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ESTRATÉGIA DE RUPTURA E
TRANSIÇÃO SOCIOTÉCNICA
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Barney e Hesterly (2011, p. 9) consideram que uma organização tem
vantagem competitiva “quando é capaz de gerar maior valor econômico do que
seus concorrentes”. Trata-se, basicamente, da diferença entre o que os clientes
percebem sobre os benefícios que são entregues pelos produtos e serviços
adquiridos e o quanto custa, para a organização, sua obtenção e comercialização.
Ou seja, a competitividade está relacionada ao valor econômico gerado.
A respeito dos indicadores para avaliação da competitividade, Machado-
da-Silva e Barbosa (2002, p. 26) entendem que eles não podem ficar restritos à
dimensão de eficiência operacional (excelência empresarial em termos
econômicos ou financeiros). De acordo com os autores, a conduta da organização
também afeta sua competitividade. Com vistas a ampliar o conceito de
competitividade, Machado-da-Silva e Barbosa (2002, p. 26) propõem um conjunto
de indicadores:
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modernas de gerenciamento; reforça a sua vantagem competitiva,
mediante apoio institucional (incentivos governamentais, capacitação
tecnológica em centros de pesquisa e desenvolvimento, entre outros)
que proporcione a infraestrutura básica para possibilitar a realização de
sua vontade de inserção internacional.
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competitivas. Ainda de acordo com a pesquisa da Fiep (2013), investir em
inovação é a principal estratégia utilizada pelas empresas pesquisadas para
enfrentar os concorrentes internacionais.
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Quadro 1 – Componentes de uma empresa inovadora
Componente Características
Visão compartilhada, Senso de propósito claramente articulados e compartilhados
liderança e vontade de Amplo comprometimento da alta gestão com a visão estratégica
inovar
Estrutura apropriada Desenho organizacional que possibilita criatividade,
aprendizagem a interação.
Indivíduos chave Promotores, vencedores, “guardiões” a outros papéis que
energizam ou facilitam a inovação
Trabalho em equipe Uso apropriado das equipes para resolver problemas. Requer
efetivo investimento em seleção e construção de times.
Alto envolvimento em Participação em grandes atividades de melhoria contínua
inovação
Clima de criatividade Abordagem positiva para criar ideias, suportada por sistemas de
motivação relevantes, como premiação
Foco externo Orientação interna e externa para o consumidor. Networking
amplo.
Fonte: Tidd; Bessant; Pavitt, 2018, p. 166.
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Figura 3 – Dimensões da inovação
Saiba mais
KUMAR, N. India’s invisible innovation. Ted Talks, abr. 2012 Disponível em:
<https://www.ted.com/talks/nirmalya_kumar_india_s_invisible_innovation>.
Acesso em: 18 fev. 2021.
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TEMA 3 – GESTÃO DA INOVAÇÃO
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Figura 6 – Dimensões da inovação
CAPTAÇÃO DE RECURSOS • uso de leis e incentivos ou obtenção de recursos financeiros, voltados para atividades de inovação.
• formação de parcerias e/ou estreitamento de relações entre empresa e atores externos para
INTERAÇÃO EXTERNA realização de inovações, com menores custos e maiores chances de sucesso.
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Figura 7 – Práticas de apoio à gestão da inovação
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TEMA 4 – ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO
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apresentando também caminhos internos e externos para o mercado, e
avançando no desenvolvimento de novas tecnologias em produtos e
processos. (Henriques, 2018, p. 62).
Considerando que “mais de 40% das ideias que chegam nas empresas
mais inovadoras do mundo vêm de fora do portão”, a Endeavor (Conheça o...,
2015), apresenta seis dicas para gerar mais resultados com modelos de inovação
aberta:
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3. Defina um incentivo aos participantes: haverá remuneração, prêmios ou
reconhecimento de autoria? Nem sempre as pessoas participam para obter
ganhos financeiros.
4. Convença internamente: primeiramente, a equipe interna precisa estar
convencida dos benefícios e dos desafios da inovação aberta. Consiga o
engajamento dos principais influenciadores internos.
5. Organize-se: quem será o responsável? Qual o cronograma? Parceiros?
6. Feedback sempre: abra canais de comunicação com os participantes, para
que possam apresentar suas percepções sobre todo o processo. Se a
inovação é aberta, o feedback também precisa ser.
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A criação de oceanos azuis, que ocorre quando uma organização explora
novos espaços de mercado, consiste em
A inovação estaria tanto nas ações que visam reduzir custos a partir de
elementos que não geram valor, e que podem ser reduzidos ou eliminados, quanto
pelas ações de criação ou elevação de fatores que geram mais valor aos
consumidores, distanciando a organização de seus concorrentes.
Inovação de valor não é apenas um termo para causar impacto. Ambas as
palavras têm sentido forte. Kim e Mauborgne (2005, p. 12, grifos do original)
consideram que “valor sem inovação tende a concentrar-se na criação de valor
em escala incremental”. Aumenta o valor, mas não diferencia a organização em
seu setor de atuação. Por sua vez, inovação sem valor tende a ser movida a
tecnologia, promovendo pioneirismos ou futurismos que talvez se situem além do
que os compradores estejam dispostos a aceitar e a comprar”. Ou seja, “a
inovação de valor ocorre apenas quando as empresas alinham inovação com
utilidade, com preço e com ganhos de custo (Kim; Mauborgne, 2005, p. 13, grifos
do original).
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• Tolerância à divergência e à insubordinação: o concesso nem sempre
contribui para fazer a coisa certa. Uma organização precisa de posições
dissidentes para poder inovar.
• Tolerância a erros: para que uma inovação possa gerar valor, a
organização certamente passará por muitas coisas que não deram certo
antes. Aprender com erros e avançar é um elemento primordial para
fortalecer a cultura de inovação.
• Equipes heterogêneas: os membros das equipes precisam ter perfis
comportamentais diferentes, que podem se complementar. Também é
importante que ocorra multiplicidade de background no time – pessoas com
formações diferentes, que tiveram experiências em mercados diferentes e
posições diferentes, de culturas diferentes e assim por diante.
• Educação continuada: para inovar, as pessoas precisam ter conhecimento
e estar por dentro do que há de mais novo em tecnologias e tendências em
seu segmento.
• Liderança transformadora e comunicação fluída: o papel da liderança é
estimular a criatividade e a busca pela inovação, porém de forma orgânica
(não centralizada e com comunicação fluída, e não necessariamente
seguindo a hierarquia).
• Ambiente físico: o ambiente precisa inspirar as pessoas, tanto para facilitar
a comunicação e a organização dos grupos de trabalho, quanto para trazer
estímulos à criatividade e ao pensamento abstrato. A mudança frequente
de ambiente também contribui. “Não há fatos dentro de seu prédio. Você
tem que sair e conversar com os clientes para testar suas hipóteses”.
(Blank, 2013).
• Reconhecimento: um dos grandes motores da motivação para inovar é a
possibilidade de obter reconhecimento.
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Por fim, a Endeavor (2016, p. 19), ao escrever sobre gestão da inovação,
aponta que, ao desenvolver a cultura da inovação, “uma andorinha só não faz
verão”. Ou seja, para disseminar um compromisso duradouro com a inovação, a
organização precisa contar com muitas pessoas “dispostas a saírem de suas
zonas de conforto”. Essas pessoas agregam as seguintes qualidades à cultura
corporativa:
Saiba mais
THESE ARE the world's most innovative economies. WIPO, 2 set. 2020.
Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=g0xt4IeRxSc&feature=emb_imp_woyt>.
Acesso em: 18 fev. 2021.
JEFF BEZOS e a nova inovação da web. Ted, 16 maio 2007. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=vMKNUylmanQ>. Acesso em: 18 fev. 2021.
THE FUTURE we're building -- and boring. Ted, 3 maio 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=zIwLWfaAg-8>. Acesso em: 18 fev. 2021.
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ORGANIZATIONAL AGILITY, the new competitive divide. Dale Carnegie, 10 jun.
2019. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Xts99Q18DVk>.
Acesso em: 18 fev. 2021.
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REFERÊNCIAS
BLANK, S. Why the lean start-up changes everything. Harvard Business Review,
mai. 2013. Disponível em <https://hbr.org/2013/05/why-the-lean-start-up-
changes-everything>. Acesso em: 18 fev. 2021.
GESTÃO da inovação: como não fazer mais do mesmo. Endeavor Brasil, 2016.
Disponível em: <https://endeavor.org.br/inovacao/gestao-da-inovacao-como-nao-
fazer-mais-do-mesmo/>. Acesso em: 18 fev. 2021.
CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Fórum de Inovação FGV
EAESP. 2017. Disponível em: <http://www.ciesp.com.br/gestao-da-
inovacao/forum-de-inovacao-fgv-eaesp/>. Acesso em: 18 fev. 2021.
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is-crucial-to-your-organizations-long-term-success/?sh=5c0a6e9a3098>. Acesso
em: 18 fev. 2021.
LIEDTKA, J.; OGILVIE, T. Designing for growth: a design thinking tool kit for
managers. New York: Columbia Business School Publishing, 2011.