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Síntese textual

Mercado laboral feminino y capital social, necesidades de cuidados e inclusión


financeira

Mestrando: Luís Guilherme N. de Araujo


Disciplina: Relações de Trabalho na Contemporaneidade

O texto intitulado “Mercado laboral feminino y capital social, necesidades de


cuidados e inclusión financeira”, publicado por Patrícia López Rodríguez e Mónica E.
Orozco Corona, descreve os desafios hodiernos da participação das mulheres no
mercado de trabalho, por meio de uma visão generalizada dos reveses que dizem
respeito à inclusão feminina no mercado de trabalho. O artigo também maneja
dados acerca dessas problemática na realidade mexicana. São analisadas, desde
uma perspectiva de gênero, as limitações de participação feminina no mercado de
trabalho e as diferenças, entre homens e mulheres, de oportunidades de inserção
em um emprego formal. Pontua-se o fato de que as mulheres despendem horas de
cuidado e trabalho doméstico que, via de regra, não conformam as realidades
masculinas.
Outra questão teórica levantada no texto é o conceito de trabalho total, que
abrange o trabalho remunerado, no mercado de trabalho, e o trabalho não
remunerado, nos domicílios, que, por sua vez, se divide em trabalho doméstico e
trabalho de cuidado. Destarte, dada a sobrecarga feminina, envolvendo a disposição
de tempo para o trabalho remunerado e para os trabalhos não remunerados,
evidenciam-se desigualdades econômicas entre homens e mulheres. Apontam-se,
além disso, outros fatores que afetam a participação da mulher no mercado laboral,
a saber, a disposição de um arcabouço legislativo protetivo, de infraestrutura social e
de serviços que contribuam para a satisfação dessas necessidades de cuidados que
demandam a presença no ambiente doméstico e, consequentemente, afetam o
tempo feminino.
O excessivo ônus com trabalhos não remunerados é também tratado no
escrito como algo que lesa a liberdade feminina, haja vista que expõe uma
discriminação social que limita a concretização de direitos humanos especialmente
quanto às problemáticas de gênero. Assim, observa-se que o modelo neoclássico
utilizado para as análises da oferta de trabalho feminino é insuficiente, vez que não
considera essas questões pluridimensionais que afetam de forma direta a inclusão
da mulher no mercado de trabalho na contemporaneidade.
Ato contínuo, afirma-se que o panorama conceitual de investigação desde
uma perspectiva de gênero está fundamentado na ideia de que as decisões
femininas quanto ao emprego não são isoladas e independentes das dificuldades
quanto ao tempo livre e ao tempo dedicado às necessidades não remuneradas.
Nesse aspecto, as autoras aduzem que a oferta e a quantidade de horas de trabalho
remunerado são diretamente afetadas por esses componentes, bem como afirmam
que o capital social, as necessidades de cuidados e a inclusão financeira influenciam
nas eventuais escolhas quanto às oportunidades ofertadas, deflagrando um
processo multifatorial.
Depreende-se do texto, além do mais, a confirmação da hipótese de que
redes de apoio às mulheres são um mecanismo valoroso para a promoção do
emprego remunerado e formal, assim como se observa que, quando o há uma rede
municipal que possui instituições de cuidado infantil disponíveis, abre-se espaço
para o surgimento de mais possibilidades de emprego às mulheres que também são
mães. Nessa linha, entende-se que as necessidades de cuidados social e
historicamente atribuídas às mulheres, parte do seu papel de gênero, limitam
demasiadamente o tempo feminino em comparação com o masculino.
Denota-se, com a leitura do artigo, a premência das análises do mercado de
trabalho desde uma perspectiva de gênero que apreendam as limitações concretas
que o trabalho doméstico impôs e impõe às mulheres e que sejam capazes de
colaborar no evolver de políticas públicas que tenham como intento o enfrentamento
e a mitigação de problemas estruturais que afetam as realidades femininas. Nesse
contexto, vê-se como fundamental o papel das instituições de cuidado e a urgência
de reformulações nas políticas, afim de prover uma efetiva inclusão social e
econômica feminina, sobretudo das mulheres negras e de baixa renda, mais
afetadas pelas estruturas de desigualdade.

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