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NZINGA MBANDI

É a mais celebre rainha da Angola, muito estudada na história universal.


Simboliza a resistência africana, contra a colonização da coroa portuguesa. Estarei
compartilhando pontos cruciais de sua caminhada aguerrida, sofrida e vitoriosa, suas
atitudes levariam a grandes efeitos na história da Angola.

Filha do rei de Ndongo, ( que veio a ser assassinado por infiltrados da coroa
portuguesa) e irmão do Ngola Mbandi, que em 1617, assumiria o reino. O reino estaria
sobre fortes ataques, por mais de 5 anos, o atual rei, viu seu reino ser incendiado, por
conseguinte, teve que fugir para ilha do rio Kwanza. O sucessor do governador que
invadira Ndongo, tentando buscar uma forma de solucionar os conflitos, estava a
disposto a conversar. Então surge Nzinga, convidada por seu irmão Ngola, para viajar
até Luanda, assinar um acordo de paz, que de fato, foi realizado esse acordo em 1622,
na qual, impressionando a todos, foi batizada com o nome: Anna de Souza. Porém, o
acordo não foi cumprido pelo os portugueses. Dois anos depois, Ngola falecerá. O reino
ficaria agora a espera de herdeiro, o filho ou Nzinga. Ela irá assumir tal poder, pois
matará seu sobrinho, na qual o próprio Ngola tivera feito o mesmo, assassinou o filho de
Nzinga.

O ano era 1626, o governador Fernão de Souza, não deixará o poder fácil para a
irmã, na qual, irá armar um golpe de Estado contra ela (Nzinga), o que não aceitaria a
perda do comando, daí então, veio aliar-se ao grupo de guerreiro, os Jagas. Esse bando
dos Jagas, seria o seu suporte, a sua base para resistir o invasor português, que até então,
penetrava aos poucos ao reino do Congo, tanto pelas riquezas, como por escravos, para
compensar as demandas das outras colonizações.

Nzinga, fugira, para escapar das forcas armadas dos portugueses, junto a ela,
estava, agora, seu bando, que lhe faziam a sua segurança. Por volta de 1630, Nzinga
chega ao reino de Matamba, e logo em seguida irá assumir o título de rainha. Há
diferenças formas descrevendo como Nzinga assume tal poder de Matamba. Para
Cavazzi, um missionário capuchinho italiano, que viajara pela Angola:

“Penetrou ela até Macaria-ca- Matamba, onde morava Muhongo-Matamba, que


depois da morte de Matamba-Cambola, seu pai, fora eleita rainha. A cidade foi tomada e a
infeliz senhora, com a sua única filha, caiu nas mãos de Jinga, que, mediante ferro em brasa,
marcou vergonhosamente a ambas como escravas. Porém, pouco tempo depois, como que
arrependida desde bárbaro tratamento, compensou a afronta, destinado a mãe ao governo
duma parte do reino, com o título de sua irmã.”

O que é muito questionável, pois se tratava de um missionário, que chegara da Europa,


para compartilhar a fé cristã ao reino do Congo, ou seja, sua posição estava em apoio de
Portugal.
Daí o que vai vir, irá definir o futuro do Reino do Congo, Nzinga ficará marcada, sua
história lembrada, para que jamais seus efeitos, sua luta, sua resistência sejam esquecido na
memória da humanidade, como força a oposição ao racismo, e ao marxismo.

Para pontuar mais, ao ser rainha do Matamba, nessa expectativa, a Holanda invadirá o
Congo (1641), pela cidade de Luanda, a procura de escravos. O Conselho Ultramarino
percebendo todo a objetividade dos holandeses, apresenta uma carta instruindo, que os
portugueses entregassem o seu reino tomado, já que tal ato foi considerado golpe. Tudo em
busca da união de Nzinga, pois estava ao seu apoio todo um exercito treinado por os Jagas.
Estes guerreiros eram: escravos, líderes de aldeias (Sobas), nas quais não concordavam com o
rei e sua amizade com os colonos. Ou seja, são todos aqueles que fugiam, e encontrava em sua
rainha, esperança de um novo dia. Nzinga, queria conquistar o seu local tomado, e os
portugueses não desocuparam, rejeitando assim o pedido do Conselho. Nzinga não perderá
tempo, mandava uma embaixada para receber e fazer uma aliança com os novos invasores.
Muitas consequências boas veriam para Nzinga, após aliança. O acordo ficaria em troca
comerciais e escravos, escravos estes que são inimigo da rainha, como alguns Sobas, que
estavam na luta para defesa dos portugueses. A Holanda vai contribuir bastante, enviará para
as lutas de conquista do exercito de Nzinga, soldados e armas, tendo assim, uma qualidade
maior para derrotar seus inimigos e escravizar aqueles que se opõem. Foram anos vitoriosos
para Nzinga, desde da chegada desses novos Europeus até serem expulsos (1641-1648).
Porém, Portugal se erguia, nesse contexto, mais de 400 missionários estavam pelo Reino do
Congo, pregando a fé e Nzinga recuava armada para sua fortaleza Matamba, já que era
impenetrável, ou até mesmo impossível de combater e sair vivo para conta história. Que fique
claro, Nzinga não foi derrotada, ela não perdeu a guerra, ela ficou sendo rainha até a hora da
sua morte (1663). Com isso, pelo o que foi construindo e formado em Matamba, após sua
morte, uma configuração étnica surgia, era nova e devido as consequências dos povos
distintos etnicamente fugirem para Matamba, foi nessa mistura que se deu a origem dos o
Jiinga, uma nova etnia. Nzinga Mbandi é vista na história como rainha imortal, ela trouxe muita
mudança para o povo africano daquelas regiões, como também, uma grande referência
feminina e assim influenciou muitas rainhas ao se posicionarem em seus reinos.

O REINO DO CONGO E SEUS VIZINHOS

“A BATALHA DE MBWILA”

Portugal sempre observou o Congo no olhar explorador, do que eles poderiam


ganhar naquele reino, escravos sempre foi um objetivo principal, assim como as
riquezas minerais (ouro e prata), introduzindo o cristianismo desde de suas chegadas e
intensificando ainda mais na era de Nzinga, os missionários eram responsáveis para
levar a fé para as regiões mais afastadas dos reino, aumentando assim seus fieis, era
uma invasão silenciosa, cuidadosa, porém fatal, era eficaz no poder psicológico de
possuir daqueles povos sua lealdade. Esses fragmentos, são para mim, as partículas
miniciosas, desfazendo um reino aos poucos que perderia sua independência na Batalha
de Mbwila.

Se inicia com o interesse de Portugal no território de Ndengo, cobiçando as


minas de ouro e prata. Na época o Rei Antonio I (1665), mobiliza o seu povo com uma
declaração:

“Que toda a pessoa de qualquer qualidade que seja (…) capaz de poder menear armas
ofensivas (…) se vão alistar para saírem a defender as nossas terras, fazendas, filhos e
mulheres, e nossas próprias vidas e liberdades, de que a nação portuguesa se quer empossar e
senhorear”.

Não estava disposto a perder seu território, organizou com outros nobres do
reino, preparou um exército de camponeses para a batalha, porém Portugal nesse quesito
estava melhor, não pela quantidade, e sim pela qualidade do seus guerreiros, pois de
fato eram guerreiros, acostumado, prontos para guerra, no outro, era como disse,
camponeses. O massacre estava porvir, aos poucos os guerreiros (Jagas) foram
acabando com os congoleses camponeses, para alguns, a batalha mais importante, mais
ainda do que Nzinga combateu, devido a sua proporção no contexto social, político e
cultural. O fim da independência foi concretizada logo após o fim da batalha. O
Portugal vencera, o rei teve sua cabeça cortada, sua coroa foi levada a Lisboa como
troféu, os outros nobres e o sucessor foram também mortos, a partir daí, a crise se
estabelece.

A linha sucessória fugira e outros nobres partiram também, estavam com medo
depois do ocorrido, se estabeleciam em principados pequenas, ou até mesmo construíam
suas próprias províncias em locais mais afastado, contudo, nesse aspecto, os
congoloneses vivem uma guerra civil. Fugiram, porém não ficaram unidos, começaram
escravizar os seus derrotados, já que lutavam entre si, por causa dessas províncias, de
alimento e ainda destruiria ainda mais o reino que já estava agora nas mãos dos
portugueses, plantações eram destruídas, foi um caos, aonde até tinha uma certa
passividade diante da entrada de Portugal. Para se entender mais, dando alguns
exemplos marcantes: A população foi caindo, é nesse período a intensificação da
escravidão, Portugal se favorecia das brigas civis, os nobres, as linhas sucessórias e toda
sua tradição, se deteriorando, indo mais para o abismo e Portugal enriquecendo, fazendo
acordos com certas províncias para arrecadação de escravos, quanto mais luta acontecia
entre eles, o Congo ia perdendo sua tradição que lhe antes já vinha sendo enfraquecida
pela cristianização. Muitos de congoleses foram para o Brasil, fariam os serviços
(escravidão) para os senhores de engenhos, difundindo mais tarde, as culturas.

É perceptível, Portugal nunca veio para ser amigável e fazer acordos com o
Reino, a sua destruição e de forma gradualmente, em degrau em degrau, eles iam
subtraindo e sugando cada vez mais o Congo, sua maior intensidade veio ocorrer
quando batalharam e venceram D. Antonio, pois aí se tratava de uma fatalidade das
autoridades e suas linhas sucessórias, como uma ruptura na história do Reino do Congo,
o futuro não era mais como os povos acreditavam ser, já não se sentia esperança, não
havia paz, era um tempo de anarquia, como rotula alguns estudiosos do assunto. Porém,
havia aqueles visionários, que entendia todo uma noção do presente e de como ele se
carregava para o amanhã. Como foi a profetiza Kimpa Vita, negava uma religião branca
e colonizadora, buscando fortalecer uma espécie de nacionalismo, discursando para um
encerramento da guerra civil que instalava e argumentando para o fortalecimento das
uniãos dos povos negros, para a volta do que era antes das batalhas, ou melhor, como
era antes das chegadas dos portugueses.

CATOLIZAÇÃO E PODER NO TEMPO DO TRÁFICO

“KIMPA VITA E A RESSUREIÇÃO IMAGINÁRIA”

Como foram citados já ao longo do texto, como a fé cristã está tão presente nos
reinos, e como ela flui diante dos contextos. Há um inicio, é que é relatado pelas fontes
quando D. João II enviou Diogo Cão, no ano de 1485, em mais uma expedição marítima
que foi dar no estuário do rio Zaire. Foram atarefados a se comunicarem, de forma
amigável para estabelecer uma ligação, Foram trazidos também, conhecedores de língua
africana para facilitar o contato, alguns comissários foram mandado para o interior das
regiões, explorando ainda mais toda uma cultural desconhecida. A ideia era simples,
conhecer os inimigos ou “os sujeitos das fontes de riquezas” e sim, claro, explorar o
território (Assim os via Portugal). Ao zarpar para Europa, trouxe consigo, alguns dos
moradores da África, foram feitas de reféns, porém se tornaram “amigos” ao chegar em
Portugal, deram lhe “liberdade” e com isso, aprenderem consigo um pouco. Em uma
nova expedição, tais seres que foram capturados, estavam de volta na nova expedição,
era um muno novo para eles, e as vezes o diferente em canta, o novo, saber é
encantador.

Disposto a abraçar a fé de Cristo, o mani congo enviou, em 1489, uma


embaixada para o rei português, que foi presenteado com tecidos de palmeiras e objetos
de marfim, formalizando seu desejo de se converter ao cristianismo e pedindo o envio
de clérigos, assim como de artesãos, mestres de pedraria e carpintaria, trabalhadores da
terra, burros e pastores. Nesses anos (1490), foram mandados embaixadas para Portugal,
onde esses jovens aprendiam a língua portuguesa, os costumes e sim, a conversão do
cristianismo, é nesse começo, que se inicia uma nova era, Congo e Portugal, se faz ama
e corpo, unidos, diante das palavras da cristianização, mas também da língua, de
hábitos, havia Portugal como imagem a ser seguida no reino.

Devido as rupturas da crise Congolesa (1665), vai surgir no contexto adiante, o


Antonianismo, uma religião-politica formulada pela jovem Kimpa Vita (1680), nascida
de família nobre. Teve seu nome batizado pelo os sociopatas portugueses, dona Beatriz.
Ela viveu com uma educação católica, sem muitas explicações, entre 18 e 20, por cerca
de 1702-1703, ela fragmenta a sua personalidade, isto é do ponto de vista da psicanálise.
Por ela mesma, diz que fora falecida por uma doença (desconhecida) e depois
ressuscitado, sendo agora não mais Kimpa e sim, o Santo Antonio. Como pode
perceber, uma semelhança da ressurreição do Jesus Cristo.

Kimpa Vita, queria de volta a unificação dos nobres, junto ao rei, queria
autonomia, queria cortar a relação com o Portugal, que pera ela, era todo o ruim.
Pregando sua ideia política-religiosa, buscando fortalecer os povos, do mesmo jeito que
Portugal fazia, ela fazer a mesma penetração, compartilhando o Antonianismo no
pensamento social africano, era daí que talvez poderia formar uma base resistente e com
isso reerguer o reino diante da catástrofe. Sua pregações, eram muito na base do
cristianismo, havia um segundo Deus, e era o Santo Antonio, assim, como falava que
Jesus nasceu em São Salvador, que para ela, era a verdadeira Belém, e que também a
virgem Maria era negra e foi escrava, questionava a fé cristã não por negar, mas para
dizer que eles (catolicismo) roubaram e manipularam a verdade que ela pregava, ora,
acredito, por ela ser nobre, ter um status e ser educada na base católica, os povos
enxergavam alguém que esteve entre a terra e os céus. Além do mais, rejeitava os
missionários, os brancos, e tantas e outras tradições vinda dos Europeus, porém sua base
reliogisa é vinda dessa fé cristã.

Despertando todo um ódio dos missionários capuchinhos, e a família real. D.


Pedro IV, deu inicio a uma repreensão ao Antonianismo e a prisão de Kimpa Vita. Nesse
contexto, reformulando toda uma ordem, conseguiu encontrar em São Salvador, Pedro
Constantino da Silva, um nobre e escolhido por rei de Portugal a ser um rei do reino do Congo,
na qual o mesmo, vai aderir o Antonionismo, convencido das palavras de Kimpa, ainda teve
acordos que ela coligou entre as famílias nobres e o Rei do Congo. Mas ela estava a ser
perseguida, e sendo assim, capturada. Seu fim, é sua morte em uma fogueira, a corte Real acusa
de herege, e o destino seria a morte.

Ela buscou eliminar coroa Real, na qual para ela, introduzindo um conceito cristão, foi o
ruim de sua geração de negros, ela via no branco, o ser mentiroso, enganador e que talvez,
fosse o próprio Diabo, que os enganavam, matavam e sugavam todas as suas forças.

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