Direito a Nacionalidade
pode ser a serviço de uma empresa
Fundamentos constitucionais
- Conceito
- Espécies
- Brasileiros natos, brasileiros
naturalizados e portugueses
equiparados - Perda e reaquisição da
nacionalidade brasileira - Idiomas e
símbolos oficiai
- Qualidade de pertencer ao povo de um
determinado Estado
- É o vínculo jurídico-político de Direito
Público interno entre uma PF e um
Estado - Conflitos de nacionalidade:
Conflito positivo: mais de um país
reconhece alguém como nacional
Conflito negativo: a pessoa tem ligação
com mais de um Estado, mas nenhum
deles a considera nacional (apátrida ou
heimatlos)
Originária (primária)
• Aquela que se possui “desde o
nascimento” (critério sanguíneo, de
território ou ambos)
• Decorre de uma imposição estatutal
(atribuição unilateral)
- Regra: Brasileiros natos
Exceção: filho de Brasileiros, nascido
no exterior, que opte pela nacionalidade
brasileira, após a maioridade (art. 12, I, c,
segunda parte)
Espécies de Nacionalidade:
Derivada (adquirida ou secundária)
• Decorre do pedido de naturalização
• Atribuição bilateral: pedido do sujeito e
aceitação do Estado
• Regra: brasileiros naturalizados
Brasileiros Natos:
Critério do jus solis (art. 12, I, a) o
Nascidos no Brasil, brasileiros serão,
mesmo que de pais estrangeiros •
Exceções:
Pai e Mãe forem estrangeiros
Estiverem a serviço do seu país (não
privada estrangeira)
o Critério do jus sanguinis o Filhos de
brasileiros (pai OU mãe) a serviço do
Brasil (art. 12, I, b) o Filhos de brasileiros
(pai OU mãe) que não esteja a serviço do
Brasil (art. 12, I, c):
• registro em repartição brasileira
(Consulado ou Embaixada); ou
- Residência no Brasil + maioridade +
opção pela nacionalidade (ação de opção
de nacionalidade – Lei 13.445/2017;
competência da justiça federal – art. 109,
X, CF)
Brasileiros Naturalizados:
Naturalizados na forma da lei (art. 12, II,
a, primeira parte, CF; Lei de Migração –
Lei
13.445/2017)
• Capacidade civil (lei brasileira)
• Residência no Brasil (mínimo 4 anos)
• Falar a língua portuguesa
• Não possuir condenação penal (ou
estiver reabilitado) • Obs: A concessão
da naturalização é um
ato discricionário
Originários de países lusófonos (art. 12,
II, a, segunda parte, CF)
• Residência no Brasil (mínimo 1 ano)
• Idoneidade moral (provada por
testemunhas e documentos)
• Observações:
Originários de todos os países que
falam a língua portuguesa, não apenas
Portugal
A concessão da naturalização é um ato
discricionário
Estrangeiros de qualquer nacionalidade
que residem no Brasil há muito tempo
(art. 12, II, b, CF)
• Residência no Brasil (mínimo 15 anos) •
Não possuir condenação criminal
• Observações:
• única cuja concessão da naturalização
é um ato vinculado (naturalização
extraordinária)
- decisão administrativa meramente
declaratória (efeitos retroagem à data do
pedido)
Estrangeiros de qualquer nacionalidade
que residem no Brasil há muito tempo
(art. 12, II, b, CF)
• Portugueses equiparados (art. 12, § 1º)
Quase nacionalidade
Situação jurídica precária: pode ser
extinta a qualquer momento
Não tem a classificação de brasileiro
naturalização (embora seja tratado como
se fosse, enquanto houver a VicePresidente
reciprocidade) É possível se
naturalizar brasileiro
(tornará a relação jurídica estável)
Extradição (art. 5º, LI e LII)
• NATO: não pode ser extraditado (não
há exceção)
• NATURALIZADO: não pode ser
extraditado, exceto:
Crime comum: ANTES da
naturalização
Crime de tráfico: ANTES/DEPOIS da
naturalização o ESTRANGEIRO: pode
ser extraditado, exceto:
Crime político
Crime de opinião
Extradição (art. 5º, LI e LII) •
Jurisprudência do STF o fato do nato
possuir dupla nacionalidade não autoriza
a extradição
• Procedimento da Extradição:
Análise jurídica: STF (art. 102, I, g)
Análise política: PR (art. 84, VII)
Cargos privativos de natos (art. 12, §
3º) o Rol taxativo – somente
estabelecido pela CF
• Presidente da República
• Vice-Presidente
• Presidente da Câmara dos Deputados
• Presidente do Senado Federal
• Ministro do Supremo Tribunal Federal
• Membros da carreira diplomática
• Oficial das Forças Armadas
• Ministro da Defesa
Outros cargos privativos em decorrência
da pessoa que ocupa:
• Presidente do CNJ
• Presidente do TSE e outros dois
membros
o Ministro das Relações Exteriores não
precisa ser nato (não se trata de cargo da
carreira diplomática) o Naturalizado pode
ser Deputado Federal, Senador, Membro
da Mesa Diretora da CD ou do SF
(exceto posto definitivo de
Presidente da Casa): inclusive de 1º
Funções de cidadão no Conselho da
República (art. 89, VII)
• Maiores de 35 anos
• Mandato de 3 anos, vedada a
recondução
• 6 cidadãos brasileiros NATOS
2 nomeados pelo PR, 2 eleitos pela CD
e 2 eleitos pelo SF • Propriedade de
empresa jornalística, de
rádio e TV (art. 222)
Brasileiro NATO
Brasileiro NATURALIZADO há mais de
10 anos Perda da Nacionalidade (art. 12,
§ 4º)
Perda da Nacionalidade:
o Cancelamento por decisão judicial
• Atinge apenas o NATURALIZADO
• Exige o trânsito em julgado • Ocorre a
perda dos direitos políticos (art. 15, I)
• Não pode ocorrer pode decisão
administrativa • Ação movida pelo MPF
(art. 6º, IX e art. 37 da LC 75/93) e
julgada na Justiça Federal (art. 109, X)
• Cancelamento de naturalização ≠
extradição (são independentes)
Aquisição de outra nacionalidade
• Atinge NATO e NATURALIZADO
• Regra: perda da nacionalidade quando
ocorre por ato voluntário • Exceções:
Imposição de naturalização pela lei
estrangeira para exercício de direitos
(casamento, exercer trabalho...)
Reconhecimento de nacionalidade
originária
Observação: STF (GreenCard) –
brasileira nata que se naturaliza
voluntariamente em outro país deve ter a
nacionalidade brasileira cancelada; logo,
será uma estrangeira (ex-brasileira),
podendo ser extraditada pelo Brasil
Reaquisição da Nacionalidade
Reaquisição de nacionalidade:
o É permitida
• Brasileiro naturalizado que perdeu a
nacionalidade por decisão judicial
direito de propor ação rescisória para
reverter o cancelamento da naturalização
• Brasileiro que optou voluntariamente
por outra nacionalidade
Conforme a Lei de Migração pode
voltar com ao status anterior
Observações:
• Situação jurídica do Estrangeiro:
Expulsão: estrangeiro cometeu um
crime no Brasil (medida punitiva)
Deportação: estrangeiro irregular no
Brasil (medida administrativa)
Extradição: estrangeiro para ser
julgado e cumprir pena em outro país
(medida administrativa de
cooperação internacional)
• Banimento: expulsar do Brasil um
brasileiro (vedação - art. 5º, XVLII, d) •
Expulsão efeitos: o estrangeiro não
poderá reingressar no Brasil (crime - art.
338, CP)
• TPI: cabível entrega de NATO (art. 59
do Est. de Roma; art. 5º, § 4º, CF)
Idioma e Símbolos Nacionais o Idioma
oficial: língua portuguesa (art. 13)
• Utilização no ensino fundamental
regular (art. 210, § 2º, CF) • Cabível às
comunidades indígenas a utilização
também de suas línguas • Requisito
para HC (jurisprudência do STF – HC
72391): pedido escrito e em língua
portuguesa o Símbolos oficiais (art. 13,
§§ 1º e 2º)
• Hino, bandeira, armas e selos nacionais
• Estados, DF e Municípios poderão
instituir os seus na Constituição
Estadual e Leis Orgânicas do Distrito
Federal e dos
Municípios
Direitos Políticos
Conceito de direitos políticos
Natureza jurídica
Base constitucional
Capacidade eleitoral ativa
Conceito
Requisitos materiais e formais para o
exercício
Capacidade eleitoral passiva
Conceito
Elegibilidade e condições de
elegibilidade
Direitos políticos negativos
Inelegibilidade (conceito, regime
jurídico, finalidade, classificação)
Conceito
Conjunto de normas que confere ao
cidadão o direito de participar da vida
política do Estado
Natureza jurídica
Direito fundamental de 1.ª
dimensão/geração
Direito de votar e ser votado é direito
fundamental que assenta a garantia de
preservação de to - Base do
regime democrático
Cidadania tem relação direta com
capacidade ativa e passiva para exercício
dos direitos políticos
Base constitucional
Título II – Dos Direitos e Garantias
Fundamentais; Capítulo IV – Dos Direitos
Políticos; artigos 14 a 16
Capacidade eleitoral ativa
Conceito
É a possibilidade de o cidadão
participar do processo democrático, seja
através do voto, seja diretamente em
casos de
plebiscito, referendo e iniciativa popular
Requisitos formais e materiais para o
exercício
Requisitos formais (arts. 42 a 70, CE)
Requerer a qualificação
Ter a inscrição deferida pelo Juiz
Eleitoral (Zilio, 2018; Barbosa, 2019)
Capacidade eleitoral ativa
Requisitos formais e materiais para o
exercício
Requisitos materiais (art. 14, §§ 1.º e
2.º,
CF)
Alistamento e voto obrigatórios (aos
maiores de 18 anos)
Alistamento e votos facultativos
(analfabetos, maiores de 70 anos e
maiores de 16 e menores de 18 anos)
Alistamento e voto não permitido
(estrangeiros e conscritos)
Capacidade eleitoral passiva
Conceito
É o direito de ser votado, consistindo
no reconhecimento que o ordenamento
jurídico concede àquele que,
preenchendo as condições impostas por
lei, pretende postular o exercício de
mandato eletivo.
Capacidade eleitoral passiva
Elegibilidade e condições de
elegibilidade
Disciplinadas na CRFB (art. 14, § 3.º) e
em leis ordinárias
Decorrem de atos lícitos praticados
pelo interessado
Permitem que o interessado concorra a
cargos políticos
Denominados requisitos positivos
Condições de elegibilidade
Nacionalidade brasileira
Pleno exercício dos direitos políticos
Alistamento eleitoral
Domicílio eleitoral na circunscrição
Filiação partidária
Idade mínima (Zilio, 2018; Gonçalves,
2018) Condições de registrabilidade…
São requisitos instrumentais que
visam a implementação do procedimento
de registro de candidatura
Possuem caráter eminentemente
formal e burocrático
Estão previstas em lei ordinária (art.
11,
LE) e em resoluções do TSE
Direitos políticos negativos -
Inelegibilidades
Conceito
Direitos políticos negativos são
restrições, em maior ou menor extensão,
aos direitos políticos ativos e passivos
(Luiz Carlos dos Santos Gonçalves).
Assim, o significado de inelegibilidade
pode ser tomado pelo seu antônimo que
é a elegibilidade (Carlos Mendes)
Importante: Condições de elegibilidade
(CF e LO) – Hipóteses de inelegibilidade
(CF e LC; numerus clausus)
Regime jurídico
Disciplinado na CF e em LC
Em regra, decorrem da prática de atos
ilícitos
Vedam a possibilidade de o
interessado concorrer validamente a um
cargo público
eletivo (Zilio, 2018; Gonçalves, 2018)
Direitos políticos negativos -
Inelegibilidades
Finalidade
Restringir a capacidade política
passiva
Defender a democracia contra abusos
Defesa da probidade administrativa
Finalidades das inelegibilidades
infraconstitucionais
Moralidade para o exercício do
mandato considerada a vida pregressa
do
candidato
 Normalidade e legitimidade das em algum princípio com o qual todos
eleições contra a influência do poder concordam” (Burke, 1790)
econômico ou o abuso do exercício de “Um grupo cujos membros se propõem
função, cargo ou emprego na a agir de comum acordo na luta de
administração pública concorrência pelo poder político”
(Schumpeter, 1961) (Silva, 2001; Zilio,
Direitos políticos negativos - 2018)
Inelegibilidades Classificação
Inelegibilidade Absoluta (para qualquer Conceito
cargo político) Inalistáveis “Partidos políticos são associações de
• estrangeiros indivíduos com a finalidade de disputar
• conscritos eleições e, por esse meio, vir a colocar
• privados de direitos políticos (definitiva
seus membros no poder” (Schimitt, 2000)
ou temporariamente)
“Um partido político é uma associação
• absolutamente incapazes é uma associação de pessoas que tem
Analfabetos como fim a conquista do poder atuando
Inelegibilidade Relativa (para certos na arena eleitoral – ao selecionar
cargos) candidatos, apresentar propostas e
reeleição limitada para o Poder mobilizar o eleitorado – e na arena
Executivo (art. 14, § 5.º, CF) (Zilio, 2018; decisória conquistando e mantendo
Gonçalves, 2018) maiorias”
(Guarnieri, 2009
Direitos políticos negativos -
Inelegibilidades Natureza jurídica pessoa jurídica de
Classificação Inelegibilidade Direito Privado, não se equiparando a
Direta “entidades paraestatais” (LPP, art. 1º, par.
(atinge apenas o candidato) único – introduzido pela Lei nº
Militares da ativa (art. 14, § 8.º, CF) 13.488/2017)
Magistrados (art. 95, par. único, III, CF) • seu estatuto deve ser registrado
Membros do MP (art. 128, § 5.º, II, CF) no Serviço de Registro Civil de Pessoas
Inelegibilidade Reflexa (atinge Jurídicas do local da sua sede nacional
familiares e cônjuge) (LPP, art. 8º)
Art. 14, § 7.º, CF • esse registro lhe confere
personalidade jurídica, que lhe habilita a
agir no mundo jurídico contraindo direitos
Partidos Políticos e obrigações após esse registro, o
estatuto do partido deve igualmente ser
Conceito registrado no TSE, observados os
adj (part de partir) P. político, Sociol: requisitos constitucionais e legais (LPP e
grupo de pessoas mais ou menos Res. TSE nº 23.465/2015), sob pena de
estreitamente associadas, que procuram indeferimento do pedido de
controlar o poder, interferindo sobre a registro do partido (Silva, 2001; Zilio,
distribuição de obrigações recíprocas 2018)
entre governantes e governados.
(definição do Michaelis © 1998-2009 Natureza jurídica após esse registro,
Editora Melhoramentos Ltda.) o estatuto do partido deve igualmente ser
“Partido é um grupo de homens unidos registrado no TSE, observados os
para a promoção, pelo seu esforço requisitos constitucionais e legais (LPP e
conjunto, do interesse nacional com base Res. TSE nº 23.465/2015), sob pena de
indeferimento do pedido de registro do
partido
• caráter nacional – comprovação,
no período de dois anos, do apoiamento
de eleitores não filiados a partido político,
correspondente a, pelo menos, 0,5% dos
votos válidos da última eleição geral para
a Câmara dos Deputados, distribuídos
por 1/3, ou mais, dos Estados, com um
mínimo de 0,1% do eleitorado que haja
votado em cada um deles (CF, art. 17, I,
e LPP, art. 7º, § 1º – com a redação da
Lei no 13.165/2015)
• para participar das eleições, é
necessário, até 6 meses antes do pleito,
ter registrado seu estatuto no TSE, e, até
a data da convenção, ter órgão de
direção constituído na circunscrição, de
acordo com o respectivo estatuto (art. 4º
da Lei no
9.504/97)
Base constitucional
Título II – Dos Direitos e Garantias
Fundamentais; Capítulo V – Dos Partidos
Políticos; artigo 17 Art. 17. É livre a
criação, fusão, incorporação e extinção
de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo, os
direitos fundamentais da pessoa humana
e observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de
recursos financeiros de entidade ou
governo estrangeiros ou de
subordinação a estes; III - prestação de
contas à Justiça Eleitoral; IV -
funcionamento parlamentar de acordo
com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos
autonomia para definir sua estrutura
interna e estabelecer regras sobre
escolha, formação e duração de seus
órgãos permanentes e provisórios e
sobre sua organização e funcionamento
e para adotar os critérios de escolha e o
regime de suas coligações nas eleições
majoritárias, vedada a sua celebração
nas eleições proporcionais, sem
obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo
seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária.
(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017)
§ 2º Os partidos políticos, após
adquirirem personalidade jurídica, na
forma da lei civil, registrarão seus
estatutos no Tribunal
Superior Eleitoral
§ 3º Somente terão direito a recursos do
fundo partidário e acesso gratuito ao
rádio e à televisão, na forma da lei, os
partidos políticos que alternativamente:
(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017) I -
obtiverem, nas eleições para a Câmara
dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em
pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois
por cento) dos votos válidos em cada
uma delas; ou (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017) II -
tiverem elegido pelo menos quinze
Deputados Federais distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da
Federação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 97, de 2017) § 4º É
vedada a utilização pelos partidos
políticos de organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não
preencher os requisitos previstos no § 3º
deste artigo é assegurado o mandato e
facultada a filiação, sem perda do
mandato, a outro partido que os tenha
atingido, não sendo essa filiação
considerada para fins de distribuição dos
recursos do fundo partidário e de acesso
gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº
97, de 2017)
§ 6º Os Deputados Federais, os
Deputados Estaduais, os Deputados
Distritais e os Vereadores que se
desligarem do partido pelo qual tenham
sido eleitos perderão o mandato, salvo outubro de 2024. Dessa forma, responda
nos casos de anuência do partido ou de corretamente:
outras hipóteses de justa causa
estabelecidas em lei, não computada, em A) Existe na Emenda Constitucional
qualquer caso, a migração de partido alguma violação aos limites
para fins de distribuição de recursos do constitucionais impostos pelo
fundo partidário ou de outros fundos Constituinte Originário ao Derivado
públicos e de acesso gratuito ao rádio e à Reformador?
televisão. (Incluído pela Emenda Justifique.
Constitucional nº 111, de 2021).
B) Atualmente, é correto afirmar que
ainda vigora a possibilidade de
coligações partidárias para eleições
1-) No segundo ano do seu primeiro proporcionais?
mandato, Joanna Claris, governadora do Justifique.
Estado do MA, divorcia-se de seu marido,
José da Silva, com quem era casada há
10 anos. José da Silva, que, no
momento, não exerce qualquer cargo
eletivo, mas sempre almejou concorrer ao Unidade 2 – Garantias
cargo de Deputado Federal, filia-se, por fundamentais – Slide 1
provocação, ao partido político de
oposição de sua ex amada. Porém, o Teoria Geral das Garantias
partido político entende que sua fundamentais
aceitação no mundo político se encaixaria Vale relembrar que a teoria geral dos
como candidato a governador também do direitos e garantias fundamentais
MA. Diante do exposto, responda aos compõe um conjunto de noções, ideias,
itens a seguir: classificações e distinções relativas à
disciplina constitucional desses direitos e
A) José da Silva pode concorrer aos garantias, tendo como fundamento a
referidos cargos (deputado federal ou proteção da dignidade de pessoas
governador)? Justifique. humana

B) Seria diferente a análise do caso Teoria Geral das Garantias

em tela se a dissolução do vínculo
conjugal se desse em razão de morte da
governadora no início do último ano do
seu mandato?
Justifique.
2-)Suponha a seguinte situação
hipotética: determinada Emenda
Constitucional, promulgada em janeiro de
2024, altera o regime das coligações
eleitorais dos partidos políticos. A própria
Emenda Constitucional estabelece que
as novas regras atinentes às coligações
partidárias já deverão ser observadas nas
próximas eleições, que ocorrerão em
fundamentais
Direitos não se confundem com
garantias fundamentais
Direitos fundamentais são bens e
vantagens disciplinados na CRFB, a
exemplo do art. 5.º, XVI e XXII
Garantias fundamentais são as
ferramentas jurídicas por meio das quais
tais direitos se exercem, limitando os
poderes do Estado, como, v. g., o art. 5.º,
XXXV e LXXVII
Na lição de Ruy Barbosa:
Direitos fundamentais consagram
disposições meramente declaratórias
(imprimem existência legal aos direitos
reconhecidos)
Garantias fundamentais contêm
disposições assecuratórias (defendem
direitos, evitando o arbítrio dos Poderes
Públicos)
Espaço para tabelinha:
Importante notar que o Título II da
CRFB não distinguiu uma categoria da
outra, cabendo ao intérprete tal
missão.
Some-se a essa fato que uma mesma
norma constitucional pode disciplinar,
simultaneamente, direitos e garantias
Art. 5.º, VI – direito de crença +
garantia da liberdade religiosa
Art. 5.º, IX – direito de expressão +
garantia da proibição à censura
Art. 5.º, LV – direito à ampla defesa +
garantia do contraditório 02/05/2023
Teoria Geral das Garantias
fundamentais
Classificação das
garantias fundamentais
Garantias fundamentais gerais
Proíbem abusos de poder e todas as
formas de violação aos direitos que
asseguram
legalidade (art. 5.º, II); liberdade (art.
5.º, IV, VI, IX, XIII a XVII etc);
inafastabilidade do controle judicial (art.
5.º, XXXV); juiz e promotor natural (art.
5.º, XXXVII e LIII); devido processo legal
(art. 5.º, LIV); contraditório (art. 5.º, LV);
publicidade dos atos processuais (arts.
5.º, LX e 93, I X).
Classificação das garantias
fundamentais
Garantias fundamentais específicas
Instrumentalizam os direitos
fundamentais e fazem prevalecer as
próprias garantias fundamentais gerais
São os remédios constitucionais habeas
corpus, mandado de segurança
individual e coletivo, mandado de
injunção, habeas data, ação popular,
ação civil pública.
Espaço para tabelinha 2:
Garantias Fundamentais –
Slide 2
Garantias fundamentais gerais
Proíbem abusos de poder e todas as
formas de violação aos direitos que
asseguram
legalidade (art. 5.º, II); liberdade (art.
5.º, IV, VI, IX, XIII a XVII etc);
inafastabilidade do controle judicial (art.
5.º, XXXV); juiz e promotor natural (art.
5.º, XXXVII e LIII); devido processo legal
(art. 5.º, LIV); contraditório (art. 5.º, LV);
publicidade dos atos processuais (arts.
5.º, LX e 93, IX).
Garantias fundamentais específicas
Instrumentalizam os direitos
fundamentais e fazem prevalecer as
próprias garantias fundamentais gerais
São os remédios constitucionais habeas
corpus, mandado de segurança
individual e coletivo, mandado de
injunção, habeas data, ação popular,
ação civil pública
Espaço para tabelinha:
Garantias Individuais gerais
(Individuais e coletivas) Princípio da
legalidade
Subprincípios da legalidade
Proíbem abusos de poder e todas as
formas de violação aos direitos que
asseguram
Princípio da legalidade, direito de
resistência e desobediência civil
Proíbem abusos de poder e todas as
formas de violação aos direitos que
asseguram
Legalidade e poder regulamentar
Proíbem abusos de poder e todas as
formas de violação aos direitos que
asseguram
Garantias de estabilidade das relações
jurídicas: respeito ao direito adquirido,
ao ato jurídico perfeito e à coisa
julgada Proteção ao direito adquirido
Proíbem abusos de poder e todas as
formas de violação aos direitos que
asseguram
Tipologia e institutos correlatos
Proíbem abusos de poder e todas as
formas de violação aos direitos que
asseguram
Proteção ao ato jurídico perfeito
Proíbem abusos de poder e todas as
formas de violação aos
Garantias fundamentais gerais
(individuais e coletivas)
Garantias de estabilidade das relações
jurídicas: respeito ao direito adquirido, ao
ato jurídico perfeito e à coisa julgada
Proteção à coisa julgada
Proíbem abusos de poder e todas as
formas de violação aos
Âmbito de proteção
Proíbem abusos de poder e todas as
formas de violação aos direitos que
asseguram
Inafastabilidade da jurisdição
Também é conhecido como princípio
da inafastabilidade do controle
jurisdicional ou da proteção judiciária ou
do acesso à justiça
Expresso no art. 5º, XXXV, determina
que a lei não pode excluir da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça de
lesão a qualquer direito
O Judiciário brasileiro pode analisar
quaisquer questões de legalidade
Garantias fundamentais processuais
gerais09/05/2023
Inafastabilidade da jurisdição
O Brasil adota o sistema da jurisdição
una (qualquer questão de legalidade
deve ser dirimida pelo Judiciário), ao
contrário da França, por exemplo, que,
por adotar o sistema da jurisdição dual
(contencioso administrativo que exclui
determinados assuntos da órbita do
Judiciário e os entrega à deliberação da
Administração)
No Brasil, o contencioso administrativo
(processo administrativo) não faz coisa
julgada, de modo que uma decisão
administrativa pode ter a legalidade
questionada perante o Judiciário (controle
judicial dos atos administrativos)

Inafastabilidade da jurisdição
Hipóteses (excepcionais) de exigência
de prévio recurso à via administrativa: a
jurisdição condicionada
disputas desportivas (CF, art. 217, §§
1º e 2º)
habeas data (CF, art. 5º, LXXII; Lei n.
9.507/97, art. 8º) súmula vinculante (CF,
art. 103-A) benefícios previdenciários
(STF, Pleno, RE n. 631.240, Relator
Ministro Roberto Barroso) Garantias
fundamentais processuais gerais.
Devido processo legal (due process of
Law)
Disposto no art. 5º, LIV, da CRFB, tem
origem histórica ligada ao surgimento do
Estado de Direito e dos direitos
fundamentais
Deriva da cláusula inglesa do law of the
land, garantia constante da Magna
Cartha Libertatum (1215), por meio da
qual se assegurava a qualquer pessoa
ser julgada
segundo “a lei da terra”
Relaciona-se com a garantia de
julgamento segundo as leis processuais
em vigor, com todo o direito de
participação processual e produção
probatória (devido processo legal formal
ou adjetivo); mas também com a garantia
de um julgamento justo, proporcional,
razoável, imparcial (devido processo legal
substantivo)
Ampla defesa e Contraditório
São princípios que caminham juntos,
embora não sejam sinônimos
Ampla defesa traduz o direito que tem
o interessado de, quando
acusado, defender-se das acusações da
maneira mais ampla e livre possível
(direitos de presença, audiência e
petição)
Contraditório (associado ao princípio
da paridade de armas) determina que o
interessado tem o direito de se manifestar
no processo, contraditando as
argumentações que lhe sejam contrárias;
Contraditório, então, é prova e
contraprova, argumentação e
contraargumentação Garantias
fundamentais processuais gerais.
Ampla defesa e Contraditório
Presença de advogado no processo
disciplinar (SV nº 5)
Ampla defesa e contraditório perante o
TCU (SV nº 3)
Ampla defesa e exigência de depósito
prévio na via administrativa (art. 5º,
XXXIV, a, CF)
Direito de acesso do advogado aos
autos de inquérito policial (SV nº 14)
Proibição das provas obtidas por
meios ilícitos
Em respeito ao devido processo legal,
o Estado e os particulares só podem se
utilizar, no processo, de provas obtidas
por meios lícitos, constitucionalmente
legítimos
Daí decorre a regra da
inadmissibilidade, no processo, das
provas obtidas por
meios ilícitos (art. 5º, LVI)
Ilicitude por derivação: a teoria dos
frutos da árvore envenenada
Relativização da regra: o princípio da
proporcionalidade e a admissibilidade da
prova obtida por meios ilícitos para fins
de defesa Garantias fundamentais
processuais gerais09/05/2023
Proibição das provas obtidas por
meios ilícitos
REGRA: são inadmissíveis no
processo as provas obtidas por meios
ilícitos
TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE
ENVENENADA: a simples existência de
uma prova ilícita não anula todo o
processo, mas as provas que sejam
consequência lógica da prova ilícita
também serão alcançadas, pois de uma
árvore envenenada não podem surgir
frutos bons
EXCEÇÃO: aceita-se o uso de provas
ilícitas para fins de defesa, quando
necessária, pois é melhor aceitar o uso
de uma prova colhida em desacordo com
a Constituição do que condenar um
inocente.
Razoável duração do processo
Trata-se de uma garantia fundamental
– hoje prevista expressamente na
Constituição (art. 5º, LXXVIII)
Foi incluída na CF por força da EC n.º
45/2004, buscando tornar mais ágil a
prestação jurisdicional Garantias
fundamentais processuais
gerais09/05/2023
Publicidade dos atos processuais
A regra é que os atos processuais
sejam públicos e acessíveis ao público
(art. 93, IX), até mesmo para permitir um
controle social da atividade do juiz (art.
5º, LX)
Essa publicidade só poderá ser
restringida em casos excepcionais,
quando a intimidade ou o interesse social
assim exigirem
casos de família, ou matéria penal, por
exemplo, geralmente correm em segredo
de justiça, com o acesso restrito às
partes e aos advogados ou só aos
advogados.
Slide 3 – Garantias
Fundamentais
Garantias penais e processuais
penais: Reserva legal e anterioridade em
matéria penal
Ambos os princípios estão previstos no
art. 5º, XXXIX, da CF
O princípio da reserva legal significa
que crimes e penas somente podem ser
disciplinados mediante lei em sentido
formal, isto é, ato devidamente aprovado
pelo Congresso Nacional
Com isso, não pode haver a previsão
de crimes e penas em decretos: não há
crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal
É o velho brocardo latino: nullum
crimen, nulla poena sine legem Garantias
penais
e processuais penais09/05/2023
Reserva legal e anterioridade em
matéria penal
Em decorrência disso, vige no Direito
Penal o princípio da estrita tipicidade: ou
a conduta se amolda perfeitamente ao
tipo (modelo) previsto em lei, ou o fato é
penalmente irrelevante (atípico) – não há,
no Direito Penal, analogia em prejuízo do
réu (analogia in malam partem)
Por outro lado, o princípio da
anterioridade tem o significado de que
não basta que exista lei prevendo o crime
e a pena – é preciso que a lei seja
anterior ao fato, seja prévia: não há crime
sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal
Juiz Natural
É um dos postulados do Estado
Democrático de Direito
Significa, em suma, que qualquer
pessoa seja processada e julgada
apenas pela autoridade competente e já
instituída antes da prática do fato
O estabelecimento de tribunais de
exceção (tribunais formados depois da
prática do fato, apenas para analisá-lo)
viola a garantia que todos têm de ser
julgados por um juiz imparcial
Divide-se em dois subprincípios: o da
proibição dos tribunais de exceção (art.
5º, XXXVIII) e a garantia do juiz
competente (art. 5º, LIII) Garantias
penais e
processuais penais09/05/2023
Juiz Natural
Princípio do juiz competente
Qualquer pessoa só pode ser
processada e julgada (sentenciada) se o
for pela autoridade competente, pelo juiz
competente, isto é, o juiz apontado em
lei antes do fato como aquele que deve
julgar determinada causa
 Em regra, quem cometa um crime em
Goiás não pode ser julgado por um juiz
do Distrito Federal; e quem cometeu um
crime não pode ser julgado pelo juiz
titular
da Vara de Fazenda Pública
Juiz Natural
Tribunal Penal Internacional (TPI)
Instituído pelo Tratado de Roma, ao
qual o Brasil aderiu, o TPI tem por
competência o julgamento de crimes
contra a humanidade
A inclusão constitucional tem por
objetivo legitimar a adesão do Brasil ao
Tratado (art. 5º, § 4º, incluído pela EC n.
45/2004)
Aspecto polêmico: De um lado
argumenta-se que a regra violaria a
proibição de extradição do brasileiro nato,
que deveria ser julgado pelo Brasil.
Porém, em que pese a matéria não ter
sido ainda decidida pelo STF, parece
prosperar a tese de constitucionalidade
da adesão ao TPI, vez que a submissão
do Brasil à jurisdição desse Tribunal não
importa extradição de brasileiro
natoGarantias
penais e processuais penais09/05/2023
Juiz Natural
Tribunal do Júri
O Júri é o juízo competente para o
julgamento dos crimes dolosos contra a
vida (art. 5º, XXXVIII)
A instituição remonta à Magna Charta,
de 1215
Naquela época, significava o direito do
réu de ser julgado pelos seus pares,
pessoas da comunidade, e não por um
juiz (muitas vezes alheio à realidade do
local)
Aspectos relevantes: competência,
sigilo das votações, plenitude de defesa e
soberania dos veredictos.
Presunção de inocência
A Constituição determina que “ninguém
será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal
condenatória” (art. 5º, LVII)
A pessoa só deixa de ser primária
depois do trânsito em julgado da
condenação
Não quer dizer que não possa haver
prisão antes do trânsito em julgado
(Exemplos: prisão preventiva, temporária,
em flagrante etc.)
Mas essas prisões têm nítida natureza
cautelar, e nunca satisfativa, nunca para
antecipar pena
Direito à não autoincriminação e ao
silêncio (CF, art. 5º, LXIII) Garantias
penais e processuais penais.
Direito à individualização da pena (art.
5º, XLVI)
Decorrência do princípio da igualdade
ou isonomia
Impõe que as penas sejam fixadas de
acordo com o crime cometido e as
circunstâncias pessoais do réu
obviamente, não se pode impor a
mesma pena a um serial killer e a um
homicida primário
abrange três fases bem definidas: a
cominação, feita pelo legislador; a
aplicação, responsabilidade do
magistrado sentenciante; e a execução,
atribuída à Vara competente
a legislação por meio de critérios de
política criminal determina penas máxima
e mínima aplicáveis ao crime, bem como
o regime de cumprimento