Você está na página 1de 3

INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS I

CASO CAMILA.
Tendo em vista que as dificuldades no diálogo e nas relações familiares
influenciam na conduta dos adolescentes, e que a família é o primeiro ambiente
que possibilita interação social bem como base para o desenvolvimento, ao
apresentar esse tipo de comportamento, faz-se necessário que qualquer
pessoa que faça parte do convívio de um(a) adolescente esteja atenta e
procure alguma forma de manter uma relação de escuta e compreensão,
desviando-se de qualquer tipo de julgamento ou juízo de valor, mas se
posicionando como apoio e suporte quando preciso e, sobretudo, buscar ajuda
profissional o quanto antes a fim de evitar o agravamento da situação.

- Possibilitar uma boa rede de apoio como também experiências e


oportunidades de lazer entre os pares podem trazer benefícios à saúde mental
da adolescente.

Esta etapa é marcada por um comportamento questionador, impulsivo e


inseguro, o que pode resultar em gatilhos para o desenvolvimento de
problemas, com comprometimento da saúde mental (Silva, et al., 2015).

A ideação suicida no adolescente torna-se patológica quando a intensidade e


recorrência desses pensamentos aumentam, fazendo com que o indivíduo veja
o suicídio como a única saída para suas perturbações. As tentativas de suicídio
são consideradas agravos de notificação compulsória, são atos intencionais de
autoagressão que não resultam em morte, sendo um preditor para o suicídio
(Abreu & Souza, 2017; Sadock & Sadock, 2017).

- Acompanhamento psicológico mais frequente por apresentar fortes


pensamentos e ideação suicida constante/considerar a resistência ao
processo.

- O tratamento e manejo da crise são fundamentais para a superação do


problema.

Os pais não comparecem aos encontros da escola quando são convocados; ao


se casar novamente, a mãe de Camila não a levou parar morar com ela
deixando-a sob os cuidados de seus avós; a cobrança de Camila pela
participação do pai em sua vida; a pressão da família para Camila fazer parte
da igreja à contragosto... A forma como o adolescente percebe esses
acontecimentos influencia diretamente em sua resposta, podendo este manter
seu equilíbrio emocional por meio da adaptação a possíveis mudanças
impostas, ou então tais eventos podem ter um impacto desestruturante,
causando um desiquilíbrio psicológico em resposta a um aumento de stress,
propiciando assim o desenvolvimento de algumas patologias, como a
depressão (Sobrinho & Campos, 2016).

É bem sabido que a escola tem um papel fundamental na trajetória de vida dos
adolescentes, ao mesmo tempo que esses jovens também estão inseridos em
outros contextos fundamentais para o desenvolvimento como, por exemplo, a
família e o grupo de pares que podem, sem dúvida, influenciar a maneira como
esses lidam com o contexto escolar. Fatores que podem estar intimamente
relacionados aos problemas no rendimento escolar que Camila apresenta.
Fazendo-se necessária, a partir do discurso da adolescente, a identificação e
compreensão das questões que lhe movem e influenciam tal situação.

Algumas vicissitudes devem ser consideradas ao analisar o fenômeno do


abandono na adolescência, visto que um dos marcos dessa fase pode
funcionar como barreira para o tratamento em saúde mental. A constante
busca pela autonomia como tarefa central da adolescência, associada com os
rompimentos e ressignificações subjacentes a fase, podem tornar os jovens
resistentes à autoridade de seus pais e outros adultos. Nesse contexto, a
formação de um relacionamento de confiança com o terapeuta pode ser
abalado e, dessa forma, perturbações clínicas podem ressonar no setting em
forma de abandono terapêutico (Reinecke & Shirk, 2007).
REFERÊNCIAS

Abreu, T. O., & Souza, M. B. (2017). A influência da internet nos adolescentes


com ações suicidas. Revista Sociais & Humanas. 30 (1), 158-173.
10.5902/2317175825868.
Reinecke, M. A., & Shirk, S. R. (2007). Psicoterapia com adolescentes. In G. O.
Sadock, B. J., & Sadock, V. A. (2017). Compêndio de psiquiatria: ciências do
comportamento e psiquiatria clínica. (9a ed.), Artes Médicas.
Silva, L. L. T. et al. (2015). O suicídio na adolescência nas publicações da
enfermagem brasileira: revisão integrativa da literatura. R. Enferm. Cent. O.
Min. 5 (3). https://doi.org/10.19175/recom.v5i3.767.
Sobrinho, A. T., & Campos, R. C. (2016). Percepção de acontecimentos de vida
negativos, depressão e risco de suicídio em jovens adultos. Aná. Psicológica.
34(1), 47-59. http://dx.doi.org/10.14417/ap.1061.

Você também pode gostar