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1. O militar de atendimento, recebeu uma chamada telefónica a relatar que se estavam a realizar
“picanços” (street racing) entre automóveis na zona Industrial.
De imediato, a patrulha das ocorrências deslocou-se para o local, acionando o Destacamento de
Intervenção.
Chegados ao local, confirmaram a denúncia e verificaram que a estrada se encontrava bloqueada por
viaturas de presumíveis participantes, e que se encontravam dois carros a competir entre si, em sentido
oposto ao legalmente estabelecido e a alta velocidade.
Os militares procederam à detenção dos dois condutores que se encontravam a competir, Luis e Carlos, e
identificaram os proprietários das restantes viaturas que se encontravam a bloquear a estrada.
a) Face aos factos enunciados, Luis e Carlos, poderiam incorrer em responsabilidade criminal?
.
2 Com o intuito de reunir o máximo de indícios da prática do crime, a patrulha determinou que várias
pessoas se não afastassem do local até serem identificadas, com vista a ser feita uma triagem do seu
eventual interesse probatório e até responsabilidades criminais relativamente aos factos.
Comente a atitude dos militares da patrulha.
b) Suponha que a conduta de Pedro e de Luís enquadraria o crime de Resistência e Coação, previsto no
art.º 347.º CP. Partindo da análise ao Acórdão do Tribunal da Relação de Évora de 24-09-2013, Proc.
356/090GELLE.E1, faça o possível enquadramento legal relativamente às expressões ofensivas proferidas
por Pedro e Luís?
A desobediência as ordens da autoridade são puníveis desde que a autoridade faça a cominação prevista
no artigo 348 n.º1 do CP.
- A lei não exige forma especial para a cominação a que se refere a al. b) do n.º 1 do art. 348.º
do Código Penal, mas é indispensável que o seu conteúdo seja claro e inequívoco, sob pena de
se colidir com princípio da legalidade penal, consagrado, nomeadamente, no art. 1.º do CP e no
art. 29.º da CRP.
Artigo 348.º
Desobediência
O que deverá ser levado em conta para que haja crime de desobediência, perante
uma ordem legítima de identificação de um OPC, é que a cominação e a
comunicação regular da ordem deverão ser clara se inequívocas, de modo a fundar
no indivíduo a consciência da ilicitude; sem a qual não se reunirão os elementos
objectivos e subjectivos do art. 348.º do CP.
“Uma ordem legítima deverá ser clara, percetível, legal e dada no âmbito das
competências de uma autoridade ou funcionário”, Esta ordem terá de ser emanada
por uma autoridade ou funcionário no exercício das suas funções, imbuído de poder
público, e terá de ser reconhecido pelo visado como tal.
A cominação poderá vir expressa na disposição legal que se está a infringir ,art.
348.º n.º 1, al. a),ou poderá ser feita funcionalmente, ou ad hoc, pela autoridade ou
funcionário art. 348.º n.º 1, al. b), ambos do CP.
“ ARTIGO 171ºCPP
4 - Enquanto não estiver presente no local a autoridade judiciária ou o órgão de polícia criminal
competentes, cabe a qualquer agente da autoridade tomar provisoriamente as providências
referidas no n.º 2, se de outro modo houver perigo iminente para obtenção da prova.
2 - Logo que houver notícia da prática de crime, providencia-se para evitar, quando possível, que
os seus vestígios se apaguem ou alterem antes de serem examinados, proibindo-se, se necessário,
a entrada ou o trânsito de pessoas estranhas no local do crime ou quaisquer outros actos que
possam prejudicar a descoberta da verdade.
3. Suponha que Armindo, depois de advertido pela patrulha, insistiu
em não permanecer no local, referindo que não tinha qualquer
ligação com as corridas ou com os condutores, pois apenas estava
a assistir.
Poderia, eventualmente, Armindo incorrer em responsabilidade
criminal por não acatar a ordem dos militares?
Artigo 348.º CP
Desobediência
- A lei não exige forma especial para a cominação a que se refere a al. b) do n.º 1 do art. 348.º
do Código Penal, mas é indispensável que o seu conteúdo seja claro e inequívoco, sob pena de
se colidir com princípio da legalidade penal, consagrado, nomeadamente, no art. 1.º do CP e no
art. 29.º da CRP.
RESUMINDO:
Para uma determinada acção ou conduta ser tipificada como crime de
desobediência, terá de haver um desrespeito a uma ordem ou mandado legítimos,
que consubstancie um comando ordem, regularmente transmitido ao agente da
prática dos factos, emanado de uma autoridade ou funcionário imbuído de poderes
público e agindo dentro da sua esfera de competências.
Ganhará relevância penal, se procedida por uma cominação, ou advertência da
punição, efectuada por uma disposição legal, ou na sua ausência, por uma
autoridade ou funcionário competente para praticar o acto.
3. Suponha que Armindo, depois de advertido pela patrulha, insistiu em não
permanecer no local, referindo que não tinha qualquer ligação com as
corridas ou com os condutores, pois apenas estava a assistir.
Poderia, eventualmente, Armindo incorrer em responsabilidade criminal
por não acatar a ordem dos militares?
Artigo 348.º CP
Desobediência
- A lei não exige forma especial para a cominação a que se refere a al. b) do n.º 1 do art.
348.º do Código Penal, mas é indispensável que o seu conteúdo seja claro e inequívoco, sob
pena de se colidir com princípio da legalidade penal, consagrado, nomeadamente, no art. 1.º
do CP e no art. 29.º da CRP.