centers e os supermercados

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FIGURA 5.2 Distribuição da área bruta locável (ABL) por tipo para os shopping centers espanhóis
(AECC, 2001).

5.3.4 Shopping centers em outros países


O shopping center está presente em praticamente todos os países do mundo, e vários
deles dispõem de associações, com o propósito de fortalecer e representar a indústria de
tais centros comerciais. Essas associações normalmente são organizações de natureza não
lucrativa e são constituídas por shopping centers, empreendedores, administradores, con-
sultores, grupos de varejo, restaurantes, empresas de entretenimento e outras entidades
privadas vinculadas à indústria de shopping center, isto é, bancos e empresas investidoras,
associações de negócios, câmaras de comércio e órgãos públicos. Ao contrário do que possa
parecer, o planejamento e a gerência de shopping são atividades complexas, que envolvem
muitas funções e potenciais impactos. Essa atividade exige, portanto, profissionais espe-
cializados, uma ampla base de informações e uma forte estrutura de articulação entre os
atores intervenientes e a sustentação política e legal. As associações podem contribuir no
atendimento a essas necessidades, com programas de treinamento, publicações, congressos
e eventos profissionais, banco de dados, sistematização do conhecimento e das práticas
disponíveis, e de relações públicas na busca de integrar o shopping center e o estilo de vida
associado ao contexto da sociedade.
Muitas dessas associações são filiadas a ICSC — Internacional Council of Shopping
Centers e podem ser consultadas, conforme lista apresentada a seguir (www.icsc.org):
Classificações 139

Argentine Council of Shopping Centers (CASC)


Para maiores informações, contatar:
Cámara Argentina de Shopping Centers
J. Salguero 2142 - 3° piso;
(C1425DES) Buenos Aires, Argentina
TEL.: 54-11-4825-7070; FAX: 54-11-4826-7919;
E-mail: casc@arnet.com.ar;
SITE: www.casc.org.ar

Shopping Centre Council of Australia (SCCA)


O Shopping Centre Council of Australia foi formado em maio de 1998 para fortalecer a
indústria de shopping centers. Existem 879 shopping centers na Austrália, dos quais 63 são
grandes shoppings regionais, compreendendo 11,5 milhões de metros quadrados de ABL.
Eles são responsáveis por 41 centavos de cada dólar gasto no varejo. Empregam 475.000
pessoas ou 1 em 20 da força nacional de trabalho.
Para maiores informações, contatar:
Shopping Centre Council of Australia
Level 26 - Australia Square Tower
264 - 278 George Street;
Sydney NSW 2000, Australia
TEL.: 61-2-9336-6902; FAX: 61-2-9336-6976;
E-mail: dfairweather@nat.propertyoz.com.au
SITE: www.propertyoz.com.au/retail

Austrian Council of Shopping Centers (ACSC)


O Austrian Council of Shopping Centers (ACSC) foi fundado em 1992 como uma or-
ganização não lucrativa para representar e promover a indústria de shopping center na
Áustria. Os membros da ACSC representam mais que 80% dos quase 120 shopping centers
e lojas de varejo, com mais de 4.000 m2 de ABL.
Para maiores informações, contatar:
Austrian Council of Shopping Centers
Rathausgasse 11;
A-2500 Baden, Austria
TEL.: 43-2252-806400; FAX: 43-2252-806406;
E-mail: s.schober@standort-markt.at
SITE: www.acsc.at
140 Os shopping centers e os supermercados

Belgian Council of Shopping Centers (BLRW/CBLCC)


O BLRW/CBLCC é a associação de todas as firmas relacionadas com a indústria de
shopping center na Bélgica e Luxemburgo. Tem 108 membros e representa quase 75 com-
panhias.
Para maiores informações, contatar:
BLRW/CBLCC Rue du Châtelain; 32 -1050 Bruxelles
TEL.: 32-2-6271916; FAX: 32-2-6271900;
E-mail: didier.bribosia@blrw-cblcc.org

Dutch Council of Shopping Centers (NRL)


O Dutch Council of Shopping Centers (NRL) foi fundado em 1986 e tem 330 mem-
bros.
Para maiores informações, contatar:
Nederlandse Raad van Winkelcentra (Dutch Council of Shopping Centers)
Putterlaan 161; 3722 WS Bilthoven, Netherlands
TEL.: 31-30-231-37-54; 31-30-231-61-76; FAX: 31-30-234 12 87;
E-mail: info@nrw.nl
SITE: www.nrw.nl

German Council of Shopping Centers e.V. (GCSC)


O German Council of Shopping Centers e.V. (GCSC) foi fundado em agosto de 1993.
Para maiores informações, contatar:
German Council of Shopping Centers e.V.
Solitudestrasse 2-4; 71638 Ludwigsburg; Germany
TEL.: 49-7141-388083; FAX: 49-7141-388084;
E-mail: office@gcsc.de
SITE: www.gcsc.de

Hungarian Council of Shopping Centers (HCSC)


O Hungarian Council of Shopping Centers (HCSC) foi fundado em 1998 e tem 54
membros.
Para maiores informações, contatar:
Hungarian Council of Shopping Centers
H-1117 Budapest; Karinthy Frigyes u. 17. Hungary
TEL.: 36-1-365-0255; FAX: 36-1-386-9788;
E-mail: mbsz@elender.hu
E-mail: mbsz@netdesign.hu
Classificações 141

Italian Council of Shopping Centers (CNCC)


Fundado em 1983, o Italian Council of Shopping Centers (CNCC) é a associação nacio-
nal da indústria de shopping center na Itália.
Para maiores informações, contatar:
Consiglio Nazionale dei Centri Commerciali (CNCC- Italy)
Piazza G. Oberdan, 3;
20129 Milano; Italy
TEL.: 39-02-295-365 52; FAX: 39-02-294-177 48;
E-mail: cncc.it@tiscalinet.it

Japan Council of Shopping Centers (JCSC)


O Japan Council of Shopping Centers (JCSC) foi fundado em abril de 1973. Em abril
de 1975 ele foi incorporado à autoridade do Ministério de Comércio e Indústria. Compre-
ende mais de 850 membros.
Para maiores informações, contatar:
Japan Council of Shopping Centers
13F Forefront Tower, 3-12-1 Kachidoki
Chuo-ku, Tokyo 104-0054, Japan
TEL.: 81-3-3536-8121; FAX: 81-3-3536-8120
E-mail: csc@magical.egg.or.jp
SITE: www.tip.ne.jp/jcsc

Malaysia Association for Shopping and Highrise Complex Management (PPK)


A Association for Shopping and Complex Highrise Management (PPK) foi fundada em
1984.
Para maiores informações, contatar:
Persatuan Pengurusan Kompleks (PPK) Malaysia
Malaysia Association for Shopping and Highrise Complex Management
Lot 2.01, 2nd Floor, Imbi Plaza, Jalan Imbi
55100 Kuala Lumpur, Malaysia
TEL.: 60-3-244-4499; FAX: 60-3-244-4291

New Zealand Council of Shopping Centres (NZCSC)


Para maiores informações, contatar:
New Zealand Council of Shopping Centres
Property Council of New Zealand, Inc.
PO Box 1033
Auckland; New Zealand
TEL.: 64-9-373-3086; FAX: 64-9-379-0781
SITE: www.propertynz.co.nz
142 Os shopping centers e os supermercados

Nordic Council of Shopping Centers (NCSC)


O Nordic Council of Shopping Centers (NCSC) foi fundado em Helsinki em 1985. É o
segundo maior na Europa e tem atualmente (2001) mais de 500 membros. Compreendia,
em 2000, 485 shoppings com mais de 5.000 m2 de área bruta locável, totalizando mais
que 7.200.000 m2 de ABL.
Para maiores informações, contatar:
Nordic Council of Shopping Centers
Slöjdgatan
9 SE-111 57 Stolkholm, Sweden
TEL.: 46-8-611-11-42; FAX: 46-8-611-12-99;
E-mail: agneta.uhrstet@ncsc.se
SITE: www.ncsc.se

Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC)


Fundada em 1984, a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) tem 58
membros e representa um total de 61 shopping centers, com 1,3 milhão de m2 de ABL.
Atende ainda mais 5.000 pequenos e grandes varejistas, num total aproximado de 50.000
empregos diretos.
Para maiores informações, contatar:
Rua Mouzinho da Silveira 27-7.º C
1250-143 Lisboa, Portugal
TEL.: 351-21-319-31-88 ou 351-21-319-31-79; FAX: 351-21-354-34-01
E-mail: apcc@mail.telepac.pt
SITE: www.apcc.pt

South African Council of Shopping Centers (SACSC)


Para maiores informações, contatar:
South African Council of Shopping Centers
PO Box 783666; Standton 2146; South Africa
TEL.: 27-784-2837; FAX: 27-784-3810;
E-mail: georges@shopz-group.co.za

Associación Española de Centros Comerciales (AECC)


Para maiores informações, contatar:
Asociación Española de Centros Comerciales
Calle Rafael Calvo, 30 1º C
28010 Madrid, Spain
TEL.: 34-91-308-48-44; FAX: 34-91-310-55-35;
E-mail: asociacion@aedecc.com
SITE: www.aedecc.com
Classificações 143

Taiwan Shopping Center Development Council (SCDC)


O Shopping Center Development Council, Taiwan (SCDC), foi fundado em 1994.
Para maiores informações, contatar:
Shopping Center Development Council, Taiwan
4-7FL, No. 225, Tun-Hwa S. Road, Sec. 1
Taipei, Taiwan. 106, R.O.C.
TEL: 886-2-2771-9671; FAX: 886-2-8773-1934
E-mail: scdchsin@ms42.hinet.net
SITE: www.scdc.org.tw

Venezuelen Council of Shopping Centers (CAVECECO)


Para maiores informações, contatar:
Cámara Venezolana de Centros Comerciales, Comerciantes y Afines (Cavececo)
Torre Credicard, Planta Baja, ofc. Nº 5,
Av. Ppal. El Bosque, entre calles Santa Lucía y Santa Isabel
Chacaíto, Caracas – Venezuela; CP 1050
TEL.: 58-2-9529862; FAX: 58-2-9529862;
E-mail: cavececo@telcel.net.ve

Asociacion de Plazas Comerciales de Cancun


Para maiores informações, contatar:
http://www.cancunmalls.com/asociacion.htm

5.3.5 Lojas de alimentação no Brasil


Os supermercados, genericamente conhecidos como lojas de alimentação, apresentam uma
classificação bem diferente da dos shopping centers. No Brasil, a divisão em categorias é
fornecida pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) e é apresentada a seguir.
Observa-se que a classificação é feita principalmente pela diversidade de mercadorias ofe-
recidas à venda, que é um fator preponderante em relação ao tamanho da área de vendas,
embora a mesma também seja levada em consideração em alguns casos, como na categoria
conhecida tradicionalmente como supermercado.

Loja de conveniência
Pequena loja de alimentação, com área de fast-food, localizada convenientemente
em postos de gasolina ou áreas de grande concentração populacional. Possui uma linha
reduzida de produtos, cerca de 1.000 itens, representados sobretudo por bebidas, doces,
salgadinhos e snacks. Caracteriza-se pela ausência de produtos não alimentícios e carece de
qualquer tipo de serviço.
144 Os shopping centers e os supermercados

Loja de sortimento limitado


Opera com cerca de 700 itens, basicamente de mercearia, poucos produtos perecíveis
e praticamente sem nenhum serviço. Opera com até 4 caixas, em um ambiente despojado,
com um máximo de 400 m² de área de vendas.

Supermercado convencional
Apresenta de 700 a 2.500 m² de área de vendas. Opera, pelo menos, as cinco seções
tradicionais da loja: mercearia, carne, frutas e verduras, frios e laticínios e produtos não
alimentícios. Possui cerca de 9.000 itens ofertados.

Supermercado compacto
Loja de alimentação mais adaptada a mercados menores, com 300 a 700 m² de área
de vendas. Possui cerca de 4.000 itens de produtos.

Superloja
É a evolução qualitativa e quantitativa do supermercado, com cerca de 4.500 m² de
área de vendas e uma completa linha de produtos de alimentação. O número de itens ofer-
tados é cerca de 60% maior que o do supermercado convencional.

Hipermercado
Opera cinco departamentos: mercadoria, perecíveis, têxtil, bazar e eletrodomésticos.
A área destinada à alimentação, na maioria das lojas, nunca é inferior a 50% da área de
vendas. Opera com uma linha completa de alimentação e grande sortimento de produtos
não alimentícios, vendendo cerca de 35.000 itens. O tamanho da área de vendas vai nor-
malmente além de 5.000 m2.

Supercenter
Trata-se de uma loja de departamentos com descontos pelo auto-serviço, acrescida
de um supermercado. Este ocupa até 40% da área de vendas da loja, que tem enormes
dimensões, podendo chegar a 19.000 m². Opera com 50.000 itens.

Loja-depósito
Pouco comum no Brasil, possui cerca de 4.000 a 7.000 m² de área de vendas. Opera com
mais de 7.000 itens, entre as quais há boa participação dos perecíveis. Sua aparência de uma
loja bem despojada e de baixo investimento é uma estratégia de imagem de preços baixos.
Evolução histórica 145

TABELA 5.4 Dados do setor supermercadista brasileiro—totais do setor

1999
x
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2000
variação
em %
Número de lojas
41.839 43.763 47.787 51.502 55.313 61.259 10,7
(total auto-serviço)
Faturamento anual 12,5
40,6 46,8 50,4 55,5 60,1 67,6
(em R$ bilhões) nominal
Faturamento anual
–1,23
(em bilhões) 64 66,4 66,3 70,3 68,4 67,6
real
a preço de 2000
Participação do
6,6 6,2 6,0 6,1 6,0 6,2 _____
faturamento sobre PIB*

Empregos diretos 655.200 625.000 655.000 666.752 670.086 701.622 4,7

Área de vendas
n.d. n.d. 12 12,7 13,1 14,3 9,2
(em milhões de m2)

Número de check-out n.d. n.d. 123.170 125.867 135.914 143.705 5,7

n.d.: Não disponível. *A preços de 2000. Todos os valores foram trazidos para 31/12/2000

5.4 n Evolução histórica


O surgimento da construção de shopping centers iniciou nos Estados Unidos na década de
50 do século passado e consolidou-se e expandiu-se através do mundo. No Brasil, o primei-
ro shopping center surgiu em 1966, em São Paulo. Enquanto nos EUA, em 1999, existiam
cerca de 44.000 shopping centers, no Brasil e na Espanha, em 2000, haviam 160 e 398,
respectivamente.
Embora as realidades socioeconômicas bem distintas entre os países citados tenham
relação com o número dos shopping centers existentes, é interessante analisar e apresentar
a evolução do número de empreendimentos e da área bruta locável envolvida, em valores
acumulados. Isso pode ser observado na Tabela 5.5, para o período de 1996 a 2000.
146 Os shopping centers e os supermercados

TABELA 5.5 Evolução do número de shopping centers (S.C.) e da área bruta


locável total, de 1996 a 2000, para Brasil, EUA e Espanha

Período de tempo
País Variável
1996 1997 1998 1999 2000
Número de S.C. acumulado 136 n.d. n.d. 158 160
Brasil Área bruta locável acumulada
2,9 3,1 3,5 3,6 3,7
em milhões de m²
Número de S.C. acumulado 42.043 42.866 43.583 44.367 n.d.
EUA Área bruta locável acumulada
510 523 533 546 n.d.
em milhões de m²
Número de S.C. acumulado 333 n.d. n.d. n.d. 398
Espanha Área bruta locável acumulada
n.d. n.d. n.d. n.d. 6,6
em milhões de m²
n.d.: Não disponível.

A Tabela 5.6 mostra a evolução histórica do número de lojas do setor supermercadista


brasileiro e da área de vendas.

TABELA 5.6 Evolução do número de supermercados e da área de vendas, no


Brasil, de 1994 a 1999

Período de tempo
País Variável
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Número de lojas 37.543 41.839 43.763 47.847 51.502 55.313
Brasil Área de vendas
n.d. n.d. n.d. 12,0 12,7 13,1
em milhões de m²

Em relação aos shopping centers brasileiros filiados à Abrasce, cujo banco de dados
disponível é mais completo, desde a década de 60 pode-se observar a evolução, em núme-
ros acumulados, do crescimento do número desses empreendimentos e de sua área bruta
locável.
Evolução histórica 147

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FIGURA 5.3 Crescimento do número de shopping centers membros da Abrasce.

4
ABL acumulada (106 m2)

0
1960 1970 1980 1990 2000 2010
Anos

FIGURA 5.4 Crescimento da área bruta locável dos shopping centers membros da Abrasce.

A análise das Figuras 5.3 e 5.4 permite constatar o crescimento acentuado dos shop-
ping centers no país nos anos 90, também verificado em 2000 e 2001 (Tabela 5.7).
Para apresentar uma noção do perfil dos shopping centers filiados à Abrasce no ano
2000, pode-se informar que eles possuem um área bruta locável média de 23.135 m²,
tendo o maior 74.600 m² e o menor 1.415 m².
O número total de vagas de estacionamento oferecidas soma 265.419, o que indica
um índice médio de 7,15 vagas por 100 m² de ABL.
O número total de lojas âncoras é 405, e o número total de lojas satélites chega a
27.518. O cinema ou teatro não está presente em todos os shopping centers, mas repre-
senta um total de 620 salas de espetáculo.
Quanto à localização geográfica dos shoppings, na Região Sul existem 22, no Sudeste
102, no Centro-Oeste 12, no Nordeste 21 e no Norte 3.
148 Os shopping centers e os supermercados

TABELA 5.7 Número de shopping centers membros da Abrasce


por faixa de ABL (m2)

Tamanho do Shopping Center Junho


1997 1998 1999 2000
(m2 de ABL) 2001
< 20.000 84 85 90 85 92
20.000 a 30.000 29 30 32 34 35
30.000 a 50.000 20 22 22 24 25
> 50.000 12 16 16 17 16

5.5 n Considerações finais


Na análise das características dos shopping centers e supermercados optou-se pela inclusão
dos 3 países citados, em virtude de:
a) serem os EUA o país onde surgiram e onde mais se desenvolveram esses tipos de pólos
geradores de tráfego, e os estudos realizados nesse país serem considerados a base
teórica dos demais realizados em outros países;
b) ser o Brasil objeto dos estudos desenvolvidos pelos autores, que desejam conhecer a
realidade e as especificidades de nosso país;
c) ter sido a Espanha incorporada ao estudo como representante da comunidade
européia, de quem obteve-se um banco de dados que pôde ser utilizado na elabo-
ração dos modelos e serviu também de base comparativa para as demais realidades
citadas.
Foi de grande importância caracterizar o perfil de tais empreendimentos em outros
países, fato que permitiu identificar as suas especificidades e estabelecer campos potenciais
de pesquisa a serem desenvolvidas de forma articulada.
Destaca-se a complexidade envolvendo o planejamento e projeto desses PGTs, par-
ticularmente dos shopping centers, exigindo um treinamento continuado e contando in-
clusive com uma Universidade para tal fim (University of Shopping Centers, Philadelphia,
www.icsc.org/srch/education/university/uscindex.html).

Bibliografia
ABRAS — ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS. Anuário brasileiro de compras dos
supermercados. São Paulo, 1977.
ABRAS — ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS. Disponível na internet em:
<www.abrasnet.com.br>. Acesso em: 14/3/2001.
Bibliografia 149

ABRASCE — ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SHOPPING CENTERS. Disponível na internet em:


<www.abrasce.com.br>. Acesso em: 17/6/2001.
AECC — ASSOCIAÇÃO ESPANHOLA DE CENTROS COMERCIAIS. Disponível na internet em:
<www.aedecc.com>. Acesso em: 20/11/2001.
DEL RIO, V., FERREIRA, C.E., KÓS, J.; MIYAMOTO, J. Nascimento e apogeu do shopping center.
Módulo/Arquitetura e Arte. Rio de Janeiro: Avenir Editora, Edição 94, p. 34-49, 1. sem.,
1987.
GOLDNER, L. G. Uma metodologia de avaliação de impactos de shopping centers sobre o sistema
viário urbano. 1994. Tese (Doutorado) — Programa de Engenharia de Transportes, COPPE/
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
GRANDO, L. A interferência dos pólos geradores de tráfego no sistema viário: análise e contribui-
ção metodológica para shopping centers. 1986. Tese (Mestrado) — Programa de Engenharia
de Transportes, COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
ICSC — INTERNACIONAL COUNCIL OF SHOPPING CENTERS. Disponível na internet em:
<www.iscs.org>. Acesso em: 10/11/2001.
PEYREBRUNE, J. C. Trip generation characteristics of shopping centers. ITE Journal, Washing-
ton, vol. 66, n.6, jun. 1996.

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