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131
Capítulo
Os shopping centers
e os supermercados
Parte II
Capítulos 6, 7, 8, 9, 10 e 11
132 Os shopping centers e os supermercados
por uma ou várias entidades, com critério de unidade, cujo tamanho, mistura comercial,
serviços comuns e atividades complementares estão relacionados com seu entorno, e que
dispõe permanentemente de uma imagem e gestão unitária. É o lugar de encontro, em
cujo espaço aberto, o público busca satisfazer suas necessidades, tanto de consumo como
de lazer e relação social, em um cenário no qual consumidores e comerciantes interagem,
dentro de um esquema integrador de equilíbrios e qualidade. Del Rio et al. (1987) forne-
cem informações bastante úteis a uma melhor compreensão dos shopping centers e de sua
evolução no Brasil e exterior.
5.3 n Classificações
5.3.1 Shopping centers brasileiros
Para a Abrasce, os empreendimentos localizados no País e membros dessa entidade, que re-
presentam cerca de 70% do total existente, seguem a classificação apresentada a seguir.
Shopping regional
Esse tipo de shopping fornece mercadorias em geral — uma boa porcentagem de ves-
tuário — e serviços completos e variados. Suas atrações principais são âncoras tradicionais,
lojas de departamento com desconto ou hipermercados. Um shopping regional típico é
geralmente fechado, com as lojas voltadas para uma rua interna.
Shopping comunitário
O shopping comunitário geralmente oferece um sortimento amplo de vestuário e
outras mercadorias. Entre as âncoras mais comuns estão os supermercados e as lojas de
departamentos com descontos. Entre os lojistas do shopping comunitário, algumas vezes
encontram-se varejistas de off-price vendendo itens como roupas, objetos e móveis para
casa, brinquedos, artigos eletrônicos ou material esportivo.
Shopping de vizinhança
É projetado para fornecer conveniência na compra das necessidades do dia-a-dia dos
consumidores. Tem como âncora um supermercado. A âncora tem o apoio de lojas ofere-
cendo outros artigos de conveniência.
Shopping especializado
Voltado para um mix específico de lojas de um determinado grupo de atividades, tais
como moda, decoração, náutica, esportes ou automóveis.
Outlet center
Consiste, em sua maior parte, de lojas de fabricantes que vendem suas próprias marcas
com desconto, além de varejistas de off-price.
134 Os shopping centers e os supermercados
Festival center
Está quase sempre localizado em áreas turísticas e é basicamente voltado para ativida-
des de lazer, com restaurantes, fast-food, cinemas e outras diversões.
Apresentam-se na Tabela 5.1 a classificação e o número correspondente de shopping
centers filiados à Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), para o ano de
2001.
Shopping centers
Tipo Tamanho (m2)
Número Percentagem
Vizinhança < 10.000 26.001 63,1
Comunidade 10.000 a 40.000 13.319 32,3
Regional 40.000 a 80.000 1.234 3,0
Super-regional > 80.000 681 1,6
136 Os shopping centers e os supermercados
Mercado
Apresenta características e categorias que propiciam, quando reunidas, a condição de
centro comercial, cuja maioria das unidades é voltada à alimentação. Não há limite
máximo de superfície.
Estatísticas adicionais sobre esses tipos de shopping são apresentadas na Tabela 5.3 e
nas Figuras 5.1 e 5.2.
Classificações 137
Número Número
Tipo de centro % ABL (m2) % Locais % %
de centros de vagas
Regional, ABL superior a
32 7,9 1.976.385 28,6 4.801 20,7 97.890 21,8
40.000 m2 (RE)
Grande, ABL entre
15.001 m2 e 40.000 m2 79 19,6 1.953.976 28,3 6.537 28,2 127.118 28,4
(GR)
Pequeno, ABL entre
4.001 m2 e 15.000 m2 112 27,7 894.737 13,0 6.931 29,9 39.239 8,8
(PE)
Fundamentado em
107 26,5 1.235.038 17,9 2.264 9,7 132.452 29,6
hipermercado (HI)
Galeria comercial, ABL
49 12,1 114.699 1,7 1.763 7,6 2.926 0,7
inferior a 4.000 m2 (GC)
Parque de atividades
14 3,5 585.737 8,5 540 2,3 35.199 7,8
comerciais (PC)
Centro temático de
11 2,7 138.552 2,0 379 1,6 13.060 2,9
fabricantes e lazer (CT)
Totais 404 100,0 6.899.124 100,0 23.215 100,0 447.884 100,0
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FIGURA 5.1 Distribuição dos centros por tipo para os shopping centers espanhóis
(AECC, 2001).
138 Os shopping centers e os supermercados
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FIGURA 5.2 Distribuição da área bruta locável (ABL) por tipo para os shopping centers espanhóis
(AECC, 2001).
Loja de conveniência
Pequena loja de alimentação, com área de fast-food, localizada convenientemente
em postos de gasolina ou áreas de grande concentração populacional. Possui uma linha
reduzida de produtos, cerca de 1.000 itens, representados sobretudo por bebidas, doces,
salgadinhos e snacks. Caracteriza-se pela ausência de produtos não alimentícios e carece de
qualquer tipo de serviço.
144 Os shopping centers e os supermercados
Supermercado convencional
Apresenta de 700 a 2.500 m² de área de vendas. Opera, pelo menos, as cinco seções
tradicionais da loja: mercearia, carne, frutas e verduras, frios e laticínios e produtos não
alimentícios. Possui cerca de 9.000 itens ofertados.
Supermercado compacto
Loja de alimentação mais adaptada a mercados menores, com 300 a 700 m² de área
de vendas. Possui cerca de 4.000 itens de produtos.
Superloja
É a evolução qualitativa e quantitativa do supermercado, com cerca de 4.500 m² de
área de vendas e uma completa linha de produtos de alimentação. O número de itens ofer-
tados é cerca de 60% maior que o do supermercado convencional.
Hipermercado
Opera cinco departamentos: mercadoria, perecíveis, têxtil, bazar e eletrodomésticos.
A área destinada à alimentação, na maioria das lojas, nunca é inferior a 50% da área de
vendas. Opera com uma linha completa de alimentação e grande sortimento de produtos
não alimentícios, vendendo cerca de 35.000 itens. O tamanho da área de vendas vai nor-
malmente além de 5.000 m2.
Supercenter
Trata-se de uma loja de departamentos com descontos pelo auto-serviço, acrescida
de um supermercado. Este ocupa até 40% da área de vendas da loja, que tem enormes
dimensões, podendo chegar a 19.000 m². Opera com 50.000 itens.
Loja-depósito
Pouco comum no Brasil, possui cerca de 4.000 a 7.000 m² de área de vendas. Opera com
mais de 7.000 itens, entre as quais há boa participação dos perecíveis. Sua aparência de uma
loja bem despojada e de baixo investimento é uma estratégia de imagem de preços baixos.
Evolução histórica 145
1999
x
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2000
variação
em %
Número de lojas
41.839 43.763 47.787 51.502 55.313 61.259 10,7
(total auto-serviço)
Faturamento anual 12,5
40,6 46,8 50,4 55,5 60,1 67,6
(em R$ bilhões) nominal
Faturamento anual
–1,23
(em bilhões) 64 66,4 66,3 70,3 68,4 67,6
real
a preço de 2000
Participação do
6,6 6,2 6,0 6,1 6,0 6,2 _____
faturamento sobre PIB*
Área de vendas
n.d. n.d. 12 12,7 13,1 14,3 9,2
(em milhões de m2)
n.d.: Não disponível. *A preços de 2000. Todos os valores foram trazidos para 31/12/2000
Período de tempo
País Variável
1996 1997 1998 1999 2000
Número de S.C. acumulado 136 n.d. n.d. 158 160
Brasil Área bruta locável acumulada
2,9 3,1 3,5 3,6 3,7
em milhões de m²
Número de S.C. acumulado 42.043 42.866 43.583 44.367 n.d.
EUA Área bruta locável acumulada
510 523 533 546 n.d.
em milhões de m²
Número de S.C. acumulado 333 n.d. n.d. n.d. 398
Espanha Área bruta locável acumulada
n.d. n.d. n.d. n.d. 6,6
em milhões de m²
n.d.: Não disponível.
Período de tempo
País Variável
1994 1995 1996 1997 1998 1999
Número de lojas 37.543 41.839 43.763 47.847 51.502 55.313
Brasil Área de vendas
n.d. n.d. n.d. 12,0 12,7 13,1
em milhões de m²
Em relação aos shopping centers brasileiros filiados à Abrasce, cujo banco de dados
disponível é mais completo, desde a década de 60 pode-se observar a evolução, em núme-
ros acumulados, do crescimento do número desses empreendimentos e de sua área bruta
locável.
Evolução histórica 147
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4
ABL acumulada (106 m2)
0
1960 1970 1980 1990 2000 2010
Anos
FIGURA 5.4 Crescimento da área bruta locável dos shopping centers membros da Abrasce.
A análise das Figuras 5.3 e 5.4 permite constatar o crescimento acentuado dos shop-
ping centers no país nos anos 90, também verificado em 2000 e 2001 (Tabela 5.7).
Para apresentar uma noção do perfil dos shopping centers filiados à Abrasce no ano
2000, pode-se informar que eles possuem um área bruta locável média de 23.135 m²,
tendo o maior 74.600 m² e o menor 1.415 m².
O número total de vagas de estacionamento oferecidas soma 265.419, o que indica
um índice médio de 7,15 vagas por 100 m² de ABL.
O número total de lojas âncoras é 405, e o número total de lojas satélites chega a
27.518. O cinema ou teatro não está presente em todos os shopping centers, mas repre-
senta um total de 620 salas de espetáculo.
Quanto à localização geográfica dos shoppings, na Região Sul existem 22, no Sudeste
102, no Centro-Oeste 12, no Nordeste 21 e no Norte 3.
148 Os shopping centers e os supermercados
Bibliografia
ABRAS — ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS. Anuário brasileiro de compras dos
supermercados. São Paulo, 1977.
ABRAS — ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS. Disponível na internet em:
<www.abrasnet.com.br>. Acesso em: 14/3/2001.
Bibliografia 149