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Mestrado em Gestão de Recursos Humanos

Unidade Curricular: Seminários Temáticos em Gestão em Recursos Humanos


Docente: Ana Junça Silva
Mestranda: Bruna Marques Nº24302

1. Título

Seminário “Internacionalização e Competências em PME’S”

2. Divulgação do Seminário

O Seminário foi divulgado através da plataforma MicrosoftTeam, na equipa da Unidade


Curricular em questão.

3. Objetivos do Seminário

Este seminário insere-se no projeto “Be Competent in Entrepreneurship”: Knowledge Alliances


for Developing Entrepreneurship Competencies for Benefit of Higher Education and Business”
de que fazem parte professores/ investigadores das Universidades de Tallinn, Tampere,
Sannio, Lodz e ISCTE.

O trabalho desenvolvido até ao momento pela equipa projeto permitiu a realização do


seminário, ministrado Professor Doutor Henrique Duarte do ISCTE aos alunos do Mestrado em
Gestão de Recursos Humanos da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Tomar,
a convite da Professora Doutora Ana Junça Silva, durante a Unidade Curricular de Seminários
Temáticos em Gestão de Recursos Humanos.

No decorrer deste evento foram partilhados alguns conceitos e teorias sobre a


internacionalização dos negócios, para que posteriormente fossem entendidos da melhor
forma os desafios da internacionalização para as organizações num mundo pós-pandémico, as
competências cruciais para a internacionalização, bem como uma discussão sobre
possibilidades de intervenção.

4. Síntese das Informações Apresentadas


I. Conceitos e Teorias sobre a Internacionalização dos Negócios
A Teoria Eclética da Internacionalização considera que as dimensões de “Propriedade”,
“Localização” e de “Internacionalização” são os principais fatores determinantes da existência
de empresas multinacionais, ou sejam, representam as vantagens competitivas que as
empresas de um país possuem em detrimento de outras de nacionalidade diferente, em
fornecerem o mesmo mercado ou um grupo de mercados.

 I – Vantagens de Internacionalização: redução do custo de transação; controlo sobre


as operações; evita tarifas e outras barreiras;
 O – Vantagens de Propriedade: ativos tangíveis; patentes e projetos; eficiências
organizacionais;
 L – Vantagens de Localização: mão de obra de baixo custo; matéria-prima de baixo
custo; incentivos do governo.

Existem diversas formas de Internacionalização:

 Expansão de Produtos: exportação (direta ou indireta);


 Expansão não financeira: licença; franchising; cooperação internacional;
 Expansão financeira: join ventures; investimentos estrangeiros diretos;

Motivos para a internacionalização:

 Procura de Recursos (recursos naturais; mão de obra barata)


 Pesquisa de Mercado (tamanho de mercado)
 Procura de Eficiência
 Procura de ativos estratégicos (know-how; competências; patentes)

Modelo de Redes de Internacionalização: As relações das organizações e das pessoas podem


criar elos para outras redes e mercados estrangeiros. O desenvolvimento de redes de longo-
prazo com entidades do ambiente estrangeiro gera confiança, conhecimento e envolvimento
mútuo.

As redes de negócios podem surgir de redes sociais entre indivíduos, relações formais entre
organizações, relações inter-organizacionais “informais” que fluem através das pessoas e
afiliações e associações partilhadas que gerem conexões.

Motivos para a Internacionalização das PME’S:

 A internacionalização ativa está fortemente relacionada com um maior crescimento do


volume de negócios;
 As PME’S internacionalmente ativas relatam um crescimento de emprego mais alto;
 A relação entre a internacionalização e inovação é forte;

O que facilita a internacionalização: globalização; desenvolvimento do capital humano;


desenvolvimento tecnológico; desenvolvimento de infraestruturas; redes internacionais.

A rede europeia de empresas é a maior rede de apoio para as PME’S com ambições
internacionais, ajudo-as a inovar e crescer à escala global. Atualmente tem um papel crucial
na facilitação do acesso das PME’S ao mercado único e aos mercados de países terceiros. É útil
na prestação de serviços integrados de apoio às empresas e inovação.

Modelos de entrada no mercado estrangeiro (EPRG framework):

 Etnocêntrico – orientação do país de origem;


 Policentrismo – orientação do país de acolhimento;
 Regiocentrismo – uma orientação regional;
 Geocentrismo – uma orientação mundial.

Organização “born global”: empreendedorismo comercial que, desde o início, procura obter
vantagem competitiva a partir do uso de recursos e da venda de produtos internacionalmente.

 Elevada atividade nos mercados internacionais;


 Recursos financeiros e tangíveis limitados;
 Ênfase na estratégia de diferenciação e na qualidade superior do produto;
 Utilização de tecnologia avançada de informação a baixo custo;
 Uso de intermediários externos e independentes para distribuição em mercados
estrangeiros.

II. Os desafios da internacionalização para as organizações num mundo pós-pandémico

Mudanças sobretudo devido ao contexto geopolítico, no tipo de procura e no progresso


tecnológico:

 Revolução das tecnologias de informação com maior digitalização e automação do


negócio;
 Maior faturação das tecnologias digitais como produtos/serviços;
 Problemas no mercado de trabalho – falta de trabalhadores para posições menos
qualificadas e falta de especialistas;
 Mudança nas competências requeridas aos trabalhadores (capacidade de adaptação);
 Maior internacionalização e competição global;
 Maiores custos das matérias-primas;

Mudanças nas competências:

 Hard Skills: Competências de tecnologias, analíticas, literacia financeira, estatística;


 Soft skills: criatividade, trabalho em equipa, comunicação, resiliência/trabalhar sob
pressão;
 Atitudes: envolvimento, abertura aos desafios, responsabilidade, autonomia, e
iniciativa pessoal.

Mudança Geracional:

 Pontos Fortes das Novas gerações:


- Competências linguísticas (inglês)
- TI e competências digitais;
- Trabalho remoto;
- Maior abertura aos desafios;
- Autoconfiança;
- Criatividade;
- Trabalho em equipa;
- Ideias e perspetivas inovadoras.
 Pontos fracos das Novas gerações:
- Menores competências interpessoais;
- Baixo conhecimento económico e financeiro;
- Falta de competências analíticas;
- Baixo conhecimento/ cultura geral;
- Impaciência e falta de foco;
- Resiliência face às mudanças;
- Descomprometimento e atitudes mais “relaxadas” face ao trabalho;
- Baixa motivação para a aprendizagem.

Novas competências: inteligência social; pensamento adaptativo; competência intercultural;


pensamento computacional; literacia dos media; transdisciplinaridade; gestão da saturação
cognitiva; cooperação virtual.

III. Propostas de Intervenção


As novas exigências do mercado de trabalho e as características das novas gerações levam a
mudanças dos ambientes de aprendizagem nas próprias empresas:

 Criação de projetos que permitam o exercício das capacidades de gestão e autogestão;


 Rotação de funções e possibilidade de desenvolver conhecimento em áreas diversas;
 Adoção de formas contratuais mais adaptadas aos novos tipos e motivações.

IV. Conclusões/Reflexão
 Dificuldade em atrair e reter talentos, em aumentar o compromisso e adaptação em
períodos meios turbulentos.
 Desvantagem competitiva em termos de recursos financeiros e por consequência nas
Recompensas Tangíveis, pelo que poderá haver uma maior aposta nas Recompensas
Intangíveis e atrair perfis menos motivados pela progressão de carreira.
 Importante criar linhas de orientação / políticas de RH que acompanhem o
crescimento da organização, o desenvolvimento dos trabalhadores e que permitam
clarificar as expectativas iniciais.
 Ultrapassar as próprias crises de desenvolvimento da PME.

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