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EMPREENDEDORISMO

1) Tipos de empreendedorismo: conceitos essenciais


c) Intra-empreendedorismo
- É o termo usado para descrever o comportamento empreendedor no interior
das empresas
existentes de pequena, média ou grande dimensão.
- A inovação organizacional- é um conceito amplo que inclui a criação, o
desenvolvimento e
a implementação de ideias ou de comportamentos novos. Uma inovação pode
ser um
produto ou um serviço, um plano de marketing novo ou um programa novo dos
membros
organizacionais.
- O intra-emprrendedorismo centra-se em reforçar as capacidades da empresa
para
desenvolver competências inovadoras. Por isso, a empresa deverá concentrar-
se em encontrar
competências essenciais diferentes da concorrência.
- O intra-empreendedorismo pode ter atividades formais ou informais baseadas
na inovação
do processo e do produto, que têm como objetivo a melhoria do
posicionamento da
empresa no mercado e a sua performance financeira.
- O posicionamento competitivo é definido em função do alvo de mercado a
servir e da
estratégia genérica (custo inferior ou diferenciação) usada mediante a
execução de
atividades da cadeia de valor a fim de oferecer ao consumidor um acréscimo
de valor
único no mercado.
- O intra-empreendedorismo pode ser um processo pelo qual um grupo de
indivíduos pode
incentivar a renovação dentro da empresa existente.
- Componentes importantes do conceito de intra-empreendedorismo:
1- Renovação estratégica: revitalização organizacional envolvendo mudanças
estruturais e/ou
estratégicas.
2- Inovação: introdução de algo novo (produto ou serviço) no mercado;
3- Criação de negócios na empresa- realização de esforços empreendedores
que conduzem ao
surgimento de negócios novos dentro ou a partir da empresa.

O intra-empreendedorismo como um imperativo competitivo das


organizações.
- As empresas operam de modo reativo perante as mudanças ocorridas no
ambiente externo,
mas sem atender à necessidade de promoverem no seu ambiente interno um “
espírito
empreendedor” entre os seus colaboradores.
- É fundamental estimular uma “atmosfera empreendedora” na empresa a fim
de evitar cair
numa situação competitiva de rendimentos decrescentes inerentes à
continuidade da
prática de “estratégias tradicionais”- que incorporam uma fraca componente de
inovação.
- Não é um processo simples transformar uma empresa hierárquica tradicional
numa
realidade nova em que o empreendedorismo torna-se na orientação operativa
primordial da
organização.
- As organizações devem conceder a liberdade e fornecer os recursos que os
intra-
empreendedores requerem para desenvolver as suas ideias. Isto significa que
as
organizações têm de se tornar mais flexíveis e tolerantes ao insucesso. É
necessário que a
falha seja vista como um processo de aprendizagem.
- Os intra-empreendedores devem ser encorajados, apoiados e protegidos.
Finalmente, as
empresas devem criar ambientes nos quais exista um sentimento constante de
mudança e
de inovação.
c) Empreendedorismo social
- O empreendedorismo social combina a dedicação a uma missão social com o
interesse
pelos negócios e pela inovação associada à alta tecnologia. Isso não impede
de, muitas
vezes, as instituições do setor social “serem vistas como ineficientes”.
- Os empreendedores sociais são fulcrais para desenvolver novos modelos de
organização e
para encontrar respostas aos problemas da sociedade.
- O empreendedorismo social pode:
Estar associado a organizações não lucrativas que começaram com fins
lucrativos;
Descrever uma organização que inicia a sua atividade sem fins lucrativos;
Referir a empresários que integram a responsabilidade social nas suas
atividades.
- Os empreendedores sociais desempenham um papel de “agentes de
mudança” no sector
social, mediante:
Adoção de uma missão para criar valor social.
Procura e reconhecimento de novas oportunidades de servir essa missão.
Envolvimento num processo de adaptação, aprendizagem e inovação
contínuas.
Ação arrojada independente dos recursos disponíveis.
Manifestação de elevado sentido de responsabilidade para com a população
servida e pelos
resultados obtidos.
Fatores facilitadores do empreendedorismo nas organizações
- O “gestor empreendedor“ foca-se na captação de oportunidades, demonstra
uma
insatisfação forte com a situação existente, tem um sentido de otimismo, coloca
ênfase em
como as coisas podem ser no futuro e adota a mudança.
- O gestor deve impulsionar o intra-empreendedorismo apoiando iniciativas que
podem
permitir à obtenção de vantagens competitivas (liderança em custos,
diferenciação ou através
no modelo RBV- resource-based view ).
Estratégias de criatividade e inovação organizacional
- A cultura pode conter uma perspetiva de inovação contínua, que vai desde a
inovação
incremental (fazer melhor) até à inovação radical (fazer diferente). Portanto,
deve ter em
consideração os seguintes factores:
- Tipo I- Aplicação incremental de inovação: tende a manter ou a melhorar em
pequenos
passos incrementais os produtos ou os serviços existentes, configurando uma
atitude de
“fazer melhor” a qual é típica de uma empresa que está na fase de “maturidade
do seu
ciclo de vida”.
- Tipo II- Aplicação radical de inovação: visa explorar e alargar as “fronteiras”
estratégicas,
configurando uma atitude de “fazer diferente”, que é típica de uma “empresa
empreendedora”
Fomento da cultura organizacional empreendedora
- A cultura de fomento do intra-empreendedorismo tem como base os seguintes
fatores
essenciais:
1- Estrutura de poder organizacional
Provém do estilo de liderança verificado no exercício da gestão diária que pode
ser
democrática ou próxima ou autoritária ou distante.
Nas culturas em que existe uma maior proximidade de poder a conceção e a
tomada de
decisões emergem da realidade a que se destinam. A ênfase de funcionamento
é colocada nos
valores da igualdade, ou seja, pratica-se uma liderança democrática baseada
numa estratégia
colaborativa e em esforço de consenso.
Fomento da cultura organizacional empreendedora
- Em contraste, nas culturas com uma maior distância de poder as soluções
operativas são
impostas sem se verificar uma proximidade física entre os meios da sua
conceção e
aplicação. A cultura de fomento do intra-empreendedorismo cria-se através de
políticas e
de práticas que maximizam a possibilidade dos colaboradores:
Contactarem entre si.
Comunicarem abertamente (sem rivalidade entre departamentos).
Partilharem ideias e informação.
Aprenderem uns com os outros.
Estabelecerem mecanismos de apoio e de confiança mútuos.
2- Incerteza controlada
A inovação tem uma incerteza implícita. A forma como a incerteza é tratada ( a
sua rejeição
ou aceitação) tem implicações na natureza das inovações realizadas- alto risco
versus baixo
risco, radical versus incremental.
A incerteza pode perturbar as pessoas colocando ambiguidade e dúvidas no
futuro. Assim
sendo, os indivíduos que rejeitem a incerteza, em principio, têm ansiedade de
segurança e
preferem atividades planeadas para, em consequência, reduzirem o risco
pessoal.
Na cultura imbuída de incerteza os colaboradores são mais flexíveis, as regras
são
dispensáveis e a tomada de decisão é pragmática e situacional.
3- Orientação de longo prazo
- As culturas orientadas para o longo prazo têm subjacente uma mentalidade
de futuro,
aberta ao novo e persistente no trabalho. Em contraste, as culturas focadas no
curto prazo
pautam-se por ambientes mais estáveis aliados à tradição e à vivência do
presente.
- A cultura de fomento do intra-empreendedorismo valoriza os horizontes
temporais mais
longos, sobretudo, no caso de inovações que levam mais tempo a desenvolver-
se no
mercado e a produzir lucros.

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